CAPÍTULO 28
JADE FERNANDEZ
Eu sentia um misto de sensações e todas eram boas, mesmo que no fundo, uma parte minha se preocupasse excessivamente com os últimos acontecimentos, trazendo uma carga de pavor todas as vezes que eu lembrava da possibilidade de quem eu amava fosse machucado.
Não iria mentir que Hoseok ajudou a intensificar essas sensações em mim, me dando uma abertura para criar diversas versões sobre mim e consequentemente sobre ele. Assim que ele partiu, me concentrei na Taverna, a casa estava enchendo e com certeza a noite seria ainda agitada. O aparecimento daquele homem causou alguns rumores que aos poucos se espalharam na cidade, o que era pior — eu assustada e apavorada com a ideia dele aqui já era problema demais, imagine toda a cidade — e também era péssimo. Ligeiramente contornei a situação começando pelo ponto onde tudo saiu, respondendo tranquilamente sempre que alguém vinha até mim tirar alguma dúvida.
Já passava das sete horas da noite quando consegui me acalmar e encostar meu corpo no balcão apenas para tentar respirar alguns instantes. Eram muitas pessoas, sendo cada um tinha função ali dentro, cada um ficava encarregado de cuidar de algo, diminuindo e facilitando como um todo.
— Espero que você não esteja fugindo de mim essa noite — virei para admirar Namjoon, usando uma regata rosa bebê, deixando exposto seus braços robustos, contornando os copos limpos e secando-o para pendurar na parede. — Temos muito o que conversar mocinha.
— Fugir? Eu? — fiz cara de paisagem e ele concordou, sério. De fato eu estava evitando tocar naquele assunto, talvez esperar alguns dias para que eu tivesse totalmente coragem. Falar sobre sentimentos, os meus, sempre foi algo impossível para mim e não tinha nada a ver com quem eu confiava ou não, eu confiava nos meus amigos. Eu não confiava em mim e no que aquele sentimento faria comigo. — Não estou fugindo de você, a taverna tá cheia, estamos tão ocupados que nem deu pra conversar nada e também, não temos nada pra conversar, ou temos?
— Jade Fernandez, você mesmo — direcionei meu corpo, vendo mollie vim até mim com as mãos na cintura. Quem olhasse para mim e para ela, acharia que éramos irmãs ou parentes de algum nível por nossa semelhança. — Não saia daí.
Se aproximou, olhando como se fosse arrancar tudo o que eu tinha feito na minha vida e um pouco mais.
— Estou tentando falar com você o dia todo, o que pensa que está fazendo?
— É isso que estou falando com ela — Indagou o Kim.
— Não sei do que vocês estão falando.
— Sabe sim, melhor do que a gente — se sentou do meu lado. — Você e o Hoseok, juntos, eu sabia! Você está diferente, sempre ficava estranha quando ele estava no lugar.
— Sem contar as olhadas, né? Não sei pra quem vocês estavam fingindo, mas pra gente que não era — completou Namjoon. Estava me sentindo levemente exposta, eles me conheciam o suficiente pra perceber.
— Calma gente, calma — me acalmei, respirando fundo. — não estávamos fingindo nada — notei o olhar acentuado deles em minha direção ao dizer aquelas pessoas. — Tá, tá. Talvez, só um pouco, mas não tanto.
— Vocês não estavam brigados?
— Mais ou menos, conversamos, explicamos nossas versões do ocorrido, mas ele não ajuda. Sempre me tira do sério, ele me provoca todas as vezes que tem oportunidade.
— E você parece gostar um pouco disso — Mollie olhou para mim. Seus olhos brilhavam, atentos, esperando para saber tudo.
— Não, não gosto — fiquei série. — porém.. — pausei. — uma parte minha fica mexida, por isso eu rebato.
— Isso parece a Jieun e o Jungkook no começo — relembrou o Kim. — e ele fazia tudo isso pra puxar assunto com ela.
— Eles são diferentes.
— São, mas você e o Hoseok também é e nem por isso deixam de serem parecidos.
— É, no fim, é só isso. — falei.
— Se ele te faz bem e você gosta dele Jade, a gente fica feliz por você.
