15. ×ᏢᏒᎥᎷᎾ ᎷᎥᎶᏌᎬᏞ×
" Para aprender tem que cair."
- CÁSSIA ELLER
Scarlett Medici | point of view
Chamada não atendida, era o que estava escrito na tela, pela décima sétima vez.
Assim que sai de lá, fui o caminho inteiro até a pensão tentando ligar para Miguel, ele não atende, não retorna minhas ligações ou minhas quinhentas mensagens, tanto de voz, como escrita.
Eu vou matar esse caçadorzinho! Quando eu preciso urgentemente dele, ele não retorna ou atende minhas ligações.
Acabei de chegar na pensão, abrindo a porta com tudo e a fechando com força. Fui tirando o casaco e o deixando em um dos cantos da casa, antes de me dirigir até a biblioteca mandando uma mensagem de voz para Miguel.
- Miguel, é a última vez que eu vou te mandar essa merda, ou você retorna minhas ligações e dá um sinal de vida, ou eu mando alguém atrás de você, está me ouvindo?- Gritei a última parte irritada.
Estava tão nervosa que mal notei a movimentação na biblioteca, só notei que não estava sozinha quando um barulho alto de algo colidindo com o chão me chamou atenção.
- Quer me matar do coração?- Questionou Miguel, indignado, se levantando do chão, com a mão no peito, tentando controlar a respiração.
- Como diabos você está aqui?- perguntei surpresa, mas logo mudei minha feição para furiosa.- Por que diabos não atendeu minhas ligações?
- Você me ligou, foi?- perguntou, em um tom inocente.
- Eu juro por Deus que eu ainda vou te matar, garoto.
- Pra quê tudo isso? Eu hein, não é como se alguém estivesse morrendo.
- Essa é a questão, seu idiota, tem alguém morrendo.
- Quem?- perguntou curioso, se aproximando de mim.
- Damon Salvatore.
- O seu amigo?- indagou, sentando-se no sofá que tinha alí.
- Meu melhor amigo.- dei ênfase no melhor, aparentemente Miguel não gostou muito disso, fazendo uma careta, a qual nem tentou disfarçar.
- Tanto faz, o que houve com ele? Você está bem? Do que precisa? Foi por isso as milhares de mensagens e ligações?
- Pensei que você não soubesse das ligações e mensagens.
- Ops.- revirei os olhos.
- Tyler mordeu ele, Damon resolveu dar uma de herói e salvar o Lockwood e a Forbes, mas acabou levando uma mordida como recompensa.- expliquei.
- Meu Deus, sua vida anda bem corrida. Para a sua sorte, acho que sei de algo que pode te ajudar.
- O que?- perguntei esperançosa.
- A minha presença.- e lá se vai a minha esperança.- Não desanima, não, ainda temos o meu conhecimento, se esqueceu?
- Finalmente algo de útil saiu da sua boca.- exclamei.
Miguel me olhou indignado, abrindo e fechando a boca diversas vezes, sem acreditar que eu realmente disse isso.
- Eu só não vou dizer nada, porque eu não quero perder meu tempo com você.- falou.
- Ótimo, então fale menos e pesquise mais.- pedi.- Temos que achar uma cura, e rápido.
- É pra já, mas antes eu tenho que te contar algo.
- Não enrola, não, querido.- Miguel revirou os olhos, me ignorando.
- Desde que você me ligou da última vez, perguntando se existia uma cura, eu comecei a pesquisar mais a fundo e descobri umas coisas.
- Me diga logo, homem.
- Está bem, está bem, eu hein, talvez realmente exista uma cura.
- Você já descobriu o que é?
- Ainda não, mas estou no caminho.
- Bom, então o quê estamos esperando? Vamos ao trabalho.
Já havia amanhecido, Miguel e eu não desistimos de procurar respostas nos livros e bestiários que ele trouxe.
Já havia se passado horas e nada dos Salvatores derem as caras, o que particularmente está me irritando, muito.
- Estou com fome.- disse Miguel, repentinamente.
- Vá até a cozinha e pegue algo para comer, então.
- Você que manda.- me apontou o dedo, antes de sair animadinho pela casa atrás de comida.
Crianção, Miguel pode ser um caçador com informações bem valiosas, mas jamais perdeu esse espírito animado dele, igual o sarcasmo.
Sons de briga chamou a minha atenção, me fazendo segui-los até a sala.
- Mas o que diabos está acontecendo aqui?- perguntei, após ver Stefan prensando Damon com força na parede.
