10.×ᎻᎾᏒᎪ ᎠᎬ ᎦᏌᏢᎬᏒᎪᏒ×

"Chorar não é opção."

-JOGOS VORAZES

Scarlett Medici | point of view

Ela está morta, é tudo culpa nossa... É tudo culpa minha.

Rose está morta porque Damon provocou Jules, porque eu não a salvei.

É tudo culpa minha, é tudo culpa minha, é tudo culpa minha...

Eu não conseguia parar de me culpar, não conseguia esquecer a morte dela.

É tudo culpa minha...

Eu estou surtando, minha mente não parava de me pregar peças.

É tudo culpa minha...

Sou culpada pela morte dela. Não consigo esquecer, não consigo esquecer daquela cena.

Assisti quando Damon acabou com o sofrimento da mesma, enfiando uma estaca em seu coração.

Senti sua dor. Ela era minha amiga. Não queria tê-la perdido, mas também não tive escolha, tive que deixá-la ir.

Rose estava sofrendo, estava com dor, tendo alucinações, com uma fome insaciável e ela se culpava. Se culpava por ter atacado inocentes, por ter atacado Elena, por ter me atacado.

Estive ao lado dela, jamais a deixaria sozinha no pior momento dela, na morte dela.

Foi difícil superar, superar tudo isso. Me afastei do Damon mais ainda, só falava com o Matt por mensagens e eu ignorava a existência da Gilbert.

Só queria desaparecer, esquecer tudo isso...

Como pude me apegar em tão pouco tempo? Eu sou idiota. Por que continuo tentando? Por que continuo tentando me apegar a alguém? Por que sempre que me aproximo de alguém ela morre?

Estou tão desesperada assim? Tão desesperada por atenção que a primeira pessoa que se dispôs a me ouvir, eu me apeguei?

Meu quarto virou um lixão, não sai dele desde que ela se foi.

Já faz uma semana, roubei as bolsas de sangue do Stefan e as bebidas do Damon.

Não sabia como eles estavam e, sinceramente, não tinha a mínima vontade de saber.

Já chega de sofrer, já chega de me lamentar, ela está morta e não irá voltar. Chega de ser fraca, chega de dar uma de bebê chorona.

Chega!

Por mais que eu estivesse me afastado do Damon, não poderia deixá-lo morrer pela Gilbert.

Não deixarei que Rose tenha morrido em vão.

Comecei arrumando o meu quarto, tirei as bolsas de sangue e as garrafas de bebidas vazias do chão. Troquei os lençóis e limpei tudo.


Estava saindo do banheiro, enrolada no meu robe, quando notei uma pessoa deitada na minha cama.

Katherine.

- Bonjour mon amour.- saudou Katherine.

- Como você está aqui, Katerina?

- Vim te visitar.

- Não quero a sua visita, já pode sair. Você sabe onde fica a porta.

- Nossa, você fica uma gata quando está agindo assim.- disse se arrumando na cama.

- O que você quer, Katherine?- questionei.

- Soube o que aconteceu com a sua amiguinha.

- Não começa, por favor.- pedi.

- Não estou aqui para causar, Scar.-disse, com a voz calma.- Conheço você como a palma da minha mão, sei que por trás de toda essa pose de menina poderosa você é apenas uma garota que quer ser compreendida.

- Você inventa cada coisa, deveria ir consultar a sua saúde mental.- exclamei.- Talvez seja a idade.

- Haha, estou morrendo de rir.- comentou irônica.

- Poderia morrer de verdade, não iria fazer falta mesmo.- dei de ombros.

- O que eu estava querendo dizer, é que...- soltou um suspiro.- Você pode contar comigo, Scarlett.

- Não vou cair nesse seu papinho.

- Você já caiu nele antes e, se bem me lembro, você nunca reclamou.

- Pare de joguinhos, garota. Não sou sua marionete que nem os Salvatores, então... Cai. Fora. Do. Meu. Quarto.- disse pausadamente.

- Para deixar você continuar nessa sua depressão vampírica? Não, obrigada. Vim tirar você desse quarto, estou cansada de esperar você superar a morte da Rose.

- A quanto tempo você está aqui?

- Já faz um tempo, sei que você está mal e não sabe as novidades. Vim te atualizar.- disse.

Arqueei as sobrancelhas, Katherine não é assim, ela está tramando alguma coisa.