— Verdade. Sempre te avisei que um dia ia aparecer alguém na sua vida que iria causar tudo isso que você tá sentindo. — mesmo sendo amigas por bons anos e sendo semelhantes em algumas coisas, sobre esse detalhe em específico éramos totalmente diferentes.
— Tá, tá bom — cruzei os braços, desviando o olhar. Precisava sair dali ou eles iriam dizer coisas que eu já sabia ainda mais. — precisamos voltar ao trabalho, falamos disso depois. A taverna tá cheia e…
— Fugindo de novo, não é?
Olhei para ele e gentilmente eles sorriram. O foi suficiente para que eles concordassem e voltássemos ao trabalho.
⌗
A noite ocupou todo mundo até o início da madrugada, dando a chance de descansarmos um pouco. No dia seguinte fui a primeira a levantar com o celular chamando, uma ligação da prefeita pedindo que eu fosse até a lanchonete da frente para conversarmos sobre alguns problemas. Já esperava aquilo e seguir, encontrando e me juntando a ela.
Como o pensado, ela já sabia da ocorrência na taverna e queria saber do que realmente aquilo se tratava e se precisaria ter que fazer algo.
Tentei ser verdadeira e explicar, nunca falei nada sobre a dívida do meu pai pra ninguém além do meus amigos e do Hoseok, não queria que o nome do meu genitor fosse mais presente do que geralmente já era.
— Vou pedir para alguns conhecidos ficarem de olho neles se entrarem na cidade.
— A senhora sabe que não precisa disso, eu resolvo esse problema prefeita.
— Entendo Jade, compreendo e respeito a sua decisão. — levou a xícara até os lábios, mexendo as sobrancelhas enquanto tomava o líquido, dando continuidade assim que terminou. — mas você compreende, a cidade é pequena, aqui uma hora ou outra todo mundo fica sabendo e outra, enquanto eu for prefeita não irei permitir que um desconhecido entre na minha cidade achando que pode aterrorizar os moradores daqui, isso é algo que afeta muito além do que imagina.
— Eu entendo, contudo, eu temo que isso seja arriscado. Conheço aquele homem, ele é perigoso.
— Imagino que seja, qualquer homem com uma arma se torna alguém perigoso, jade. Não se preocupe com isso, e outra, não deveria pagar algo que você não deve.
— Também tenho esse pensamento, mas parece que o destino pensa o contrário.
Finalizamos a conversa e cada uma seguiu por caminhos diferentes. Voltei para casa e todos já estavam de pé. Me esforcei pra não ficar pensando sobre os problemas que sempre apareciam na minha vida, me distraindo com o que me fazia bem.
No fim da manhã me arrumei, iria na casa dos avós de Hoseok já que ele convidou e eu tinha gostado da ideia. Coloquei um vestido preto de alça e uma meia calça do tom da minha pele por baixo, trazendo minha jaqueta que não era só minha peça favorita como era o quadro que exibia a marca da minha família. Decidi levar um bolo, mas como não era tão familiarizada com cozinha, comprei o mais bonito e seguir para a fazenda.
Na entrada avistei a senhora Jung regando algumas das suas plantas e com um sorriso marcado ela me recepcionou.
— Jade, minha querida! — seu abraço era acolhedor, me lembrava o abraço amoroso da minha mãe. — Que bom que veio, o Bibi falou que você viria, fiquei tão contente, vamos, venha.
Me levou para dentro. Podia perfeitamente olhar para aquela casa e recordar do meu passado, do que vivi ali. Antes tudo era escuro e frio, mas agora as cores pastéis e o ambiente quente me dava outro aspecto do ambiente, ajudando a dissipar minhas memórias ruins.
— Eu trouxe pra senhora — entrei o bolo a ela. Por muitas vezes ela levava para mim e para meus amigos que ia na cidade.
— Oh, querida, não precisava — seus olhos ainda sorriam. — vou colocar na mesa, iremos comer todos juntos — assentir. — fique a vontade, você já conhece o lugar, não é mesmo? — concordei vendo-a dar as costas e ir até a cozinha. — O bibi foi com o avô colher algumas rosas que eu pedi pra deixar a casa mais bonita, eles não vão demorar.
— Tudo bem — me sentei, observando a sala, as fotos de família e os detalhes que eles tinham feito com o passar dos anos.
