03. Magnético.
A segunda feira chegou mais rápido que o esperado, e com ela vieram as obrigações.
Abrindo devagar a porta do seu pequeno, Wooyoung ficou admirando por um momento seu filho dormir serenamente, rindo baixinho ao vê-lo esparramado pela cama, quase sem a coberta em seu corpo, e agarrado ao ursinho de pelúcia que tinha ganhado de Yeosang de presente de aniversário no ano passado.
Se desencostando da porta o homem andou e parou na beirada da cama, ficando de frente para a criança.
─ Hyun-jin... ─ Começou chamando baixo e lentamente, dando tempo do menino se acostumar com sua voz pela manhã.
O mais velho levou a mão direita para os cabelos de Hyun-jin e acariciou sem pressa, percebendo os cílios do seu pupilo tremerem um pouquinho, indicando que estava prestes a despertar.
Vagorosamente o Jung mais novo começou a acordar e se espreguiçar na cama, soltando suspiros que indicavam seu sono.
Com cuidado Wooyoung pega o filho nos braços, com Hyun-jin circulando o pescoço da mãe com os braços e permanecendo de olhos fechados ao que era levado para o banho. Em poucos minutos o garotinho já estava de banho tomado e bem mais desperto, brincando com a mãe e a ajudando a arrumar seu quarto.
Logo os dois estavam na cozinha, Hyun-jin comendo suas frutas e sanduíche de café da manhã ao passo que assistia o mais velho preparar um café e dançar pela cozinha arrancando gargalhadas da criança.
─ Mamãe dança bem! ─ Hyun-jin disse empolgado, com o rosto iluminado em admiração.
─ É que eu tenho a melhor platéia, você meu bem. ─ Deixando o café de lado Wooyoung respondeu se aproximando e deu uma apertadinha no narizinho fofo do menininho.
Envergonhado Hyun-jin se inclinou pra frente com um biquinho nos lábios e beijou a bochecha da mãe, que retribuiu e apertou o menor em um abraço forte.
Sem demora eles finalizaram o desjejum e os dois Jung se dirigiram até o quarto do adulto, com a criança no colo de Wooyoung o caminho inteiro. Lá, Hyun-jin pulou para a cama da mãe e ficou brincando o travesseiro que tinha ali ao mesmo tempo que Wooyoung se arrumava no banheiro.
Quando prontos eles saíram de casa e foram até o carro, depois de prender bem seu pupilo na cadeirinha Wooyoung dirigiu até o destino daquele manhã: a creche.
No trajeto Wooyoung começou a pensar nas encomendas que faria hoje e entregaria com Mingi em seguida. Organizou em seus pensamentos quais faria primeiro, lembrando que teria que checar com seus fornecedores se os produtos estavam em ordem.
Estava tão concentrado em seus pensamentos que não reparou que quase atropelou um gatinho.
─ Mamãe, um miau miau! ─ Hyun-jin gritou lhe chamando a atenção para o animal. O homem freiou e o bichano preto não tardou a fugir do automóvel, se esqueirando pelos arbustos de uma casa.
─ Tudo bem, bebê? ─ Wooyoung indagou se virando para trás, preocupado que a freiada tenha machucado o filho de alguma forma, por sorte a rua era residencial. O que ele encontrou porém, foi uma carinha triste olhando pra ele.
─ Ele fugiu... ─ cabisbaixo o menor olhou para a mãe com um biquinho nos lábios.
─ É, fugiu. Ficou triste por isso, meu bem? ─ vendo que estava tudo sobre controle o Jung mais velho continuou a pilotar, afastando-se da rua residencial.
─ Uhum. Eu quelia levá ele pá casa. ─ ditou e cruzou os braços um pouco emburrado.
─ Hyun, nós não temos tempo de cuidar de um gatinho agora.
─ Eu posso cuidá dele. ─ Hyun-jin contrariou com a expressão desgostosa.