- Por que você não a responde, Damon? Ou você quer que eu conte?- indagou Stefan.
- Me contar o quê?- questionei, cruzando os braços com uma feição séria.
- Nada, é apenas o Stefan dando uma de paranoico, você sabe como ele não bate bem da cabeça.
- Nada? Ele estava tentando se matar queimado agora mesmo.
- Você estava tentando fazer o quê?- gritei nervosa.- Por Deus, Damon, você tem noção do que ia fazer?
- Me matar? Mas é claro que eu tenho.
- Então por que iria fazer isso?
- Ele ainda nem te contou a melhor parte.- respondeu Stefan, irônico.
- Porque eu vou morrer de qualquer jeito, pelo menos que não seja por culpa do Tyler.- me respondeu, ignorando o irmão.
- Isso é por causa da mordida?
- Como você sabe?- ambos perguntaram.
- Katherine Pierce me contou.
- Por que diabos você estava falando com ela?- perguntou o Salvatore mais velho.
- Quem faz as perguntas aqui, sou eu! Você não vai morrer, Damon. Nós não vamos deixar.- apontei para mim e para o irmão do mesmo.- Eu não vou deixar.
- Eu também não vou.- disse Miguel, aparecendo do nada, erguendo a mão.
- Quem é ele?- Os Salvatores perguntaram para mim.
- Esqueceram que quem faz as perguntas aqui sou eu? Não importa quem é ele, o importante agora é achar uma cura.
- Como assim não importa quem eu sou? Eu sou importante, sabia? Muitíssimo importante. Pra você- apontou para mim.-, para os meus amigos, para os amigos dos meus amigos, para o mundo, para os meros mortais, para...- o interrompi.
- Será que dá para você calar a droga da sua boca?- questionei irritada.
- Falei demais?- perguntou, o lancei um olhar óbvio.- Ah, beleza, acho que é melhor eu ficar quieto.
- Ainda bem que você sabe, gênio.
- Não existe uma cura, superem isso.- exclamou Damon, ignorando nossa discussão.
- Tecnicamente, existe sim.- rebateu Miguel, se intrometendo.
- Do quê está falando?- Stefan se aproximou do mesmo.
- Não estou confirmando nada, mas talvez realmente exista.- Stefan o mandou um olhar, querendo dizer que ele deveria continuar, cruzando os braços.- Nós dois estávamos pesquisando, antes de vocês chegarem do nada quase se matando.
Se olhar matasse, com certeza Miguel já estaria morto. Por Deus, esse linguarudo só faltou falar que sabe diversas coisas sobre o sobrenatural.
- Vocês sabem o que é?- Stefan dividiu o olhar entre nós dois, enquanto Damon se manteve quieto.
- Ainda não, mas nós estamos no caminho.- apontou com a cabeça para mim, comendo um salgadinho chips, que tirou de Deus sabe onde.
- Tudo bem, obrigado por estar ajudado, seja lá quem você for.- Stefan se virou para mim.- Eu já volto.
Avisou, usando sua velocidade e levando Damon consigo. Pude ouvir o barulho da porta de ferro abrindo e, depois de algo pesado ser jogado no chão, fechando no porão.
Stefan apareceu novamente, olhando diretamente para Miguel.
- Agora, me diga quem é você?- pediu tefinho.
- É...- me olhou nervoso, pedindo uma ajudinha. O interrompi antes que ele pudesse se apresentar.
- Miguel!- respondi de supetão.
- Miguel?- Stefan estranhou minha ação.
- Sim, Miguel... É, meu, meu primo, sabe? Do México.- acrescentei.
- Miguel? Do México?- indagou confuso.
- Pois é.- dei umas batidinhas no ombro do mexicano.
- Isso, primo dela. Do México.- confirmou, me olhando estranho, antes de virar pro Salvatore e estender a mão.- Prazer.
O Salvatore encarou a mão dele, sem fazer menção alguma de que fosse apertar.
- Não curte apertos de mãos? Entendi.- recolheu a mão, sem graça.- Scar, será que podemos voltar a pesquisa?
- Mas é claro, vai indo na frente.
- Até mais, Stefan. Você tem uma bela casa, a propósito.
- Obrigado, eu acho.- agradeceu, vendo ele se afastar.- Quem é ele?
- Meu primo Miguel, eu acabei de falar.
- Tudo bem se não quiser falar, mas eu não vou cair nessa. Agora, eu tenho que ir.
- Onde vai?- perguntei.
