★ há certos limites sobre descarregar suas dores em alguém ★
« é o que eu diria para qualquer cara que ainda esteja interessado em você: você prioriza as coisas da sua vida, as coisa que espera fazer? porque se não... cara, melhor confiar em mim quando te digo que não vale à pena esquecer de si mesmo por conta de uma garota » — a song about being sad por rex orange county.
cheguei em casa tarde, porque estava conversando contigo. e você me pega sempre com esse sorriso meio de canto, como quem quer esconder, mas quer ser simpático em me ter consigo. e eu caio, sabia? porque eu não conseguiria evitar de te socorrer nem que você esteja caindo a cinquenta centímetros de altura. eu sou um tolo.
eu comecei a me questionar aqui porque é que só atraio gente como você. gente confusa sobre si mesmo e os outros, que parece luzes de pisca-pisca — some e aparece, some e aparece, some e… —, que vive a esbaldar-se em elogios sobre minha pessoa, que me faz de caixinha de frustrações, que só porque escuto — e muito bem —, não pensa que talvez eu sinta dor também.
eu estava pensando em te mandar mensagem: amor, eu não sou um curador. mas seria mentira. amor, eu sou um curador. eu vou estar aqui, eu vou ser sua base, eu vou te carregar pelo tempo que precisar, eu vou te apoiar, vou te dar avisos, eu vou beijar suas cicatrizes, eu vou dizer que tudo ficará bem — mas não porque eu queira te confortar, eu vou fazer o possível para te ajudar no processo. sim, eu sou um curador.
mas um curador também sangra. também dói. também se machuca. se machuca com palavras e com a falta delas. com decisões também. e eu não sou otário. sabe, eu já fui muito, mas muito otário… mas não sou mais.
você pode achar que foi fácil passar tempo comigo, porque sou estrangeiro e talvez seja mais fácil cair na tua lábia. eu estava gostando realmente de você, entende? o tempo que passamos juntos, a conexão que costuramos entres nossas almas… sabe, eu jurava que finalmente as coisas mudariam para o seu lado.
e está tudo bem, não estou te jogando pedras nem nada. você é uma boa pessoa. você tem um sorriso e uma áurea alegre e feliz. mas você faz decisões erradas, baby. e minha mãe cansou de me ver pelos cantos xingando ou choramingando por conta das suas coisas. sobre você.
eu cheguei em casa tarde, porque estava conversando contigo. eu não iria gastar mais dinheiro com você, mas de repente eu já tinha comprado mais coisas para tentar te agradar. porque você reclamava da falta disso e daquilo. eu investi em você. não só financeiramente, mas emocionalmente também. eu investi em você.
e há exatamente duas horas, você me mandou uma mensagem: eu quero voltar pro meu ex. e eu não sei o que fiz para merecer. te merecer. me merecer. saber que eu só sou um cais para você. eu sei, amor, eu sei como é tudo ser passageiro, como é ter pessoas que aparecem, usam o que tiverem que usar de mim, e depois saem. eu sou um filme em aluguel: as pessoas pagam pra ver, mas depois me devolvem à estante. porque eu sou assim.
estou muito velho para algumas merdas, e olha que só tenho vinte e um. e eu já cansei de tantas coisas… das chuvas de domingo, antes mascaradas por um sol de arder; dos preços absurdos que sobem, mascarados por um reajuste justo; das pessoas me tratarem como lixeira, porque talvez eu tenha contribuído com isso. eu não gosto de quando você vem me procurar.
porque você some. então eu penso: bom, parece que vou voltar para a prateleira. mas não, do nada você me pega de novo, com seu "oi, jun" tarde da noite ou de madrugada. e às vezes eu deixo de dormir por conta de você. para te curar. mas não há como curar alguém que me envenena. não há como curar alguém que procura o veneno sempre. sempre. sempre.
você diz que quer voltar pro seu ex. legal. mas não me procure quando ele te quebrar outra vez. não me procure para conversar quando você estiver se sentindo mal por ele. porque você sabe que ele é tóxico, você sabe que ele te faz mal, você sabe que ele fez e faz coisas ruins com você. mas você põe a porra desse romantismo na cabeça e acha que tudo dará certo dessa vez. não vai. e você não vai me beijar para ver se esquece ele, você não vai me abraçar para enganar-se em dizer que gosta mais de mim do que dele. não. você toma suas próprias decisões.
porque você diz que sou maravilhoso, sou incrível, sou deus, sou o universo. mas eu não sinto isso quando estou com você. você diz mais do que me faz sentir. você se preocupa mais em me fazer sentir-me adorado, que esquece que talvez eu tenha minhas dores que precisam ser curadas também. eu pensei que iríamos nos apoiar. que você me escutaria, eu também te escutaria. mas você só fala de você.
amor, eu sei que você está mal, mas… eu cansei de esquecer de mim para lembrar de você. chenle diz que ser egoísta não é algo ruim. que você ser egoísta é sinal de amor próprio. eu nunca que iria te ignorar, mas por que você me ignora? parece a fênix. só aparece nas cinzas. eu seguro tua mão, te puxo para cima, você se apoia em mim, se levanta, eu me desequilibro com teu peso, camabaleio e caio para os lados, então você levanta e sai andando. e me deixa ali para me levantar sozinho. e eu sempre, sempre me levanto sozinho.
você tem que aprender a ver o que te faz mal e começar a evitar. mas você não faz isso. e vive correndo atrás de mim para choramingar. mas isso me cansa. me cansa dizer: pare de fazer isso, pare de procurá-lo, pare. amor, o antídoto está acabando, de tanto que você usou… não tem como você tomar insulina e se drogar de doces… não tem como você tomar xarope e sair na chuva… nunca vai melhorar se você continuar buscando remédios para dores propositais. sim, é proposital. você atira nos próprios pés, depois me pede para remover a bala.
não, não. eu não sou aquela série policial de comédia que você assiste quando está se sentindo triste. eu não vou poder carregar suas coisas para sempre. eu também sangro, viu? e esqueço dos meus furos quando preciso tratar os seus. eu te acho uma boa pessoa, porém está me empatando conhecer outras que irão me fazer sentir melhor. me sinto uma lixeira com você. só chega perto quando quer jogar alguma coisa fora. e eu gostava de você. até demais.
vou dormir cedo hoje, porque não estou conversando contigo. e você acha que é fácil correr para mim quando a bomba explode, né? eu tenho quinhentas para desarmar, fiquei sem tempo nem saúde para você. me desculpa, lee. chegou a hora de eu me curar. e eu vou me curar.
.
— você cura todo
mundo, mas quem
cura você?
— eu mesmo.
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