— Estou muito feliz que o Hoseok tenha se dado bem com vocês, eu sempre achei que ele ia gostar das coisas daqui.
— O pessoal gosta muito dele — Inquiri e a vi se achegar.
— Que bom, fico muito contente Jade.
Ela se sentou ao meu lado e ficamos conversando por muito tempo. Senhora Jung se mostrava bastante atenciosa comigo e com meus amigos e desta vez não foi diferente, sempre perguntando como estávamos e o que precisávamos, se tinha como ajudar. Ela também comentava sobre a fazenda, me contando as novidades, dando a mim um sopro de alívio ao saber que aquele lugar que minha mãe tanto amava estava em ótimas mãos.
Hoseok e o avô retornaram alguns minutos depois, trazendo uma cesta com algumas belas rosas muito bem cuidadas. Em certo instante de devaneio, fui surpreendida quando o Jung colocou uma rosa entre uma mecha e outra do meu cabelo.
Nos juntamos nós quatro na mesa, ou melhor, nos cinco, já que o gatinho da casa não saía do meu colo. Durante o almoço o mais velho ia contando algumas aventuras do neto e como desde de pequeno Hoseok tinha um dom para atrair sempre a felicidade para ele, como um raio de sol que ilumina gradativamente a noite, chegando onde poucos chegariam. Ele tinha razão, eu tinha essa mesma sensação quando estava com ele, enquanto eu poderia ser o céu noturno, Jung Hoseok era o sol que adentrava minha vida aos poucos, respeitando cada parte escura minha.
— O que acha de um passeio? — sugeriu e assenti, sem me bloquear de viver aquilo. Estava tão acostumada a reprimir bons sentimentos, a achar que não era justo eu viver um momento de felicidade que começava a achar que estava me tornando como meu genitor: amarga, distante, sufocante com todo mundo aoeu redor.
Caminhamos pelo mesmo jardim de dias atrás, ele comentava sobre a beleza do dia intercalando com o momento com os avós, como eles tinham revelado muito mais do que ele lembrava da infância, ouvindo de mim as poucas boas recordações que eu tinha quando era criança.
De repente notei que estávamos seguindo por um caminho onde eu não costumava ir, nem mesmo na fase adulta. Lembrava como meu pai se revoltava quando eu ia para muito longe.
— Para onde vamos? — observei quando ele pegou um pedaço de madeira, afastando a cerca e dando passagem para uma pessoa passar por vez. Ele foi o primeiro, virando para mim com uma das sobrancelhas arqueadas.
— Vou te levar no meu lugar favorito daqui — respondeu, estendendo a mão. — Eu conheci o seu, é justo que você conheça o meu também.
Meus lábios se curvaram. Por que era tão fácil sorrir com ele? Por que era tão fácil me sentir tão bem quando estava com ele?
Segurei sua mão, abaixando meu tronco, passando uma perna e em seguida a outra. Tínhamos passado do limite da fazenda, onde o resto era uma imensa e bonita floresta. Não era muito de caminhar por ali, minha mãe sempre teve receio que eu me machucasse e aquilo pudesse causar algo mais grave comigo sozinha, mesmo que eu tivesse tido muito cuidado, evitando muitas coisas.
— Não sabia que tinha lugar favorito aqui — falei, caminhando ao seu lado, segurando seu dedo indicador.
— Sabe quando você é curioso demais e conhece um lugar novo? A vontade de sair andando por aí? — oscilei para ele. — então, das vezes que saía com meu avô pra fazer algo, acabei descobrindo esse lugar quando sair correndo pra alcançar um dos bezerros fujões. — tentei não rir, no entanto, minha mente só conseguiu imaginar Hoseok desesperado correndo atrás do animalzinho. — Me apaixonei e nomeei como meu lugar favorito.
— Acredito que os animais daqui amam colocar você pra correr.
— É um tipo de demonstração de amor confuso da parte deles, mas entendo e respeito todas as maneiras de amar — inclinou a cabeça para o lado, visando-me de perfil, dando uma piscada. Andamos mais uns cinco minutos até que pude ouvir um barulho de água contra a pedra, muita água pra ser específica.