- Vou ver se a Bonnie descobre algo que possa nos ajudar.
- Boa sorte.- desejei.
- O mesmo para você e seu primo.- revirei os olhos.
- Idiota.- Sussurrei, vendo ele sair da mansão e ir atrás da bruxa Bennett.
Stefan me mandou mensagem, não muito tempo depois de ter saído, me explicando o que aconteceu ontem à noite.
Elijah havia traído eles pela família, o que não me surpreendeu. Mas falando no mesmo, eu ainda sentia culpa quando pensava nele.
Me sentia culpada por não o contar a verdade, por não contar que sua noiva estava viva.
- O que foi?- perguntou Miguel, notando eu encarando o nada ao invés de ler.
- Estou pensando na Valencia.
- Valencia? Ela não é aquela paixonite do Damon, morta, que não está morta?
- Sim.
- Então, o que tem ela?
- Conheci o noivo dela, recentemente.
- E daí?
- E daí que ele é um original de terno, nobre e sexy, que põe a família acima de tudo e todos.
- Elijah? Valencia Crawford iria se casar com o Elijah?- indagou sem acreditar.
- Quando descobri fiquei tão surpresa quanto você.
- O nobre Elijah?- perguntou ainda assimilando a informação.- Nossa.
- É, meu amigo, nossa.
- O que pretende fazer? Contar ao original de terno a verdade?
- Sinceramente? Eu não faço a mínima ideia. Se eu contar é capaz dele matar o Damon, mas...- dei uma pausa, respirando fundo.
- Mas.- me incentivou a continuar.
- Mas se eu não contar, vou ficar me remoendo em culpa e eu não quero isso.
- Então conte a ele, conte ao Elijah a verdade, ele merece saber isso. Valencia era a noiva dele.
- Certo, estou de saída.
- Espera, você vai agora atrás dele?
- Sim.
- Nesse mesmo minuto?
- Sim.
- Por quê?
- Porque você falou para mim contar a verdade e é o que eu vou fazer.
- Mas se você for agora eu vou ter que ler tudo isso sozinho. Sabe como é entediante fazer isso? Com você aqui, eu posso, pelo menos, encher o seu saco.
- E eu posso te dar um murro por isso.- respondi.
- Agressiva.
- Vou te mostrar o agressiva se você não calar a droga da boca.- ele me mostrou a língua.- Criança.
- Eu não sou criança, cabelo de salsicha.
- Como é?
- Nada não.
- Ótimo, agora eu vou atrás dele.
- Fica mais um pouco, por favor.- fez uma carinha fofa.
- Não. Tenho que achá-lo agora, antes que o Klaus volte a forma humana dele. Preciso encontrar o Elijah enquanto ele estiver sozinho.
- Vai o pegar desprevenido?
- Se eu o encontrar antes do Klaus, vou poder dizer a verdade.
- E ocultar a parte em que Damon à matou, ou pelo menos acha que fez isso, porque provavelmente o Klaus vai ter chegado bem na hora.- completou minha fala
- Exatamente.
- Esperta, mas tem um furo nessa história. E se o Klaus já estiver com o Elijah?
- Ele não vai estar, vou dar um jeito para que isso não aconteça.
- Vai na fé e cuidado para não levar uma mordida na bunda.
- Engraçadinho.
Sai de lá, indo diretamente para a floresta.
Estou começando a me arrepender, amargamente, de ter ido a procura do original. Não bastava eu perder um precioso tempo, em que eu poderia estar usando para achar uma solução para o Salvatore, agora eu tenho que ficar andando no meio do mato a procura do Elijah, de salto. Eu to de salto no meio dessa floresta.
É inacreditável como eu ando me esquecendo e me perdendo muito em minha própria cabeça desde que cheguei nessa cidade, inacreditável.
Meu salto prendeu em umas folhas, me fazendo torcer o pé e quase cair.
- Inferno.- resmunguei, me apoiando na árvore que tinha ao meu lado.
Milagrosamente, eu não quebrei meu salto, mas infelizmente vou ter que jogá-lo fora, já que a desgraça dessas terras e folhas conseguiram sujar e arranhar ele.
Ótimo, um par de sapatos novinhos pro lixo, mas eu vou depois cobrar tanto um par de saltos novinhos para o Elijah.
Falando no mafioso, o avistei um pouco mais a frente. Foi difícil, mas eu consegui. Achar Elijah não foi nem um pouco fácil, ele simplesmente sabe desaparecer do nada.
