Conversa com o príncipe
Conforme as exigências da Princesa Kátia, a segurança de Edwain passou a ser reforçada. Isso seria um impecílio para o jovem continuar frequentando a academia,e Kandel explicou a Edwain que as coisas iam ficar mais difíceis.
Três blackwings observaram o desjejum do príncipe e depois o acompanharam até a casa de Lorcas. Kandel foi junto e deu um jeito de ocupá-los, enquanto Edwain se transmutava em Eduard nos fundos. Pouco depois o conselheiro anunciou.
— Quero que conheçam Eduard Redwall, ele é de Whiteleaf e está se hospedando com o velho Lorcas.
— Olá senhores, é um grande prazer conhecê-los! — disse Eduard.
Os cavaleiros observaram que ele vestia uniforme de calouro da Academia.
Antes que qualquer conversa pudesse prosseguir, Eduard disse — Desculpem, mas estou muito atrasado! Tenho que ir! Adeus!
E saiu correndo para fora da casa. Kandel ficou e deu instruções aos cavaleiros quanto a rotina do serviço e observou, com um sorrisinho nos lábios, o príncipe transmutado correr veloz pelas ruas em direção à academia.
Mais uma vez, Eduard chegou à academia a tempo. Menos de um minuto depois os portões se fecharam. Algo havia mudado, no entanto. O rapaz arfava um pouco, mas estava mais resistente. Já não desabava exausto no chão após cruzar a cidade correndo. Seria mais um dia cheio de atividades. Seus pensamentos acompanhavam a agitação. Agora, não conseguiam parar de pensar na morte do cavaleiro Henyl. Na aula do Mestre Sandálias, Eduard fez par com Arifa e recebeu olhares enciumados de Tarpin, todo o tempo. O jovem não resistiu e facilitou as coisas para Arifa deixando que ela ganhasse os embates. Aquilo não passou despercebido para Farkas que um pouco antes do fim o chamou.
— Reduolle, apí! Venha me atacaire. Quero energia. Venha com tudo, delú?
Eduard apanhou duro de Farkas. No fim, ficou estirado no chão e sentindo dores intensas.
— Isso é para você aprendeire a nunca mais facilitar para um oponente, delú?
Arifa olhou para ele enfurecida e além das dores, Eduard ficou todo vermelho, coberto de vergonha.
Tarpin deixou escapar uma risadinha e Farkas o chamou.
— Tarpin, a mim! Com tudo! Apí!
Ver Tarpin apanhar foi um consolo, mas não eliminou as dores e nem a vergonha de ter sido exposto.
A dupla ficou para trás no chão, enquanto o resto da classe seguiu para os vestiários.
— De pé, os dois! Fuora daqui, apí!
Adiante, Eduard escutou Arifa conversando com Tíghas e Francel. Ela falava alto, queria que Ed a escutasse.
— Mas que babaca! Me subestimando... Apanhou e foi bem feito!
Tíghas caiu na gargalhada. E cutucou Francel contando uma piadinha. Seguiram rindo fazendo Eduard sentir-se pior com tudo aquilo.
Com o atraso, a dupla de rivais acabou ficando sozinha por alguns momentos no vestiário. Ambos estavam com vergões vermelhos nos braços, peito, costas e pernas. Farkas havia sido misericordioso e não os atingiu no rosto.
Tarpin veio para cima de Ed e pressionou-o contra um canto.
— Escute bem, Redwall. Tenho umas coisas para dizer. Só esperava uma oportunidade como essa.
— Não quero ouvir e não me interessa! — respondeu com exaltação.
— Vai ouvir sim, seu vira folhas de merda! — agarrou seus braços com força. Tarpin era muito maior e mais forte que Eduard e não foi difícil para ele subjugá-lo.
— Fala então, maldito. — Ed se desvencilhou deixando claro que o escutaria.
— Quero que você se afaste da Arifa, está me ouvindo? Ela é minha! Quero você fora do caminho!
— Vou ter que recusar.