- Se isso significa que você vai sair do meu quarto, então diga logo.- ela revirou os olhos.

- Elena tinha feito um acordo com o Elijah, e sim, ele estava vivo. Bonnie perdeu sua magia para os bruxos do Elijah que agora estão mortos. Tyler, o lobisomem, saiu da cidade. Caroline tomou um fora do Matt porque ele descobriu que ela era uma vampira e John e Isobel estão na cidade, acho que não me esqueci de nada.

- Ótimo, agora saia.- apontei para a porta do quarto.

- Ah, já ia me esquecendo, Elijah está com uma adaga no porão. Sugiro que não tire a adaga, não queremos um original vingativo andando por ai.

- Já entendi, agora vaza.

- Deixe de ser tão sem graça.- bufou.- Estou saindo da cidade, queria me despedir de você e fazê-la sair desse quarto. Você me conhece o suficiente para saber que eu não sinto muito pela morte da Rose, mas eu sinto muito por você estar sofrendo assim, eu sinto muito por não poder ter estado ao seu lado.

- Eu vou ficar bem, eu sempre fico.

- Eu sei.- ela sorriu, se direcionando a porta.

- Kate, espera... Iremos nos rever?- questionei, ela sorriu mais um vez.

- Não vai se livrar de mim nem tão cedo, amor.

- Não morra.

- Não irei.


Estava limpando um dos quartos da pensão, pretendia montar um ateliê de pintura para mim. Já havia comprado todo o material que iria precisar.

Queria voltar aos velhos hábitos- voltar a pintar.

Sempre fui amante das artes, gostava de ver a beleza mesmo que nos mínimos detalhes. A junção das cores, as formas, os esboços.

Pintar era como minha válvula de escape, não precisava desligar a humanidade para não ter que sentir, apenas despejar tudo em uma tela. Toda a dor, raiva, tristeza, alegria ou felicidade, eu usava para transformar em lindos quadros. Era como uma terapia e isso acalmava meus demônios internos.

Pintar me fazia sentir como se estivesse nas nuvens, como se meu corpo estivesse ali mas minha mente em outro lugar. Era como se todos os meus problemas não existissem mais, como se apenas existisse eu e aquela tela. Eu e aquela calma que superava toda tensão que eu sentia.

Uma das coisas que me levou a começar a pintar foi quando eu descobri o porquê das pessoas fazerem isso. Elas usavam as telas para expressar o que sentiam, contavam as suas histórias através da arte, se expondo ao mundo, mostrando e desabafando tudo o que não conseguiam demonstrar.

Estava concentrada arrumando umas prateleiras com tintas e pincéis quando Stefan apareceu e ficou me observando encostado na soleira da porta.

- O que está fazendo?- me perguntou.

- Estou montando um ateliê.

- Não sabia que pintava.

- Não o julgo, você não sabe muitas coisas sobre mim.

- Você está bem? Digo, você até agora não fez nenhuma de suas piadinhas sem graça ou comentários sarcásticos.

- Eu vou ficar.- sorri verdadeiramente para ele, o que o surpreendeu bastante. Pigarreei.- Não deveria ter falado que minhas "piadinhas" são sem graça, porque o único sem graça aqui é você, Stefano.- ele fez uma careta.

- Aí está a Scarlett que eu conheço.- sorriu.- Vamos? Precisamos sair da casa, então o que você acha de dar uma volta?

- Está me chamando para sair? Deveria tomar cuidado, vai que a sua namoradinha fica com ciúmes.

- Não há nada entre nós.- apontou para nós dois.- Não há motivos para a Elena ficar com ciúmes, a não ser que você tente provocá-la.

- Eu adoraria vê-la com ciúme, mas eu tenho mais o que fazer. Aceito dar uma volta com você. Se, você me explicar o porquê de termos que sair da casa.

- Tudo bem. Vamos?- perguntou, estendendo a mão em minha direção.

- Vamos.- Agarrei sua mão e deixei que o mesmo me levasse para onde quer que fosse.

Ficamos caminhando pelos arredores da pensão, Stefan estava me explicando tudo, da forma mais detalhada possível.

Klaus está mais perto do eles achavam, então, para tentar proteger Elena, eles colocariam a casa no nome dela.

Continuamos a caminhar por um bom tempo, conversando sobre diversas coisas.

