| XII |

ᘛᘛᘛᘛᘛᘛᘛᘛᘛᘛ

– Onde está Idylla, Hypnos? – Hades perguntou, depois de atirar Hyoga para longe com a telecinese.

– Ela disse que retornaria em breve, senhor.

O Imperador lançou um olhar inquisitivo para Hypnos, que se limitou a responder que não sabia mais do que isso, pois a jovem havia saído em disparada e ele não conseguiu perguntar mais nada.

– Vá atrás dela e traga-a de volta aqui imediatamente.

– Sim, senhor.

– Você não vai a lugar algum! Ave Fênix!

O lírio amarelo que o Deus do Sono carregava fez um escudo aparecer em suas costas, evitando o ataque tal como aconteceu com Thanatos.

– Coloque-se no seu lugar.

Hades afastou Ikki com a telecinese, arremessando-o em cima de Shun.

– Já disse para pararem com isso – Atena insistiu. – Quando Idylla aparecer, vamos tentar fazer um acordo. Quem sabe ela pare o Grande Eclipse. Conflitos não vão resolver o problema agora.

– Depois de tudo o que ela sofreu, acha mesmo que uma proposta vai calar o rancor dela pelos humanos? – o senhor do Submundo disse. – Volte para a superfície, Atena, e aproveite o restante da luz do sol com seus adorados humanos.

ᘛᘛᘛᘛᘛᘛᘛᘛᘛᘛ

– Radamanthys, se esconda. Estou sentindo o cosmo de alguém se aproximando. Se te virem, pode ser que nosso plano não dê certo.

– Sim, senhora. Ficarei na saída para a hiperdimensão aguardando Minos e Aiacos, como me ordenou.

Ela assentiu e Radamanthys desapareceu.

– Senhorita Idylla, onde estava com a cabeça? – Hypnos a encontrou de volta nos Campos Elíseos. Ao notar o rosto dela manchado de sangue, balançou a cabeça em negativa – O Imperador Hades não vai gostar de ver esse seu ferimento.

– Acredite em mim, isso era necessário.

– Tenho que perguntar novamente: o que está planejando?

– Se Atena, que é a Deusa da Estratégia, não elaborou uma, então cabe a mim tirar proveito disso.

A divindade do sono lançou um olhar apreensivo para a garota, mas não disse mais nada, se limitando a guia-la ao encontro de Hades.

– Me desobedece e acaba se ferindo – o Deus do Mundo dos Mortos comentou, vendo a filha se aproximar. – Espero que tenha sido por uma boa causa.

– Esse ferimento será minha maior medalha, meu pai.

Ele olhou para a filha com uma pontada de estranheza, imaginando que ela também prezaria seu corpo e evitaria ao máximo qualquer hematoma ou cicatriz. No entanto, a determinação a dominava tanto que o seu rosto manchado de sangue era capaz de deixa-la orgulhosa.

– Idylla – Saori chamou. – Está tudo bem?

– Guarde sua preocupação para seus cavaleiros. Você nunca se importou comigo durante todos esses anos.

– Sei que tomei os caminhos errados para cuidar de você no passado, mas será que não poderíamos começar de novo? Pare o Grande Eclipse, Idylla, ainda há tempo.

– De jeito nenhum. Já passou da hora de os humanos desaparecerem de vez.

Seiya cerrou os punhos com a resposta da garota, porém não saiu do lugar quando o olhar de Atena recaiu sobre ele por alguns segundos. O que fez, então, foi dizer o que achava certo:

– Todos nós sofremos algum dia na vida, mas nem por isso devemos descontar nossas mágoas nos outros! Existem pessoas boas, você só não teve a sorte de encontra-las por ter aparecido em uma circunstância ruim.

– Isso é ridículo, Seiya. – A Deusa da Penitência revirou os olhos – Se não fosse pelo meu pai ter se manifestado naquele dia, os guardas do Santuário teriam me matado. Não existe bondade e muito menos o "amor" do qual Atena sempre falou.

– Acha mesmo que Saori permitiria uma coisa dessas? Ela sempre te salvou, Idylla! Cuidou de você como se fosse um parente próximo! Além do mais, não é só ela que se importa, mas o Shun também! E é assim que agradece?!

A jovem semicerrou os olhos para o Cavaleiro de Pégaso.

– Já te disse antes que eu sempre tive pai e mãe, não precisava ter ficado no Santuário esse tempo todo sendo discriminada por aqueles humanos estúpidos.

– A culpa desse tratamento foi por causa do próprio Hades! – ele ia avançar, mas Shiryu o segurou – Será que não percebe?! Ele odeia tanto os humanos, e é claro que esse sentimento seria recíproco! Quem iria gostar de um deus que faz as pessoas sofrerem eternamente depois da morte?

