Harry Potter pov:

Sinto minha pele formigar, meu corpo tremer com uma lágrima descendo por meu rosto, preso em alguma mesa reta de metal frio, meus pulsos doem por conta das amarras de feitiços fortes.

Tento sair, mas a única coisa que consigo é uma maldição direcionada a mim.

-Seja quem for, vou te matar, não importa o que estão planejando, pedaço de merda.- Grito, tentando me soltar, mas sinto meus pés presos também e me debato na porcaria de mesa que eu estava preso.

-O plano precisa de você de novo, infelizmente.- Fala um homem com um capuz preto sobre o rosto, entrando na sala em seguida.

-Plano? Que plano? Do que estão falando? - Olho novamente meu corpo e reparo que não sou eu mesmo, era outra pessoa, esse corpo não é desconhecido.

-Logo irá saber, até aquele que está em sua mente está avisado. - O cara se aproxima de meu corpo preso que eu estava ocupando, e fica próximo ao meu rosto.

-Olá Potter, espero que esteja se divertindo com o meu filho, já que acabou com a minha vida toda.- Tirando o capuz, ele deixa uma cicatriz a mostra no lado direito, e seu cabelo liso na altura do ombro, de vestes pretas acompanhado de sua bengala marrom com detalhes pratas, encarando "me".

-Lucius.- Acordo suado, com alguém me chacoalhando.

-Estúpido, é madrugada o que houve? Draco me questiona, ao meu lado no sofá segurando firmemente em meu braço.

-Malfoy? O que faz aqui na sala?

-Não mude de assunto, estava descendo para tomar água e te vi aqui, quando estava falando sozinho enquanto dormia e chamou meu pai, o que houve?

Me sento dando espaço para ele se sentar ao meu lado, ainda ofegante, começo a debater meus dedos, tremendo, sinto minha garganta se fechar e lágrimas se enchendo por meus olhos, mudo meu olhar para minhas pernas, chacoalhando mais que antes, e começo a puxar meu cabelo, com um frio percorrendo por todo meu corpo.

-Tudo de novo, tudo de novo, sempre ignoro os meus problemas para tentar salvar os outros e mesmo assim se vão, talvez se me entregar para seja o que for, eles param de infernizar a minha vida.

-Ai! - Um tapa deixado em minha nuca, Malfoy olha para mim indignado.

-Potter, de todas as idiotices essa foi a pior que você me falou, eu não sei o que está acontecendo mas se estou passando um tempo aqui é para ajudar meu filho e você também, então larga de ser estúpido.

-Quer dizer que se importa comigo?

-Só prestou atenção nisso?

-Adorei a sua forma de acalmar as pessoas.

-Funcionou? - Ele olha para mim preocupado, ficando relaxado com um sorriso de canto para me confortar.

Solto um longo suspiro, e começo a contar o que aconteceu.

-Eu estava dormindo tranquilamente, e acordo preso em uma mesa com um cara de capuz preto falando comigo, atingindo maldições em mim, dizendo que eu fazia parte de um plano.

O encaro, franzindo o cenho com medo de dar continuidade, quando sinto o mesmo segurar firmemente em uma de minhas mãos.

-Aqui, estamos seguros, tudo bem, pode continuar.- Fala num tom suave me dando apoio para continuar a contar, respiro fundo e mudo o olhar.

-Ele se aproximou de mim, parecendo totalmente seguro de si, dizendo que eu acabei com a vida dele e me perguntou se estava me divertindo com você, seu pai está de volta, e parece estar pior que antes.

Vejo-o estremecer, apertando mais ainda a minha mão.

-Ele disse mais alguma coisa? - O loiro pergunta tentando acalmar a respiração.

-Que fazia parte do plano, mas só eu e isso não é a pior parte.

-Tem mais? - O aperto fica mais forte que antes, na última vez que o vi assim foi no banheiro da murta, e não fora a melhor experiência para nós dois.

