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Aqueles que aqui entrarem deverão perder toda a esperança.

Os Cavaleiros de Atena não imaginavam que, algum dia, teriam que cruzar os portões do Mundo dos Mortos outra vez e o mesmo vale para a própria deusa. Os únicos que tinham um sentimento diferente eram os seis cavaleiros de ouro escolhidos para irem ao Submundo, que foram recém-nomeados. A outra metade, embora tivesse sido escalada para vir também, acabaram ficando do Santuário para protegê-lo, pois temiam um ataque surpresa dos espectros.

Esses escolhidos, por sua vez, sentiam a adrenalina percorrendo suas veias juntamente com uma parcela de medo ao lerem mais uma vez a mensagem talhada na entrada dos domínios dos mortos, pois conheciam toda a história da batalha que ocorreu há quase vinte anos e não deixavam de temer o exército de Hades, mesmo que agora fosse Idylla quem estivesse no comando.

– Nos separamos aqui. – Saori, vestida com sua armadura, chamou a atenção de seus protetores – Desejo sorte a vocês, cavaleiros de ouro. Tomem cuidado e não desistam jamais. Mesmo distante, estarei acompanhando-os.

Os dourados assentiram e então se dividiram, avançando por entre as prisões. Em virtude do tempo, que era escasso, decidiram que tentariam continuar juntos até a quinta prisão e, a partir daí, se dividiriam em duplas até que o último duo chegasse até a Giudecca, pois imaginavam que os inimigos seriam mais fortes e exigiriam mais esforços, atrasando o plano caso continuassem em conjunto.

Atena seguiu pelo caminho às margens do rio Lete, julgando mais fácil alcançar os Campos Elíseos daquela forma do que transpassando o Muro das Lamentações e a hiperdimensão. Os cavaleiros de bronze a seguiram sem hesitar, tentando ignorar o calafrio percorrendo suas espinhas.

– Você está bem, Shun? – Ikki não deixou de notar a expressão do irmão.

– Estou com uma sensação estanha. Algo me diz que não é só Idylla e os espectros que estão aqui.

– Eu também sinto isso – Saori confessou. – Mas, pelo fato do cosmo de Idylla ser praticamente o mesmo de Hades, não pude ter absoluta certeza disso.

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– Posso sentir o cosmo deles invadindo o Mundo dos Mortos, Imperador Hades – Thanatos observou.

– Deixe que venham. – Hades não aparentava tanta preocupação – Até chegarem aqui, Idylla terá tempo para tentar concluir o Grande Eclipse. – ele olhou para um de seus braços-direito – Thanatos, os Juízes estão na Giudecca, como pedi?

– Sim, Imperador Hades. Eles não permitirão o avanço dos cavaleiros até o Muro das Lamentações.

O deus das trevas apenas assentiu em concordância enquanto direcionava o olhar na direção do mausoléu, onde podia ver a figura de Hypnos guardando o local como ordenado.

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Ao longo das prisões, os dourados não tiveram tantas dificuldades no começo, como previram. A força de seis cavaleiros de ouro era forte demais para os espectros de classe mais baixa suportarem e isso fez com que economizassem tempo até a sexta prisão, onde os cavaleiros de Gêmeos e Virgem ficaram.

– Acates e Krato, vão em frente – Kiki disse ao alcançarem a sétima prisão. – A Giudecca não está muito longe agora. Laica e eu podemos dar conta.

A amazona de Peixes assentiu em concordância, lançando suas rosas negras contra os primeiros espectros que apareceram no local, abrindo caminho para os outros dois passarem.

– Certo. Se cuidem – Krato se despediu.

– E tentem não morrer – Acates completou, seguindo seu colega.

Enquanto corriam, a amazona de Leão tentava calar a ansiedade que sentia ao pensar na possibilidade de encontrar Idylla na Giudecca. Só de imaginar que estaria cara a cara com ela novamente lhe trazia arrepios involuntários, ainda mais levando em conta o fato de já ter sentido na pele uma pequena parcela do poder da Deusa da Penitência.

– Por acaso está com medo, Acates?

– Não seja ridículo, Krato. De onde tirou essa ideia?