─ Solzinho, você não vai dar conta sozinho. ─ Wooyoung sabia que mesmo que o pequeno tivesse todo o amor do mundo para oferecer a um animal, dificilmente ele iria conseguir tomar conta de um bichinho sozinho afinal ter um pet requer muitos cuidados, o que consequentemente requer tempo, coisa que Wooyoung não dispunha.
─ Vou sim! Eu dou nele, mamãe. ─ apesar da leve elevação no tom de voz Wooyoung não conseguia ficar bravo, visto que a criança só estava argumentando por aquilo que queria.
─ Bebê, um pet é muita responsabilidade e não temos tempo pra isso agora. ─ Wooyoung tentou contra argumentar mas vendo que não tinha surtido efeito tentou novamente. ─ Não fica com essa carinha sim? A mamãe se compromete a te dar um gatinho no ano que vem.
Claro, Wooyoung não pensava em ter um bichano nem tão cedo, mas quem sabe no ano seguinte sua rotina não estará mais calma e assim conseguirá presentear o pequeno Jung com um gatinho. Insatisfeito Hyun-jin acenou com a cabeça positivamente e sem muito tardar se distraiu com seus brinquedos que havia levado, ficando de bom humor outra vez.
Quando menos perceberam já estavam em frente à creche. O mais alto estacionou o carro e tirou o cinto, ele saiu do automóvel e abriu a porta traseira tirando o filho da cadeirinha em sequência, o pegou no colo e recolheu a mochilinha do mesmo.
Hyun-jin abraçou a mãe e ficou brincando com a orelha e os brincos do mesmo. Wooyoung adentrou a escola e procurou pela sala do filho, encontrando alguns pais que conhecia de vista pelo caminho.
Ao chegar perto da sala das crianças menores Hyun-jin começou a choramingar no colo da mãe, fazendo biquinho e preparado para chorar a qualquer instante.
─ Neném, você tem que ir pra aula. ─ Wooyoung disse com ternura, fazendo carinho nas costas de Hyun-jin e o aconchegando mais em seu peito.
─ Não quelo... ─ Manhando o menininho procurou refúgio no pescoço daquele que é seu porto seguro. Vendo aquilo Woo deu uma risadinha e o balançou um pouquinho, com sons calmantes saindo de sua boca.
─ Meu amor, a hora vai passar voando e quando você menos perceber vamos estar juntos novamente, hum? Ver você triste deixa a mamãe triste também. ─ Em um tom de voz tranquilizador e amoroso a mãe proferiu, dando todo o carinho que poderia oferecer para sua cria naquele momento de breve separação, sem se importar se seria alvo dos outros pais por acharem que mimava demais o seu filho. O filho era seu e ao contrário do que muitos pensavam na mesma proporção que ele distribuiua amor, também corrigia, a diferença entre ele e outros responsáveis era que Wooyoung nunca acharia que Hyun-jin era dramático ou mimado por simplesmente querer carinho e apoio de sua mamãe em momentos de dor e desconforto, sejam eles emocionais ou físicos.
─ Plomete pla eu? ─ Levatando o rostinho Hyun-jin encarou o mais velho com seriedade, olhando bem em seus olhos pra ter a certeza de que estariam juntinhos bem rápido.
─ Eu te prometo, meu solzinho. Não fica tristinho hein, mamãe não gosta de ver esse anjinho assim. Brinque com seus coleguinhas que logo logo nós vamos estar em casa, okay? ─ Enquanto proferia acariciava os cachinhos de seu pupilo e sentia as mãozinhas dele grudadas em sua roupa.
─ 'Kay. ─ o pequeno respondeu e em seguida sentiu beijinhos estalados serem distribuídos por seu rostinho e ao sentir todo aquele amor emanando de sua mamãe seu coração se encheu de alegria e aos pouquinhos começou a sorrir, mal percebendo quando suas gargalhadas se iniciaram.
