Livro 4. Capítulo 10. A hora do jogo
— Uau! Você está tão linda! — John elogiou Isabelle assim que ela surgiu no lobby do curso.
A garota deu uma voltinha para exibir, de todos os ângulos, a miniblusa verde do Miami Dolphins, e o rodopio fez movimentar a saia minúscula, quase deixando a sua calcinha à mostra. Isabelle abraçou o quarterback, e ele estalou um beijo nos lábios que sorriam.
— A April não gostou do meu visual. — Isabelle olhou para a amiga que, ao lado, observava o casalzinho. — Disse que pareço uma líder de torcida.
— E parece mesmo. — A norueguesa riu. — Um tanto exagerada. Para que essa minissaia abóbora?
— Você está com inveja. Inveja das minhas pernas. — Isabelle mostrou a língua para a colega de quarto e perguntou a John: — Acha mesmo que estou bem assim? Ou devo me trocar? Talvez uma calça jeans...
— Estamos a caminho de um jogo da NFL, no estádio dos Dolphins, você não poderia estar melhor vestida; a caráter, maravilhosa como sempre. — Agarrou-a pela cintura e raspou seu nariz no dela, antes de estalar mais um beijo nos lábios carnudos. — Agora vamos, senão chegaremos atrasados.
O trio chegou a tempo no estádio, junto a uma multidão que começava a encher o espaço. Pessoas com uniformes de seus times favoritos, famílias com crianças, adolescentes com camisetas dos Backstreet Boys; todos muito animados para o espetáculo que aconteceria logo mais.
— Nossos lugares são ótimos — comentou John quando os três finalmente acharam seus assentos.
— Não são lugares quaisquer, custaram os olhos da cara. — April orgulhou-se novamente das cadeiras perto do campo, de onde poderia ver muito bem os seus ídolos. — Eu não perderia essa chance de quase tocar no Nick Carter — exagerou.
— No Nick Carter eu não sei, mas estamos ao lado da área VIP — John chamou atenção para o espaço delimitado perto de onde estavam. — Quem sabe aqueles idiotas do N'sync não aparecem por aqui? Eu sei que você curte todas essas porcarias.
— Não fale assim das minhas boy bands! — April fechou o rosto e resmungou: — Porcarias... Porcarias...
— Ela cai na provocação. — John riu e puxou Isabelle para si, tocando os lábios dela com os seus.
Enquanto o estádio começava a lotar e Isabelle e John se curtiam entre beijos, abraços e sussurros, a outra não tirou os olhos do cercadinho das celebridades. Joseph Gordon Levitt e Will Smith estavam por ali, mas os atores não chegaram a alterar o estado emocional de April. A entrada de Zac Hanson na área VIP, de óculos escuros, sacudindo ligeiramente o corpo ao som de Pretty Fly for a White Guy, foi o que disparou o coração da loira. Logo depois ela avistou Taylor, descendo as escadas, e Isaac seguindo a fila, logo atrás, mais carrancudo.
— Belle, Belle, Belle! — Deu uma chacoalhada na amiga, arrancando-a de um beijo. — Olhe aquilo ali! São eles!
Isabelle não chegou a prestar atenção, voltando para os beijos que não deveriam ter sidos interrompidos. Que April se esgoelasse pelo N'sync sozinha. Ela só largou John e virou o tronco para observar os VIPs quando a colega gritou:
— Os Hanson!
Não estava frio, mas Isabelle gelou, esticando os olhos para observar os três se acomodarem em um lugar mais abaixo, ao seu lado esquerdo. Vendo-os de costas, separados dali por várias fileiras de cadeiras, pessoas indo e vindo e algumas grades metálicas, sorriu. Por dentro, ela acompanhou feliz a melodia e a letra da música: give it to me baby uh huh uh huh, give it to me baby uh huh uh huh... Taylor estava ali, e agora nada mais importava.
— Ah, legal, os Hanson. — A brasileira revirou os olhos forçadamente, para que John não reparasse em seu contentamento. — Pena que os ingressos que você comprou não eram para o outro lado do estádio.
— Não comece. Se nós estamos aqui, e eles; logo ali, é um sinal de que tudo aconteceu para você me apresentar aos três.
— Você já conheceu o Taylor. Basta.
— Faltam os outros dois então.
