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Qualquer erro durante o capítulo me avisem pode ter passado despercebido durante a revisão.
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Último capítulo :'(
"Someday"
•Albus
Passamos aquela noite na enfermaria apenas por precaução. Pela manhã minha perna estava sem nenhuma marca da queimadura como se eu nunca tivesse queimado. Saímos da área hospitalar ouvindo o sermão da madame Pomfrey sobre não querer nos ver aparecer lá novamente pelo resto do ano letivo.
Ao chegarmos ao salão comunal da Sonserina os alunos nos cercaram para saber o que tinha acontecido. Era incrível como as fofocas se espelhavam rapidamente em Hogwarts. Por mais que a gente quisesse contar, estávamos cansados e ainda tínhamos que nos arrumar para ir para aula. Conseguimos nos desvencilhar dos alunos respondendo algumas coisas e prometendo contar mais no café da manhã ou no intervalo das aulas.
Subimos para o dormitório que parecia mais arrumado do que a gente deixou. Os elfos provavelmente vieram limpar. As camas estavam forradas e não havia roupas espalhadas pelo quarto ou objetos largados no chão.
Vejo a carta que meu pai tinha enviado na noite que saímos. Continuava fechada com a caligrafia desleixada do Potter mais velho.
Enquanto os outros pegavam as toalhas e rumavam para o banheiro compartilhado do dormitório, eu fico na cama lendo o que o meu pai havia escrito.
Não tinha nada que eu já não tivesse descoberto, com certeza seria melhor que um de nós tivesse lido antes de sair. Mas se tivéssemos lido, a Thalia e a Megan não teriam uma marca juntas... Eu não descobriria que tenho uma marca com o Scorpius, ou levaria muito mais tempo para descobrir.
Nego com a cabeça e guardo a carta no malão. Ainda bem que não lemos antes.
Vou para o banheiro e tomo um banho demorado. A água do chuveiro estava quente e agradável. Parecia até que meu corpo estava mais leve depois da água ter levado às camadas de sangue seco e sujeira embora.
Me enxugo, visto apenas a calça do uniforme e saio para me olhar no grande espelho do banheiro. Em uma posição um tanto estranha com o pescoço meio dolorido para tentar olhar meu reflexo, vejo a rosa marcada em minha pele na parte de trás das minhas costelas.
Lembro daquela noite em que beijei o Scorpius... Eu só guardei aquilo, mas era a primeira vez na casa do meu melhor amigo. O único que foi meu amigo em Hogwarts quando o filho do grande Harry Potter foi para Sonserina. Sem qualquer tipo de interesse, apenas nos demos bem instantaneamente.
Sorrio ao olhar a marca e depois penteio meus cabelos para voltar ao quarto. Havia deixado à camisa do uniforme junto com a capa na cama.
O Devon tinha saído e o Scorpius estava sentado na cama dele, encostado na cabeceira me esperando.
- Como a gente não reparou? - ele fala ao ver a marca.
- Eu costumo me vestir no banheiro - dou de ombros - Na verdade nós nunca ficamos sem camisa na frente um do outro.
- Isso é tão surreal - ele dá um risada e anda em minha direção, enquanto eu abotoava a camisa.
- Acho que agora temos tempo suficiente - falo ao trazê-lo mais perto e o beijando lentamente.
- Não tanto tempo assim - fala ao segurar na minha nuca para aprofundar o beijo - Temos café da manhã - avisa, mas não para de me beijar.
Acaricio levemente sua bochecha e passo minha mão pelo seu ombro até chegar em sua cintura onde aperto com um pouco mais de força que o faz arfar.
- Hum - deixo um leve selar em seus lábios antes de nos separarmos, mesmo que uma de minhas mãos permaneça o segurando pela cintura - Você vai ter que fazer outro desenho.
- Desenho? - ele me olhou alarmado.
- O que você fez quando eu estava em sua casa - explico sorrindo e o vejo corar.
- Não era para você ver aquilo - ele abaixa a cabeça.
