Capitulo 4

    Helena, deu um passo em direção ao homem e disfarçando sua preocupação, sussurra misteriosamente: — Eu não sabia que você precisava ser tão inconveniente.

— Só vim beber água, aí te vi e resolvi me aproximar. Tão cheia de mistérios e sempre se esgueirando pelos cantos escuros.

— Jonathan, há muitas coisas que você não sabe sobre mim, assim como eu desconheço os seus segredos. Não é prudente que alguém revele todos os seus trunfos de uma vez. - Aproximou-se o suficiente para para seu hálito quente batesse contra a pele do rosto do rapaz. — E fale mais baixo. Não pretendo ser descoberta. - Ia se virando para voltar a observar a avó quando Jonathan segurou sua cintura com firmeza, fazendo seus corpos se chocarem.

— Estou muito tentado a desvendar esses segredos. - Responde a encarando com intensidade. Em instantes o clima entre ambos muda e Helena volta sua atenção a avó e seu visitante misterioso.

— Melhor prepara-la para o que está por vir. - Ouve  o homem ponderar e vê  sua avó se levantar visivelmente desconfortável.

— Ainda não. Sabe do que Elaijlkin Skanzinsk é  capaz.

— É  exatamente por isso que ela precisa saber. 

— Ela ainda não está pronta. - Helena fica boquiaberta ao ver a avó bater na mesa com tanta força.

— Olivia... Não me diga que os anos te enfraqueceram. - O homem retira lentamente o capuz e Helena arregala os olhos. — Desenvolveu sentimentos verdadeiros pela menina.

— Eu não sou uma mulher fraca Petrovisk. Não tente me manipular. - Olivia da a volta a mesa e se põe de frente ao velho mestre de Helena. — Não fique parado aí fingindo que ela também não te tocou. Você pode fingir o quanto quiser, seu velho tolo. A mim você não engana.

— Então o que sugere que façamos? Ele domina tudo que deseja e você sabe disso melhor que eu. Suspeito que esteja mancomunado com aquele italiano meia tigela de Nova York. O cara é  um desgraçado sem noção. Nem em um milhão de anos conseguiria tanto poder e território sozinho.

    Os dois continuam a conversa sem saber que estavam sendo observados por dois curiosos.

— Eles estão falando do miserável do  Borgnelli? Aquele filho da puta me custou vários negócios e três bons homens.

     Jonathan acaba falando em um tom elevado o que chama a atenção de Olivia e Petrovisk.

— O senhor é  muito intrometido. - Helena o puxa para longe do escritório quando percebe que as vozes vindas do mesmo tinham cessado.— Olha só, Detesto ser a última a saber das coisas e...

— Ultimamente isso anda acontecendo? Sua avó parece querer te proteger.

   A mulher irritada e tentando não ser pega por ouvir escondida, o empurra para dentro da primeira porta que encontra.

— Não preciso de proteção. - Diz finalmente. — Ela está  atrapalhando, isso sim.

— Não devia reclamar. Tem uma família que te ama. Pessoas que se importam com a sua segurança. Acredite, nem todo mundo tem essa sorte. - Lee observa as grandes estantes repletas de livros. — É  uma bela biblioteca.

     Dando de ombros, Helena se limita apenas a concordar. Ela repassa mentalmente as informações que ouvirá.

— Por que Petrovisk viria até aqui assim? Quem é  esse cara de quem eles tem tanto medo? Por que eu nunca ouvi falar dele?  - Fala para si mesma.

— Elaijlkin Skanzinsk é  um mafioso russo. Me admira que alguém tão bem informad como você, não o conheça.

— Eu não te perguntei nada.

— Seus pensamentos são altos e barulhentos. - cometa folheando um livro qualquer sem desviar o olhar do mesmo. — Só estou respondendo a eles. Talvez tenha ouvido falar sim, só não por esse nome. Normalmente as pessoas o chamam de Zhestokiy volk. ‐ Os olhos de Helena se estreitaram. — Em tradução livre seria algo como...

Lobo cruel. - Ambos sussurram juntos.

     Helena definitavemente tinha fresca na memoria todas as histórias cruéis e grotescas que seu mestre lhe contara em quanto a treinava. Um arrepio  frio percorreu todo seu corpo e um brilho sinistro permeou seus olhos.

— Então conhece o dito cujo. - Jonathan  questiona caminhando em sua direção.