Estávamos tentando nos conhecer melhor, afinal, moramos na mesma casa e seria um pouco estranho não sabermos nada um do outro.

- Depois que a Elena assinar os papéis, nós possivelmente iremos para a escola, o que acha de ir junto?

- Stefan...- disse receosa.

- Qual é Scarlett, você disse que está cansada de sofrer e de ficar trancada em casa, então vamos para a escola. Vai ser divertido, eu prometo.

- Divertido? Desde quando ir para a escola é divertido? Deveria rever os seus conceitos sobre diversão.

- Não mude de assunto.- revirei os olhos.

- Eu vou mas...

- Mas...- me incentivou a continuar.

- Mas você terá que me ajudar a terminar de montar meu ateliê. E terá que me dar carona, até você arrumar o meu carro.

- Porque eu tenho que arrumar seu carro? E o que tem de errado com ele?

- Primeiro porque você também tem um carro antigo e sabe concerta-lo e segundo, ele está com uns barulhos estranhos. Quero ele pronto em menos de uma semana, entendido?

- Sim, senhora capitã.- bateu continência.

- Vai se ferrar.- empurrei o seu ombro.

Stefan ergueu os braços em rendição, soltando uma risadinha.


Estávamos de volta na entrada da pensão, nos aproximando, enquanto soltávamos piadinhas um sobre o outro.

- O que está acontecendo aqui?- perguntou Damon, com uma careta.- Desde quando vocês são amigos?

- Não somos amigos.- respondi ao Salvatore mais velho.

- Somos sim.- falou Stefan.

- Não, não somos.- afirmei.

- Ela está mentindo, nós somos amigos agora e estávamos dando uma volta enquanto a Elena assina a papelada.

- Como diabos conseguiu tirá-la do quarto?- questionou.

- Ela já estava fora do quarto, saberia disso se ao menos tivesse se dado o trabalho de ir vê-la.

- Agora sim eu posso considerá-lo um amigo.- disse sorrindo para Stefan.- Toca aqui, cara.- fizemos um toquinho.

- Por favor, parem com isso.- pediu Damon.- Vocês não podem ser amigos, isso é bizarro. Vocês queriam se matar na primeira vez que se viram, lembram?

- Isso é passado, Damon. Supera.- dei um tapinha no seu ombro, me afastando para sentar no murinho que tem um pouco a frente da porta.

- É, Damon, supera.- repetiu Stefan.


Ao lado de fora ficamos esperando a Gilbert e o corretor saírem da casa.

Como nova proprietária, Elena deveria nos convidar para entrar. Só aguardávamos que ela assina-se logo a papelada.

Foi bom passar um tempo com Stefan, ele me mostrou que havia outra opção além de me fechar para o mundo. Talvez eu siga seus conselhos e comece a interagir mais com as pessoas. Talvez.

Damon ficou reclamando sobre a nossa interação, alegando que não poderíamos ser amigos, pois se não, nós tornaríamos a casa seu inferno pessoal.

Não é como se eu e Stefan fossemos sair por aí dando piruetas e gritando que somos amigos ao mundo. Não, longe de mim.

Nem ao menos somos amigos, no máximo eu diria que somos conhecidos ou colegas.

A porta da frente se abriu, revelando a duplicata e o possível corretor que passou a casa para Elena. Nos aproximamos enquanto ela se despedia do senhor Henry.

Elena começou a entrar novamente na casa, esquecendo que não poderíamos entrar sem sermos convidados.

- Desculpem. Eu esqueci completamente.- pediu.

- Stefan, Scarlett, gostariam de entrar na minha casa?- perguntou sorrindo.

Arqueei uma sobrancelha, quem a garota acha que é? A casa só está no nome dela, não significa que tem que ser realmente dela.

- Adoraríamos, meu amor. Obrigado.- respondeu Stefan por nós dois. Sorri falsamente para ela, adentrando a pensão.

- Temos 12 anos agora?- perguntou Damon.

- Só um de nós. Se eu deixar você entrar na casa, promete obedecer à dona dessa casa?

- Não.- respondeu óbvio.

- Sério, Damon. Do meu jeito, lembra? Você prometeu. Vai ser do meu jeito. Sem mentiras, sem planos secretos, lembra?

- Sim, Elena. Claro.

- Então, por favor, entre.- pediu, abrindo passagem para o mesmo entrar.

