Together at night.


Para melhor experiência, coloquem a música- Lanterns on the lake - through the cellar door. quando eu der esse sinal "~".

Boa leitura pocs...

                                  🍁🥀

Draco Malfoy pov:

Harry Potter é um completo idiota.

Estava com preocupações em mente, quando tinha sido sequestrado por aqueles caras que faltavam escrever em suas testas. "Burrice, só encontra aqui".

Fui carregado, ainda um pouco machucado, quando um deles acertou em minha nuca, fazendo perder total a consciência de tudo em minha volta. E o pior de tudo, Harry ficou para trás, e como é um estúpido, não daria meia hora sem mim, para a sua própria sobrevivência.

Acordo com dores forte em minha cabeça, quando sinto algo gelado em minha testa, e que eu estava deitado também, que por sinal, era uma cama muito desconfortável.

Olhando contra o reflexo do sol, vindo de uma bacia de ferro, me surpreendo com uma moça mexendo em minhas roupas e bolsa.

Ficando imóvel, volto a fingir que estava desmaiado, para ver o que iriam aprontar contra a mim, e saber o principal, onde está Potter.

Tomo um susto de leve, sentido a água bater em meu rosto, e me levanto com dificuldade, pergunto a ela onde Harry está mas ela fica em silêncio.

Quando me levanto para pegar a minha bolsa e procura-lo por conta própria, sinto sua mão encostar o meu braço e puxar-me para cama novamente, fazendo o meu sangue ferver por simplesmente, tentar me obrigar a ficar lá.

Começo a discutir com ela, jogando a bacia que estava em suas mãos, me levanto novamente e vou em direção dela, para continuar a discussão, mas paro ao mesmo tempo, quando percebo Harry lá, estando intacto e com seu óculos quebrado, sendo um charme só seu, sentindo todo o meu ser se relaxar, mesmo ainda estando muito nervoso.

Na noite do mesmo dia, após de banho tomado, os devaneios de minha mente toma conta, me preocupando como meu filho está, principalmente com o perigo a solta que deveria estar atrás de mim, não poderia perder mais ninguém, não aguentaria ver minha família se ir novamente, comigo sendo um covarde de novo.

Meus nervos estavam tensos, com um anseio de sentimentos ruins, em uma mistura de saudade ao meu pequeno loirinho.

Consigo concentrar-me em minha respiração, segurando o choro, e converso um pouco com o moreno, dizendo que iria dormir do lado de fora, conseguindo fácil que o mesmo me convide para dormir com ele. não precisando de mais nenhum pretexto, tendo aquele espaço como meu, também.

Minha garganta se fecha e a ansiedade quase me toma, mas ao saber que Harry se importou comigo, arranjando um espaço para dormir ao seu lado, deixando arrumado um colchão bem próximo de sua cama. fez-me ter esperança de sair daqui vivo e poder abraçar, o meu filho novamente.

Sinto uma necessidade enorme em falar para ele, que não me veria com outra pessoa nessa missão, e consigo, tendo a certeza que no som dessa noite, daria para escutar os meus batimentos cardíacos, totalmente acelerados.

Meu rosto estava ruborizado, e viro de costas para que ele não perceba. A mesma sensação de quando somos adolescentes e nos apegamos à alguém, a diferença, é que eu só me sentia assim, quando conseguia a sua atenção.

Acordo e a ansiedade, o mal estar, somem, me sentindo confortável e seguro como se não quisesse ir embora, percebendo o motivo. Eu segurei uma de suas mãos enquanto dormia, com o mesmo retribuindo o aperto. E que agora, nesse momento só nosso, sem agressões verbais, somente paz, segurando-na, é um dos motivos pelos quais de eu não querer mais soltar.

Me levanto explorando o local e escovando meus dentes, desejando que o cacheado não tenha acordado antes e notado o que eu tenha feito. faço amizade rapidamente com Dafne, que me ajuda nos livros, mostrando-os e carregando comigo para a mesa, cantando um pouco sobre a história de todo o local, para eu não ficar totalmente perdido.

Após a sua ajuda, ela me deixa sozinho, com meus livros centrados em estudar mais sobre os assuntos da época, dou uma breve desviada de olhar e percebo logo a frente Harry e a idiota que mexeu na minha bolsa, juntos, sentindo uma vontade enorme de chutar a cara dele. De roupa trocada e com uma aparência melhor, ele vem em minha direção, fazendo perguntas idiotas e me insultando.

Se inteligência fosse riqueza, tenho certeza que ele seria pobre.

Não entendo o estúpido do Harry Potter, uma hora quer ser controlado e depois me tem no controle, fazendo perder toda a postura e reação de antes que eu tinha, sendo interrompido.

Segundos depois, após as meninas vierem na mesa que estávamos, permaneço com o seu toque em minha perna, não só pelos momentos que acabaram de acontecer, mas sim, pela mesma sensação dessa manhã, conforto, paz e segurança.

Com a nossa mínima sorte, conseguimos ir a cidade, obrigando a minha pessoa a tampar o nariz pelo cheiro da carroça, na onde que eu fui parar. Decoro o caminho de ida até chegarmos, prestando atenção no trajeto todo, para se caso nos perdemos e precise voltar sozinhos.

Eu estava realmente julgando todos, já que são pessoas de época, teriam que ter ao menos um bom estilo, mas parece que somente eu, tenho um ótimo gosto para tudo, ser perfeito é para poucos.

A cidade era pequena, parecia uma vila com lojas, casas e vista de campo aberto. Com a movimentação da cidade, um vestido e os colares no qual acompanhavam, chamam a minha atenção decidindo ir até lá para observar melhor, principalmente a textura do tecido.

Mas há algo á mais, anel de brilhantes esverdeado que refletia o brilho do entardecer, sendo um dos mais lindos que já consegui escolher. Não só por ser um simples anel, mas sim ser dessa época, no tempo em que voltamos, no qual estamos lutando e vivendo uma missão, cheio de lembranças e emoções intensas. com certeza esse anel será meu.

Com o moreno distraído em pensamentos distantes, aproveito que a moça estava conversando e sem ela perceber, guardo o anel no bolso.

E uma criança esperta, sem nem eu perceber, acaba pegando-o e sai correndo.

Após conseguir fazer com que a pequena Tori nos devolva, ela mostra o caminho de sua festa, lembrando-me Scorpius quando tinha a sua idade, criando um leve apego pela pequena, faço amizade facilmente com ela, tendo o após do porquê quando o seu nome completo é o mesmo de minha falecida esposa, não tendo estruturas completas na aquele momento.

De uma habilidade na qual o monstro do Lucius me ensinou, foi, mascarar os meus sentimentos e agir feito um robô criado para ser o que ele queria, por esse e outros motivos, consigo colocar um sorriso no rosto fingindo estar bem e volto a conversar com mãe de Tori.

Cobrei o amor de meu próprio pai, e aprendi a força a ser o pai carinhoso para meu filho, e nessa noite não seria diferente com a pequena, já que agora era a minha nova amiga.