— Ouvi falar. Para ser honesta, pensei se tratar apenas de uma lenda. Uma estratégia que Petrovisk usava para me fazer render mais.

— Não tem nada de lenda nisso. - Jonathan  está a centímetros do rosto de Helena e aproveita a proximidade para examinar atentamente suas reações. — Ele é  bem real, acredite. Se ele quer sua cabeça, entendo perfeitamente  o temor de sua avó.

     Helena sustenta  o olhar gélido do homem a sua frente. Percorre calmamente seus traços e se detém em seus lábios. Carnudos e convidativos.

— Seja ele lenda ou real, eu não o temo.  Lobos não passam de cachorros grandes.

    Jonathan sorri de forma sedutora, sentindo a eletricidade no ar à medida que a tensão sexual entre eles aumenta. Ele inclina levemente a cabeça para frente, aproximando-se ainda mais de Helena, sentindo sua respiração quente contra seu rosto.

— Você é realmente destemida, Helena — sussurra Jonathan, sua voz suave e rouca. — Mas acho que você subestima a intensidade o que não conhece. Prepotência é  uma faca de dois gumes sabia?!

     Helena mantém seu olhar firme, seus olhos transmitindo uma mistura de desejo e desafio. Ela se aproxima ainda mais dele, seus lábios roçando de leve os dele.

— Oh, Jonathan... Não tenha tanta certeza disso. Eu gosto de viver perigosamente.

      O ambiente fica carregado de desejo, cada palavra e toque deixando claro o fogo que arde entre eles. Ambos sabem que estão prestes a se perder um no outro, mas Helena decide interromper o momento, deixando Jonathan com um gostinho de desejo.

— Precisa se controlar Lee. - Helena sorri é da as costas ao homem. Caminhando como um lince esbelto, ela para à porta e o olha por cima do ombro. - Amanhã irá enfrentar a grande dama Olivia, e acredite vai orecisar usar todo esse charme.

     Ela abre a porta lentamente, lançando um último olhar provocante antes de se retirar do ambiente. Jonathan fica sozinho, sua mente girando com a promessa do que está por vir. A noite mal começou, mas ambos sabem que essa atração está longe de ser resolvida.

      Já em seu quarto, a mulher tenta de tudo para conseguir ter um pouco de paz, ou até mesmo umas míseras horas bem dormidas, contudo, sua mente não lhe dá essa trégua e as mesmas perguntas a atormentam noite a dentro.

     O que diabos esse tal de Skanzinsk quer com ela?

      Por fim, dá-se por derrotada. Troca-se apressada, vestindo uma calça confortável, regata justa no corpo, ambas na cor preta, sua favorita, um tênis simples e ruma para sua sala de treino.

       A sala de treinamento é espaçosa e iluminada, com paredes revestidas de espelhos que refletem os movimentos precisos de Helena. O piso de madeira é polido e impecável, dando uma sensação de serenidade e elegância ao ambiente. Em um canto, há um suporte de armas, onde estão dispostas várias espadas de kendo impecavelmente alinhadas.

       Helena caminha até o suporte de armas e observa cuidadosamente cada espada antes de escolher uma delas. Ela escolhe uma de bambu, conhecida como shinai, cuidadosamente balanceada para o treino de kendo. Seus olhos brilham com determinação enquanto ela segura a mesma com firmeza.

      Posicionando-se no centro da sala, Helena começa seu treinamento. Seus movimentos são fluidos e graciosos, demonstrando anos de dedicação e prática às artes marciais. Ela se movimenta com agilidade, alternando entre ataques e defesas em uma dança perfeitamente coreografada.

      Cada golpe é executado com precisão e força, demonstrando sua destreza e habilidade. O som da espada cruzando o ar ecoa pelo ambiente, criando uma melodia intensa e empolgante. Helena está completamente focada, seu corpo e mente em perfeita harmonia.

      Com cada investida, ela exibe sua força interior e sua determinação inabalável. O suor escorre pelo seu rosto, mas ela não desacelera, apenas redobra seus esforços. Ela se esforça para se superar, aperfeiçoando sua técnica e buscando a perfeição em cada movimento.

       De repente o som oco e estridente de sua shinai  atingindo outra, corta o ar.

— Vejo que anda aperfeiçoando-se... mais ainda te falta equilíbrio menina.

       Helena encara os olhos furtivos de seu antigo mestre sem saber que nas sombras, alguém os espreita.

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