Bunny é um coelho arteiro

#FoiPorCausaDasCenourinhas

Eu já disse que amo os animais? Provavelmente sim, mas não há mal algum em dizer de novo, não é? Pois bem, eu os amo, amo com toda minha alma e coração.

Amo tanto que ao longo da minha vida já tive seis cachorros, três gatos, uma tartaruga e um cavalo. É claro que, como hoje tenho vinte e três anos — quase vinte e quatro devo dizer — muitos do meus bichinhos já se foram por conta da velhice. Essa é a ordem natural das coisas, afinal.

E bem, meu cavalo e a tartaruga ainda estão vivos e moram na fazenda que meus pais tem no interior da cidade. Atom tem quinze anos, e é um equino da cor preta com o pelo reluzente de tão brilhoso. Sempre que vou a casa dos meus pais não deixo de correr pelo campo com meu grande amigo veloz.

Atom é tão lindo e dócil, muito bem adestrado, e sabe fazer vários truques também, como: saltar os arbustos da fazenda vizinha depois de comer o feno dos outros cavalos e molhar meu pai com a mangueira quando vai tomar banho. Ele é uma graça.

E temos também a Sra. Ruby, ela tem quase a minha idade, vinte anos para ser mais exato. Ruby é tartaruga mais rápida que já vi, tanto na água quanto na terra e isso é de se impressionar. Come bastante e tem um aquário gigantesco para que possa nadar a vontade.

Além deles, a fazenda abriga alguns cachorros grandes e um gatinho gordo e branquinho chamado Snow, minha mãe cuida de uma família de cabritinhos e meu pai gosta de cuidar dos patinhos dele. Ou seja, podemos ver que meu gosto pelos animais foi passado a mim por gerações.

E bem, voltando a minha casinha, temos o pequeno mundinho de Park Jimin, o lugar onde mais gosto de estar e onde moro a uma semana com meu pequeno amiguinho Bunny.

Acho que a melhor coisa que fiz foi trazê-lo para casa comigo, de verdade, eu não poderia ter ficado mais feliz.

Bunny adora correr e explorar nosso quintal pela manhã, quando me sento embaixo de uma cerejeira para observá-lo brincar; as vezes que não posso levá-lo comigo ao consultório, sinto que ele sabe que o deixarei só, então corre para dentro e se deita em minha cama, entre meus travesseiros; a noite quando chego do trabalho e abro a porta de casa, tenho meu amiguinho ao meu redor, pulando por todos os lados e batendo a patinha traseira no chão, como se me pedisse um carinho em sua barriguinha peluda.

O mais fofo ainda nem é isso, pode acreditar.

Quando estou preparando o jantar, Bunny corre até a fruteira disposta ao lado da geladeira e pega duas cenourinhas e as larga ao lado dos meus pés, esperando que eu as lave para que ele possa comer. E enquanto o faço, meu coelhinho fica sentadinho, me encarando com suas grandes orbes negras e brilhantes, como se estivesse ansioso e em expectativa pelo seu jantar.

E assim que entrego a ele as cenouras, Bunny vem até minha perna e deixa uma lambidinha antes de se virar para ir comê-las em sua caminha.

Sério mesmo, sou muito babão por esse bichinho e tenho certeza que ninguém seria capaz de amá-lo mais do que eu.

💗🐰💗

— Bunny, hoje você não vai poder ir comigo, tá legal? — me abaixei em frente a meu amiguinho, vendo-o me olhar curioso, tanto que inclinou a cabecinha para o lado, fazendo sua orelhinha encostar no chão. — Mas... Prometo comprar mais cenouras para você, certo?

Bunny continuava a manter os olhos em mim, como se estivesse prestando muita atenção no que eu dizia. E eu apenas sorria como um abobado, contagiado por toda a fofura do pequeno.

Sem me dar conta, percebi que o coelhinho vinha até mim, saltando devagar e de maneira adorável até estar bem em minha frente, com as duas patinhas apoiadas em minhas pernas e o rostinho descansando em ambas.

— O que foi, menino? — acariciei sua cabecinha coberta pelas manchinhas cor de rosa, estas que eu tanto adorava. — Eu sinto muito, meu amor, mas não vou poder te levar... E eu vou me atrasar, fofinho.

Não sei o que passou pela mente do meu amigo peludo, mas rapidamente o pequeno encostou o focinho no meu nariz e depois saiu correndo para meu quarto.

Seja o que for, acho que Bunny entendeu o recado.

— Tudo bem então... — ri, ainda meio confuso. — Não faça bagunça, Bunny, por favor! — gritei para que ele ouvisse.