— Ei, ei. — John se meteu. — Você não era fã dos Backstreet Boys? A Isabelle não vai apresentar você a ninguém. Ela já disse não. Além do mais, existe uma barreira física logo ali.
— E os seguranças — completou Isabelle. — E não é só isso; não estou mais falando com eles. Você sabe que eu e o Taylor terminamos.
— Poxa, mas seria rapidinho... Posso ir até a grade e acenar, dá para chamar os três por ali.
Assim que concluiu sua fala, April se levantou e, pedindo licença para as pessoas sentadas, foi aonde disse que iria. Ela debruçou o corpo na grade, apoiando a cintura na barra de ferro, e levou as mãos à altura da boca.
— Ei! Zac! Zac Hanson! Taylor!
Isabelle virou-se na cadeira para observar o escândalo. Do jeito que April se esgoelava, logo seria notada, e ela não tinha certeza se queria que Taylor a visse na companhia de John.
— O jogo tem que começar logo, antes que a April me coloque em uma situação ruim. Fui bem clara quando disse que não queria falar com os Hanson — reclamou.
— Ela não vai desistir. Olhe só. — John apontou com um levantar de queixo para a colega de Isabelle.
April ainda gritava os nomes dos irmãos, mas a barulheira no estádio a impedia de ser ouvida. Mary-Kate e Ashley Olsen passaram por ela e sorriram. Vendo o desespero da garota, as irmãs foram até Zac mais adiante e apontaram para a suposta fã alucinada. O Hanson mais novo olhou na direção de April e acenou sem muita vontade, apenas para não parecer ingrato. A norueguesa não se contentou com o adeusinho e continuou gritando, fazendo sinal com as mãos para que ele fosse até ali. Zac bufou, sem saco, mas se ainda havia alguém no estádio por causa dele, e não pelos Backstreet Boys, não custava dar uns passos, autografar qualquer coisa ou tirar uma foto. Ele passou pelos irmãos e se dirigiu até April, que não aguentou ver tanta fofura diante de si.
— Ah, caramba, você é tão gostosinho! — Apertou as bochechas dele, o que fez Zac se arrepender de ter ido ao encontro da garota. — Sou April, amiga da Isabelle. Ela está ali. — Virou-se para apontar para a brasileira, que acompanhava a cena ao lado de John. — Isabelle, a ex do seu irmão. Ele eu já conheço.
Isabelle levantou as mãos para Zac e esticou um dos cantinhos dos lábios, morta de vergonha. Descansou a cabeça no ombro de John e inspirou fundo. Logo Taylor ficaria sabendo que ela estava ali, acompanhada. Mal sabia que o Hanson do meio já estava por dentro da novidade. O que não tem remédio, remediado está. Percebendo o desconforto de John com a presença dos loiros, mesmo distantes, Isabelle deu-lhe um beijo estalado nos lábios, acariciando os longos cabelos que pareciam os do seu ex.
April voltou para o seu assento animada com o que conseguira; uma foto com o Hanson mais novo. Porém, ela não desistira de conseguir um pouco mais.
— Quando der, vou querer uma foto com os três. Os três juntos e eu no meio. Que sorte. Você vai dar um jeito depois, não vai?
— Não, ela não vai. — John respondeu pela sua garota. — Isabelle não está feliz com esse encontro.
April entendeu que a infelicidade era dele, que o ciúme não permitiria que a sua colega se esforçasse para apresentá-la aos irmãos. Não naquelas circunstâncias.
— Vamos ver o jogo, já, já vai começar. — Isabelle respondeu à April e aproveitou para, com o rosto virado na direção da colega, espiar o que acontecia lá pelas bandas dos Hanson.
Zac e Taylor cochichavam ao mesmo tempo que, virados para trás, olhavam de volta para a brasileira.
— Não falei que a Isabelle estava ali? E dá para ver muito bem que ela está acompanhada.
— Merda. — Bufou. — Então ela está mesmo com esse filho da mãe.
— Ué, você já sabia?
— Vi os dois outro dia, quando fui atrás dela no curso. Fiquei puto, não quis lhe contar antes. — Taylor, não suportando ver os dois juntos, olhou para o campo. — Preciso dar um jeito de acabar com isso.
