X. Cuidados de um pai
- Isso é tão emocionante de se ver... Mago Negro, tem como você me adotar também? Nunca vi pai mais dedicado.
- Eu já os considero como meus filhos, pequeno Joey.
- Ei, também não precisa forçar a barra... Já sou bem grandinho, sabe?
- O Mago Negro é mais velho do que todo mundo nessa sala junto, Joey. - Tristan respondeu - Então ele pode chamar a gente até de "bisneto" e além.
- Parando para pensar é verdade mesmo.
- E a senhorita vai me explicar o que aconteceu, Azeneth. - O Mago Negro já falava com a filha - Vá trocar essas roupas molhadas e depois quero ouvir sua desculpa para o cheiro de perfume masculino que senti quando te abracei.
Téa levou a jovem até seu quarto para trocar de roupa e cuidar melhor dos ferimentos.
- Quer saber? Acho melhor você tomar um banho. Seu cabelo está ensopado e suas roupas também. Desse jeito vai pegar um resfriado. Eu vou te esperar na sala para darmos um jeito nos seus braços.
Azeneth voltou algum tempo depois, deixando todos - principalmente seu pai - preocupados e horrorizados com os cortes que se estendiam por toda a extensão do antebraço. Enquanto Téa cuidava disso, a garota de cabelos brancos explicava tudo o que aconteceu desde o momento em que saiu correndo até sua volta. Ao ouvir sua filha contando sobre sua conversa e interação com Sacerdote Seto, Mago Negro sentiu um incômodo grande o bastante para querer falar com seu antigo colega cara a cara.
- Mahad, o que houve?
- Prometo não demorar, meu faraó.
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Kaiba volta para casa e Mokuba o esperava com apreensão.
- Irmão, o que houve? Seu casaco está...
O sangue da jovem havia respingado em suas roupas sem que percebesse.
- É uma longa história, Mokuba.
- Eu tenho tempo suficiente para ouvir. Nós sempre compartilhamos tudo, Seto. O que está escondendo tanto? Desde quando você comentou sobre aquela garota com a Relíquia do Milênio seu comportamento mudou mais do que parece.
- Só são besteiras sobre magia.
- Magia do Sangue, por acaso?
- A garota estava prestes a se matar. Alguma coisa me fez ir até onde ela estava para impedir.
- E conseguiu, pelo menos?
- Sim... Você não vai sossegar enquanto não souber de tudo, não é?
- Pode crer.
Mokuba seguiu o irmão escadas acima enquanto este contava todas as "maluquices" que ocorreram.
- Essas coisas estranhas só acontecem com você mesmo. Até parece o Yugi que divide o corpo com o Atem.
- É quase a mesma coisa, mas esse tal de sacerdote acha que pode aparecer quando bem entende e não compartilhamos nada. Bem, acho que vou poder trabalhar em paz desta vez.
- Vou te deixar cuidar dos seus papeis, então.
O garoto saiu, deixando o irmão sozinho no quarto para trabalhar. No entanto, mal começou a assinar os contratos quando uma voz surge de repente.
- Eu o perdoei de certa forma na época porque compreendi seus motivos, Seto. Mas se dessa vez estiver tentando fazer minha filha de boba para seu entretenimento terei que intervir.
- Mahad... - e novamente o sacerdote começa a responder no lugar do jovem Kaiba - Há quanto tempo não nos vemos. Mas não se preocupe, eu não vou trair a confiança dela novamente. Na verdade, acho que é hora de tentar reparar as coisas.
- Espero que esteja falando a verdade.
- Você está contrariado porque deve ter visto os cortes dela, não é?
- Exatamente. Mas não vou te perdoar desta vez se você arrancar um fio de cabelo sequer dela.
- Chega a ser engraçado vê-lo tão ameaçador desse jeito, velho amigo. Nem quando se tratava do faraó você transmitia uma energia assim.
- Isso porque minha filha é mais importante do que qualquer coisa, até mais do que o faraó. E quero vê-la feliz desta vez, nem que para isso eu tenha que dar um jeito em você.
- Faça como desejar... Até porque uma vez pai, sempre pai.
- Estou com o mesmo mal pressentimento daquela vez, Seto. E não vou deixar barato agora.
- Não acho que é comigo que você tem que se preocupar, Mahad. Tenho a sensação de que algo grande está por vir.
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