- Eu gostei - beijo sua bochecha - Mas minha marca está no lugar errado - sorrio.
- Acho que eu sempre tive esperança dela aparecer em você - ele dá de ombros - Você gostou mesmo?
- Hunrrum - concordo com a cabeça - Ela está até no meu malão... Pode me usar como modelo sempre que quiser – pisco ao fazer algumas poses exageradas.
- Menos - o loiro revira os olhos - Bem menos, Potter.
- Agora, senhor Malfoy acho que ainda dá tempo de mais uns beijos - o beijo repetidamente e nós acabamos caindo na cama.
Começamos a rir, mas ele me encarou com os olhos cinza e foi como se a cena da guerra de travesseiros se repetisse. Os olhos cinza brilhantes, as bochechas coradas e o sorriso largo nos lábios vermelhos, mas agora eu não precisava fingir ou fugir... Então eu o beijo profundamente.
- Pombinhos - o Devon joga um travesseiro em nós - Vocês vão perder o café da manhã.
- Hunrrum - murmurei ainda beijando o Scorpius.
- Já entendi, vocês querem que eu saia - nosso amigo faz um som de nojo, mas depois ri - Vejo vocês depois.
Sorrio entre o beijo e o Scorpius me olha de forma repreensível.
- Que foi? - pergunto com uma das sobrancelhas arqueadas.
- Rude - ele murmura revirando os olhos.
- Isso é por todas as vezes que ele continuou beijando a Amy ignorando todo o drama que eu contava - digo e o Scorpius ri.
- Vingativo você - o loiro provoca rindo.
Nós acabamos perdendo o café da manhã por causa da nossa sessão de amassos no quarto, mas nada do que uma corrida até a cozinha não resolvesse. Os elfos domésticos nos encheram de comidas que eram mais do que a gente precisava, até deu para levar algo nos bolsos.
Passamos antes na sala da Minerva para conversar com os nossos pais antes de irmos para as aulas do dia.
Meu pai ficou aliviado ao me ver bem depois do estado que ele me viu ontem. Conversamos sobre algumas coisas por um tempo.
- Agora eu entendo os adultos - meu pai fala - Eu fiquei tão preocupado, mas estou orgulhoso de você.
- Obrigado - sorrio - Pai...
- Sim? - ele me espera falar.
- Lembra quando eu te contei sobre a marca do Scorpius? - perguntei.
- Claro que eu lembro - ele afirma e me olha preocupado - Ele achou quem tem a marca? Mas agora você sabe que a marca não é no sentido romântico.
Não havíamos contado o que a Grace disse sobre nós dois.
- É, eu sei - afirmo - Mas, a Grace antes de virmos embora disse que eu tenho a marca com ele.
- O que? - ele me olhou surpreso.
- Na verdade ela me aconselhou a olhar minhas costas no próximo espelho - eu dou uma risadinha.
- Fico feliz por isso - ele fala sincero - Mas acho que acabei de descobrir que você não lava as costas direito.
- Pai! - eu murmuro exasperado - Eu tomo banho direito sim.
- Ih, acho que não - o mais velho me provoca rindo.
Me despeço dele ao ouvir o sinal para a aula de Transfiguração e me apresso para pegar meus materiais.
As aulas correm normais, mas o me surpreendi ao ver o professor Longbottom de herbologia substituindo o professor Prince em DCAT. Foi incrível ter alguém que participou da batalha de Hogwarts que realmente combateu a arte das trevas lecionando e eu tive que me esforçar nos trabalhos, pois minhas notas não eram das melhores com o Prince.
Durante o jantar, ao contrário do que todos imaginávamos em vez de tirar pontos a diretora Minerva nos pontuou pela bravura ao enfrentarmos os desafios e descobrir quem realmente era o Prince.
- Eu falei que nós merecíamos pontos - o Devon fala comemorando um pouco alto demais.
- Senhor Nott - a Macgonagall o repreende.
- Desculpa - ele sentou novamente.
Ela explicou a situação do processo Prince mesmo que praticamente a escola inteira já soubesse e disse que o professor Longbottom se dividiria entre as duas matérias até acharem outro professor.