Depois da sessão de beijinhos Wooyoung deixou Hyun-jin na classe, este que apesar de já estar mais alegre abraçou o adulto com força antes dele ir embora.
No caminho para a doceria Wooyoung ficou pensativo sobre Hyun-jin, estava começando a achar que ele era uma criança muito sozinha e que deveria socializar e se divertir mais. Teria que fazer algo sobre isso.
🍭
Já fazia meia hora que Wooyoung abriu a doceria e até agora nenhum de seus funcionários haviam chegado. Contudo, eles ainda estavam dentro do horário, era apenas ele que gostava de chegar mais cedo para aproveitar sua própria companhia naquele lugar ou criar novas receitas.
Por falar em novas receitas, seu esbarro com o tal Choi San lhe voltou a mente, imediatamente iniciou uma pesquisa sobre que ingrediente poderia substituir o cacau em suas receitas com chocolate, lendo pesquisas e vídeos até achar um ingrediente que o interessou, partindo para a segunda etapa: encontrar alguém que o vendesse.
Wooyoung ficou um tempo nisso, dando tempo de Yeosang, Minho e os clientes chegarem e então começaram a trabalhar. Ele e Minho ficaram na cozinha preparando cookies, cupcakes e doces típicos coreanos. Seus outros funcionários chegavam só a tarde naquele dia pois estavam na faculdade.
Ao que o meio dia chegou o Jung fechou a doceria para a hora do almoço, e antes de ir pra casa ele e Yeosang foram fazer uma entrega de um bolo de aniversário infantil.
Como nas segundas Hyun-jin almoçava e ficava na creche até três da tarde, ele foi direto para casa. Em sua residência o Jung fez uma rápida limpeza nos cômodos, tomou um banho relaxante e almoçou Tteokbokki. Depois lavou as louças sujas e aproveitou para descansar um pouco em seu quarto, abrindo o grupo dos pais da creche de Hyun-jin e olhando as fotos que mandaram de seu filho brincando, fazendo atividades e comendo.
Quando retornou a loja estava com um ótimo movimento, tinham muitos pedidos naquele dia. Apesar de seu time estar todo ali Wooyoung teve que ajudar a atender os clientes, mas ele ficava feliz de seu negócio estar indo tão bem.
Passando os olhos pela doceria ele viu quando uma moça fez um sinal com a mão e foi até a mesa onde a mesma estava.
─ Olá, boa tarde. Eu vou querer um pedaço de torta de maçã, por favor. ─ Uma cliente informou e Wooyoung anotou e disse que logo traria.
Ele repassou o pedido para Mingi e foi atender as mesas do lado de fora, ouvindo os pedidos com atenção e garantindo uma boa experiência para os clientes. Enquanto voltava para dentro pensou ter visto um rosto familiar do outro lado da rua, mas não teve certeza e deixou isso de lado.
Wooyoung entrou de novo na loja e foi até o balcão.
─ Yeo, ─ chamou o amigo que era gerente e investidor da doceria. ─ coloca alguma playlist para animar o clima. ─ pediu e deu um sorriso, sabia que Yeosang faria aquilo prontamente.
Mingi, que estava por perto logo se pronunciou ─ Chefe! Posso sugerir umas músicas? ─ o mais alto questionou esperançoso.
─ Ah não, suas músicas são meio duvidosas Mingi. ─ Yeosang discordou da ideia, balançando a cabeça enquanto mexia no caixa da loja.
Mingi ofegou e abriu os braços ofendido.
─ Para de implicar com o Mingi, Yeo. ─ o dono do estabelecimento falou risonho. ─ Mingi, pode sugerir. Mas se lembre que aqui é um ambiente familiar, por favor.
Prontamente Mingi assentiu com a cabeça, como se quem dissesse que Wooyoung não precisava se preocupar.
─ Pode deixar, Chefinho. ─ o Song disse e fez um joinha com as mãos.