— Você não está entendendo nada, né seu estrume? Minha família é poderosa. Tenho dinheiro. E você é só um merdinha, e não custa nada para ser um maldito espião do inimigo.
— Whiteleaf e Kamanesh são aliados!
— Tanto quanto nós e os malditos silfos são aliados. Quero que saiba que já sei onde mora. Na casa daquele velho idiota. Eu já tenho gente de olho em você. Um de meus homens vão adorar matar um espiãozinho vira folhas e jogar o corpo no rio. Já viu um corpo de um defunto tirado do rio, Redwall? Ninguém nem vai te reconhecer. Então, se tem amor à sua vida e daquele velho boçal que hospeda você, fique longe da Arifa!
Eduard engoliu seco. Estava furioso, tentava pensar em algo que seu avô diria sobre aquela situação, mas nada vinha à sua mente.
— Tudo bem, vou ficar longe dela.
Tarpin passou a mão no cabelo de Ed, desarrumando-o.
— É isso que eu queria ouvir, Redwall. Sabe, como eu disse, eu até gosto de você. Se sobreviver ao treinamento, poderá ser até um bom cavaleiro, mas lembre de uma coisa: A Arifa é minha! A classe, é minha! Não quero mais ver você me causando nenhum incômodo, tá certo, fracote?
Tarpin apertou e puxou as orelhas de Ed com força até lágrimas rolaram.
— Isso mesmo, Redwall. Agora sim, estou pronto para gostar mais ainda de você. A partir de agora você é meu também. Meu grande chapa!
Tarpin largou Ed e saiu, satisfeito com seu desempenho.
Ed ficou caído e chorou de dor e de raiva. Pensamentos de vingança vinham à sua mente. Ele era o príncipe. Poderia se revelar e punir o maldito Tarpin de forma exemplar. Mas então, lembrou-se de algo que seu avô lhe disse.
— Edwain, os amigos, é sempre bom ter por perto. Agora, mais perto que os amigos, é o que precisamos fazer com nossos inimigos.
Sim, pensou Ed. Fingir submissão e por fim, talvez até, tornar-se um puxa saco de Tarpin poderia ser a melhor estratégia de tê-lo onde queria.
Eduard almoçou cabisbaixo e isolado dos demais. Aquilo parecia natural dado o episódio na classe de Farkas. Nem chegou a olhar para Tarpin enquanto assediava Arifa, mas escutou atentamente. Seu pensamentos foram para o dia anterior. Depois da aula de Meinard, ele e Arifa se encontraram com Tíghas para seguir para a próxima aula. No caminho, o trio cruzou com um dos blackwings. Arifa corou, disse que esqueceu alguma coisa e correu de volta.
— Parece que ela viu um fantasma! — comentou Tíghas.
Eduard replicou — Talvez tenha visto.
Cruzaram com o cavaleiro. Eduard o conhecia. "Como era mesmo seu nome? Gallik, Garnik, ah sim, Galdrik!"
Ele era um farejador. Escutara uma conversa assim. Diziam que o Jii na família dele era forte. Ele tinha um irmão. Cedrik?
Antes de chegarem à classe cruzaram com o Mestre Ivrantz. Era um mago poderoso. E toda vez que Ed o via sentia um calafrio na espinha. Era como se ele olhasse através dele. Ed tinha a sensação de que a ilusão não o enganava. Ou então, que ele suspeitava e um dia, de uma hora para outra, seria desmascarado por ele. E isso fez com que se esquecesse da reação de Arifa.
Mas agora, remontando os acontecimentos, Eduard soube. Arifa era parente de Galdrik. Poderia ser sua filha? Ou sua sobrinha? Sim, algo assim. Eram fisicamente parecidos. Mesmo tipo de cabelo, cor dos olhos, e o nariz. Era mesmo um traço de família. No outro dia, quando Ed perguntou sobre sua família ela ficou tensa. Sim. Havia algo ali. Algo que a incomodava. O que seria?
Escutou os demais colegas saindo do refeitório, mas Tíghas ficou para trás e veio ter com ele.
— Não fique assim, Ed, isso passa, valeu?