Dançando com ela, sua risada era contagiante, que estávamos se divertindo tanto que as lágrimas de alegria vieram, não precisando fingir estar feliz em nenhum momento, porque eu realmente estava, nós todos ali, estávamos, pela primeira vez, todos juntos, sendo felizes.

Damos uma pausa após ir até o cara que nos fotografou distraídos enquanto dançávamos, pego a foto e entrego para ela, como um presente simples, simples como a foto na qual ela estava com seus fios loiros em seu rosto de bochechas vermelhas por conta do calor, em meu colo, segurando uma de minhas mãos, rindo junto a mim, sendo o momento perfeito de ser registrado.

Outra foto registrada, que me surpreendeu muito, foi quando eu e Tori estávamos por perto, descansando e comendo porcarias, com ela me contando sobre as lojas da cidade, e eu estava olhando para frente, com meu olhar distante, que qualquer um que reparasse na foto, perceberia, a foto era eu o admirando Harry, enquanto ele dançava com outras pessoas e a loirinha ao meu lado.

O melhor que eu descobri, foi que o fotógrafo, estava focando em outras pessoas que estavam por perto e então eu acabei ganhando destaque, por isso ele me entregou a foto. A única que não posso perder, mas também não posso deixar o moreno ver, e perceber que meus sentimentos por ele desde muito tempo, nunca mudou.

Ele dançava feito um mongolóide no meio da aquelas pessoas, e percebo seu pedido de ajuda por não aguentar mais. Se eu não estivesse aqui, não sei o que seria dele.

Consigo segurar Harry, por puxa-lo forte demais, e ter seu rosto tão próximo do meu, causa-me sentimentos inexplicáveis, sendo ele a minha serotonina, com o mundo ao nosso dispor e nos tendo, apenas nós dois, em nosso próprio universo.

Eu amo a cor verde de seus olhos, por simplesmente ser a distração perfeita onde quanto mais próximo estando em seus braços, diante das luzes do anoitecer, é o meu conforto.

Culpa sua Harry Potter, na época de hogwarts em jogo de quadribol, eu não perceber o pomo de ouro por estar concentrando em você.

Dançando ali com ele, abraçado, deixo-me entregar por completo principalmente por saber que eu também seria o companheiro dele, mesmo por pouco tempo, pois, quando souber a verdade... o nosso momento restará apenas em nossas memórias.

Sinto que poderia correr loucamente por pura vontade que Harry Potter iria topar. Assim faço, só corro querendo sair daquela festa para aproveitar a noite com nossas aventuras.

Imagino quando ele souber a verdade, onde só corri por querer, pela liberdade que era pouca, certeza que não iria gostar nenhum pouco.

Acertei, ele me olha furioso com seus questionamentos, parecendo que estava em prova novamente.

— Por que fugimos do nada? — Pergunta sussurrando, querendo respostas mas eu só o ignoro. falo para ele, concentrado na janela — Vou fechar a janela, prepare-se, quando fazer barulho, se esconda no armário.

— Barulho?.. — Foi a sua última fala pois, como dito e feito, antes de terminar a frase, o barulho da janela se fechando ecoa por todo o quarto.

Minutos depois, no mesmo instante a tranca da porta começa a se mexer, fazendo minhas espinhas se gelar, e vou rapidamente até o armário junto do mesmo, fechando em seguida a porta, esperando a pessoa, ir embora.

Seguro a risada fortemente, da cara de medo dele.

Estando no escuro armário apertado com Harry, os passos vão na direção do armário devagar a tensão fica pior, fazendo-me prender a respiração, com a tranca se mexendo para abrir.

Minutos longos, ele tenta abrir mas o armário estava emperrado do lado de fora, com eles percebendo que não era nada e seus passos diminuindo, depois de trancar a porta.

O tapado destranca o armário do lado de dentro, e devagar tendo a certeza que eles foram embora, nós saímos.

— Sua cara foi a melhor — digo já rindo do mesmo que me olha furioso — estava um breu lá dentro — rebate, sentando na cama enquanto se recuperava — pela iluminação da fresta do armário, deu para ver — continuo a provoca-lo ainda rindo.

Amo ver ele furioso, é fofo, por esse motivo sempre o provocava em Hogwarts, era o meu passatempo favorito.

— Por que fugimos? — Pergunta, de modo ignorante. — Então... Vamos explorar o hotel velho e ver como é por aqui? — Mudo de assunto, mas parece não adiantar muito — Malfoy! — Chama a minha atenção e resolvo contar — Por que me deu vontade, simples, só sai correndo.

— Então quer dizer que não tinha nenhum ladrão ou qualquer cara perigoso atrás da gente? — Solta um longo suspiro, depois de me perguntar, não precisando mais de nenhuma resposta. — Se fossemos pegos, eu juro Draco Malfoy, eu ia te matar — me ameaça, dessa vez em pé com uma das mãos na cintura — mas não fomos, e melhor ainda, encontramos esse hotel.

— Como sabia sobre esse hotel? — Pergunta Harry, dessa vez, explorando mais o quarto — Tori me contou, enquanto você estava ocupado dançando feito um mongolóide — em um tom de provocação, caçôo do mesmo que parece não deixar barato. Como resposta, Harry acerta um travesseiro bem no meu nariz, e desejo que não tenha quebrado ou eu o transformo em um sapo.

— Vai querer descobrir como é por aqui ou não? — Pergunto, já impaciente deixando o travesseiro no chão mesmo — de um jeito de destrancar a porta então, senhor explorador.

— Oh por favor, uma porta é a coisa mais fácil de se destrancar com magia simples — falando em tom de orgulho, vou até a tranca da porta. O moreno estando atrás de mim no aguarde, suspira impaciente e o ignoro, percebendo que além de estúpido é impaciente, enfim um grifinório.

Após alguns curtos minutos, consigo concentrar em minha magia, destrancando a porta e saindo de fininho com Harry logo atrás, o corredor era escuro, mas com sorte, o reflexo das velas de portas trancadas, iluminava um pouco o corredor, facilitando bastante a nossa visão.

O piso era de madeira e as paredes eram pintadas com quadros abstratos pendurados, que não eram muito grandes. As portas eram de madeira branca simples, diferente da escadaria marrom, na qual nós já estávamos descendo e indo direto para o primeiro andar.

Ao fim da escadaria sempre vem uma surpresa e nesse noite, estávamos cheios de surpresas boas e ruins.... Paro na hora antes de descer completamente a escada, me abaixando devagar, com o moreno imitando os meus movimentos.

Dois caras estavam por de trás de um balcão de madeira, que ficava perto do final da escada em que estávamos, e prendo a respiração na hora quando o mesmo, de costas fica muito próximo a mim, conversando com o outro em papo furado.

Minutos que pareciam longas horas, eu já estava suando frio com a adrenalina correndo por todo o meu corpo, desejando loucamente para que eles sumam dali o mais rápido possível.