- Cale a boca.- mandou ao Stefan, que tinha um sorrisinho no rosto.

Bonnie apareceu, com as coisas de Elena, entregando para a mesma.

- Espera, para onde estão indo?- questionou Stefan, para as duas.

- Para escola.

- Não, não. Não criamos uma casa segura para você sair.- Damon se intrometeu.

Eles começaram um discussão sobre a segurança da Gilbert, dizendo que ela não podia sair porque Klaus está por aí.

O cara é um original, tem mais de mil anos, com certeza não vai ser uma casa, na qual ele não pode entrar, que vai o impedir de ter o que quer.

No final, a duplicata ganhou. Como sempre.

Stefan decidiu que iríamos todos juntos, me fazendo ficar no banco de trás com a bruxinha.

- Não nos conhecemos. Prazer, eu sou a Bonnie.- me estendeu a mão.

- Prazer é só na cama, Bennett.- pisquei um olho em sua direção. Bonnie olhou constrangida para Elena.

- Não ligue para ela, Scarlett é assim mesmo.- intrometeu-se Stefan.

- Estou só brincando.- Revirei os olhos.- Também é um prazer te conhecer, coleguinha.- Bonnie sorriu.

- O que veio fazer em Mystic Falls? De onde conhece os Salvatores? E qual é a sua intenção com a Elena?

- Calma lá, bruxinha. Não sabia que estava em um interrogatório.- levantei os braços em rendição.

- Não está, estou apenas curiosa, porque misteriosamente você apareceu e um vampiro original lunático também.- acusou.

- Primeiro você começa um interrogatório e agora está me acusando. Deveria dar mais valor a sua vida, Bonnie. Se eu quiser, posso acabar com você enquanto você ainda pisca.

- Não, você não pode.- Sorriu de lado.- Posso fritar o seu cérebro antes de arrancar seu coração.- ameaçou.

- Quem foi que te iludiu assim, garota?

- Tenho magia suficiente para acabar com um original, não pense que eu não posso acabar com você.

- Caso você e a sua turminha ridícula tenha se esquecido, os originais tem mais de mil anos. Eles devem saber sobre várias coisas que só de você tentar raciocinar pode acabar fritando o seu cérebro de gelatina. E, a propósito, você não é pária para mim, lindinha.

- Eu não tenho um cérebro de gelatina, sou bastante poderosa e sei diversos feitiços que você nem deve saber da existência.- se gabou.

- Eu não sei se eu rio ou choro pelo o que você acabou de dizer. Caso não saiba, fui eu que ensinei diversos feitiços poderosos à sua linhagem.

- Além de tudo é mentirosa.

- Tenho mais de 400 anos, garota. Não me teste.- disse, com o semblante totalmente sério.

- Garotas, já estamos chegando. Então, o que vocês acham sobre acalmar os ânimos?- interrompeu Stefan.

- Eu poderia contar a história sobre como me relacionei com uma de suas ancestrais, mas você não vale o meu tempo.- continuei.

- Como?- perguntou confusa e indignada.

- Está surda por acaso?- questionei.

No mesmo momento, Stefan estacionou o carro, no estacionamento da escola, se virando para trás para prestar mais atenção na minha discussão com a Bennett.

Bonnie estava preparada para me atacar a qualquer momento.

- Agora entendi porque a Caroline te acha uma vaca.- afirmou cínica.

- Sua amiga me acha uma vaca porque eu dormi com o ex-namorado dela. Não que ela saiba.- acrescentei.

- Você dormiu com o Matt?- indagou Elena.

- Caramba, por acaso vocês tem dificuldade auditiva? Vão a um médico, pelo amor de Deus! Eu não sou papagaio para ficar repetindo.

Os três me olhavam em busca de uma resposta, da qual não teriam.

- Esqueçam da minha existência.- pedi.

Abri a porta do carro, me retirando do mesmo.

Comecei a caminhar em direção à escola com o trio de esquisitos atrás de mim.

I. Eu to totalmente chocada meoo. Batemos 9k de views e 600 votos!!

II. Gente me desculpem pela demora, eu estava muito perdida e ocupada com o negócio envolvendo a escola presencial voltando e acabei não tendo tempo de postar o capítulo.

III. Eu odiei esse cap, mas eu não tive a criatividade e a capacidade de reescrevê-lo.

IV. Espero que tenham gostado.

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