— Oi Tíghas, obrigado. Na verdade, estava mesmo querendo falar contigo.
— Ué, manda!
Então Ed falou baixinho e olhou-o de maneira significativa.
— É sobre o Tarpin.
Interessando, Tíghas sentou para escutar. Ed lhe contou a respeito do que aconteceu no vestiário. Ed deixou transparecer que estava abalado, mesmo tentando não fazê-lo.
— Ele é um tremendo bacaca, Ed. Mas acho que não vô podê te ajudar.
— Por que não, não somos amigos?
— Isso não tem nada a ver com amizade. Uma coisa que cê falô me deixa encucado aqui. Ele acha que cê é um espião, não sei, pode até ser. Mas duma coisa eu sei, você tem algum segredo, e não sei se posso ajudar, não com algo que possa me prejudicar, se não confiar totalmente nocê.
Eduard ficou quieto. Mil coisas e desculpas passaram por sua cabeça, mas sentiu que se tentasse mentir para Tíghas naquele momento não conseguiria ganhar sua confiança e nem mesmo sua ajuda contra Tarpin.
— Você está certo. Eu tenho mesmo um segredo, mas não posso te contar. É uma coisa muito séria, ninguém pode ficar sabendo.
— Eu sabia! — Tíghas disse baixinho para si mesmo. — É um bom começo... Vou te ajudar. Acho que sei qual é seu segredo. Você não é quem diz ser, não é mesmo? Sequer veio de Whiteleaf, estou certo?
Ed não podia negar. Apenas acenou positivamente.
— E vou dizer mais, cê tem medo de ser descoberto, pois certamente iam te expulsá, né mesmo?
— Sim, você acertou. Mas não direi nada mais que isso.
— Ah, mas tem mais coisa meu amigo. Eu tenho certeza.
— Como sabia?
— Ora Ed, cê não é o primeiro aluno que precisa rebolar para entrá aqui na academia. — e deu uma piscadela significativa.
Ed socou-lhe o ombro. — Não é possível, você também?
Tíghas não confirmou. Apenas deu com os ombros e se fez de desentendido.
— Afinal, donde cê vem, Ed?
— Não vou falar mais. Você precisa confiar em mim.
— Confiança. Aprendi um pouco disso no meu bairro. E pelo pior lado.
— Como assim?
— Deixa prá lá. Agora o que interessa é pensar numa maneira de pegarmos o Tarpin. Ele é vacilão.
Eduard sentiu-se mais à vontade e um pouco aliviado. Tinha alguém mais que sabia de seu segredo, ao menos, parte dele.
— Meu avô me disse para ficar bem próximo de meus inimigos.
— Seu vô deve ser um cara esperto, então.
— Ah sim, ele era. Muito mesmo.
— Acho que podemos começar por aí. Vamos fazê o babaca se sentir confortável.
Toda aquela conversa fez com que ambos perdessem a noção do tempo. Já estavam atrasados para a próxima classe. Se despediram, cada qual tomando direções opostas.
Quando Ed chegou virou o corredor correndo para chegar à sala de aula tomou um susto. Viu o Mestre Ivrantz parado do lado de fora. Havia algo de ruim em sua expressão e Ed ficou apreensivo. Seria desmascarado agora? E gelou com aquele pensamento.
Ivrantz era um senhor de idade, rosto enrugado, nariz protuberante e barbicha branca que combinava com seu manto pesado. A cintura era cingida por uma faixa alaranjada. Era uma roupa que lembrava a indumentária usada pelos magos quando funcionava a Escola de Alta Magia. Ele veio ao seu encontro e sussurrou.
— Vamos Sr. Redwall. Surgiu algo importante e preciso que venha imediatamente comigo. Já pedi sua dispensa ao diretor. — o mago mostrou um papel que tinha em mãos. Ele tinha uma voz um pouco rouca e falava um pouco chiado, como se estivesse sussurrando.
— O que houve, Mestre?
— Sem perguntas, rapaz. Apenas venha comigo.
