• the gloves are off

Depois de nove horas de viagem e mais alguns minutos para chegar ao hotel, finalmente havíamos chegado ao local onde ficaríamos durante essa semana.

— Finalmente chegamos! – exclamei animada me jogando na grande cama king size.

— Sim e teremos um milhão de coisas para fazer ainda hoje. Espero que esteja preparada, porque temos que aproveitar cada segundo aqui. – Chris disse colocando as malas ao lado do armário embutido.

— E o que faremos agora? – sentei-me na cama.

— Que tal irmos lá pra baixo e jogarmos um pouco? – apoiou suas mãos em minhas coxas.

— Chris, você sabe que eu gosto muito de Las Vegas, porém eu não gosto de jogar esses jogos de cassino...

— Tudo bem. Então podemos fazer outra coisa, você escolhe. – o moreno me deu um selinho e sorriu. — Se arrume que eu estarei te esperando lá fora.

Assim que ele saiu do quarto, saí de cima da cama e fui até a minha mala, que se encontrava no chão, para pegar uma regata branca e uma saia preta. Retirei meu vestido e coloquei o conjunto que havia pegado. Saí do quarto e meu namorado me esperava no corredor.

— Então... Para onde vamos, senhor responsável? – beijei sua bochecha.

— Eu disse que você escolheria o nosso destino. – riu.

— Eu quero ser surpreendida. Prefiro que você escolha. – ri enquanto ele segurava fortemente em minha mão.

— Então vamos dar uma volta por aí e vemos o que faremos. – sorriu levando-me para o elevador.

BRANDON ARREAGA | TRÊS DIAS DEPOIS — SÃO FRANCISCO, CALIFÓRNIA

— Brandon, você precisa sair desse quarto. – minha mãe disse assim que entrou no quarto.

Desde a última vez em que eu vi Claire, eu não sentia mais vontade de fazer nada. Nada mais me fazia ter ânimo. Nem meus amigos daqui de São Francisco que todo dia me chamavam para sair, meu pai com ingressos para assistir a um jogo de basquete, Ed e Nick passando seus últimos dias livres antes de irem para a faculdade em minha casa e, muito menos, a carta da Universidade da Califórnia dizendo que eu havia sido aceito, conseguiam me fazer ter vontade de sair do quarto.

— Os meninos estão lá embaixo jogando videogame e eu estou fazendo batata frita. – apoiou suas mãos em minhas pernas, numa tentativa de me deixar animado.

— Legal. – fui monossilábico puxando as cordas da minha calça moletom.

— Meu filho, você vai embora daqui a dois dias. E aqueles planos que havia feito para suas férias? Por que não faz com Nick e Ed?

— Planos que eu havia feito com a Claire. Agora ela deve estar curtindo com o seu novo namorado enquanto eu fico aqui. – estendi minha destra, apontando para a porta, logo batendo em minha coxa esquerda.

— Você "fica aqui" por opção. Ninguém está te forçando a ficar parado sem fazer nada nas férias. – cruzou os braços. — Assim como a Claire está se divertindo, você também pode. E, quem sabe, você não encontre outra pessoa que te faça feliz? – minha mãe logo se levantou e saiu do quarto, me fazendo bufar. Saí debaixo de meu edredom e levantei-me da cama, logo saindo do quarto. Fui para a sala e logo escutei meus amigos discutindo para ver quem seria o player um.

— Vocês querem parar? – fui grosso ao perguntar e os dois me olharam assustados. — Todos sabem que eu sou o player um. – os dois riram aliviados e eu me sentei no meio dos dois pegando o controle principal.

— Que jogo nós vamos jogar agora que o Brandon entrou? – Nick perguntou bebendo um pouco do seu refrigerante.

— Sei lá cara, vê qualquer um aí. – Edwin apoiou seu braço no braço do sofá.

— As batatas estão prontas! – minha mãe cantarolou surgindo na sala com um enorme prato de batatas fritas. Passei a língua entre meus lábios assim que ela colocou o prato em cima da mesa de centro. — Brandon, quer refrigerante? – assenti com a cabeça e ela voltou para a cozinha para pegar um pouco de refrigerante pra mim.