─ Essa foi uma péssima ideia, Woo. ─ o Kang implicou e levou um mini empurrão de Mingi, que por ser maior quase o derrubou. O Kang então deu um tapinha no braço do outro.
Antes que eles começassem a se implicar de verdade o Jung interrompeu.
─ Meninos, não frente dos clientes. Esperem o expediente acabar. ─ Woo zombou e deixou os dois.
Cinco minutos depois uma música animada começou a tocar baixinho na doceria, e Wooyoung viu Mingi atentando Yeosang para que ele admitisse que suas músicas não eram ruins, o que o Kang se negava a dizer. Rindo, Woo foi para a cozinha da doceria ajudar Minho e Shuhua, deixaria para Mingi os clientes e quem sabe assim os dois não parassem de brigar.
Wooyoung entrou na cozinha e logo pôs outro avental mais adequado para a cozinha e a touca. Higienizado as mãos e indo comprimentar seus companheiros de cozinha.
─ Estou pronto, pessoal. O que temos que fazer? ─ questionou o dono para seus funcionários.
─ Woo, temos quatro tortas: duas de chocolate, uma torta de morango sem glúten na massa e a torta de limão; e dois bolos de floresta negra para repor. ─ Minho informou e enquanto conferia a despensa dos produtos.
Minho era funcionário da J&K desde que a doceria foi inaugurada. Ele era um jovem de 26 anos, formado em gastronomia com especialização em sobremesas, além de ser um amor de pessoa.
─ Certo. Minho faça a torta de limão e a de morango, são suas especialidades. ─ o funcionário concordou e já começou a pegar o que precisaria. ─ Eu e a Shuhua fazemos os dois bolos, e depois vocês me ajudam com as tortas restantes.
─ Vamos nessa, patrão! ─ a moça simpática disse com bom humor.
Shuhua estava no auge de seus 24 anos, e trabalhava com Wooyoung há quase um ano. A mulher estudava dança, era super gentil e junto com Minho os dois formavam uma dupla muito engraçada.
─ Shu, pega pra mim os ingredientes da massa. Você lembra quais são, não é? ─ Wooyoung pediu ao que abria os armários para apanhar o que precisaria para fazer o recheio e a calda.
─ Sim. Ovos, açúcar refinado e mascavo, chocolate, manteiga... ─ a moça pronunciou ao simultaneamente colocava os itens na mesa depois de achá-los.
─ Isso. Mas me contem, o quê vocês tem aprontado? ─ o chefe questionou brincando, com os utensílios que usaria já na mesa.
─ Eu não apronto nada. ─ Minho se defendeu, já triturando a torta da massa que faria.
─ Quem não te conhece que te compre, Minho! ─ Shuhua protestou rindo, ajudando Wooyoung a pôr as vasilhas com chocolate amargo para derreter no micro-ondas.
Minho olhou indignado para Shuhua ao que escutou o que ela falou. Wooyoung só podia rir dos dois.
─ Mas eu não apronto! ─ o homem insistiu, e Wooyoung observou que mesmo com a conversa ele seguia preparando a massa.
─ Quem garante que não? ─ Shuhua zombou, cruzando os braços.
─ Ah, me desculpe. Eu não sabia que tinha que provar agora. ─ Minho rebateu debochado,
─ Eu só acho que você apronta sim. Ainda vou descobrir o seu segredo. ─ a garota provocou e tratou de cuidar das massas dos bolos.
Minho, mais uma vez, se indignou.
─ Olha, eu não sei de onde que você tira essas coisas. ─ retrucou ao que despejava a massa em uma forma. ─ Mas não tem segredo nenhum.
─ Estou de olho em você, Lee Minho. ─ Shuhua disse e fez o gesto clássico que alguém faz quando diz isso.
─ Eu não sei o quê eu faço com os meus funcionários, vocês só sabem se implicar. ─ Wooyoung disse risonho e tirou as vasilhas do micro-ondas.