— Esse trabalho é simplesmente uma perda de tempo — reclama o cara, que estava já próximo a mesa redonda perto da porta de vidro — é mas, o dinheiro que ganhamos é o que sustenta as nossas famílias — rebate o cara do balcão, que agora estava vestindo um casaco de couro — pela primeira vez tenho que concordar contigo — diz o cara perto do vidro, destrancando a porta e dando passagem para o outro passar, que bufava contra o frio.

Desço rapidamente, me escondendo por de trás do balcão e puxo Harry que faz o mesmo em segundos, pois assim que eles tracarem a porta, iriam nos ver pela janela.

Dou uma leve espionada pelos canto do balcão, e um deles analisa o hotel por segundos do lado de fora e segue andando com o seu amigo, indo embora dali imediatamente.

Solto um longo suspiro de agradecimento a Merlin e me levanto, andando entre as mesas e as prateleiras que tinha ali.

— Foi por pouco — soltando um suspiro de alívio, Harry finalmente fala, quebrando a tensão daquele silêncio — demos sorte de novo, acho que é a minha presença — falo, indo por de trás do balcão e ver o que tinha lá — depois eu que sou o estúpido — dizendo de modo ríspido, o moreno senta em cima do balcão, apenas observando-me a mexer nas coisas que tinha por lá e esperar pela próxima merda que eu iria aprontar.

Eu não tenho a intenção de pegar mais nada sem pagar, por aqui, e como o universo já me deu a saúde mental fodida, ao menos em um equilíbrio tenho a sorte de encontrar bastante coisas necessárias, como um bolo de chaves onde os números dos quartos estavam cravados nelas.

— Acho que demos sorte senhor Potter — sorrindo, me levanto chacoalhando as chaves para ele ver. — Por qual vamos começar? — Pulando do balcão, pergunta o cacheado, não discordando de mais nada.

— Pelas suítes, se é que tem alguma por esse cafofo — já virando, para subir a escadaria novamente, Harry me surpreende, passando na minha frente com uma bebida da estante, em sua mão e o encaro fixamente — O que foi? Não vou roubar, eu vou devolver a garrafa — franzindo a minha sombrancelha, o olho em confusão e ele continua dizendo — só que vazia — solto um curto riso e dou um leve tapa em suas costas, e continuo a andar — esse é o espírito de aventura, senhor Harry Potter.

No corredor dos quartos do segundo andar, as luzes de velas que refletiam por de baixo da porta, estavam apagadas, ou seja, andando literalmente as cegas e torcendo para nenhum casal estar acordado.

Antes de abrirmos a porta que escolhi, ele segura o meu braço e diz em sussurro só para que eu escute — e se caso ter alguém no quarto dormindo ou você sabe, tendo momentos a sós, o que vamos fazer?

— Torcer para que não nos vejam e sair de fininho - de modo sínico, sussurro de volta de modo sínico, para ele, que o mesmo com a garrafa na outra mão, me olha de cima a baixo estranhamente — mas Malfoy... —  Tenta continuar a me convencer, mas falo interrompendo ele antes — tarde de mais.

Giro a chave, abrindo a porta com cuidado, segurando o riso, olho para ele que fica meio sem graça porém, quase soltando boas gargalhadas da nossa sorte. era um casal aleatório, dormindo nus, bastante abraçados — Ops — acabo soltando, e fecho a porta devagar novamente, rindo baixo, com as minhas mãos tampando a minha boca e o mesmo se segura também, dando um gole na bebida ao mesmo tempo.

— Na próxima é sorte, confia — falo a ele de modo zombador e dessa vez, o moreno escolhe o próximo número, passando-me a garrafa, que dou um gole também.

O gosto do álcool era bastante forte, lembrando o final um limão bem azedo, sendo doce e bom de se tomar quando estiver muito bêbado.

Esse hotel não era muito grande, apenas em altura, os quartos normais estavam vazios sem tantos hóspedes, e tento o meu número favorito nas chaves e vamos até o terceiro andar.

Giro o trinco cuidadosamente e abro um pouco a porta, olhando pela fresta sendo essa a nossa noite. Estava vazio e esse cafofo realmente tem uma suíte, simples conforme o aspecto do lugar.

A janela ficava no canto direito dando espaço aos reflexos no brilho luar, este iluminava por toda a volta do cômodo, conseguindo ver os detalhes melhor, com a claridade suave, totalmente naturalizada.

Me aproximo da janela, mas antes olho para atrás com o moreno sentando na cama depois de fechar a porta e volto cá, observasse, a paisagem de fora.

O verde do gramado em um espaço imenso, igualado ao nosso desejo de liberdade, ajudando outras flores ganharem destaque, como alguns girassóis, em meio à escuridão em frente de uma floresta, com a lua, simplesmente perfeita, sendo a inspiração dessa noite para muitos poetisas, por estar cheia, pulsante e linda, em céu estrelado, para acompanhar á bela paisagem.

Saio da janela e vou até o outro lado da cama de casal, jogando-me contudo na mesma e sentindo o leve conforto do tecido entres meus dedos.

Em um suspiro de relaxamento, fecho os meus olhos concentrando-me no silêncio agradável que estava no comado, agradecendo mentalmente, por um dia completo de paz.

— Eles estão bem? Me pergunto toda noite, enquanto estamos aqui — escuto-o sua pergunta, e abro um dos meus olhos para olhar de canto, percebendo que o mesmo também estava deitado de barriga para cima, aproveitando o momento de paz — a bebida já fez efeito? — provoco-o brevemente mas volto a responder sério, pelo beliscão que recebo em meu braço como resposta. — Eu não sei, espero que sim, me sentiria morto por dentro, se voltasse e não visse meu filho salvo e seguro.

— Espero o mesmo com os meus filhos — dando uma curta pausa ele continua — sinto que ganhei uma segunda chance, mesmo não gostando nenhum pouco do propósito dessa guerra.

Abro os meus olhos e mudo minha posição deitando de bruço, com a cabeça apoiada em minhas mãos, e o olho dessa vez, percebendo como a claridade lhe fazia bem, refletindo até mesmo os menores detalhes da cor de seus olhos.

— Como assim? — Pergunto a ele, em dúvida genuína, da aquela conversa sincera entre nós — depois da segunda guerra, construí a minha família que no começo pareceu ser feliz e o ato certo para mim, mas depois me tornei um péssimo pai e um péssimo marido também, percebendo que alguns reencontros realmente foram necessários para fazer-me abrir os olhos e perceber a burrada que estava cometendo, mas Remus vivo também, ajudou a me despertar  — concluiu, parecendo estar querendo falar sobre aquilo a um bom tempo com alguém, e como essa era a oportunidade perfeita, decido abrir o jogo também — eu sinto o mesmo, desde a morte de minha esposa, Scorpius tem sido tudo para mim, não focando mais nada além dele, mas você sabe, acho que seu filho tem o ajudado bastante também a cicatrizar a morte de Astória.