Ao chegar no local dito por ele, compreendi o motivo de ser o lugar preferido de Hoseok. Era nada menos que uma cachoeira de água verde com uma corrente que passava por algumas pedras e sumia por uma descida na lateral, no topo, um raio de sol atravessava a água, brilhando e embelezando ainda mais aquela vista.
— Uau — me expressei.
— Incrível, né? Impressionante como esse lugar tem tantas coisas maravilhosas. — suspirou, me levando para mais perto.
— Realmente — me deixei levar por aquilo, ouvindo e me assustando quando alguns pássaros passavam ligeiramente, brincando entre si. Sentindo o cheirinho de terra molhada, permitindo respirar aquela paz que estava ligeiramente ao meu lado e nunca pude ver.
— Bem, melhor do que só ver, é mergulhar — abaixei olhar, vendo Hoseok retirar os calçados, a camiseta que usava e por último a calça. — O que acha?
— O que? Como?
— Vamos, tenho certeza que você vai gostar — mandou um beijo no ar e juro que quis ir até ele e cobrar aquele beijo de outra forma.
Respirei fundo, observando o homem diante de mim se despir por completo, revelando um corpo sadio e largo. Precisei olhar para as pedras e tirar o foco dele para pensar sobre sua proposta, respirando mais uma vez e começando a tirar o que me cobria. Deixei minhas peças onde as dele estavam e assim como Hoseok fiquei apenas de peças íntimas.
— Eu te ajudo — estendeu a mão e a segurei, descendo passo a passo, sentindo a água cobrir meu corpo até que estivesse parcialmente imerso. — O que achou do lugar?
— É… incrível.
— Que bom que gostou, fiquei pensando que já que você gosta de lugares perigosos como em cima de uma moto e em cima de uma árvore, acharia isso aqui muito básico — neguei, revirando os olhos e soltando um arzinho.
— Pois, achou errado e a moto não é perigosa pra quem sabe usar, já a árvore, é…pode ser um pouco perigoso subir.
— Tá vendo? — apontou para mim. — de qualquer modo, que bom que gostou daqui.
Assim que inquiriu, o vi mergulhar, nadando graciosamente mais para o fundo. O seguir, observando-o calada sua maestria em baixo da água, até que em certo momento ao passar por debaixo da cachoeira o perdi de vista, procurando por ali ou pelas redondezas.
— Hoseok? — o chamei, esperando que ele aparecesse logo, sentindo algo passar por minhas pernas e rapidamente tentando saber o que era.
Subitamente um abraço envolveu meu quadril e me trouxe um pouco mais para cima, causando um leve susto que fez meu coração errar algumas batidas, revelando aos poucos quem estava atrás de tudo aquilo.
— Sentiu falta? — perguntou e franzi o olhar, ouvindo rir alto ainda comigo entre seus braços. — Eu acho seu sorriso muito bonito, sabia?
— Meu sorriso? — ele oscilou, confirmando com a cabeça.
— quando você sorri seus olhos fazem o mesmo, algo automático — prestei atenção nele, e ainda mais em seus cabelos molhados, espalhados pelo rosto.
— Sabe uma coisa que eu percebi em você? — Indaguei, levando minha mão até seu rosto, tirando algumas mechas que atrapalhavam sua visão.
— O que?
— Você gosta de me provocar.
— Gosto sim — umedeceu os lábios, me descendo um pouco até que estivéssemos frente a frente, bem próximos.
— Mas você não sabe como reagir quando eu correspondo — continuei arrumando suas mechas, até que todas estivessem para trás. — E é aí que as coisas ficam mais agradáveis.
— Pra mim?
— Não, para mim — com o indicador, toquei a testa dele, descendo pelas bochechas e passando pelos lábios, prosseguindo no pescoço até que parasse no tronco, onde puder olhar diretamente para ele e ele para mim, inclinando meu rosto e sem muitos rodeios juntando nossos lábios, beijando-o com toda a vontade que guardava em mim, sentindo quando seus dedos apertaram minha cintura em respostas, permitindo-me entrelaçar minhas pernas ao redor do corpo do Jung, desfrutando dos seus beijos que agora aqueciam pontos certos do meu corpo, deslizando cada vez mais, como uma serpente se apossando da sua presa, subindo para encontrar meu rosto e novamente — se assim pudesse, mais mil vezes — meus lábios.
