• I feel so cold
Acordei com uma enorme de dor de cabeça, assim que escutei a minha mãe me chamando para acordar, pois hoje tinha aula. Levantei-me da cama ainda sonolento, tropeçando em minhas roupas que eu havia jogado no chão assim que cheguei ontem da festa de Austin.
Quando cheguei ao banheiro, tirei a única peça que usava e entrei no box. Liguei o registro e deixei a água fria cair sobre mim. Eu precisava daquilo. Assim que fiz minha higiene pessoal, optei em usar uma calça preta com um cinto e minha camisa de botões listrada branca e azul. Penteei meu cabelo de qualquer jeito, pois estava sem ânimo algum e coloquei meus cordões e meu relógio, não demorando para sair do quarto e ir direto para a cozinha.
— Bom dia. – dei um beijo na bochecha de minha mãe que preparava meu café da manhã.
— Bom dia filho. – colocou um pouco de cereal em minha tigela. Sorri de canto e olhei para minha tigela. Eu amava cereal, mas hoje eu não estava com vontade de comer nada. — Brandon... Você ainda não me disse se você contou para a Claire sobre aquele assunto. – limpou a garganta e olhou para mim.
— Bom, ela nunca mais veio aqui, não é mesmo? – sorri minimamente sem mostrar os dentes, porém logo tornei a ficar sério.
— Brandon... Eu sinto muito. – aproximou-se de mim.
— Não mãe, você não sente. Foi você que disse para eu contar. Se fosse por mim, eu não teria contado e tudo estaria bem entre nós! – soltei com fúria a colher sobre a mesa.
— Brandon você não deveria guardar segredo dos outros, principalmente da Claire. Eu já disse que ela não merecia isso!
— Quer saber mãe? Eu estou indo. – empurrei a tigela em sua direção e me levantei da cadeira.
— Brandon Arreaga, volte aqui agora! – ignorei-a por completo, peguei minha mochila e saí de casa logo indo direto ao meu carro.
Pegaria Ivy em sua casa e seria hoje que eu terminaria com ela, mesmo não havendo realmente nada entre nós.
CLAIRE AVERY
Eram apenas sete e meia da manhã e, admito que, eu não me imaginava estar na escola a essa hora. Os corredores estavam vazios e haviam apenas alguns alunos sentados no chão fazendo deveres enquanto outros estavam na biblioteca. Sentei-me no chão em frente ao meu armário e abracei minha mochila contra o meu peito. Eu não queria estar na escola, mas, se eu não chegasse a essa hora, provavelmente ainda estaria em minha bela cama.
Já fazia um tempo que eu estava sentada naquele chão observando as pessoas que chegavam. O assunto do momento era sobre a "perfeita" festa do Austin; ninguém parava de falar sobre isso, ia dos populares até os menos conhecidos da escola.
Levantei-me do chão e coloquei a alça da minha mochila sobre um de meus ombros, logo indo para o estacionamento da escola onde pude ver Austin, Brandon e Ivy. Suspirei profundamente e me aproximei de Austin.
— Claire! Por que você foi embora ontem sem me avisar nada? – o garoto perguntou assim que me aproximei.
— Ah, eu tive uma emergência familiar de última hora. – sorri de canto enquanto ele envolvia seu braço em meu pescoço.
— Claire, eu namorei você por dois anos. É óbvio que eu sei que você está mentindo. – afinou a voz e eu ri. — Diz logo o que aconteceu.
— Não foi nada. Eu só quis ir embora e não ia tirar o aniversariante da própria festa dele apenas para me levar para casa. – neguei com a cabeça o abraçando pela cintura.
Dei uma rápida olhada para trás, vendo Brandon empurrar Ivy para longe de si e ela o segurou pelos braços. O moreno apenas deu um tranco em seu braço e, em passos apressados, saiu do estacionamento.