─ Fica tranquilo, patrão. É nossa forma de demonstrar amizade. ─ Shuhua o tranquilizou e para comprovar seu ponto foi abraçar Minho por trás, fazendo um coração com mãos na frente do corpo dele. O rapaz riu e concordou com ela.
Tal ato deles fez Wooyoung sorrir de lado, achando seus funcionários muito fofos.
─ Esta bem, crianças. Agora que vocês já se implicaram e fizeram as pazes, vamos terminar nosso serviço. ─ chamou a atenção deles e prontamente botaram as mãos na massa.
Os três cozinharam as tortas e os bolos em um clima descontraído, rindo e ouvindo as novidades um do outro. Shuhua em um momento pôs em músicas de kpop de grupos femininos, fazendo com que todos cantassem as músicas e gargalhassem ─ Wooyoung nunca agradeceu tanto aquela cozinha ter um certo isolamento acústico, assim os clientes não iriam ouvir o que se passava ali dentro.
Perto das duas e meia a loja foi fechada. Os últimos clientes saíram e eles começaram a arrumar a loja, Yeosang contabilizou os lucros do dia, Mingi limpou o saguão da loja, Shuhua e Minho higienizaram a cozinha e Wooyoung se encarregou de anotar todos os produtos que precisam ser reabastecidos.
Ao que terminaram todos estavam no saguão da doceria, sentados em uma mesa conversando.
─ Yeosang, vou te passar por mensagem os itens em falta na dispensa, ok? ─ Woo questionou, entrando atrás do balcão e organizando os doces nas vitrines.
─ Tudo bem, ainda essa semana eu faço esses pedidos. As vendas hoje foram ótimas! ─ Yeosang exclamou contente, fazendo os funcionários comemorarem.
─ Tudo graças as músicas que eu coloco. ─ Mingi gabou-se, ocasionando em quatro pessoas olhando para ele estranhando a afirmação.
Shuhua ficou extremamente confusa e se pronunciou.
─ Não entendi a sua lógica.
─ Simples. Eu coloco boas músicas, os clientes ficam felizes e decidem gastar mais.
─ Eu acho que não é bem por aí. ─ Minho discordou risonho.
─ Bem, ─ Wooyoung interrompeu. ─ de qualquer forma obrigado pelo seu trabalho duro, Mingi. Continue assim.
─ Viu? Eu disse. ─ o Song sussurrou para Minho.
Shuhua que estava do lado deles deu uma risadinha.
─ Bom, eu já estou indo. Tenho que ir buscar o Hyun-jin na escola ainda. ─ o Jung comentou e se aprontou para ir embora, pegando seus pertences.
─ Pode ir Wooyoung, a gente fecha aqui. ─ o Kang proferiu.
─ Certo. Até amanhã, pessoal. ─ Wooyoung se despediu de todos e saiu da loja.
O Jung entrou no carro e deu partida, colocando sua playlist de rock favorita para tocar enquanto dirigia. Ouvir suas músicas preferidas era sempre satisfatório, por isso começou a balançar a cabeça ao que a voz de Steven Tyler do Aerosmith lhe encheu os ouvidos.
Em poucos minutos o confeiteiro chegou em frente à escola primária, estacionando e saindo do carro. Wooyoung entrou na instituição e observou trabalhos escolares colados nas paredes, cumprimentou alguns pais e rapidamente encontrou Hyun-jin em sua sala de aula. O pequeno o viu e correu em sua direção apressado, pulando em seu colo.
─ Mamãe! Saudade. ─ proferiu manhoso, apertando os braços ao redor do pescoço da mãe e enterrando o narizinho em seu cangote. Wooyoung abraçou o filho forte e fez um carinho em seu cabelo.
─ Eu também estava com saudade de você, meu amor. ─ Woo murmurou com a voz carinhosa. ─ Vamos pra casa?