— Você não é tão poderoso assim. Parece que ela gosta dele. Ah, lá, estão se beijando. — Zac continuou narrando a cena que o irmão evitara assistir. — Um beijão. Não vai olhar? Ih, Taylor, acho que você dançou de vez.
— Não enche. Não quero saber. — Cruzou os braços, emburrado. — Vou agir depois, tenho um plano... Acho que tenho, sei lá. — Estalou a língua. — Mas ela vai largar esse cara. Ah, Vai.
— Ele parece ser mais forte do que você. Veja bem se não vai levar umas porradas na cara. A garota pertence a ele agora.
— Vocês poderiam calar a boca? — intrometeu-se Isaac. — Já vão cantar o hino. Nós viemos assistir ao jogo, não acompanhar o que acontece no setor vizinho.
Durante o primeiro tempo do jogo beneficente, Taylor tentou prestar atenção na partida, porém não obteve sucesso. Inquieto, ele passou longos minutos alternando olhadelas para o campo com outras para Isabelle. Como era ruim ver a ex beijando aquele loiro! De onde havia saído esse cara?
Isabelle, por sua vez, agora que Taylor já a tinha visto nos braços de John, aproveitou o momento para beijar o quarterback e fazer ciúme no Hanson. Enfim o safado sentiria um pouco do que ela havia sentido quando a traiu com a Barbara.
O intervalo veio logo depois, e, enquanto a produção do evento montava o palco no centro do campo, Isabelle decidiu que era uma boa hora para ir ao banheiro. Especialmente porque Taylor também havia começado a se levantar do outro lado da grade. Longe de John, uma esbarrada no ex pelos corredores não seria nada mal.
— Quero estar de volta antes de o show começar, vou rapidinho — Isabelle avisou. — Alguém quer pipoca? April, John?
— Não vou conseguir comer agora, Nick Carter logo estará ali, bem ali! — Soltou um gritinho.
— Acho que vou com você, para ajudar a trazer as bebidas. — John levantou-se depressa. Não havia passado despercebida a ele a movimentação de Taylor entre as cadeiras, em direção aos corredores do estádio.
— Não! — Isabelle negou a ajuda, rápida e firme demais. — Pode deixar, eu vou num pé e volto no outro.
Após estalar um beijo em um John desconfiado, ela virou as costas e pediu licença para passar entre algumas pessoas. Não pretendia perder Taylor de vista.
Isabelle manteve os olhos no ex, que avançava alguns metros à frente, e viu quando ele passou pelo portal de acesso aos corredores. Se ela tivesse sido um pouco mais rápida, teria conseguido esbarrar nele por ali. No entanto, precisou tirar o atraso mais adiante, e só teve tempo de vê-lo entrar no banheiro masculino.
Droga! Era para parecer um encontro casual. Não vou ficar esperando aqui na porta. Ou vou?
Sem querer perder a oportunidade de trocar algumas palavras com o maldito, ela parou em frente ao banheiro e cruzou os braços.
— Ei! Estava me esperando? — O sorriso do Hanson, com apenas o cantinho dos lábios, e o espremer dos olhos irritou Isabelle. — Ótimo — respondeu por ela —, pois também queria falar com você. Vamos até ali.
Taylor conduziu a ex para um canto, a fim de saírem da passagem.
— Estou namorando, sabia? — Ela encarou os olhos azuis.
— Um cara parecido comigo, que você não parou de beijar para fazer ciúme em mim. Uhum, eu sei. Desde quando?
— Não importa. — Ríspida, ela fechou o semblante. Convencido! — Mandei você embora da minha vida, lembra-se disso?
— E eu prometi que não iria atrás de você. Nunca mais. E aqui estamos, frente a frente mais uma vez. Óbvio que nós dois planejamos este encontro nada aleatório, então vamos ao que interessa.
As luzes no campo e nas arquibancadas se apagaram, e o som de gritos, palmas e assobios misturaram-se ao início de Everybody, dos Backstreet Boys.
— Eu pretendo assistir ao show — Isabelle avisou, embora não fosse verdade.
— Agora?
— Não, depois que acabar. — Estreitou os olhos. Que pergunta idiota!
— Nós precisamos colocar algumas pendências em pratos limpos. — Taylor estalou os nós dos dedos, fechando uma mão na outra. Encarando Isabelle, ele achou melhor não enrolar e correr o risco de ela ir embora dali. — O filho que a Barbara espera não é meu. Você ficou sabendo?