O silêncio confortante por alguns minutos surgem no quarto até que o cacheado decide continuar — mas e você? Cicatrizou a perda dela também ou ainda se sente perdido? — sua pergunta se tornou algo reflexivo, no qual eu percebo que me sinto bem desde que estive na companhia dele, criando uma intimidade somente nossa, e quando escuto o nome dela, é de dor relacionado ao meu filho, por não ter a mãe nos dias atuais — no dia em que estava desesperado em seu escritório, queria Scorpius bem e vivo, e na aquele dia, eu estava quase morto por dentro me sentindo um covarde por não conseguir encontra-lo sozinho, por lembrar-me sempre dela, mas depois, aqui nesses dias, não me sinto mais assim — dou uma pausa curta, reunindo a coragem e o álcool que estava em minhas veias, continuando a dizer — não me sinto mais um covarde, não como eu era na época de hogwarts.

— Se Draco Malfoy de antes presenciasse esse momento, ele teria um ataque de drama certeza — cortando um pouco do sentimentalismo, Harry provoca e eu abro um leve sorriso — com toda a certeza, o antigo Malfoy era cego achando que ser babaca levaria para algum lugar, principalmente para chamar atenção de seu pai.

— Ele se encontra decepcionado, e bastante ferrado, por não adiantar e que agora o filho dele está no quarto com o herói mestiço no qual você também odiava — tomando outro gole da bebida, dessa vez sentado na cama, ele fala soltando algumas risadas leves, deixando o clima descontraído, porém acabo dizendo sem querer — mas eu nunca te odiei, nem na época de hogwarts — percebo o que havia dito e arregalo meus olhos levemente, deitando-me de barriga para cima novamente. — Eu escutei corretamente? Parecia, mesmo que você me detestava — continua a dizer, olhando-me com um leve sorriso malicioso.

— Não se ache tanto Potter, eu não confiava em você por isso pensava que sempre te detestei, mas nem por isso desistia de tentar chamar a sua atenção. — Merlin, eu preciso calar a minha boca, a culpa é do álcool certeza — quer dizer que gosta de mim desde aquela época? — Pergunta, se aproximando de meu rosto — não sei do que está falando, eu não afirmei nada — tento me defender para ele não saber da verdade, já estando com as bochechas ficar em um rubor maior, bastante nervoso, sem ter reação — mas também não negou — sussurrando, próximo a mim, mesmo de olhos fechados, percebo sua posição, e não me atrevo a abrir para saber qual seria sua próxima atitude, ele rebate, fazendo-me ter a minha própria reação — pare de beber, está começando a escutar bobagens.

Ainda sorrindo ele volta a deitar de barriga para cima ao meu lado, em resposta, com seus cachos colados em uma mistura aos meus fios loiros também.

— Espera, disse que não era meu amigo porque não confiava em mim, mas hoje em dia, confia em mim o suficiente para sermos amigos? — seu tom de voz dessa vez, carregava um tom de medo de minha resposta — somos só amigos? — Devolvo sua pergunta, na qual a minha dúvida pairava desde a noite em que começamos tudo isso.  "~"

— Por agora, Draco Malfoy... — suspirando, em uma breve pausa, sinto as costas de seus dedos fazerem carinhos em uma de minhas mãos sentindo meu corpo arrepiar-se por um simples toque — somos companheiros e normalmente companheiros, tendem a ser amigos também, é de onde os laços fortes começam — diz sussurrando, parecendo ser totalmente sincero em sua fala, e meu corpo entra em uma briga interna ao conforto e felicidade por ouvir aquelas palavras junto de agitação, excitação e batimentos cardíacos bastante acelerado.

Harry lembrou de minhas palavras, quando o chamei de companheiro e agora, sabendo que ele sente o mesmo por mim, decido ser sincero também, se ele vai se entregar por corpo e alma, farei o mesmo custe o que custar.

— Eu confio em você, o suficiente para estar aqui, satisfeito? — solto de supetão, ficando com um sentimento das borboletas brigando contra os meus batimentos cardíacos, para ver qual se intensifica mais.

— Muito. — Achando que aquela era a sua última fala, sinto seu hálito quente perto de minha bochecha e abro meus olhas devagar, quando o mesmo passa uma das pernas em minha cintura, sentando em cima da mesma. Seu olhar era de malícia, e fico imóvel, por ser totalmente inesperado essa atitude vindo de sua parte.

— E agora — se inclina, não tirando seu olhar de meus lábios, ele sussurra contra o mesmo, fazendo-me arfar levemente — confia em mim? —  Sua voz era rouca, enquanto perguntava, quando se abaixa mais, estando tão próximo de meu rosto, dando para ver os detalhes minimalistas de seu rosto, e sem perceber, sinto uma de suas mãos quentes passar por todo o meu abdômen indo em direção ao meu peitoral.

— Que pergunta idiota é essa? O que vai apronta... — Antes de finalizar a minha pergunta, começo a soltar boas gargalhadas, quando o mesmo faz cócegas na minha cintura, não deixando nem respirar direito.

Era como se voltássemos a ser dois bobos adolescentes novamente, onde tive a chance de conhecer esse lado do moreno, que nunca tinha nem percebido que aparentava a ter, as cócegas, a aventura, tudo, está fazendo ver ele de uma maneira na qual nunca achei que seria possível, como uma família, e talvez um outro pai de Scorpius também.

Eu estava tão feliz, que na aquele momento, entendia a lua por estar pulsante e bela, ou a paisagem para algum quadro de inspiração para algum artista, porque, aquele momento só nosso, fazia-me chorar de alegria e cócegas, e eu odeio cócegas, mas ele fazendo-as em mim, definitivamente não me importo, por ser agora a nossa segunda chance, de viver como os adolescentes que não tivemos tempo e oportunidade, de ser.

— Harry Potter! — Tento continuar, e impedir o cacheado, mas as suas gargalhadas me fazem desistir, mal conseguindo abrir os olhos, com as lágrimas atrapalhando minha visão, com o barulho tomando conta do quarto, acabando com qualquer resquício de silêncio que tinhamos.

— Sua peste grifinória você me paga! — Consigo firmar, e viro-nos, trocando as posições, dessa vez estando por cima, quase me distraindo por completo, com a perfeita paisagem que estava diante de meu olhar.

A luz refletida da janela de antes, estava contra nós dois principalmente ele, onde seus cachos estavam bagunçados e as bochechas coradas, sendo seu olhar, era o mais esverdeado possível, perdendo o destaque para a suas pupilas dilatadas. Seus óculos tortos eram o maior charme, que algum ser da terra poderia ter, e ali diante de mim, dando para ver suas sardas destacadas pelo tom de pele escuro, és o ser mais lindo que já vistes em minha vida. completamente Harry, estando entregue, esparramado na cama, me olha em inocência e vulnerabilidade, como se eu fosse o principal de sua peça teatral, e Harry Potter pode deixar muitas emoções, do ódio até o amor, e na aquele segundo, naquela claridade, ele era o ser que meu coração se permitiu á amar novamente.