-Não era eu, eu estava na visão de outra pessoa, e sinto que é alguém importante para mim, parecia ser real, principalmente a dor.

-Lembra do local ou alguma pista?

-Era um verde estranho por toda a volta, e ele estava numa mesa gélida toda reta desconfortável, preso naquilo, ouvi também um trem ou algo do tipo.

-Vá se vestir, tenho uma breve ideia do que é, eu vou só colocar uma roupa e sairemos agora.

-Não é uma boa ideia, devemos acorda-los e chamar eles para ir junto não acha?

-Não temos tempo, faça silêncio, te espero aqui.

-Draco, não tem como, a Ginny está lá, ela tem sono fraco e vai acabar escutando.

Ele me encara, suspirando, me puxa pelo braço em seguida negando com a cabeça.

-Eu te empresto umas roupas, não perca tempo.

Nos trocamos, e pego um dos meus sapatos que por sorte estava jogado na sala, aparatando seja para onde for que ele estará me levando, em seguida.

-Na estação King's cross? - Pergunto com o breu que estava, sendo a única iluminação as redondezas do local.

-Perto do túnel, ali, vem.- Me puxando pela mão, o sigo sem ter ideia do que fazer além de manter a guarda com minha varinha em mãos.

Em frente a uma parede um tanto quanto suspeita se transforma numa parede de ferro, fico surpreso com aquilo pois nunca nem havia reparado nisso, Draco no entanto parece acostumado já sabendo como até abrir a porta, olha ao redor conferindo para ver se não tinha ninguém por perto e entra em seguida comigo logo atrás dele.

Num corredor de luzes fracas, vejo a porta de ferro se fechar em um baque só fazendo com que a única fraca iluminação se apagasse junto.

Sinto um arrepio medonho subir por todo meu corpo, soltando assim uma respiração pesada dando para vê-la pela neblina que percorria no local horrendo, ecoando nossos passos em poças formadas por goteiras no lugar imundo.

Seguindo reto, conseguimos ouvir varias vozes, ruidos e gritos de pessoas que pareciam estar sendo torturadas, aperto mais o aperto na mão do loiro, tendo a impressão de que fora uma péssima ideia de topar em ir num lugar daquele, sem nem ter conhecimento sobre o lugar ou os comensais, e a principal pergunta que decido deixar para depois, como Malfoy sabe daquilo?

Me assusto de leve com uma ilusão de um homem pendurado de cabeça para baixo enquanto tinha sua barriga cortada por um comensal o fazendo lamber a marca, enquanto era torturado, apresso os passos para não ficar e descobrir se aquilo era real ou não.

-Aqui, chegamos.- O loiro fala sussurrando apenas para mim ouvir, chegando a mesma porta de ferro grande da entrada.

-Sei que tem perguntas, mas esse não é o momento, apenas me siga e lute, se caso der algo de ruim saia daqui e chame reforços, entraremos e vamos descobrir de uma vez por todas o que está acontecendo, entendeu?

Concordo, ficando em silêncio, decidindo não discutir de como ele era estúpido, achando mesmo que eu iria sair da ali sem nem ao menos lutar e ajuda-lo.

Ele destrancou a porta com um feitiço, ecoando o barulho da porta por todo o corredor, me deixando mais tenso que antes.

A sala era comprida e fedia a esgoto, logo na entrada tinha correntes ensanguentadas, e algumas janelas que davam acesso para outras salas, quebradas com bastante sangue, péssima ideia, de todas essa foi a pior.

Ouvimos um gemido de dor, correndo para lá, congelo com a visão que estava tendo diante de mim totalmente boquiaberto.

De braços e pernas presas nas algemas encantadas, seu abdômen todo cortado com ferimentos abertos e alguns quase infeccionados, parecia no pior estado deplorável que um ser poderia estar, sem nem pensar duas vezes, lanço um feitiço nas algemas, quebrando-as e o ajudando a levantar para sair da aquele lugar horrendo.

