23 - Infected bubble
- Não, eles vão encontrá-lo. Meu tio é advogado, e vamos garantir que ele pague por tudo que fez.
- E se ele me encontrar aqui? - Demi perguntou, sua voz trêmula e os olhos úmidos denunciando o medo que sentia.
- Isso não vai acontecer. Eu prometo. Nunca vou deixar ele chegar perto de você novamente. - Billie se aproximou e limpou delicadamente as lágrimas que escorriam pelo rosto de Demi.
A morena se aconchegou nos braços de Billie, encontrando conforto no perfume suave que parecia acalmar seus sentidos. Desde sempre, ela sabia que podia confiar nela.
- Sinto muito por ter saído da sua casa daquele jeito... - Demi levantou o olhar, arrependida.
- Está tudo bem, eu entendo. O importante é que agora você está segura, certo?
- Sim... Obrigada... Billie, posso te pedir uma coisa?
- Claro que pode.
- Poderia verificar como minha mãe está? Ela está internada aqui no hospital, e eu não consigo sair daqui.
O estômago de Billie revirou. Tentava encontrar palavras para responder, mas sabia que nenhuma mentira aplacaria o peso daquela verdade. Engoliu em seco, contendo as lágrimas.
- Tudo bem... Pode esperar só um pouquinho? Preciso resolver algo antes.
- Tudo bem... - A voz de Demi saiu baixa, mas era evidente que queria que Billie fosse imediatamente.
- Como está se sentindo? As dores ainda incomodam? - Billie mudou de assunto, segurando a mão de Demi que estava livre do gesso e acariciando-a suavemente.
- Minha cabeça ainda dói um pouco, e meu corpo está muito dolorido...
Billie mordeu o lábio, inquieta. Apesar do alívio de ver Demi viva, não conseguia afastar a angústia de como ela reagiria ao saber da mãe.
Durante o dia, Demi recebeu visitas de médicos, enfermeiras e investigadores. Por fim, a psicóloga do hospital passou para uma breve conversa no final da tarde. Exausta e medicada, Demi finalmente sucumbiu ao sono, embalada pelo cafuné gentil de Billie, que a observava carinhosamente.
***
A noite caiu rapidamente. Já passava das oito, e Billie sentia o corpo pesado. Apesar da exaustão, recusava-se a sair do lado de Demi. Porém, um comunicado trouxe a irmã até a recepção do hospital, onde encontrou Finneas. Ele a acolheu em um abraço firme enquanto ela deixava as lágrimas caírem novamente.
- Ei, estou aqui agora, maninha. Que tal irmos à lanchonete? Você precisa comer algo. - Finneas sugeriu, tentando aliviar a tensão da irmã.
- Não quero deixar a Demi sozinha. - Billie respondeu secando os olhos.
- Será rápido. Ela vai ficar bem. - Ele beijou o topo da cabeça da irmã e a guiou pelo corredor.
Na lanchonete, Billie desabafou sobre tudo que havia acontecido. Sua voz tremia ao falar do pai de Demi e da crueldade que ele havia cometido. Finneas a ouviu pacientemente, segurando suas mãos para confortá-la.
- Não queria te preocupar, Finn... Você deveria estar descansando. - Billie disse, sentindo-se culpada.
- Como eu poderia? Você sabe que sempre estarei aqui por você. E, preciso dizer, eu estava certo sobre vocês duas.
- Não somos um casal, Finneas... Não ainda. Quem sabe um dia. - Billie sorriu de canto, ligeiramente corada.
Antes que pudessem continuar, Camila apareceu apressada.
- Billie, preciso que venha comigo. - A seriedade em sua voz alarmou os dois.
- O que aconteceu? A Demi está bem? - Billie levantou-se de imediato, acompanhada por Finneas.
- Ela descobriu sobre a mãe... Foi até o quarto dela e acabou ouvindo o que aconteceu. Não está tão agitada, mas... Talvez possa ajudá-la...
O coração de Billie parou por um instante. Ao chegar ao corredor, viu Demi sentada no chão, abraçando as pernas e soluçando baixinho. Ela parecia tão pequena, tão vulnerável.
- Demi... Eu estou aqui, tá bom? - Billie disse suavemente, ajoelhando-se ao lado dela.
Demi ergueu o olhar, com as lágrimas marcando seu rosto.
- Você sabia. Você sabia e não me contou.
- Estávamos esperando o momento certo para te contar... Sinto muito.
- Ela não podia... Não podia ter feito isso, não depois de tudo. - A dor na voz de Demi era cortante, suas lágrimas incessantes.
Billie tentou se aproximar, mas Demi resistiu. No entanto, em um momento de vulnerabilidade, ela permitiu que Billie a abraçasse. Envolvida pelos braços dela, Demi se agarrou com força, chorando até que seu corpo cedeu à exaustão.
- Eu não posso... - murmurou.
- Não pode o quê, meu anjo? - Billie afastou os cabelos do rosto dela, segurando as lágrimas.
- Não posso continuar... Quero partir. - A confissão partiu o coração de Billie.
- Não, Demi, não diga isso. Eu não vou deixar você. Estou aqui, vou cuidar de você. - Billie a segurou firme, acariciando seu rosto até que Demi finalmente relaxou.
Naquela noite, Billie não saiu do lado dela. Observou cada suspiro, velou cada momento. Estavam exaustas, mas estavam juntas. E isso era tudo o que importava.
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