Com os meses passando a história da nossa aventura foi sendo esquecida, mesmo que um ou outro comentasse. As provas se aproximaram e tivemos que focar totalmente nos estudos. Mesmo não participando da equipe de quadribol, o Scorpius me garantiu que faria o teste no próximo ano para a posição de artilheiro, já que a Anna Perkins que era setimoanista iria para um time profissional.
O último jantar nos trouxe a taça de quadribol, mas quem ganhou o campeonato das casas foi a Lufa Lufa. O Salão estava todo decorado em amarelo e preto. E o enorme brasão com um texugo estava atrás da mesa dos professores.
À volta para casa era sempre estranha principalmente sabendo que o ano que vem seria o último em Hogwarts, mas estávamos animados, pois era agora nas férias de verão que o meu pai e o tio Draco casarão.
Passei a metade das férias na casa dos meus avós e com a minha mãe, onde eu revi a minha enorme família. A outra metade na mansão Malfoy onde a gente ajudava nos preparativos do casamento.
[...]
A mansão estava uma loucura, a cozinha estava repleta de comida, o jardim desde cedo estava sendo decorado e tinha pessoas entrando e saindo ocupados com a arrumação.
Estava no quarto do Scorpius, depois de terminarmos nossas tarefas, nos escondemos para não fazer mais nada.
Eu estava deitado sobre o peito dele e o loiro havia adquirido o costume de traçar minha marca com os dedos, fazia minha pele arrepiar com o leve toque dos seus dedos.
Ouço passos e conversas no corredor, depois um enorme barulho.
- Alguém tropeçou - afirmo, pois já havia acontecido algo parecido hoje mais cedo.
- Nunca vi essa casa tão cheia - o Scorpius sorri.
- Quando casarmos vamos deixar eles organizarem - digo - Eles gostam e vão fazer um ótimo trabalho.
- Quer dizer que nós vamos casar? - ele mordeu o lábio inferior.
- Isso se você aceitar - eu pisco - Mas eu realmente vou fazer o pedido.
- Não se eu te surpreender antes – o Malfoy me beija - Mas realmente vamos deixá-los organizar. Não quero me estressar com nada.
- Scorpius e Albus, vocês precisam se arrumar - ouço a voz da Amy - O James e o Teddy vão receber os convidados, mas vocês tem que chegar antes da cerimônia.
- Vejo você depois - suspiro e coloco a camisa.
Deixo um beijo nos lábios dele e vou para o quarto de hóspedes. Tomo um banho e passo a poção barbeadora. Penteio o cabelo, mas não perco tempo tentando colocá-lo no lugar. Visto o terno que parecia ter sido feito sob medida e vou até o quarto que o meu pai estava se arrumando.
Bato na porta e ele me fala para entrar.
- Nervoso? - pergunto.
- Nah - ele nega tentando dar um nó na gravata.
- Não está nervoso, né? - sorrio e me levanto para dar o nó.
- Tudo bem, eu estou nervoso - ele sorri e eu o acompanho, com o rápido aceno com a varinha ele arrumaria a gravata.
- Pai posso te perguntar uma coisa? - falo ao sentar na cama.
- Claro - tenta arrumar o cabelo em frente a um enorme espelho.
- Sobre a marca... Se é por amizade, não seria justo você ter com o tio Ron ou com a tia Mione... Vocês são melhores amigos - divaguei. Eu tinha o costume de ficar pensando nas coisas.
- Verdade - ele sorri de canto - E tenho outros amigos que também foram próximos... Como sua mãe, a Luna e o Neville.
- Louco isso - dou de ombros - Por que o Draco?
- Nem eu sei - ele sorri - Claro que eu me arrisquei para salvá-lo, mas não sei se eu gostava dele... Eu tinha muita raiva pra falar a verdade... Nós éramos o oposto um do outro. Mas ela só ficou realmente viva agora depois de adultos quando ficamos próximos.
- Hum - concordo com a cabeça.