— Brandon você se lembra da Eve, a amiga da Becky? – Nick perguntou. Assenti com a cabeça meio desvairado do assunto. — Antes de virmos pra cá, falamos de você pra Eve e ela ficou muito interessada em você.

— Sim, mas ela não pode vir pra cá. Ela está arrumando suas coisas para ir pra faculdade. – Ed completou.

Daqui a dois dias. – Nick olhou para mim.

— Ela irá embora daqui a dois dias, assim como eu. Que graça tem? – dei de ombros.

— Muita graça. – Nick puxou as cordas de seu capuz. — Ela também vai para Berkeley. Pode dizer que somos ótimos amigos, nós deixamos. – se gabou e Ed riu.

— Eu nem conheço a garota. Quer dizer, se a conheço ela mudou muito, como vou saber quem é ela no meio de tanta gente? – peguei um pouco de batata.

— Calma aí, pequeno gafanhoto, nós combinamos tudo. Ela vai te reconhecer pela cor da sua blusa e você pela cor da bolsa dela. – o garoto de cabelo verde deu um leve tapinha em minha cabeça.

— Isso não vai prestar... – balancei a cabeça negativamente. — E outra, eu não pedi pra que vocês dessem uma de Tinder e me arrumasse um encontro às cegas.

— Calma amigo, você não confia nos seus amigos? – Nick fingiu estar ofendido. Antes que eu pudesse responder, minha mãe apareceu na sala com o meu refrigerante.

— Bom, depois conversamos sobre isso. Agora... Que tal jogarmos? – mudei de assunto.

— Vou pôr esse jogo de futebol aqui, pode ser? – Ed olhou para mim, esperando minha resposta. Assenti com a cabeça e ele se levantou para pôr o jogo no Playstation.

— Eu só digo uma coisa. – Nick chamou nossa atenção com um silêncio para fazer suspense. — Vocês dois vão perder bonito. – Edwin e eu nos entreolhamos e rimos.

— Você ouviu isso? O zumbido do mosquito transmissor de ilusão? – cutuquei o moreno que se sentou ao meu lado.

— Vocês irão ver quando acontecer a famosa: "volta que o mundo dá". – foi a única coisa que Nick disse antes de darmos início ao jogo.

CLAIRE AVERY | LAS VEGAS, NEVADA

— Chris, você já bebeu demais, vamos voltar para o quarto. – segurei em seu braço, o vendo pedir a décima garrafa de vodka.

— Eu estou ótimo. – o moreno riu. Apoiou-se na mesa e se aproximou de meu rosto. Seu bafo estava horrível.

— Já chega! – levantei-me da cadeira e puxei o garoto para que saísse do bar do hotel junto comigo.

— Para onde vamos? – sua voz saia embolada.

— Voltar para o quarto. Você já bebeu demais. Subimos para o nosso andar e entramos em nosso quarto. Christopher cambaleava bastante e era muito difícil levá-lo sozinha.

— Vamos descer. Eu não quero ficar aqui. – quase caiu ao tropeçar em seu próprio pé assim que entramos. Esbarrou em uma estante derrubando minha escova de cabelos e eu o segurei em seus ombros para que parasse.

— Christopher para! Vamos dormir, por favor.

— Eu não quero dormir caralho! – o moreno exclamou num tom alto e rude. Empurrou-me com força para o lado, me fazendo cair e bater as costas na cama. Minhas costas arquearam com o contato e eu o olhei assustada que, pelo jeito, percebeu a merda que havia acabado de fazer. — Claire, me desculpe. E-e-eu não queria, não foi a minha intenção... – tentou se aproximar de mim, mas eu desviei. Cheguei para o lado e abracei a mim mesma.

— Fique longe de mim. – minha voz estava falha e eu não tinha mais coragem de olhar para Christopher.

Esse tempo todo eu nunca havia visto um defeito seu, mas agora eu descobri um dos piores: a bebida.

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