- Olha só o que temos aqui, veja se não é o traidor.
- Senhorita Medici, o que faz aqui? E por que está me seguindo?
- Precisamos conversar.- informei, adquirindo um semblante sério.
- Me acompanhe em uma caminhada, por favor.
Caminhamos em silêncio por um tempo, com eu o xingando mentalmente, óbvio. Eu acabei de caminhar até aqui, com um par de saltos maravilhosos que acabou estragando, com um pé torcido e ele quer que eu caminhe com ele? Vai pro inferno!
Durante todo o caminho eu me xingava mentalmente, não só por estar seguindo ele, como também por não ter pensado em como iria dizer aquilo. Como sempre, terei que apelar para o improviso.
- Acho que aqui está bom.- parei, me encostando em uma árvore, descansando.- É um saco andar de saltos em uma floresta.
- Nunca usei, mas acho que terei que concordar.- Sorri de lado.- Agora, gostaria de me desculpar pelo que fiz aos seus amigos e pedir desculpas pelos seus saltos também.- Elijah repetiu meu ato, se apoiando em outra árvore.
- Meus amigos? A não, não, meus únicos amigos dessa cidade são o Damon e o Stefan, o resto é somente isso, o resto.- ele arqueou a sobrancelha, mas não disse nada em relação a isso.- E em relação ao saltos, você vai me dar um par novo, não se preocupe.
- Se assim desejar. Mas mesmo assim, me desculpe, não foi um ato nobre.
- Ótimo. Voltando ao assunto traição, meio que estava no seu direito, já que eles te traíram várias vezes.
- Mas isso não justifica meus atos.
- Eu te entendo, Elijah. Família em primeiro lugar, sempre.- mas mesmo assim ele tentou se justificar.
- Preciso que entenda que, Klaus me fez acreditar que havia jogado nossa família no mar, mas quando ele estava em minhas mãos,- olhou para elas.- ele admitiu que não havia feito aquilo e me prometeu que iria deixar que eu os reencontrasse.
- Já pensou que pode ser uma armadilha? Seu irmão não é lá muito confiável.
- A coisa em que Klaus mais preza é a família. E ele sempre cumpre o que promete.
- Se você diz.- dei de ombros.- Mas eu não vim aqui falar do Klaus.
- Então, diga.
- Eu vim falar sobre Valencia Crawford, sua noiva.
- Ex-noiva.- corrigiu.- Ela não está mais entre nós.
- Negativo, Valencia não morreu, Elijah.
- Do que está falando?- se desencostou da árvore, em choque.
- Gréia à protegeu da morte.
- Onde ela está?- perguntou com urgência.- Como sabe disso?- talvez ele tenha notado a convicção em minhas palavras e tenha, realmente, acreditado.
- Tenho meus contatos.
- Eu perguntei, onde ela está? Responda a minha pergunta.- ordenou.
Engoli em seco, não posso dizer toda a verdade, apenas uma parte dela.
- Não sei, mas estou trabalhando nisso.
- Espero que não esteja mentindo. Não é recomendado mentir para um original, principalmente com algo desse nível.
- Não estou mentindo, eu sei quando é hora de brincar e quando não é. Nunca à vi pessoalmente, mas eu me encantei com as histórias que ouvi sobre ela. Quando achei seu corpo, após um dos meus contatos tê-la achado, pensei que estava morta, mas ela não estava. Valencia Crawford estava protegida por um feitiço que à colocou em sono profundo.
- Você disse que não sabia onde ela está, mas acabou de falar que achou o corpo dela.
- Sim, eu achei o corpo dela, mas isso foi antes de alguém sequestrá-lo e esconde-lo com uma magia bem poderosa.- mentira, mais uma de várias.
- Não gosto de fazer ameaças, senhorita Medici, mas se você estiver mentindo...- interrompi.
- Você vai me fazer pagar por isso e blá blá blá. Já entendi a ameaça, não precisa ficar repetindo como um gravador de voz.- Elijah arqueou as sobrancelhas, resolvendo ignorar.
- O que mais descobriu?
- Além de que a sua mulher é bonita pra caramba?- Ele revirou os olhos, colocando a mão no bolso da calça social, tentando manter a postura.- Tudo bem, tudo bem, não precisamos tanto dessa impaciência, homem.- ergui as mãos em rendição.- Descobri que Gréia escondia algo, além da Crawford estar viva e tirando um cochilo profundo.
- O quê?
- Ouvi boatos de que ela estava grávida quando desapareceu, Valencia estava grávida e Gréia sabia disso. E tem mais.