Na hora do intervalo, todos saíram de suas salas. Pensei em Brandon me esperando na porta, como todos os dias, mas, dessa vez, não havia ninguém lá. Eu ainda estava abalada com tudo e estava mais abalada ainda pelo jeito que eu saí da festa de Austin. Ver Arreaga quase chorar foi uma cena tão horrível e que se repetia a cada minuto em minha mente — tanto quanto suas palavras sinceras; mas estava tudo acabado e eu tinha que aceitar isso... Para sempre.
Sentei-me em um dos bancos que havia no pátio e ajeitei meu moletom. Fiz um coque frouxo em meu cabelo e fiquei observando as pessoas que passavam para lá e pra cá.
— Oi! – Maya se aproximou de mim e eu sorri de canto. — Você precisa ver isso agora. – me puxou para a quadra, onde tinha um aglomerado de gente, o que me fez estranhar.
— O que está acontecendo?
— Só olha e não fala nada. – segurou em minha mão e me puxou para frente das pessoas.
Assim que ficamos na frente de todos, pude ver Brandon e Ivy discutindo enquanto Austin estava logo ao lado, esperando que algo acontecesse para que ele pudesse intervir. Por enquanto os dois só batiam boca.
— Porra Ivy! Você é uma vadia! – Brandon exclamou em alto e bom som.
— A vadia que você pegou só para fazer ciúmes na coitadinha da Claire. – Ivy riu debochada. Dei um passo para frente, mas logo senti alguém me puxar novamente para trás.
— Não se mete. – Maya sussurrou em meu ouvido.
— Por que não consegue entender que eu não quero mais nada com você? – Brandon abriu seus braços demonstrando indignação. Deu um passo para frente, mas logo Austin o puxou, fazendo com que ele ficasse no lugar de antes.
— Certas coisas não dão para se desperdiçar... – a morena riu dando de ombros. Brandon tentou partir para cima dela, mas Austin o segurou pelos braços, o impedindo de se mover.
— Quando o Austin me largar, eu juro que te mato. – grunhiu a fazendo rir debochadamente.
— É mesmo? Tenta a sorte. – Ivy se aproximou do garoto e acariciou seu rosto, o fazendo ficar vermelho de raiva. Brandon conseguiu dar um tranco em seu braço e segurou fortemente o braço de Ivy. — Não! O bebê! – exclamou antes que Brandon pudesse fazer algo. O garoto deu um passo para trás, sem reação alguma, assim como todos os outros que estavam ali e eu.
— Como é? – sua voz saiu falha. Ivy não respondeu, apenas o olhou com um olhar perverso e, ao mesmo tempo, amedrontado.
Bailey se aproximou da morena e todos saíram aos poucos do local assim que meus amigos começaram a expulsar todos. Eu estava sem nenhuma reação enquanto via Bailey e Ivy conversarem a sós. Austin chamava a atenção de Brandon, mas ele estava na mesma situação que eu. Eu não sabia se aquilo era vida ou real ou um grande pesadelo, eu só sabia que, o que quer que fosse, eu não queria mais fazer parte. Sem que me desse por si, comecei a chorar até que senti alguém me abraçar fortemente. Era Arreaga, mas... Por que ele estava me abraçando?
— Você ouviu tudo, não é?
— Assim como a escola toda. – passei minhas mãos em meu rosto para secar minhas lágrimas. — Por que deixou isso acontecer?
— Eu não queria, eu... – lágrimas brotaram de seus olhos e o moreno me deu um selar. Antes eu sentia um frio na barriga, uma sensação maravilhosa em sentir seus lábios aos meus mas, agora, a única coisa que eu sentia era nojo.
— Brandon... Acabou – dei um passo para trás. — Por favor, me deixa.
— Claire, eu te amo. Você não pode fazer isso comigo. – tentou se aproximar de mim novamente, porém eu dei mais um passo para trás.
— Você também não podia ter feito isso comigo e você engravidou a Ivy. – funguei. — Acabou. – virei-me para ir embora. Dizer que acabou doía, mas eu não podia fazer mais nada. Quando foi que tudo ficou tão frio?
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