- Qual sua verdadeira pergunta? - ele senta ao meu lado.
- Você realmente deixou a mamãe porque achou que a marca era algo romântico? - pergunto baixo.
- Não, eu realmente amo o Draco - ele sorri para mim - Nosso casamento, meu e da sua mãe, já havia acabado há algum tempo, mas o jornal só noticiou quando eu apareci com o Draco... Nós queríamos ter contado antes, o profeta diário geralmente distorce tudo. Eu fui apaixonado por sua mãe, mas isso foi mudando e tenho um grande carinho por ela. Eu já sabia o que eu sentia pelo Draco antes de descobrimos que tínhamos a marca há anos.
- Obrigado por me contar - o encaro - Fico feliz em saber que você o ama de verdade.
Abraço meu pai e o solto ao ouvir a Lily batendo na porta.
- A cerimônia já vai começar - a ruiva avisa.
Seu cabelo estava com um bonito penteado e o vestido verde combinava perfeitamente com ela, que iria entrar ao lado do papai.
Desci as escadas da mansão Malfoy e fui para o jardim que estava extremamente florido. A grama verde bem aparada parecia nunca ter sido pisada.
Cadeiras num tom prata estavam espalhadas pelo jardim de frente para um arco de flores onde o mestre de cerimonias ficaria para realizar o feitiço de ligação do casamento.
Vi muitas pessoas conhecidas sentadas a espera dos noivos. Havia muita gente, parecia até uma festa de gente famosa (se bem que para o mundo bruxo eles eram). Nem parecia que houve um tempo que essas pessoas lutaram em lados opostos. Mas ainda bem que hoje tudo isso tinha ficado no passado.
Fiquei ao lado do James e o Teddy, que havia chegado ontem apenas para o casamento. Acenei para os meus amigos que estavam sentados na segunda fileira.
Os padrinhos entraram primeiro, tia Mione e tio Ron (os do meu pai), Pansy e Blaise (os do tio Draco). Meu pai e o Draco não quiseram de daminhas ou coisa parecida, então logo depois dos padrinhos meu pai entraria.
Os músicos começam a tocar quando o meu pai caminha entre as pessoas de braços dados com a Lils. Eles sorriam e o papai parecia bem emocionado.
Depois de se colocar no altar, a Lily fica ao nosso lado esperando para ver o Draco chegar. O Scorpius se despede do pai na entrada, pois a Narcisa havia feito uma surpresa e resolveu aparecer. Fico feliz que o tio Draco tenha se resolvido com ela.
O meu amigo/namorado caminha pela lateral rapidamente para ficar ao meu lado. Ele sorri ao ver o pai entrar com a avó. O Draco sorria largamente e eu podia ver os olhos dele brilhando.
Apertei a mão do Malfoy ao meu lado e ao observar o tio Draco entrar, eu soube que era aquilo que eu queria para nós dois.
Um dia será eu, no altar ao lado dos meus pais, esperando pelo Scorpius entrar de mãos dadas com a mãe. Nosso sorriso radiante, os olhos prateados dele mais iluminados do que nunca pela luz do pôr do sol que os deixa num tom diferente e a bochecha corada dele por não gostar de ser o centro das atenções. Provavelmente minhas bochechas irão doer de tão largo que será o meu sorriso... Eu com certeza irei chorar.
Um dia.
E não será uma marca ou um feitiço de casamento que dirá que pertencemos um ao outro, mas o amor e a amizade que temos.
Dizem que somos herdeiros de nomes famosos na história da magia, mas é bem mais que isso. Não é o sobrenome que faz que somos e sim aquilo que escolhemos. Nós paramos de querer superá-los ou ser igual, temos nossas diferenças que nos faz únicos.
🍀🍀🍀
Obrigado por terem acompanhado essa fanfic e aos que já leram as outras estórias, obrigado por continuarem aqui. Fico feliz ao vê-los interagindo e comentando. Escrever é uma das coisas que mais me faz bem e ter o apoio dos leitores é ainda mais gratificante.
- Ella
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