─ Sim! ─ Hyun-jin respondeu alegre, queria chegar em casa e ficar grudado na mamãe.
─ Se despede dos seus coleguinhas então. ─ o adulto mencionou e a criança assim o fez, descendo do seu colo e indo até os amiguinhos.
Hyun-jin se despediu de todos com muitos abraços e promessas acerca das brincadeiras que teriam no dia seguinte. O Jung mais velho sorriu ao ver que seu filhote era cheio de amigos. Quando Hyun-jin voltou ele e entregou a mochilinha para a mãe ─ que passou a mesma por seus ombros ─ e pulou em seu colo novamente, e assim os dois saíram da escolinha.
Wooyoung destrancou o carro e pôs o pequeno na cadeirinha, garantindo que ele estivesse bem seguro. O mesmo entrou no carro, deu play nas músicas infantis que Hyun-jin adorava escutar e gargalhou ao vê-lo soltar um grito animado, saindo com o carro do estacionamento.
─ Como foi a aula hoje, bebê? ─ Wooyoung questionou depois de Hyun-jin ter cessado com a cantoria durante um momento.
─ Eu blinquei muito, fiz desenho, aplendi palalas novas. Mamãe, o meu lanchinho tava muitoo gostoso. ─ Hyun-jin falou sorrindo abertamente e abraçando um de seus bonecos de super herói.
─ Que bom que gostou, solzinho. O que você pintou no seu desenho? ─ observou o menininho pelo espelho do retrovisor interno e abriu as janelas do carro para entrar um vento.
─ Eu fiz nossa família, mamãe. Eu e você, só falta um bichinho. ─ comentou e fez beicinho.
─ Hmm, ─ Wooyoung deu uma risadinha. ─ me mostra esse desenho depois, viu meu amor? ─ Hyun-jin concordou e brincou com seu brinquedo.
Após alguns minutos de silêncio, em que Wooyoung se concentrava em sair do centro da cidade, ele resolveu trazer a tona um assunto que há muito estava pensando.
─ Hyun, ─ chamou a atenção do garotinho que o olhou ─ que tal se você começasse algum esporte? Pode escolher o que mais te chamar a atenção.
─ Ispote? ─ o mesmo franziu a testa pensativo.
─ Isso. O que você acha?
─ Tem que sé um ispote legal! ─ Hyun-jin exigiu.
─ Claro que sim! Apenas o melhor para o meu solzinho.
─ Ah, agola tenho que pensá... ─ Hyun-jin
─ Temos tempo ainda, e a mamãe vai te ajudar. Não precisa ter pressa, bebê.
─ 'Tá.
Hyun-jin permaneceu brincando, até que se cansou e apenas ficou olhando pro lado de fora do carro, sentindo a brisa do vento acariciar a sua face.
─ Mamãe, titio Yeo vai lá em casa hoje?
─ Não, meu bem. Mas se você quiser falar com ele pode ligar.
─ Ah! Eu quelo. ─ o pequeno concordou com um sorriso.
No automóvel já não se escutava mais as músicas infantis, e no lugar delas havia a playlist de rock que Wooyoung fez para poder escutar com o filho. Hyun-jin amava aquelas músicas e sempre fingia cantá-las, como estava fazendo agora, o que arrancava risadas da mãe por seu jeitinho fofo e infantil de cantar.
Wooyoung dirigia tranquilamente quando avistou uma movimentação estranha mais à frente. Franzindo o cenho ele se perguntou o que tinha acontecido, conseguindo identificar o tanque dos bombeiros e diminuiu a velocidade para preservar a segurança do filho.
Quanto mais se aproximava, menos Wooyoung conseguia acreditar no que estava seus globos oculares estavam vendo. Não era possível uma coisa dessas, o universo só podia estar rindo da sua cara. A situação era tão inesperada que Wooyoung queria rir de choque.
