IV. Um presente?

Azeneth voltou para perto de seu faraó, ainda carregando o Bastão e pensando sobre o que fazer com aquilo. Sentada no telhado da casa dos Muto - sim, ela sempre foi do tipo que ficava em lugares como esse, independente dos olhares das pessoas que passavam na rua - a garota admirava o cair da noite.

- Mana me disse o que você planeja fazer. - Mago Negro apareceu ao lado dela, em pé - Não sabia que, mesmo depois de tudo, ainda lhe havia restado algum sentimento por ele.

- Para dizer a verdade, nem eu mesma sabia disso.

- Sabe, até parece que estou te vendo como aquela jovenzinha de antes que queria a todo custo ficar no encalço dele mesmo sabendo que não podia. E até que ele te livrou de problemas grandes, não é?

- O Sacerdote Seto sempre aparecia para me salvar naquelas horas. Bem ou mal nós éramos próximos, e não entendo o porquê de aquilo ter acontecido... Pai, você o odeia por causa daquele incidente?

- Na verdade eu compreendo os motivos dele, então não digo que o odeio. Mas também nunca deixei de lado o fato de que ele foi o responsável pelo assassinato da minha única filha.

- E que motivos ele teria? Estar cansado de mim?

- Com certeza você errou feio.

- Então o que é, pai?

- Vou deixar que descubra sozinha. Agora entre, o faraó e os outros estão te esperando para jantar.

- Eu jantando na mesma mesa que o faraó? De jeito nenhum.

- Não estamos mais no Antigo Egito, Azeneth. Ninguém vai te prender por isso. Agora desça deste telhado e vá logo.

Azeneth foi, levemente contrariada por seu pai estar omitindo justamente o que ela queria saber. No entanto, não o culpava de todo. Afinal, não teria a mesma graça descobrir assim do que pesquisando por conta própria.

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Assim que Yugi dormiu, ela saiu com o Bastão do Milênio, seguindo a indicação de seu Guardião da Magia Negra até chegar à morada de seu antigo e ainda querido "sacerdote". Não teve dificuldades em descobrir qual era o quarto de Seto por conseguir ver a sombra dele por trás das cortinas. Com o máximo de cuidado, escalou a varanda - tarefa realtivamente simples para quem conseguia subir em telhados - e deixou a relíquia por ali. Arriscou ainda dar uma suave batida na porta de vidro antes de sair, para ter certeza de que ele encontraria seu "presente".

Já escondida, a garota viu Kaiba aparecer e encontrar o artefato. No entanto, não foi capaz de ver o rosto dele. O viu pegar o Bastão e voltar para dentro, sem dizer nada e nem tentar procurar a pessoa que supostamente invadira sua casa para deixar algo deste tipo ali.

- E agora você vai fazer o quê? - A Maga Negra perguntou.

- Esperar que o destino nos coloque frente a frente outra vez. Até lá, só me resta esperar.

- E se o plano não funcionar?

- Vou duelar com ele de novo. Tenho certeza que minhas cartas poderão ajudar.

- Sabe, eu não estou gostando do rumo que as coisas estão levando... Sua obsessão pelas memórias dele está passando dos limites.

- Quero entender o que aconteceu e finalmente decidir que tipo de sentimentos sentir por ele para que, pelo menos, eu consiga viver em paz o resto dos meus dias.

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