• can I have this dance?
— Então... Te vejo hoje à noite? – perguntei ficando na ponta dos pés para dar um selinho em Chris.
— Vou tentar dar uma escapada do trabalho. – sorriu. — Te pego às sete? – assenti enquanto sentia suas mãos acariciarem meu rosto.
— Até às sete. – sorri e o moreno saiu pela porta, onde logo a fechei.
Fui até o sofá e me sentei, olhando atentamente para o meu diploma e o capelo que se encontravam em cima da mesinha de centro. Tirei meus saltos e estiquei meus pés sobre o sofá.
— Claire, olhe os modos. – minha mãe me repreendeu descendo as escadas.
— Ah mãe! Não temos visitas, posso me sentir à vontade. – deitei-me.
— O Chris já foi? – pegou um pacote de salgadinhos em cima da mesa e se sentou ao meu lado.
— Sim. Ele vai ver se consegue começar logo as coisas na oficina pra ficar um pouco comigo no baile.
— O último baile da escola da minha filha... Nem consigo acreditar. – os olhos da minha mãe se encheram de água.
— Mãe não é para tanto. – ri. — Afinal, em todos esses anos na escola eu só tive um baile. Esse, no caso, seria o segundo. – peguei um pouco de salgadinho.
— Sim, mas não deixa de ser importante. Além do mais, o primeiro foi há muito tempo. – fez biquinho e eu ri.
Retirei a beca, revelando o vestido branco que usava. Passei os dedos sobre o tecido fino da minha beca e sorri ao lembrar-me do meu primeiro baile. Havia sido num Halloween quando eu ainda namorava o Austin. Apesar da ótima companhia, foi um baile legal.
FLASHBACK ON
— Claire, desça logo! O Austin já está te esperando! – escutei minha mãe no andar de baixo.
Terminei de pôr meus brincos e logo saí do meu quarto, descendo as escadas. Olhei para a porta e vi minha mãe com uma câmera em mãos e Austin ao seu lado. Sorri ao ver que o loiro usava a fantasia que havíamos combinado. Admito que ele estava muito bonito de Drácula — e, além da fantasia de vampiro ser prática, era uma fantasia ótima para usar como casal.
— Cheguei! – meu namorado olhou para mim e sorriu. Não pude deixar de notar suas presas falsas que ele havia colocado.
— Você está uma ótima vampira. – sorri. — Trouxe isso para você. Sabe, a fantasia vai ficar mais realista. – pegou do bolso de sua calça duas presas. Coloquei as presas e Austin sorriu.
— Vamos logo tirar a foto para vocês irem. Vocês não querem perder o baile, não é mesmo? – minha mãe riu se posicionando para tirar a foto.
Austin segurou em minha cintura e sorrimos. Pisquei por conta do flash da câmera e passei as mãos sobre meu rosto. Usava lentes de contato vermelhas e as lentes faziam meus olhos ficarem mais sensíveis, já que era a primeira vez que usava.
— Tchau mãe. – me despedi abrindo a porta. Não demorou para que eu entrasse no carro de Austin acompanhada do garoto e ele não demorou muito para dar a partida.
Assim que chegamos à escola, vimos várias pessoas pelos corredores conversando animadas e, na quadra fechada, se podiam ver as luzes azuis com roxo e escutar a batida da música que tocava. Entramos na quadra e vi Bailey fantasiada de anjinho dançando ao lado da mesa de bebidas. Ajeitei a bota de salto preta que batia a altura de meus joelhos e corri até a loira.
— Bae! – a abracei por trás e ela se virou para me ver melhor. Seus cabelos loiros que eram lisos estavam agora cacheados.
— Claire, finalmente você chegou! Onde está o Austin? – olhou por sobre o meu ombro à procura do garoto.
— Deve estar com algum amigo seu. Mas esquece ele e vamos dançar. – sorri a puxando para a pista de dança.
FLASHBACK OFF
— Claire, eu estou falando com você. – fui interrompida de meus devaneios por minha mãe que estalou os dedos em meu rosto para me chamar atenção.
— Desculpa. Dei uma pequena viajada aqui. – ri fraco.
— Pois é, eu percebi. Mas... Voltando ao assunto, eu perguntei se você quer ajuda para se arrumar pro baile.
— Mãe, a senhora ainda está falando disso? O baile não é agora, ainda tem tempo para eu pensar o que farei. – levantei-me. — Vou tomar um banho e depois falamos sobre isso.
Eu que deveria estar ansiosa para o baile e não a minha mãe. Ri de sua ansiedade e subi as escadas, indo em direção ao banheiro para tomar um bom banho.
BRANDON ARREAGA| 19H15
— Brandon, já está pronto? – minha mãe perguntou entrando em meu quarto. Ajeitei meu paletó e olhei para ela.
— Sim. – sorriu beijando minha testa.
— Se divirta no baile. – saí do meu quarto e desci as escadas, logo vendo meu pai sentado no sofá assistindo a um jogo de basquete.
Eu queria estar sentado com ele, comendo pipoca e discutindo sobre o jogo, mas minha mãe havia dito que era uma boa eu ir para o baile, pois seria a última vez que veria meus "amigos do colegial" — sem contar que seria meu primeiro baile nessa escola.
— Como está o placar? – perguntei me sentando ao lado do meu pai.
— Como você disse. O Golden State está ganhando do Brooklyn Nets. – ri.
— Viu? Se tivéssemos apostado, eu teria ganhado. – afrouxei um pouco o nó de minha gravata.
— Você só acertou porque o Golden é melhor que os Nets. – riu dando um gole em sua cerveja.
— Brandon, você ainda está aqui? Ande logo, senão vai perder o baile! – minha mãe exclamou ao surgir na sala. Comecei a me levantar do sofá lentamente e Gina logo me puxou do sofá. — Se despeça do seu pai e vá. – ajeitou minha gravata.