Sem esperar por uma resposta — até porque se ele respondesse seria muito estranho —, saí de casa trancando a porta, deixando meu pequeno sozinho. Não gostava muito da ideia de ter que deixá-lo só, mas realmente, hoje era um dia impossível de levá-lo à clínica, na verdade, quase não ficaria por lá.

Seulgi programou o que chamamos de "mutirão do check-up", o que basicamente é um dia em que nós veterinários fechamos a clínica para que possamos nos reunir e visitar alguns bairros de Busan para checar a saúde dos animaizinhos dos moradores.

Normalmente fazemos isso com os bairros mais simples ou onde moram mais idosos, que já não conseguem ficar saindo o tempo todo, então nos disponibilizamos para esse serviço.

E é como diz o ditado, se Maomé não vai até a montanha, a montanha vai até Maomé.

— Bom dia, Jimin! — ouvi uma voz conhecida soar, enquanto eu ainda caminhava tranquilamente pela rua, apenas aproveitando a brisa fresca.

— Ah, bom dia, Tae! — saudei meu amigo, vendo-o começar a caminhar ao meu lado. — Tudo bem? Está indo para o trabalho também?

— Estou sim, ontem tirei um dia de folga para ajudar meu marido com a nossa mudança, os dias estão bem corridos ultimamente. — ele contou sorridente, orgulhoso de suas novas conquistas.

Taehyung e eu somos amigos desde o ensino médio, muito amigos mesmo e saímos todos os finais de semana para beber e colocar o papo em dia, já que nossas rotinas são completamente contrárias. Afinal, meu amigo trabalha como jornalista e eu sou veterinário, passamos quase todo o dia ocupados com nossas tarefas.

Recentemente fui padrinho de seu casamento com Seokjin, e Hoseok foi meu par, porque ambos somos solteiros e amigos do novo casal, então foi fácil resolver o problema e engraçado também, porque passamos a festa inteira tendo que explicar para nossos amigos que não, não estávamos juntos.

— Jin já abriu o restaurante? — perguntei curioso.

— Ele está terminando ver alguns detalhes na decoração, sabe, ele gosta de coisas mais aconchegantes, então tudo tem que ser perfeito, mas se der tudo certo, a inauguração vai ser semana que vem.

— Wah, isso é ótimo, Taehyung! Diga a Seokjin que serei o primeiro cliente e estarei lá no dia que inaugurar. — assegurei, parando de andar para encará-lo, nossos caminhos se separariam a partir dali. — Você vai ao bar na sexta?

— E perder a chance de beber com meu melhor amigo? Jamais. — ele sorriu abertamente, mostrando seu lindo sorriso retangular.

— Certo. Então bom trabalho, Tae, e até sexta!

— Pra você também, golden ass! — Taehyung se despediu, usando o apelido que me deu quando estávamos bêbados em minha festa de formatura, no momento em que perdi o controle de meus próprios sentidos e atos, e me acabei rebolando até o chão. Eu não pude conter a risada.

Não sei como ele ainda pode lembrar desse nome. Palhaço.

Aos poucos, ambos fomos nos afastando, até que não estivéssemos no campo de visão um do outro. E não demorou muito para que eu finalmente chegasse até a clínica.

Ah, aquele seria um dia corrido.

💗🐰💗

— Como está seu filho, Jimin?

— Filho? — ri, confuso com a pergunta de Hoseok.

Estávamos no vestiário da clínica terminando de nos vestir depois de termos acabado as consultas pelas ruas.

Não fazia muito que havíamos chegado, e com toda a certeza meu corpinho não aguentava mais de cansado. Almejava com todo o meu ser chegar em casa, me deitar abraçadinho com meu coelhinho e dormir até o meio dia do dia seguinte, já que meu horário de trabalho é depois da uma hora.

— Isso, o Bunny. Ele não é seu filho? — Hobi me tirou da minha bolha de pensamentos, batendo a porta de seu armário.

— Ah, não. Bunny é meu pequeno amiguinho peludo, não tenho idade para ser pai, sabe como é, muitas responsabilidades. — brinquei, passando a alça da minha bolsa por meus ombros, pronto para ir embora.

— Uhum, sei... — ele riu. — Ai, meu amigo, eu já vou indo, meus pés doem como se eu estivesse pisando em pregos.

— Tudo bem, eu também já vou, preciso dar um cheiro no meu coelhinho para recarregar as energias. — pisquei para Hoseok, me dirigindo até a porta. — Até amanhã, Hobi!

— Até, papai.

Tão rápido quanto pude, me despedi de todos na clínica e saí em disparada para casa. Acho que podia ouvir minha cama chamando por mim, ou era isso, ou eu já estava tendo alucinações.

Não demorei mais que dez minutos caminhando, até que já podia avistar minha humilde residência, sendo iluminada pela linda luz da lua. Então sem demora subi a pequena escada da varanda, destrancando a porta e acendendo a luz.