Idylla olhou na direção de Hades por um instante, com expressão pensativa. Nesse instante, o Imperador, que se manteve confiante até então, começou a se mostrar incomodado com a reação da filha.

– Idylla, não me diga que está se deixando levar pelas palavras do Pégaso...

Ela desviou o olhar para os Elíseos, sem responder, pois sua atenção estava voltado para algo que estava além de onde acontecia toda a discussão.

– Idylla, me responda.

A garota fincou sua espada no chão, caminhando em direção à Atena. Os cavaleiros entraram na defensiva, se preparando para bloquearem o caminho, porém Saori não permitiu.

– O que fazemos, Imperador Hades? – Thanatos parecia desorientado com a atitude da moça.

– Espere um instante – Hades respondeu. – Se ela realmente se aliar a Atena, não há outra saída.

Idylla parou quando estava próxima da Deusa da Sabedoria e, inesperadamente, a abraçou.

– Me desculpe por tudo, Saori.

– Não se preocupe com isso. – Atena retribuiu o abraço – Fico feliz que tenha recuperado a razão.

– Thanatos. – O Imperador deu o comando.

– Sim, Imperador Hades. – o Deus da Morte se preparou para atacar – Terrível Providência!

Shun entrou na frente do golpe, evitando que Idylla fosse atingida. A garota se virou na direção do pai, sem sair do lado de Atena.

– Eu esperava mais de você, Idylla. No final, se tornou mais uma tola. É uma pena.

Ela continuava em silêncio e desviou o olhar para Hypnos, que era o único que tentava entender o que estava acontecendo de fato. Entreolharam-se por um longo tempo enquanto Thanatos ainda tentava alcançar a jovem, carregado de fúria enquanto era barrado pelos cavaleiros de bronze.

ᘛᘛᘛᘛᘛᘛᘛᘛᘛᘛ

– Será possível que foram todos derrotados?! – Kiki finalmente alcançou a Giudecca, vendo os corpos dos companheiros feridos no chão – Pessoal, acordem! Acordem!

Acates resmungou, atraindo a atenção do Cavaleiro de Áries. Este se apressou na direção dela.

– Kiki... onde... onde estão os outros?

– Infelizmente não sobreviveram. – ele baixou a cabeça – E, ao que parece, os demais aqui também não... o que houve?

– Os Três Juízes estavam guardando este lugar... – ela aceitou a ajuda de Kiki para ficar de pé, mas se viu obrigada a se apoiar na parede, escorregando até ficar sentada no chão – Eles mataram Krato sem hesitar, Kiki – seus olhos se encheram de lágrimas – Aquele maldito Minos o estrangulou até o fim e não consegui salvá-lo das cordas da Marionete Cósmica. E depois o mesmo aconteceu com Laica... fui fraca e não consegui me levantar para ajuda-la também...

A amazona enxugou as lágrimas, tentando não chorar. No entanto, a culpa que sentia por ser incapaz de proteger seus amigos era genuína dessa vez, ao contrário das outras, em que era controlada pela Deusa da Penitência.

– Acates, não foi culpa sua. Você com certeza lutou bravamente, fez o melhor que podia.

– Eu teria eliminado um deles, mas a desgraçada da Idylla apareceu aqui e entrou na frente. E ainda me acertou com a espada... – Acates fez uma careta de dor – em vez de me matar de uma vez, ela quis me humilhar e me fazer sofrer ainda mais.

– Então ela esteve aqui?

– Sim, mas agora deve estar nos Elíseos. Não temos como chegar lá sem proteção, Atena não colocou seu sangue em nossas armaduras. – o olhar da leonina pousou em uma mancha de sangue perto das escadas – A não ser que...

Ela se levantou com dificuldade, mas sem precisar de apoio. Ajoelhou-se perto da mancha e a tocou. O sangue estava quase seco, mas o pouco que estava em suas mãos deveria ser o bastante.

– Acates, você não tem condições de ir atrás dela – Kiki protestou. – Seus ferimentos são profundos.

– Eu não ligo. Só quero cumprir meu dever custe o que custar.

– Então vou com você. Não vou deixar que mais uma amiga morra.

Ao se aproximar, Kiki viu que Acates se apropriou de todo o sangue de Idylla para banhar sua armadura, sendo que não era necessário.

– Acates, por que está fazendo isso? Desse jeito não tenho como te acompanhar!

– Não consegui proteger Laica e Krato, por isso quero ter certeza de que vou conseguir proteger ao menos você. – ela sorriu – Foi um prazer lutar ao seu lado, Kiki.

– Espera aí! Acates! Acates!

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top