No pátio, havia um cavalo aguardando.
— Tome o animal e vá até a casa de seu hospedeiro imediatamente. Saberá o que precisa assim que estiver lá.
Antes de Eduard montar no cavalo Ivrantz segurou seu braço com firmeza e seus olhares se cruzaram. Ed gelou. Suava frio.
— Tome isso — deu-lhe uma pesada sacola.
O rapaz colocou-a a tira colo.
— Sei que vai precisar de mais.
"Mais o que?" Eduard estava perplexo.
Então Ivrantz deu uma piscadela e sorriu por um instante. Inclinou-se e sussurrou ao pé de seu ouvido.
— Boa sorte, Alteza.
O príncipe olhou-o atordoado. E de repente, tudo fez sentido. Ivrantz estava colaborando com Kandel para fazê-lo ingressar na academia. Estava certo que a sacola continha mais doses da poção amarga. Seu estoque estava quase no fim.
Eduard montou o garanhão e cruzou a cidade em pouco tempo. Sentia um grande alívio agora que sabia que Ivrantz era um aliado e não alguém que devia temer. "Uma preocupação a menos. Mas o que será que está acontecendo? Seria outro assassinato?"
Menos de uma hora depois, as dúvidas de Edwain quanto ao motivo de sua convocação estavam sanadas, mas não a apreensão que sentia. Trocou-se no Lorcas e novamente como príncipe, foi escoltado pelos blackwings de volta ao palácio. Havia grande alvoroço. Muitos cavalos, soldados e carruagens estavam estacionadas no grande pátio. Pessoas iam e vinham. A visão do estandarte de Lacoresh, a bandeira com o dragão de duas cabeças, dava a certeza que havia chegado ali uma grande comitiva. Edwain se recordou do símbolo da Lacoresh Imperial, os dragão azul de duas cabeças. O desenho era o mesmo, mas a nova bandeira de Lacoresh era agora o dragão negro contra o fundo verde. Os cavaleiros lacoreses estavam em toda parte, mas o clima não era de tensão. Eram reinos amigos e muitos cavaleiros trocavam impressões com os kamanenses. Uma das carruagens estava ornada com os motivos da Real Santa Igreja. E Edwain imaginava o porquê de até mesmo os clérigos terem vindo a Kamanesh.
Mandaram preparar às pressas comidas para servir aos ilustres convidados lacoreses. O Grande Salão estava movimentado e a primeira pessoa com que Edwain cruzou os olhos foi sua mãe. Ela estava com um de seus belos vestidos, um amarelo e branco com fitas alaranjadas. Mesmo pelo olhar sutil, Edwain sentiu-se repreendido. Como se ela indagasse: Por que demorou tanto?
O velho magro e elegante, todo vestido de negro estava conversando com alguns conselheiros mais adiante. Era o soberano de Lacoresh, Príncipe Kain.
Edwain recebeu vênias e cumprimentos de uma dúzia de cavaleiros e nobres até se aproximar de Kain. Ele usava uma coroa prateada e discreta afundada na cabeleira branca. Ele tinha um olhar gélido. A típica coloração azul clara e de brilho intenso do povo de Tisamir era raramente vista em toda Lacoresh.
Edwain se curvou para o príncipe mais velho e este sorriu em resposta. Algumas rugas ficaram evidentes, mas parecia bastante saudável e jovial para a idade que possuía.
— Príncipe Kain, é uma grande honra recebê-lo, mas também, uma surpresa.
— Jovem príncipe Edwain, peço desculpas por não enviar mensageiros, mas as circunstâncias me forçaram a vir de pronto.
— E qual o motivo da urgência? — indagou Edwain.
— Há mais de um motivo, mas gostaria de falar-lhe em particular.
Kandel, assim como outros conselheiros estavam ali por perto. O conselheiro estava com o cenho cerrado, mas procurou disfarçar isso assim que recebeu os olhares do príncipe visitante.
Edwain o conduziu a uma sala anexa e pediu a criados e outros presentes que se retirassem. O último que saiu fechou a porta atrás de si abafando os sons de conversa que vinha do salão.