Estranhei Bunny não estar sentadinho ao lado do vaso de planta, encarando a entrada de casa e depois vir correndo até mim, como ele sempre faz. Por isso olhei ao redor, desconfiado e preocupado, de certa forma.

Onde ele estava?

— Bunny? Onde você tá, pequeno? — chamei pelo nome de meu amiguinho, tirando os sapatos depressa e largando minhas chaves e bolsa de qualquer jeito na mesinha da entrada, meio que desesperado para saber o que tinha acontecido com meu fofucho.

E bem, assim que passei pela mesa de jantar acho que meu coração parou por milésimos de segundo.

Meu pequeno estava estirado no chão, com as patinhas para cima e totalmente coberto de... sangue?

Só Deus sabe o quanto entrei em pânico. Sem pensar duas vezes corri até o meu bichinho, segurando-o em meus braços já sentindo as lágrimas se acumularem em meus olhos. Por que eu tinha que deixá-lo sozinho?

— Bunny, o que aconteceu com você? — choraminguei, passando meus dedos pelas orelhinhas manchadas do meu coelhinho. — Bunny... Bunny... — chamei-o na esperança de que, por um milagre, meu pequeno acordasse.

Com toda força que ainda tinha, a única coisa que consegui fazer foi me sentar no chão e abraçar meu pequeno. Não era justo o que estava acontecendo, era?

Não sei quanto tempo fiquei sentado e chorando sobre meu coelhinho, mas não demorei a abrir os olhos quando senti uma movimentação sobre minhas palmas e um barulhinho muito conhecido por mim tocar meus ouvidos.

— Espera... Bunny... O quê...? — balbuciei, tentando entender o que estava acontecendo.

Bunny a poucos segundos não estava morto? E agora estava balançando seu rabinho fofinho e deixando lambidinhas em meu rosto?

Era nesses momentos que eu desejava como nunca que os animais tivessem voz e falassem, porque eu queria muito uma explicação.

Meio aturdido, limpei meu rosto encharcado de lágrimas e olhei ao redor para ver se não encontrava algo que pudesse me dar pelo menos uma pista do que tinha acontecido.

Bem, o piso estava todo molhado de algo vermelho e pingando de cima... Pingando de cima mesa?

— Vem aqui, rapazinho, me conta o que você aprontou? — levantei Bunny na altura do meu rosto, para que pudesse olhar em seus lumes brilhantes e que naquele momento pareciam um tanto quanto culpados. — Vai me dizer ou vai ficar de boca fechada? Hm? O que é isso no seu pelo já que não é sangue?

Buscando uma resposta, trouxe Bunny até meu rosto e cheirei o pelo branquinho do meu pequeno. Realmente não cheirava a sangue, era algo mais doce como... Morango? Aquilo era geleia?

Meu santo Deus, é só eu virar as costas que esse espertinho faz essa arte? Jesus amado.

— O que eu faço com você? Me diz? — fiz minha melhor cara de bravo, cerrando os olhos e crispando os lábios. — Corto sua cota de cenouras? Diminuo seu horário de brincar? Te coloco 'pra dormir mais cedo? Ou... — sorri de forma maléfica. — Te encho de beijinhos, porque de jeito nenhum consigo ficar bravo com você?

Dito e feito, foi o que eu fiz. Enquanto tinha Bunny se aconchegando em meu abraço, eu o banhava de beijos e carinho.

Eu deveria dar uma bronca nele? Deveria, mas não sou capaz de fazê-lo, Bunny é um amorzinho e não pode ficar triste, não posso deixá-lo triste.

E bem, quem nunca fez uma bagunça que atire a primeira pedra.

— Vamos, eu vou dar banho em você, depois vou tomar banho e depois vamos pedir comida chinesa e você vai comer sua saladinha de brócolis e cenouras. Certo, senhor geleia de morango?

..💗..

Hey, everybody!! Voltei rápido, não é? Eu disse que não ia demorar a atualizar.

Bem, vamos de boiolagem kkkkk quem aguenta o Bunny fazendo uma chacina com geleia de morango???

Eu tô tão apaixonada por ele que ontem fiquei um tempão olhando pra fotinho dele coelhinho com as manchinhas cor de rosa. Meu Deus, eu queria um Bunny pra mim.

Enfim, galeris, não tenho muito o que dizer hoje, só que estou muito feliz por estar escrevendo essa fic e pelo apoio que estou recebendo.

Obrigada por ser a beta mais boiola desse universo, e pelo mimo! Eu aMEI DEMAIS DEMAIS DEMAIS!

Eu amo mimos, se alguém mais quiser fazer vou adorar e receber com todo o amor do mundo!

Então é isso, pessoal! Vejo vocês amanhã, mil beijos S2

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