- Diga logo.- mandou, sem paciência.
- O bebê era seu, Elijah.
- Como é possível?- ele não acreditou nisso, obviamente.- Não tem como, eu sou um vampiro, incapaz de ter filhos.
- Não foi o que eu ouvi de umas bruxas descendentes de Gréia.
- O que Gréia tem haver com isso, além de saber que ela estava viva?
- Ela deu sangue de vampiro para Crawford no dia em que ela desapareceu.
- Como sabe de tudo isso?- se aproximou e me prensou com força na árvore. E, céus, como esse homem tem pegada.- Me responda!- gritou.
Um barulho de galho se partindo chamou nossa atenção, ouvi um rosnado baixo. Klaus.
- Tenho que ir.
Me livrei de seu aperto, saindo de lá com minha velocidade sobrenatural, não o dando chance de me seguir.
Não quero nem imaginar o caos que deve estar dentro da cabeça do original agora, mas só de sequer cogitar em pensar que um antigo amor épico meu está vivo e seguro, me faria surtar.
Mas agora a verdade já foi dita, pelo menos uma parte, restando agora somente dizer ao Damon e a verdade finalmente estará a mostra. Sem mentiras ou meias verdades.
Eu que não quero ver o que irá acontecer quando Elijah descobrir toda a história.
Eu ouvia seus sussurros, ouvia Damon clamando por ajuda. Chamando Katherine e, principalmente, Valencia Crawford. A garota que ele amou e achou que matou.
Talvez a mordida tenha desencadeado a memória que eu tinha bloqueado em sua cabeça, o fazendo voltar a alucinar com a pobre Valencia.
Mas como eu disse, ele só achou. Damon Salvatore nunca soube o verdadeiro final que seu primeiro amor teve, ele nunca soube que a garota Crawford está viva e protegida por um feitiço poderoso, no mesmo lugar em que ele à deixou.
Descobri isso anos depois que ele desabafou comigo sobre ela, quando eu fui atrás da mesma para poder a dar um enterro da qual ela não pode ter, para que ela tivesse paz.
Mystic Falls, 1907
Caminhei até uma cabana, no meio da floresta, dei três batidas na porta.
- Pois não?- perguntou uma senhora, já de idade.
- Acorde.- sussurei, a hipnotizando.
Alira, a senhora, era uma das descendentes de Gréia. Mas, felizmente, ela não herdou a magia que nem as outras descendentes, me possibilitando ter acesso direto aos antigos diários de Gréia, hipnotizando-a depois para esquecer tudo.
A senhora fechou os olhos com força, logo em seguida os abrindo, dando um grande sorriso.
- Senhorita Medici, fico feliz que tenha retornado tão rápido.
- Você me mandou uma carta dizendo que tinha algo para mim, onde está?
- Sim, é claro. Por favor, me acompanhe.- pediu, saindo pela porta e caminhando até a parte de trás da cabana.
Ela entrou dentro de um círculo, me chamando com a mão, em seguinte, acendendo as velas que estavam postas estratégicamente em volta do círculo.
- Para quê tudo isso?
- Para que eles não oussam.- disse.
- Eles quem?
- Os ancestrais.
- O que os ancestrais tem haver com isso?
- A criança que a Crawford carrega é poderosa, os ancestrais não podem saber da existência do bebê, se não vão matá-lo.
- Como assim carrega e matá-lo? Valencia Crawford está morta.- afirmei.
- É o que você acha, minha menina.
- Do que está falando?
- Gréia, a dama de companhia da senhorita Crawford, era uma bruxa. Ela colocou um feitiço de proteção na criança e na mulher, e antes que Valencia fosse encontrar o amigo Salvatore, ela colocou sangue de vampiro no chá da mesma.
- Está me dizendo que Valencia Crawford está viva?
- Sim, senhorita Medici.
- Mas e o bebê? Ela é uma vampira agora?
- Ela é humana ainda e o bebê continua em sua barriga.
- Como é possível?
- Magia, a magia mantém a criança e a mãe viva. Quando Damon Salvatore à atacou, o feitiço à colocou em um sono profundo, preservando o corpo e a saúde dela. Ele não matou ela, chegou perto, mas não matou.
- Graças a Deus.- suspirei aliviada.- Espere, onde ela está agora?
- No mesmo lugar em que seu amigo à deixou.
- Ela ainda está dormindo?
- Está. Gréia confiou a nós, suas descendentes, para proteger o corpo da senhorita Crawford e o bebê.