Me aproximo do mesmo, passando meus dedos delicadamente sobre o tecido, dando para sentir um pouco a quentura de sua pele, em outra mão, faço um carinho delicadamente na dele, erguendo-a,  meço, comparando-nas o tamanho e deixando fluir, por sabermos, o que tiver de ser será. A textura dela era macia e quente, lembrando conforto e lar, e para deixar gravado aquele único momento em nossas mentes, levanto ela-as, na altura da claridade do luar, sendo a minha mão maior porém mais fina e bem mais clara e a dele, menor porém forte e mais escura, finalizando como as constelações quando se juntam, entrelaçando as nossas mãos, o olho novamente destacando um brilho de seu olhar, e ele entendendo que esse era o nosso juramento, nosso sinal, de que amar significa procurar uma alma sincera que nos correspondem, e não uma paixão falsa momentânea, que não nos dão certeza de, absolutamente nada. Aqui, agora, com suas mãos dadas nas minhas, fez ter a certeza de que, sua alma era mais que sincera, era a que eu estava procurando por muito tempo, e pode ter certeza, esse juramento feito em silêncio, sob a luz do luar,  no olhar e em uma conexão somente nossa, será o sinal e a lembrança, mais marcante de toda a minha longa trajetória e vida.

Solto as nossas mãos devagar e volto a passear as minhas mãos por todo seu abdômen, estudando melhor todo o seu corpo na aquele lugar, e volto a sorrir do mesmo jeito que ele, em momentos antes de me fazer rir horrores em um ataque de cócegas. Sinto muito Potter, mas é a minha vez de ter essa chance em escuta-lo rir.

Sua risada era a melodia mais linda que compositor algum poderia descrever, que até mesmo eu, caio em risos junto do mesmo, fazendo tantas cócegas, que ele parecia um adolescente, onde o brilho e o gosto de viver, voltaram, dando para perceber em suas risadas que dessa vez, eram verdadeiras. E se eu pudesse gravar esse momento, seria para escutar toda vez que estivesse totalmente triste.

Ele me derruba na cama, pegando um travesseiro e começa a bater-me com o mesmo, porém desvio, pegando o outro travesseiro que tinha ali na cama.

Estávamos simplesmente ali, divertindo, não precisando de dinheiro, não precisando de mais nada, apenas nós dois, e espero que agora ele perceba, que tendo ele ao meu lado com meu filho, já o suficiente para mim.

— Acha que pode comigo Potter? Toma essa! — Grito, acertando um travesseiro na cara dele, e derrubando-o da cama, quando o mesmo me olha franzindo a sombrancelha e todo bagunçado, que nem uma criança que volta depois de brincar, ele sobe na cama de novo, de uma maneira bem desastrada.

Tento acertar ele novamente, porém o mesmo corre em voltas na cama de pé, sem se preocupar se ia quebra-la, e vou atrás preocupado menos ainda, querendo apenas acertar o travesseiro nele.

Dando um drible nele, fico de frente com o mesmo e provoco-o, sorrindo de lado. — Com medo Potter? — percebo seu sorriso de pura nostalgia, o mesmo se joga nos meus pés e me derruba na cama, dizendo enquanto a gente ofegava, em puro cansaço . — Você é quem pensa. — Já estando deitado, percebo que os travesseiros estavam rasgados, por nossa culpa e aproveito derrubando todas as penas no seu rosto. E solto várias risadas, pelo o mesmo estar ser recuperando da nossa brincadeira, e quase engolir as penas, por minha causa.

— Estou exausto — pontua e escuto me jogando contudo na cama, de qualquer jeito, concordando por estar também.

— Acho melhor, dormirmos um pouco e então pegamos a... — Uma gritaria, parecendo ser um casal discutindo no andar de cima, interrompe a minha fala, e o olho suspirando em relutância, e a nossa sorte em não ter um minuto de paz, terminando de dizer — ... estrada amanhã, mas pelo visto, nós temos imprevistos.

O barulho só aumentava. Uma moça gritava, parecendo estar furiosa, junto de um homem, discutindo no mesmo tom, como conheço o cara que veio comigo, ele se levanta na hora ajeitando-se, me puxando junto para ver o que estava acontecendo.

— Ficou maluco? Não é da nossa conta! — Tento alerta-lo, mas não adianta — se não ajuda-la, o hotel inteiro vai acordar e vão descobrir que estamos aqui escondidos.

— Essa sua mania de querer salvar todos, vai nos meter em uma emboscada. — Alerto, porém ele me ignora, pegando as chaves, indo de passos firmes em direção a porta — se quiser, fica, eu vou ir até lá e ajudar a moça, sozinho ou não, você é quem escolhe.

Sem respostas alguma, sigo, percebendo que discutir com ele é a mesma coisa que discutir com a parede, não ia adiantar nada.

Subindo até o último andar, fomos até a porta, pelos sons, descobrindo que era o quarto do lado em que saímos no começo, dou um passo para trás, deixando com Harry resolver isso, ele que me arrastou até aqui, ele que lide com a briga.

Dando passos leves, dava para ver o reflexo da vela por de baixo da porta e no corredor, e estando mais perto agora, imóveis, a gritaria era maior e pior, chegando a dá dores de ouvido se ficar muito tempo.

Empurro levemente ele, para tomar uma atitude, quando fico pasmo com sua coragem em se meter nas confusões.

— Com licença, está tudo bem por aí? — Pergunta, depois de várias batidas na porta, um breve silêncio se estende no mesmo instante, mas dura pouco e a moça grita para o homem. — AGORA ABRA ESSA MERDA E LIDE, É CULPA SUA, COMO SEMPRE É TUDO CULPA SUA! — a discussão só piora quando o mesmo revida, aumentando mais o seu tom de voz. — MINHA CULPA? SE QUER TANTO SER INDEPENDENTE, POR FAVOR, RESOLVA VOCÊ, MAS NÃO VENHA JOGAR SEUS ERROS PARA CIMA DE MIM, BASTARDA.

Uma briga de primeira mão, realmente as pessoas dessa época brigavam utilizando bastante chingamento de baixo calão, e a situação não está fácil ali dentro.

— AH! COMO OUSA. — Sendo seu último dizer, um tapa ecoa pelo corredor inteiro, parecendo ser ele a levar aquele tapão — E É POR ISSO QUE NEM A SUA FAMÍLIA TE QUIS. — Grita o babaca, quando algum vidro cai no chão, sendo esse entre mais, o motivo de abrir a porta, porém estava trancada.

— Abre logo, vai! — Deixo claro meu desespero e o bolo de chaves em suas mãos, parece no começo uma confusão, quando pega o número correto do quarto e abre bem no momento certo, de impedir alguma tragédia.

O cara era alto, com roupas e cetim para dormir, o que seria difícil com toda essa situação. Não sabendo como, de onde ele tinha pegado uma faca bastante afiada, apontando para a jovem moça, e quando nos percebe, vira contudo o corpo apontando-na para nós, bastante alterado.

— COMO CONSEGUIRAM ENTRAR? — Grita, se aproximando de Harry com a faca, onde ele permanece sério, se afastando devagar. Vamos Harry, salvar pessoas é com você.

