J - Sentiu saudades?

Naquele dia, a escola infelizmente — para Harry — encerraria todas as atividades às 17:00h.

Tudo tinha que ser calculado, cada minuto.

Antes ele sabia os horários do irmão, mas depois que os abusos passaram a acontecer, George chegava em casa em horários aleatórios, nunca avisava.

Ele não sabia o que encontraria em casa, talvez quando sua mãe voltasse as coisas poderiam voltar ao normal.

Styles gostaria que ela conversasse consigo como conversa com seu irmão pelo celular, assim talvez pudesse ligar para ela quando o irmão estivesse em casa e ele talvez não fizesse nada com a mãe no telefone.

Uma coisa que ele havia reparado nesses dias que ficava mais tempo na escola é que Louis treinava muito, ele sabia que os jogadores precisavam se dedicar mas quase não os via treinando fora do horário para isso.

Niall havia reparado que Harry passava mais tempo na escola e acabava indo a pé para casa, então praticamente o obrigou a pegar carona com ele, já que Zayn sempre ficava na escola por causa do time e Ashton estava muito distante nesses dias.

Então agora Niall estava dirigindo para casa de Harry, seguindo as orientações do cacheado.

— Não se esqueça de pedir ao George para sairmos amanhã.

— Okay.

— Você vai gostar da nossa mãe, ela que vai fazer o almoço para a gente amanhã. Ela nos trata como crianças. — Ele ri um pouco.

— Seus pais não vão se importar?

— Não, eles sempre adoram nossos amigos. Vão te achar uma graça, com esses cachinhos e tudo. — Harry fica vermelho. — Não precisa ficar com vergonha, você sabe que é fofo.

Harry fica com mais vergonha ainda, mas fica internamente feliz com o elogio, fazia tempo que ninguém falava bem de sua aparência.

Quando o carro para na frente de sua casa um peso volta aos seus ombros.

Ele se despede de Niall com um aceno e agradece a carona, o loiro responde que era um prazer.

O cacheado desce tenso do carro e percebe que o amigo (ele os chamava assim mentalmente depois que Zayn se referiu a eles desta forma) só foi embora quando ele conseguiu entrar em casa.

Tudo indicava que George ainda não havia chegado, ainda dava tempo dele conseguir relaxar um pouco.

Resolveu dar uma arrumada rápida na casa para não ser um motivo de discussão e talvez uma lição para ele aprender a deixar tudo organizado como um bom irmão mais novo.

Depois de tudo mais ou menos pronto, ele já estava vendo alguns pontos pretos na visão.

Resolveu beber um copo d'água.

Talvez um banho o acordasse.

Harry sabia que passaria bastante tempo perto do irmão, então entrou em seu quarto e separou uma roupa nada confortável, porém difícil de tirar, com o objetivo de tentar adiar ou evitar o que ele sabia que estava por vir.

Então ele entrou no banheiro, se despiu e entrou no box, ligando o chuveiro logo em seguida.

Com a água fazendo barulho e perdido em seus pensamentos, ele não conseguiu escutar o portão se abrindo e nem George subindo as escadas.

Seu irmão entrou em seu quarto ao escutar o barulho do chuveiro ligado e tirou as peças de roupa calma e silenciosamente antes de entrar no banheiro.

Harry se assustou e se culpou por não ter trancado a porta quando sentiu os braços de seu irmão em sua volta e o corpo do mesmo colado no dele, o mantendo preso.

— Sentiu saudades? — George passou a língua perto da nuca de Harry.

Em um movimento rápido, o mais velho desligou a água que caia sobre eles e imobilizou Harry, que já chorava baixinho.

— Já está chorando? Mas eu nem comecei. — Ele riu. — Agradeço que você seja tão frágil que não consiga se defender, gosto do controle que tenho sobre você.

Pressionou a pélvis entre as nádegas do cacheado, gemendo pela fricção.

— Nossa, como eu adoro isso. Olha como são lindas essas marcas que eu deixo em você, só mostra para todo mundo que você é meu.

E tudo começa de novo.

Ao final Harry é apenas largado no chão do box e George volta a ligar a água.

— Não demore aí, ainda precisa me ajudar a fazer o jantar. — Diz e sai sem ao menos ajudar Harry a ficar de pé.

Harry apenas se limpa da maneira que pode, se esfrega com força tentando tirar esses toques nojentos da sua mente.

Ele descobre o espelho do seu banheiro, e vê como parece miserável.

Se antes ele era feio, agora parecia deplorável.

Só conseguia chorar.

Pegou uma de suas lâminas em uma das gavetas e fez alguns cortes na parte interna de suas coxas, sentindo o alívio de ter uma dor externa, que ele era capaz de controlar.

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