Contudo, qualquer indício de riso morreu ao que a realidade bateu quando seu carro passou do lado daquele cara.
Aquele cara de novo.
Wooyoung já não suportava ser pego de surpresa assim.
Primeiro, sua doceria. Depois, o supermercado e agora, uma rua aleatória. Qual seria o próximo lugar, um restaurante?
Choi San estava parado do lado do carro dos bombeiros guardando uma mangueira, enquanto seus colegas de trabalho terminavam de socorrer um morador que tinha tido sua casa consumida pelas chamas.
O Jung mais velho percebeu quando o loiro avistou sua presença ─ culpa das janelas do carro abertas ─ e uma expressão de choque lhe tomou à face.
O encontro foi abrupto, resultando em olhos brilhantes fixos nos pequenos globos do loiro. Aqueles lumes castanhos expressavam a mesma incredulidade que Wooyoung sentia no momento, rodeados de um sentimento à mais que o Jung não era capaz de desvender, que transbordavam dos olhinhos de San e que cortava o ar até o Jung como um pássaro que tinha rumo certo.
O rosto dele, bonito e amigável, se contraia em felicidade por ver o moreno novamente, e tudo o que o loiro queria era uma chance de poder conversar com ele.
Wooyoung percebia isso, o Choi San era muito óbvio.
No carro, I Don't Want to Miss a Thing do Aerosmith tocava de fundo como a trilha sonora daquele encontro.
Focado demais em seus olhares conectados, Wooyoung nem reparou que no banco de trás Hyun-jin reconheceu San, disse o seu nome e tentou acenar para o mesmo, fazendo biquinho quando não recebeu outro de volta pelo bombeiro estar tão absorto no momento.
Wooyoung, mesmo sem perceber, não queria desprender-se da conversa muda que tinha com San através da janela dos seus olhos. O Choi, ainda que nunca tendo trocado uma conversa profunda com o confeiteiro, via naqueles mirantes uma água turva, misteriosa e tudo o que ele queria era nadar e desvender Wooyoung.
O bombeiro se sentia suar, a mente virava manteiga ao passo que encarava o doceiro por tanto tempo assim, podia jurar que seus joelhos estavam moles e que o seu coração ia sair de dentro da caixa torácica ─ teve, até, que pôr a mão no peito e segurar o coração dentro de si. Ficava verdadeiramente mexido por causa do homem de cara marenta e séria.
Eles foram interrompidos quando um colega de San o chamou a atenção para algo, o que fez o loiro desconectar ─ a contra gosto ─ a conexão magnética que havia sido feita pelos lumes.
Saindo do encanto o Jung suspirou, se indiganando por ter se prestado a isso. Agora o tal bombeiro iria achar que podia puxar assunto consigo em qualquer lugar. O quê havia feito? Resolvendo tirar isso de sua mente Wooyoung balançou a cabeça e saiu dali.
Já para San, havia sido o dia mais feliz de sua semana. Parecia que os lumes dos dois stavam grudados como ímãs, e se não fosse por Kai ter o chamado para ajuda-lo ficaria olhando para o rapaz moreno para o resto da vida.
Respirando fundo, San tentou se recompor ─ estava em horário de serviço afinal. Ele se virou e foi ajudar Kai no que havia sido pedido, pensaria nisso mais tarde quando estivesse só.
Tinha certeza que esses poucos segundos lhe fariam perder horas imersos em seus pensamentos, melhor que fosse em casa.
Depois de muito tempo veio aí um capítulo. Desculpam qualquer erro ortográfico que tiver, estarei consertando.
Me digam o que acharam do cap hehehe
Pra quem já tinha lido a fic antes desse capítulo ser postado, vai reparar a partir daqui que eu mudei personagens que aparecem no primeiro capítulo para idols. Pra vocês poderem imaginar melhor e ser mais interessante.
Tentarei escrever mais em breve!
Até!
Miyo.
©augscinn
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top