— Eu acho que senhor, devia se acalmar para termos uma conversa civilizada — com uma das mãos na frente, o moreno tenta tranquilizar a situação, piorando ela — NÃO ME DIGA O QUE FAZER, SAÍAM DAQUI AGORA! — Alterado, o homem se aproxima contudo, mas mesmo assim ele não recua, permanecendo no mesmo lugar.

Mas diferente de mim, meu sangue já estava fervendo de ódio por se referir dessa maneira a ele, querendo acabar com esse desgraçado, e eu não fazer algo, com rumo que essa situação tomar, Harry pode acabar sendo ferido, decidindo então agir por conta própria e acabar com toda aquela palhaçada.

Pegando no braço do moreno, com toda a adrenalina em mim, puxo-o para trás, entre os dois, mantenho o olhar para o babaca de uma maneira superior, que poderia ali mesmo acaba-lo sem precisar de ofensas nesse nível. Olhando de cima a baixo, vejo de relance a faca, encarando-o com desdém, começo a falar. — Não vamos sair até o.. — cuspindo, o chamo em educação forçada, dando uma breve revirada nos olhos e continuo, sendo direto — ..senhor, abaixar essa coisa afiada e agir como um ser humano descente, por um oblíquo de hipótese, consegues? — Utilizo a linguagem culta, em entonação forte e baixa, deixo claro que não iria igualar ao seu nível. Já levei uma facada de meu próprio pai, se um estranho fizesse, não iria afetar a minha noite.

— Vai se arrepender por me ofender de tal forma, e sair defendendo os outros, seu pirralho inconsequente. — Dando um passo maior, se aproxima de mim de forma brusca, com a ponta da faca em meu pescoço, mas mesmo assim, não demonstro meu medo, parecendo estar tranquilo com tudo aquilo, sendo totalmente o oposto, mas que jamais me arrependeria do tal ato, ele jamais sairia vivo, se fizesse algo ao Harry.

O moreno tenta me puxar para trás, dando para notar sua preocupação, mas permaneço imóvel, não quebrando o olhar diante da nossa ameaça e continuo a ser o escudo de Harry, quando ouso a falar, mesmo sendo bastante arriscado — já me ofenderam de todo jeito possível, mas agora pirralho? — abro um sorriso de lado, em tom de pura provocação — É a primeira vez, percebendo que além de um péssimo marido, é muito hipócrita também.

A raiva em seu olhar contra meu modo de agir, era explícita em que ia cortar a minha jugular na frente de todos, pelo silêncio tenso que permanecia no cômodo sua última atitude, era a certeza de que aquele momento seria o meu último suspiro, onde tudo que vivenciei, era uma despedida para a minha alma que quase saiu do meu corpo de tanto pavor, porém algo o impede, derrubando a faca que antes estava contra o meu pescoço, no chão.

Era para eu na aquele momento cair morto, mas o caído foi ele, feito uma merda no chão.

Solto a respiração que nem sabia que tinha prendido, e olho para frente feliz por ter uma moça forte para acabar com um ser desses.

A mulher tinha acertado um copo de cera na nuca dele, fazendo-o desmaiar. Dizendo enquanto tirava os fios do rosto, o olha com nojo, voltando a agir de forma educada — já estava na hora da soneca — debocha puxando o corpo de qualquer jeito para retirar do caminho — você gritava demais.

Ícone e com razão, ele realmente gritava de mais.

Como a iluminação era de algumas velas, dava para ver pouco como as suas roupas eram de seda azul claro, de detalhes pequenos em volta do corpo. Seu rosto era delicado, e olhos azuis claro,  cabelo preto na altura dos ombros com uma postura impecável.

Agradeço com um aceno breve e vou até a porta, já indo embora com Harry atrás a moça nos chama, fazendo a gente voltar imediatamente — esperem aí na porta mesmo, ou entrem como preferirem, necessito resolver umas coisas e não posso deixo-vos ir sem nem agradecer.

Olho de relance para o moreno, parecendo estar se questionando que nem eu, mas a obedeço, ficando a onde estávamos antes só que dessa vez, com o corpo do esterco, no chão.

— O que vai fazer com ele? — Pergunta o mesmo, observando a moça pegar as roupas e enfiar todas numa mala pequena. Não eram tantas peças, a cama estava bagunçada como, o chão também.

— O que eu devia ter feito a muito tempo atrás — nas pressas, ela abre a janela do quarto, onde não estava ventando, dando uma breve olhada em volta, e pega a água de um vazo de rosas murchas, jogando no que parecia ser, a mala dele. Depois, com muito ódio, ela pisoteia na mesma, pegando-a ânsia e desprezo, taca fora, todas as peças, pela janela.

— Mereceu, por que não pega as que ele está vestindo também e rasga? Cairia bem para ele, esse visual todo. — Sugiro, escutando Harry soltar uma risada presa, e continuando a dar sugestões  — se quiser eu ajudo, posso amarrar ele, enquanto a senhorita faz o restante. — Ela sorri levemente, e termina de arrumar suas coisas, que não eram muitas, sendo para ela o necessário, uma câmera? As roupas e mais algumas coisas que não deu para notar.

Eu não sabia que precisava ver esse lado de Harry Potter, até ver esse lado dele, fique a vontade e faça o mesmo comigo também.

Sem mais delongas, ele sai de trás de mim, e vai até o lençol. Tirando contudo, ele ajuda a moça, levantando o corpo do estrume.

Depois de alguns minutos, o tapado estava amarrado com a cueca rasgada e amarrado, de sua boca também com uma fronha de travesseiro. Sem muito trabalho, a moça desconta sua raiva rasgando a roupa que ele vestia, fazendo após, o que o moreno sugeriu, jogar o pijama, da janela.

— Agora sim, posso agradecer vocês — solta um longo suspiro, prendendo o cabelo nas pressas, ela continua pegando a chave da porta ao mesmo tempo — muito obrigado, de verdade, essa foi a primeira vez que um homem ergueu a mão para mim, e com toda certeza será a última.

— Não precisa agradecer, de verdade, a sorte foi minha, se não tivesse o acertado, teria sangue pelo quarto todo certeza. — Falo a ela, parecendo nós dois entramos em um acordo, por ser verdade, se não tivesse agido, Harry Potter estaria perdido sem mim.

— Então estamos quites  —  sugere ela, de forma neutra, mas feliz. ela realmente, não amava ele. —  Estamos quites  —  confirmo, para a mesma que sorri sem jeito, em segundos de silêncio, o moreno tosse de leve, chamando minha atenção, mas finjo não escutar e digo  —  a propósito, meu nome é Henry e esse aqui é o Alex.  —  Para suas mãos que pareciam ser delicadas o aperto de mão era firme, cumprimentando nós dois.

Estando contente em nos encontrar ela aponta para o corredor, indicando para sair junto com ela, que estava com a bagagem nas costas, se apresenta  —  sou Angela, muito prazer.  —  apagando as velas, o corredor é tomado por um breu mas que por sorte, Angela sabia decor para não tropeçamos.