- Então ela está bem e viva?
- Sim, senhorita.
- Perfeito, quero que me atualize uma vez ao mês sobre o bem estar dela.
- Tudo bem.- apagou as velas e saiu do círculo.
Caminhamos em silêncio até estar na parte em frente à cabana novamente, a senhora voltou para a mesma posição que estava antes, apenas esperando meu comando para fazê-la esquecer tudo.
- Pode descansar agora, querida.- hipnotizei, me afastando com a velocidade sobrenatural, à tempo de ver ela olhar para os lados confusa.
Scarlett Medici | tempos atuais
Um grito próximo demais à mim me fez tampar a orelha esquerda. Miguel havia gritado em meu ouvido, me chamando diversas vezes.
- Você tem problema?- questionei, mexendo no ouvido com uma expressão de dor.
- Estava te chamando a horas, a culpa não é minha se você tem essa mania de se perder nos seus pensamentos e ignorar o resto do mundo.
- Você quase me deixou surda e ainda tem coragem de dizer que a culpa não é sua?- indaguei indignada.
- Isso mesmo.- respondeu, não dando a mínima.
- Desgraçado.- murmurei.- O que você quer, sua anta?
- Fala direito comigo que eu não sou seus lacaios não.- arqueei as sobrancelhas, ele continuou.- Você pode pedir para o seu amigo fazer menos barulho?- o olhei confusa.- Damon está berrando feito uma papagaio lá em baixo.
- Ele já está alucinando?- Miguel confirmou com a cabeça.- Droga!
- O que faremos?
- Continuamos com a pesquisa, nós temos que descobrir qual é a cura.
E mais uma vez ela estava em meus pensamentos, Valencia Crawford era como uma droga para viciados, uma mulher inesquecível.
Nunca tive o prazer de a conhecer, infelizmente. Mas ouvi histórias, ao longo das décadas, sobre ela. Uma garota marcante, que encantava à todos com seu charme.
Ela devia ser irresistível para encantar, não somente um Salvatore, mas também um original.
- Valencia?- perguntou Damon, em um sussurro.
Me aproximei da porta de ferro, abrindo e me escorando na mesma.
- Não, tenta de novo.- me apoiei na porta.
- Katherine?- revirei os olhos.
- Ah dá um tempo, eu sei que eu sou gostosa que nem ela, mas pelo amor de Deus! Por que sempre quando um de vocês é mordido, vocês me chamam de Katherine? Faça me o favor, né? Primeiro a Rose e agora você?
- Scarlett?
- Não, a virgem Maria.
- Acho que eu não estou muito bem.
- Jura? Nem notei.
- Você não vai deixar de ser sarcástica nem no meu leito de morte?
- Você não vai morrer, amor, supera isso.
- Eu vou sim, não existe cura.
- Não que você saiba da existência, pelo menos.
Damon começou a tossir sangue, fui me aproximar mas ele recuou.
- Não se aproxima, eu aguento.
- Scarlett!- Gritou Miguel.
- Vai ver o que ele quer.- mandou, recuando até se encostar na parede.
- Damon... Já que você está em uma vibe mais depressiva, morrendo, eu preciso te contar algo que deveria ter contado a décadas.
- O que?- soltei um suspiro, cuspindo sangue no chão.
- Valencia Crawford está viva.- falei de uma vez.
- Como?- perguntou baixinho, recebendo apenas meu silêncio como resposta.- Do que você está falando, Scarlett?- agora totalmente atento a cada ação minha.
- Scarlett, vem logo caramba!- Gritou Miguel, novamente.
- Vou ver o que ele quer.- avisei, recuando até ficar do lado de fora, fechando a porta e à trancando.
- Ela está bem? Está mesmo viva?- se arrastou até a porta.- Scarlett só me responda isso, por favor.- pediu cansado.
Afirmei com a cabeça e, com minha velocidade sobrenatural, fui atrás do mexicano.
I. Feliz dia 11!! É com grande prazer e orgulho que vou anunciar aqui o spin-off de Mercy. Provavelmente eu já tenha falado sobre, mas enfim, ele está na conta da minha queridíssima amiga (mackiavelick)
II. Faz um tempo que eu não apareço aqui, mas é porque minhas aulas voltaram e agora eu estou indo 100%.
III. Minha amiga (MariaMickelson), quase me implorou para fazer a Scar ir na viagem com o Stefan e o Klaus. O que eu faço? Aceito a sugestão dela ou não?
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