– Dá para ver muito bem seus tremores – o Cavaleiro de Capricórnio provocou. – Onde foi parar a leoa furiosa e destemida de antes?

– Ela continua aqui, seu idiota. – ela olhou para o companheiro com ar ameaçador – Se insistir em falar besteiras, te mato aqui e faço parecer um acidente.

– Tudo bem, não está mais aqui quem falou.

Os dois finalmente alcançaram a Giudecca, adentrando sem cerimônias, porém com cautela. Em virtude da facilidade ao chegar até lá, esperavam algum tipo de armadilha.

– Idylla! – Acates chamou. – Deixe de ser covarde uma vez na vida e apareça!

– A senhora Idylla não está aqui, mas posso anotar seu recado. – uma voz masculina ecoou.

Os dois defensores de Atena observavam o local com o máximo de atenção, mas não conseguiam ver ninguém.

– O que é isso?!

A amazona de Leão estava paralisada e seu corpo não obedecia aos seus comandos. Logo, fios de cor púrpura apareceram nos braços, pernas e pescoço da jovem. Imediatamente, Krato os partiu com seu golpe Lâmina Lunar.

– Vai pagar por estragar minha diversão, Cavaleiro. – o dono da voz finalmente se revelou – Essa amazona seria uma marionete interessante.

– Quem é você? Vai pagar por me chamar de marionete.

– Sou Minos de Griffon, a Estrela Celeste da Nobreza e também sou um dos três Juízes do Mundo dos Mortos.

– Não quero saber de você – Acates respondeu. – Meu assunto é com Idylla. Onde ela está?

– Certamente bem longe de tipos como o seu. Vou puni-la pela falta de respeito ao se referir à Senhora Idylla.

– Garras do Leão! – a amazona se precipitou na direção de Minos.

– Marionete Cósmica!

Os fios estavam para alcançar a garota novamente e Krato se prepara para corta-los mais uma vez, se não tivesse sido atacado pelas costas.

– Destruição Máxima!

O golpe atirou o cavaleiro contra uma das paredes, deixando-o desacordado por conta do impacto. Enquanto isso, Acates fora capturada pelas cordas do golpe de Minos.

– E agora, o que faço com você? – a Estrela Celeste da Nobreza indagou, observando a amazona tentar se mover. – Economize suas forças, você não vai conseguir escapar.

– Vocês são um bando de covardes! – ela rugiu em resposta – Atacar alguém pelas costas como fizeram com Krato é a prova disso!

– Se seu amigo fosse mais esperto, teria notado a presença de Radamanthys antes de ser atingido. – O Juíz aumentou o aperto das cordas e movimentou a garota – Agora, ajoelhe-se e peça desculpas pelas ofensas direcionadas a nós e à Senhora Idylla.

Acates foi obrigada a ficar de joelhos e sua testa tocou o chão com violência o bastante para que ela sentisse um fio de sangue escorrer.

– Eu jamais pediria desculpas para tipos como os seus. Aliás, é ridículo ver como você age como um cachorrinho de Idylla.

Minos rosnou em resposta e fez a amazona levantar a cabeça para, em seguida, fazer com que seu rosto encontrasse o chão com mais força do que antes, sendo impossível para a moça não soltar um grito de dor dessa vez.

– Já que vai continuar com a língua afiada, vou arrancar sua cabeça de uma vez!

Radamanthys, que apenas observava, notou Krato se levantando e se preparando para mais um golpe.

– Lâmina Lunar!

O Juíz de Wyvern socou o cavaleiro, fazendo-o cambalear e errar o golpe. No entanto, sua lâmina conseguiu cortar a corda que prendia o braço esquerdo de sua colega.

– Presas de Plasma!

Acates lançou seu segundo golpe e dois feixes de luz cortaram o restante das cordas. Aproveitando-se da proximidade, avançou na direção do oponente.

– Garras do Leão!

O elmo de Minos voou, parando perto do trono onde Hades costuma ficar.

– Não fique confiante por causa disso, leoazinha. Vou te fazer em pedaços antes que pense em me atacar novamente.

– Então faça isso de uma vez, Minos. Não temos tempo para brincar com esses vermes. – Aiacos, o terceiro Juíz, finalmente se mostrou.

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