—  E para onde está indo agora, Angela, ainda é madrugada, não é melhor esperar? —  Pergunta ele, observando a de cabelos presos, trancar a porta e levar a chave consigo mesma  —  Vou fazer como nos velhos tempos  —  diz a mesma, mas o moreno e eu, fica confuso, esperando nos próximos segundos sua justificativa para ver se entendemos  — vocês estão atrasados, meu deus, um pouco mais a frente tem um trilho de trem com vários vagões vazios, vou subir em um e seguir a viagem sozinha.

— Rapazes, me acompanham até a saída? — Perguntando, em sussurros para que só nós, escute, nas pressas, desce as escadas devagar, e dou de ombros, não tendo problema em acompanhá-la até lá fora — mas as portas estão trancadas, como vai sair?  — A lembro, pelo óbvio, e estando já na recepção, que antes estávamos fuçando, agora era por outro motivo e outra situação em estar lá, sinto que essa será nossa última vez aqui.  —  O dono do hotel, é um conhecido meu, sei onde fica as chaves  — diz indo para de trás do balcão, quando Harry chacoalha o bolo de chaves, chamando a atenção dela  —  Mas como vocês tem...  —  vai até ele, estando na porta destrancando, e quando abre devagar, com apenas iluminação da natureza, o moreno a interrompe de modo cínico  —  se não contar, eu não conto sobre o ocorrido.

—  Feito.  —  Concorda, piscando de maneira sútil.  —  E então é isso, para o norte lá vou eu  —  em tom de despedida, da uma pausa de segundos  —  como agradecimento, em meu conhecimento de todo esse lugar, podem me fazer uma pergunta, que responderei antes de ir, mas sejam rápidos, o trem sai um pouco antes do amanhecer.

O clima era gélido, e nada confortante, e agora que eu reparei, ela estava de botas marrons com tecido de felpudo, no meio da terra de estrada vazia, onde tinham algumas residências distantes. Várias perguntas rodeiam por minha mente, mas quando ia perguntar, ele toma a iniciativa —  Como tem conhecimento por tudo isso, gostaríamos de saber, para chegar até um acampamento perto daqui, como nós fazemos, para chegar até lá? Um caminho que facilite nossa caminhada  —  com o vento bagunçando algumas mechas soltas de seu cabelo, Angela, faz um curto silêncio, perguntando rapidamente  —  Não são daqui certo?  —  Nego com a cabeça, não tendo outra escolha  — certo então, preciso do nome de alguma pessoa desse acampamento para ter certeza de que não irei passar o caminho errado para vocês.

Em um certo receio, respondo bastante desconfiado  — Arthur, mas só sabemos esse nome  — Após minha resposta, ela sorri com o nome, soando familiar para a mesma —parece que é a noite de sorte de vocês, rapazes, o trem em que eu vou, passa por lá.

—  Então?  —  Pergunta, e percebo um certo anseio pela nossa resposta, e vou até o moreno e sussurro  —  jogue o molho de chaves lá dentro  —  me olhando indignado pela minha atitude, continuo notando sua desconfiança em Angela — é isso ou nos perdemos amanhã e morrer por aí.

Milésimos foram necessário para que o mesmo concorde comigo e faz o que ordenei. Onde a porta agora estava só encostada, seguimos em passos apressados para alcança-la, mas antes, observo de relance, um dos lugares em anos, que me senti livre, deixando surpresas também, espero que o dono não se importe.

E o engraçado, é que parece ter passado tempos em que aconteceu de eu e meu moreno, fazer tudo acontecer, parece milênios que vivenciamos as melhores sensações que podem ser descritas porém dificilmente de serem sentidas, e tudo isso com a pessoa ideal, com a minha pessoa ideal, na qual não tive chance de ter, na adolescência por impedimento de meu pai, mas agora, quase livres e nos conhecendo pouco ao pouco, vale muito mais que minha adolescência.

Adrenalina era o que descrevia aquele momento, onde as sensações de incerteza e que estamos prestes a fazer uma das loucuras mais legais de minha vida, fez voltar de meus devaneios.

Curtos minutos até chegar o trilho que Angela havia falado, quando o trem estava partindo  — Vamos, vamos, me sigam e corram.  —  Grita, correndo em direção ao penúltimo vagão aberto. Meus pés estavam doloridos, eu estava exausto, meus batimentos acelerados, tão quanto o trem que estávamos pouco para alcançar.

Harry corria logo atrás dela, e aquela cena, parecia ser vivenciada da maneira mais louca possível, com os nossos cabelos e tudo sem se importar, indo contra as ventanias geladas, vindo principalmente de lá.

Não vamos... não vamos conseguir, mas não vou deixar de tentar, e quando ela quase encosta no vagão, o moreno empurra para cima, dando um impulso para a mesma subir, puxando ele em seguida, sobe de maneira desajeitada.

Estendendo uma de suas mãos, mantém firme o seu braço, e por um momento meus pés quase falham, tento uma vez, mas o trem, parece acelerar, junto com minha respiração em desespero maior, essa sensação de como o aperto no qual no primeiro ano ele rejeitou, faz meu estômago embrulhar, e no máximo de minha adrenalina restante, dou o meu último impulso dessa noite, arriscando para não ficar para trás, arriscando para sobreviver e agora em meu pulo, em definição de tudo.

Consigo agarrar seu braço, sentindo seu máximo de força, para puxar meu corpo para dentro do vagão, tendo ajuda da de cabelos pretos, ela segura no mesmo, com sua ajuda na força de ambos, sou puxado para dentro contudo, caindo os três de uma vez para atrás no chão de madeira do trem.

Soltando a respiração que nem sabia que tinha prendido, sinto estar amortecido, em cima de seu corpo quente, tudo parecia estar saindo de livros de conto de fadas, sua pele quente, suas mãos a qual me puxou com toda força que tinha, era a mesma que eu estava em cima na aquele momento e caindo a minha fixa, eu estava caído de maneira folgada no corpo dele tendo como surpresa dessa noite, fico uns minutos me recuperando, deixando o rubor passar rapidamente,  arregalando os olhos levemente, saio cima do mesmo, sem nem olha-lo e nos longos minutos, da situação toda, ele age como se fosse costume, me causando vergonha, saio de cima, e me jogo ao seu lado. calma Harry Potter, eu sou um só, para muitas emoções de vez.

Em demorados parecendo ser horas de descanso breve, saio de seu lado, e me levanto devagar, com meu torso meio dolorido e noto Angela, sentada na ponta do vagão, desatenta e reflexiva, me sento ao seu lado devagar, deixando-a assim, sem ter coragem para quebrar aquele silêncio relaxante.

*~"
—  Vocês dois tem sorte, de ter isso  —   Começa a dizer em um tom suave, conforme as brisas do vento, e me finjo de desentendido, sobre minha relação com o moreno  —  de ter o que exatamente?  — ainda com seu olhar para diante, Angela afirma  —  Você sabe, de ter um ao outro  — e sua resposta me pega de surpresa, aparecendo uma dúvida em minha mente, ele me tem com toda a certeza, mas será que eu o tenho?  —  Como percebeu?  — Pergunto de forma calma, sem receio algum de sua resposta, ela é uma mulher forte então obviamente seria bastante inteligente  —  o que entregou, foi a rapidez de entrar na frente dele, para se sacrificar, enquanto tinha uma facada em jogo, não pensou duas vezes em ser você lá.  —  Não havia pensado por esse lado, mas ela tem razão, a intensidade na qual eu cogitei deixar tomar conta de minha mente na aquele momento, foi por mexer com ele, eu não sou impulsivo, mas quando se trata do moreno, não consigo controlar.