Seu corpo era tão vasto para se explorar que minhas mãos se perderem entre seus ombros e suas costas, quanto mais eu descobria os pontos fracos de Hoseok, mais ainda ele descobria os meus, atiçando algo que incendiava meu corpo.
— A gente precisa voltar — falei, sentindo que se continuasse aquilo eu poderia não parar. — Tá ficando tarde e…pode ser perigoso pra voltar.
— É…— assentiu. — Você tem razão.
Tratei de acalmar meu corpo e meu coração. Nos afastamos apenas para sair da água, vestindo nossas roupas e voltando a trocar algum tipo de contato. Minhas roupas estavam completamente molhadas, o que era horrível e desconfortável.
Saímos dali, correndo de volta para a fazenda.
— Vem — andamos até a casa dos avós dele, indo para o fundo. Hoseok ergueu as mãos, abrindo uma janela. — Meus avós estão descansando e você precisa se secar, trocar de roupa.
— Não precisa hoseok.
— Eu insisto — se aproximou, roubando um beijo, me dando uma das suas pernas para ganhar impulso e atravessar a janela. Em segundos ele pulou também, encostando um dos lados.
— Seu quarto? — perguntei.
— Sim — andou até uma cômoda, tirando algo de dentro.
Olhei em volta, observando algumas fotos, uma delas me chamou atenção, era um menininho que parecia muito o Hoseok, uma garota um pouco maior que ele, os avós e do lado um outro casal.
— Sua família? — apontei, perguntando.
— Meus avós, minha irmã mais velha, eu e meus pais — respondeu, olhando mais tempo a fotografia.
— Vocês se parecem bastante, digo, todos vocês.
— Dizem que eu pareço mais com meu pai, mas tenho o jeito da minha mãe — acrescentou e antes que pudesse virar, senti um tecido cobrir meus ombros. — É melhor você se trocar, eu separei uma peça de roupa minha, que acredito que possa dá em você enquanto sua roupa seca um pouco.
— Obrigada — ele me mostrou onde era o banheiro e seguir adiante, trocando a roupa e pondo a que ele me entregou. Sem que ninguém visse, senti o cheiro da roupa, o cheiro dele. — O que acha? — retornei, percebendo que ele também já tinha se trocado.
— Você tá linda como sempre, Jade — seu sorriso ao me ver encheu tanto meu coração que pude sentir se refletir em meu rosto. — Você está com fome? Quer alguma coisa? Eu posso fazer algo pra você…
O interrompi, indo até ele e calando-o com um beijo, abraçando seu corpo e sentindo aquilo, aquele momento, aquela emoção que crescia e eu não sabia o nome.
— Eu estou bem Hoseok, não precisa se preocupar — elevei o olhar. — Eu só quero ficar aqui com você um pouco, só isso, se não for muito pra você.
— Não, não é — curvou os lábios, apanhando minha mão e juntando os espaços entre nossos dedos, me levando até a cama onde sentamos um do lado do outro.
Puxei meu corpo para mais perto dele, deitando lentamente meu ombro contra o seu, observando quando ele repousou sua mão sobre a minha, comparando silenciosamente o tamanho dos nossos dedos, contornando o olhar mim e sorrindo, retornando para nossas mãos, agora juntas.
Ficamos ali até que voltei olhar ao redor, comentando sobre o violão que estava de canto. Por vontade própria, Hoseok se levantou, seguindo até o instrumento e voltando para cama, me mostrando algumas anotações.
— Deveria cantar uma das suas músicas lá no bar — Inquiri e vi quando enrugou o nariz. — se quiser.
— Não sei se estão boas para serem expostas.
— bem… — encarei seu rosto. — não sou profissional em escrever músicas, mas gosto de ouvi-las, e o pouco que eu li me pareceu muito bom — oscilou o tronco, sorrindo de canto, olhando para os papéis. — Eu queria ouvir, um dia, você cantando uma delas.
— Vou pensar — focou em mim. — vou pensar nisso.
— Já é um começo — sorrimos.
Me aconcheguei em seus braços, sendo acolhida por ele, fechando meus olhos e relaxando, sem pensar em nada que não fosse nós dois.
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