V. Canto do Antigo Egito

- Você não deveria estar aqui, Az. Seu pai não lhe pediu para ficar junto com os guardas aguardando o faraó?

- Eu sei, mas não te vi ainda hoje e fiquei sabendo que você estava aqui, Sacerdote Seto.

- Sabe, você deveria procurar outros jovens da sua idade. Sei que nos damos bem, mas não tenho tempo livre para muita coisa a não ser dormir. Não quero que fique se sentindo sozinha por aí. 

- Não precisa se preocupar comigo. Além disso, eu gosto de você, então não preciso de mais nenhum amigo. Fico feliz só por te ver de longe.

O Alto Sacerdote Seto acariciou brevemente o topo da cabeça da jovem Azeneth com um meio sorriso. 

- Ela está te causando problemas de novo, Sacerdote Seto?

- Não se preocupe, Sacerdote Mahad.

- Certo. E o que a senhorita está fazendo por aqui, minha querida filha?

- Só vim para ver o Sacerdote Seto, pai. E já estou voltando para perto daquelas estátuas, está bem?

- Estátuas?

- Ah, é. O senhor chama aquilo de "guardas". São tão parados que parecem parte da decoração.

Ambos os sacerdotes riram da comparação, o que fez a garota sorrir antes de obedecer o pai. Sozinhos, Seto resolve dividir seus pensamentos com o colega:

- Mahad, não se preocupa com Azeneth?

- O que quer dizer?

- Ela não faz muito além de aprender sobre magia com você, arrumar confusão com os guardas e querer ficar me acompanhando para todo lugar. Não acha que ela deveria tentar se misturar com outros da idade dela?

- Eu já dei esse conselho inúmeras vezes, acredite em mim. No entanto, ela só quer saber de você, Seto. Principalmente depois de saber da notícia que você tinha salvado a jovem Kisara de ser morta pelo povo.

- Você acha que Az está...

- Sem sombra de dúvida. - Mahad respondeu - Por mais que eu me preocupe com esse estilo de vida dela, não há muito mais que eu possa fazer.

- Se ela soubesse o quanto vai se machucar com isso...

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Seto Kaiba desperta no meio da noite, sem entender o sonho estranho que acabara de ter. Aquela garota de novo? E agora esse outro homem que, por alguma razão lhe recordava o Mago Negro? O que estava acontecendo, afinal? Olhou para o Bastão do Milênio sobre sua escrivaninha, que brilhou por um instante, como se estivesse chamando-o.

- O que é isso agora? - ele dizia para si mesmo - Depois que aquela garota apareceu estas loucuras estão começando a me aborrecer... E eu que pensei que Ishizu era uma pedra no meu sapato com essas coisas, mas me parece que consegui encontrar outra muito pior...

Kaiba tentou adormecer novamente, mas a voz de Azeneth o chamado por "Sacerdote Seto" ecoava em sua mente de maneira forte o suficiente para desencadear mais fragmentos daquilo que lhe parecia lembranças, sendo que, em todas elas, a garota de olhos púrpura aparecia sempre com um genuíno sorriso caminhando alegremente ao seu lado, independente de onde estivesse indo. Em uma dessas cenas, os dois conversavam:

- Sacerdote Seto, você pretende se casar algum dia? - a menina perguntou.

- Depende do que o destino me reservar, Az. Por que a pergunta?

- Porque tenho a sensação de que não vamos mais nos ver e achei que você estivesse para se casar ou algo do gênero.

- Bobagem. Por que não iríamos mais nos ver?

Logo, não estavam mais do lado de fora do palácio, mas sim nas masmorras. Seto tampava a boca de Azeneth para que ela não gritasse enquanto tinha uma adaga na outra mão, pronta para fazer o que deveria ser feito.

- Por que está fazendo isso, Seto?

- Não é por mim, mas por você. 

- Sinto muito se o aborreci tanto.

- Longe disso. Eu sempre gostei muito da sua companhia, Azeneth.

- Então me explique o que está acontecendo, por favor.

- Eu só quero que você...


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