— Obrigado por me ouvir.
Edwain se sentou numa cadeira confortável e Kain fez o mesmo. Não estavam de frente um para o outro, mas um pouco de lado. Aquilo deixou Edwain mais à vontade.
— Estou preocupado com Kamanesh. Temo que fatos funestos venham a recair sobre seu povo.
— Do que está falando?
— Sabe que Whiteleaf construiu uma base militar há poucas milhas de Kamanesh?
— Impossível! — Edwain quase deixou a escapar a palavra mentira e então disse — Deve ser uma informação equivocada...
— Sinto dizer, mas a informação é correta. Já forneci a localização a seu conselho militar. Imagino que tenham enviado batedores para verificar.
— Mas onde?
— No planalto de Or, escondida na floresta de Shind.
Edwain fez uma careta e corou. "É claro. Era bem possível".
— Whiteleaf percebe a fragilidade de Kamanesh e pretende tomá-la a força.
— Os nortenhos nunca penetrarão nossa muralha! — Edwain respondeu inflamado e cheio de confiança.
— Concordo, mas não precisarão disso. Há outros meios...
— O que sugere?
— Se eu quisesse tomar sua cidade, começaria queimando os campos e capturando o gado... Então, viria a fome e instabilidade política. Mesmo que decidam coroá-lo, ou que um outro o seja em seu lugar, não terão construído uma base sólida de suportadores. Os conselhos criados por seu de seu avô foram bons durante o reinado dele, mas agora são uma fraqueza em potencial. Deve saber que há agentes de Whiteleaf infiltrados dentro e fora destes conselhos.
— Sei o que deseja. Só quer me pressionar a aceitar seu tratado de submissão e aumentar o poderio de Lacoresh.
— Não necessariamente. Por acaso tem uma ideia melhor?
— Me daria um tempo para pensar?
— Sim, evidente! Eu não vim fazer exigências, estou aqui apenas para tentar evitar uma tragédia.
— Obrigado por isso.
— Mas tenho um conselho a dar. Tome cuidado a quem dará ouvidos... Eu e seu avô não concordávamos em tudo, mas éramos bons amigos. Pense bem em suas opções, ou talvez, venha a ter um reinado curto demais.
— O que acha que meu avô faria?
— Boa pergunta... Acho que ele procuraria por uma solução em seus livros. A história se repete, ele costumava dizer isto.
Edwain sorriu — Verdade. Ouvi isso umas tantas vezes.
— Seu avô passou por maus bocados antes de se reinventar como monarca. Há coisas que precisamos de anos para aprender. Eu também aprendi minhas lições. Quando decidi deixar Tisamir para fazer diferença entre os homens, estava mais cheio de convicção. O que aprendi foi a ter um pouco mais de humildade e a resistir ao impulso de controlar tudo. No final, nunca estamos verdadeiramente no controle. Sei que lhe falta experiência e que a pressão que está suportando deve ser enorme.
Edwain suspirou. — Sim, eu sei que preciso dar o meu melhor para defender o povo de Kamanesh, mas sinto que ainda não estou pronto.
— Talvez esteja. Posso ver isto. Acho que deve perguntar a si mesmo, o que está disposto a sacrificar para promover o bem de seu povo?
Aquelas eram questões profundas para as quais Edwain não conseguia obter uma resposta.
— Bem — continuou o Príncipe Kain — Se há algo que seu avô sabia era que é impossível fazer tudo sozinho. Que é preciso aprender a depender de outros.
Antes que pudessem continuar com aquela agradável discussão, a porta para o salão se abriu. Kandel entrou apressado e com uma expressão terrível no rosto.
— O que houve? — indagou Edwain.
— Alteza, o Conselheiro Ruy DeVance acaba de ser assassinado!
— Mas eu o vi, há poucos minutos!
Kandel olhou para Kain e trocaram um olhar significativo. Não podia ser apenas uma coincidência. O assassinato certamente estava ligado à visita da comitiva de Lacoresh, mas como?
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