Decido não continuar essa conversa por estar cansado demais para ver o óbvio, e observo em tudo, com a clareza que me restava, estávamos em uma colina, dando para avistar as árvores longas, as represas, mas tudo isso me deixou bastante exausto, porém decido continuar sentado para não dormir e perdemos a chance de voltar para lá —  pode ir com ele, vou ficar aqui acordada, antes de chegarmos eu chamou vocês dois —  dizendo, agora sem eu perceber antes, Angela senta de lado colocando sua bolsa no vagão, e abre retirando algo que não é da minha conta então me levanto sem forças para protestar, quando a mesma me chama depressa —  Henry, espera um pouco — a olho de relance, mas noto a mesma se levantar, quando me entrega um caderno e a câmera que havia visto a uma hora atrás.

—  Um caderno e uma câmera? —  Confuso,  ergo uma de minhas sombrancelha, de qual seria o objetivo para me dar esses objetos —  Vai precisar mais que eu e isso é um álbum, mas pode ser usado como um caderno de anotações se quiser, nunca usei e não seria diferente hoje  — eu nunca usei uma câmera na minha vida, mas acho que não é difícil de manusear, ficando feliz internamente, por ter a chance agora de registrar os nossos momentos marcantes e eu registrar meus planos, ideias para nos tirar daqui.

— Obrigado novamente, Angel — Sem perceber a chamo por um apelido dado por mim, deixando-a com um sorriso em mistura de alegra e melancolia, voltando a me deitar ao lado de Harry.

— O que ela queria? — foi a primeira coisa que o moreno pergunta, em um tom de desconforto, assim que me deito e respondo — nos avisar que já estamos chegando, e também me deu isso — e mostro a câmera e o caderno preto.

Em delicadeza, o mesmo pega a câmera e analisa, parecendo estar perdido em seus pensamentos, assim como eu a observar seus cachos de qualquer jeito na tábua, o olhar neutro, e suas sardas, por todo o rosto, sendo um de suas qualidades as minhas preferidas, e quando tivermos a chance, irei beijar cada uma, provando que ele é muito perfeito, tão perfeito, onde essa câmera, o meu companheiro foi o motivo de pega-la, tendo comigo mesmo, quando toda essa missão acabar, uma imagem sua na qual eu irei poder analisar, e perceber o homem perfeito que esse maldito sempre foi.

— Funciona? — Pergunta, em sussurro, e em calmaria da madrugada, falo, ainda o observando distraído — eu não sei, nunca mexi em uma câmera — ao dizer, Harry parece não ficar surpreso e muda seu olhar da câmera de encontro com o meu — óbvio,   ia ser uma surpresa se o rico, soubesse mexer em uma — provocando, sorri sem jeito, não desviando sua atenção de mim e nesse momento de paz, tão próximo de seu rosto, eu belisco sua cintura, como resposta de sua provocação.

— Vem, vamos registrar isso, porque diferente de certas pessoas, eu sei mexer em uma câmera — fala, zombando levemente e resmungo com o mesmo escutando — larga de ser idiota e vai logo —  sem mais enrolação, deito a minha cabeça no seu ombro, e sinto seu braço passar pela minha cintura, colando mais nossos corpos.

Deixo meu nervosismo de lado, e com a outra mão, ele ergue a câmera apontando a câmera traseira, na nossa direção, e quando ele bateu a fotografia, sorri de forma tão genuína, não sendo possível descrever, os sentimentos mesmo estando exausto, com certeza jamais estaria cansado para deitar em seus braços, estou ferrado por simplesmente ter sentimentos pelo moreno, tão intensamente, onde quase me sacrifiquei por ele, e faria tudo de novo sem pensar duas vezes, porque se tratando do que diz e faz-me sentir como seu companheiro, fico impulsivo, trêmulo, não sabendo o que fazer, agir ou falar, me deixando vulnerável demais.

Fico deitado em seu peito, após ele deixar a câmera ao seu lado, e segurando o caderno comigo, espero os longos minutos se passarem, ao seu lado, nos aquecendo, em nosso abraço, tornando quase um só, vendo tudo rápido de mais, pelo trem estar em movimento, mas desejando se tornar devagar, para aproveitar, o calor e o cheiro de lar que é estar em seus braços.

— De agora em diante só quero dormir com você, nem adianta tentar escapar —  sussurro, acrescentando, enquanto recebo um cafuné seu, de forma delicada sinto ele brincar mexas de meu cabelo, e diz suavemente — acredite ou não loiro irritante, eu jamais iria fugir de qualquer ato que venha de você, inclusive dormir aos seus braços. Se tornou o meu passatempo favorito, ter o seu toque.

Sendo esse seu último dizer, deixa um beijo casto na minha testa, sentindo seguro e a salvo, ele derrubou qualquer muro de defesa que tinha em mim, fazendo-me sorrir feito um adolescente bobo e agarrar mais ainda, aproveitando a curta viagem, observando as estrelas, pela aquela longa madrugada não estar acabada ainda.

Mas o que é bom dura pouco, despedindo de Angela rapidamente, ela diz que é só seguir o caminho de terra reto, explicando tudo corretamente.

Como dito e feito, pulamos sem olhar para atrás e com sinais de despedidas, ela acena notando como era uma boa pessoa, e como lembranças, após seu aceno de adeus, não vimos mais, por conta do trem seguir muito rápido, tendo agora um destino longe dos nossos, mas deixando algumas curtas lembranças marcantes.

O tombo não foi tão ruim, decidindo, deixar isso para depois, em dores no tornozelo, conseguimos seguir de fininho nas pontas dos pés, vendo as cabanas, como Angela havia falado.

E dessa vez, quando entramos na nossa tenda em silêncio, não precisávamos de mais palavras a serem ditas, apenas queríamos o calor do corpo de um do outro, sentindo relaxar, depois de toda aquela adrenalina, em sua companhia, e assim como foi registrada em nossa foto do trem, aqui, abraço o moreno já deitados na cama, sendo ele dessa vez deitado em meu peito, e o seguro, momentos antes de cair no sono, que o protegerei a qualquer custo,  decidindo, de agora em diante que não será mais necessário duas camas, por ser, agora em diante, nós nos tornamos companheiros, e companheiros, precisam um do outro, com eu preciso de você Harry.

Deixando um casto beijo eu seus cachos, adormeço, sentindo uma certa esperança novamente, e com toda certeza para ele, estou entregue de corpo e alma, o moreno me tem por inteiro, mas uma insegurança, na qual deixo para a descobrir um dia, no momento certo...

...Tenho ele por inteiro também?

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