— Tchau pai. Grava o jogo pra mim. – disse indo em direção a porta.
— Pode deixar. – foi a única coisa que o escutei dizer antes de fechar a porta. Sai de casa, entrei em meu carro e dei a partida, indo em direção à escola.
Assim que cheguei à escola, deixei meu carro no estacionamento e saí do mesmo, logo tendo completa visão de várias pessoas bastante animadas com o baile usando vestidos formais e ternos. Eu, por outro lado, preferia estar em minha casa.
Entrei na escola e fui para a quadra fechada, onde seria o baile. Uma música agitada tocava e rapidamente consegui ver Maya, Zion, Claire e o namorado dela dançando juntos com copos de ponche em mãos.
Fui até a mesa dos doces e peguei um morango, mergulhando na fonte de chocolate. Senti mãos encostarem-se aos meus braços e me virei para ver quem era. Foi inevitável não revirar os olhos ao ver quem era.
— O que você quer Ivy? Por acaso veio inventar outra mentira para o idiota aqui acreditar, ou vai se jogar no chão e fingir que eu te bati? – me virei para continuar a pegar minha comida.
— Na verdade não. – Ivy usava um longo vestido roxo, que realçava seus olhos azuis, e luvas brancas. — Brandon, hoje é a última vez que nos vemos e, sabe Deus, o que acontecerá daqui pra frente. Eu quero me desculpar por tudo que lhe fiz, não foi a minha intenção magoar você e a Claire. Na verdade, eu me sinto uma completa estúpida por ter feito vocês se separarem. – riu sem humor.
Assenti com a cabeça, olhando para Claire que conversava com Christopher. Ela estava tão linda com aquele vestido longo azul, que mostrava uma de suas coxas. Ela parecia uma princesa.
— Eu o escutei falando que vai embora antes da música lenta. É uma boa oportunidade para conversar com a Claire. Mesmo que seja a última vez.
— Será que eu deveria?
A última vez que havia falado com Claire, foi no dia do aniversário de Kim. Ela deixou claro que não queria mais ficar comigo, e sim com Christopher. Desde esse dia, tenho a evitado por vergonha e decepção. Eu a amava tanto e ficava triste em saber que ela não sentia mais o mesmo por mim.
Vi o seu namorado ir embora e Claire sentou-se em uma cadeira qualquer. O DJ anunciou que era a hora de escolhermos nossos pares para a dança mais importante da noite e, sem pensar duas vezes, aproximei-me da morena que olhava para seus saltos.
— Me concede essa dança? – estendi minha mão para ela.
— Brandon? Eu pensei que não queria mais falar comigo... – desviou seu olhar do meu.
— Pode ser a última vez que nos falamos. Pra que ficar brigados por uma coisa que já foi resolvida? – Claire sorriu e se levantou, indo comigo até a pista de dança onde já estavam outros casais.
A música começou a tocar e a garota colocou suas mãos sobre meus ombros enquanto as minhas pousaram em sua cintura.
— Lembra do dia em que você disse que sentia minha falta? – perguntou enquanto rodopiavamos pela pista.
— Eu ainda sinto, mas aprendi a superar. Eu consigo aguentar. – tentei me convencer da minha própria mentira. Mas a quem eu queria enganar? Eu nunca iria superar o fato de ter perdido Claire por um deslize somente meu.
— Eu também sinto sua falta, mas claro, como amigo. – corou. — Você foi e ainda é importante pra mim Brandon, não se esqueça disso.
— E o seu namorado? – pigarreei mudando de assunto. — Por que foi embora?
— Ele teve que ajudar o pai na oficina. – olhou para nossos pés que se movimentavam.
— Ele está te fazendo feliz? – a girei.
— Sim. Todo final de semana saímos e ele me ajuda com as matérias que eu não sei. Às vezes fico feliz por ele ser mais velho que eu. – sorriu logo colocando uma de suas mãos em meu pescoço.
— E ele te faz mais feliz do que eu? – Claire abaixou a cabeça olhando para nossos pés em movimento não respondendo minha pergunta. — Desculpe, eu não queria te deixar mal.
— Não, tudo bem. Você tem todo o direito de fazer perguntas. – olhou para mim e sorriu.
Um silêncio se formou entre nós e deixamos a música nos tomar conta. Era como se somente houvesse Claire e eu naquela pista, naquele baile, naquela noite. Claire apoiou sua cabeça em meu ombro enquanto dançávamos lentamente. Senti vontade de tomar seus lábios em um beijo, mas eu não podia fazer isso. Ela agora namorava e não era eu o seu namorado.
Eu tinha medo, medo de perdê-la desde a primeira vez que a vi. E, por um motivo tão bobo, por um momento de fragilidade eu a deixei; eu ainda não podia me perdoar por ter a deixado partir tão facilmente. Agora ela estava feliz com outro e o que eu sempre quis era vê-la sorrir, vê-la feliz. Então... Por que eu não me sentia feliz ao vê-la feliz com Christopher?
Doía-me saber que aquela era a última vez que a veria, a última vez que a teria em meus braços. Eu sabia que quando a música estivesse prestes a acabar, eu teria que me conformar apenas com as boas lembranças e recordar esse último momento, mesmo que tenha sido a última vez.
Eu queria tanto que aquela música não acabasse. Eu queria abraçar Claire por tempos intermináveis, mas eu não podia. Não mais. Eu não queria que o final fosse assim, eu não queria que a mais simples palavra que eu havia dito fosse uma simples pergunta: "Me concede essa dança?". Nossos olhares se cruzaram enquanto ainda dançamos. Eu ainda via um brilho em seu olhar.
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