-Ande logo, estou ouvindo passos de pessoas se aproximando, vai logo.

Me apresso, pedindo para o outro ficar em silêncio, corro para a saída daquele local, parando quando escuto um grito por trás de mim.

-Achou que seria mesmo tão fácil assim Potter? - Me viro reconhecendo aquela voz.

-Lucius, solte ele! - O enforcando com o ante braço mantendo de refém em uma varinha apontada na cintura de Draco, meu sangue ferve tendo aquela imagem na minha frente.

-Então faremos uma troca justa, me entregue o seu amigo aluado e eu lhe devolvo essa decepção que eu chamei de filho.

-NÃO, POTTER NÃO FAÇA.

-Ah ele ira fazer sabe por que?—  por que se não eu o mato.- Ri em seguida, me deixando totalmente encurralado, não tendo nem ideia do que fazer.

-Mataria seu próprio filho? —realmente é de um nível pior que imaginei.- O provoco, mas me arrependo pois o mesmo finca uma facada na cintura de lado no loiro e gira, dando para escutar seu grito ecoar por todo local, não posso perde-lo, de novo não.

-Tem 10 segundos para tomar uma única decisão sensata, demorando mais e mais, a faca irar perfurar mais, assim com a quantidade de sangue perdida, ele irá morrer e você ficará sem escolha, tic tac o tempo está passando Potter. - Provoca com seu sotaque arrastado e resolvo me arriscar tomando talvez a pior ou melhor decisão no momento.

-Seja no que estiver pensando, não faça, vá embora e faça o que te falei.

-Por favor Harry.- A faca o perfura mais uma vez, puxo minha varinha arriscando atingir a maldição na aquele merda.

-Crucius! - Ele desvia, soltando e deixando o loiro caído no chão, vou até ele ainda segurando Remus, quando o mesmo diz depressa.

-Vá, eu cuido dele, posso me curar sozinho, detenha Lucius e ache algo para nos tirar daqui, pense e preste atenção, CUIDADO.

Arrebato um avada, jogando uma cadeira na frente, duelando com ele e desviando de vários feitiços lançados pelo mesmo.

Vejo algo refletir, lembrando de uma das aulas de feitiço de Flitwick ensinando sobre portais de aparatação e distraio Lucius conseguindo deixa-lo imóvel.

-Vamos.

-Harry, se ele aparatar é capaz de não aguentar no outro lado, já perdeu muito sangue.

-Mas não vai dar para sair.- Escuto vários comensais dando risadas maléficas correndo em nossa direção.

-S-se não fazer, irão morrer, não se preocupem comigo, ficarei bem.- Me encarando, o vejo dar um sorriso de lado levemente sem mostrar os dentes, e sinto meus olhos se encher de lágrimas, não tendo tempo, seguro nos dois e seguro no portal aparatando em seguida num local totalmente desconhecido.

Era tudo cinza, deixando um clima mais pesado, árvores cortadas, ao nosso redor estará mais gélido que a mansão de quando eu e meus amigos fomos capturados e torturados, não prestando a atenção, volto a socorrer o mesmo.

Vejo o mesmo mais pálido, me aproximo de sua boca para ver se estava respirando, tendo a mesma mais fraca e pior.

-Remus, ele está pior.- Falo com a voz prejudica por conta do choro que estava segurando, não consegui chama-lo de meu na adolescência e ajudar nas suas questões psicológicas, se ao menos deixasse de ser estúpido uma vez na vida.

-Harry, temos dois problemas, um deles é a faca era enfeitiçada, então só um feitiço de cura não vai adiantar por muito tempo e está o matando internamente e o outro é parece que estamos preso em outra linha do tempo, temos que dar um jeito agora!
                                
                                      ~

Desculpem a demora, bom agora sim.

Até a próxima pocs..