— Não. — Manteve-se séria, mesmo querendo sorrir. — Não falei com mais ninguém nos últimos tempos. Nem com vocês, nem com a Sabrina e muito menos com a Barbara. E foi ótimo me manter longe. — Ela o olhou nos olhos, temendo entregar o fato de que se manter distante dele não havia sido tão bom assim.
— Você não está nem um pouco feliz de saber que não sou o pai da criança?
Isabelle deu de ombros.
— Tanto faz, estou tocando minha vida em frente. Aliás, que ideia idiota; dizer no Late Show que ainda estamos juntos. Não sei por que mentiu. Estou com outra pessoa agora, e basta tirarem uma foto de mim e John juntos para você ficar com fama de corno ou de mentiroso. — Soltou um risinho.
— Admito, não foi uma boa ideia mentir, mas revelei o meu desejo. Por mim, estaríamos juntos agora.
O estômago de Isabelle deu sinal de nervosismo, e ela evitou os olhos dele por um instante.
— Não tem como.
— As coisas estão se ajeitando... O Zac me disse que o Isaac deve visitar a Barbara em breve. — Taylor preferiu não dizer o motivo, de que a garota havia tomado remédios em excesso. — Acho que ele vai acabar voltando para ela, embora não tenha dito isso com todas as letras.
— Não quero saber dos problemas da Barbara e do Isaac. E se voltarem um para o outro, agora que eles vão ter um filho, bom para os dois. Eu e você somos um caso a parte. Já disse que estou namorando, não disse?
— Você ama esse tal de John do jeito que me amava? — Ele chegou mais perto de Isabelle. — Seja sincera.
— É... É diferente — respondeu, com o coração descompassado. — Estamos nos conhecendo ainda.
— Diferente... Sei. — Taylor ousou se aproximar ainda mais, e Isabelle ficou emboscada entre ele e a parede. — Belle, é um erro você e esse cara, um erro estarmos separados agora. — Alguns dedos, delicadamente, tiraram do rosto dela uma mecha de cabelo.
Os dois ficaram em silêncio e, por um instante, escutaram as vozes da cantoria no estádio. Os Backstreet Boys apresentavam seu mais novo sucesso romântico.
— Você está tão linda. — Ele não desistiu e passou, bem lentamente, o polegar pelo lábio inferior dela.
— Já me disseram isso hoje. — Tirou de perto a mão de Taylor.
Ao receber as palavras secas, o loiro entendeu que sua investida não havia sido bem sucedida. Porém, se pudesse ver o interior da ex, como o sangue e células de Isabelle reagiam receptivos a ele, não desistiria. E obviamente, porque estava determinado a recuperar sua garota, ele permaneceu na sua meta.
— Belle, não era para eu estar aqui nesta noite, mas meu pai insistiu para virmos... Achei que passaria todo tempo emburrado, mas meu humor mudou quando vi você logo ali, pertinho de mim. — Fez uma pausa. — Era para eu estar aqui, para você estar aqui, e a gente se encontrar.
— Ah, claro, você deve estar felizão de saber que estou com outro. — Estalou a língua.
— Eu já sabia disso. — A declaração pegou Isabelle de surpresa, e ela arregalou os olhos. — Fui procurar você outra noite, no curso de inglês, e vi os dois juntos na área da piscina. Desisti naquela hora, puto, decepcionado... mas não pensei, em nenhum momento, em desistir por completo. E o fato de estarmos aqui, aqui neste estádio, e agora frente a frente... É nossa chance, Belle.
— Chance? — Franziu ligeiramente o rosto. — Você é muito bom com as palavras, Taylor, mas já com as atitudes... Não sei se posso voltar a confiar em você.
— Me dê uma chance. Nós ficamos juntos aquela vez, no seu quarto, e foi tão bom... Poderíamos ter recomeçado dali, e você veria que, sim, pode voltar a confiar em mim. Amo você, Belle.
Ah, merda! Ele é bom mesmo na arte do convencimento. Não se deixe enganar, Isabelle.
— Não podemos ficar de papo aqui, o show do intervalo já vai terminar e o John virá atrás de mim. Estou demorando a voltar, falei que vinha comprar pipoca.
Taylor mirou o portal que levava de volta à área do campo e deu uma breve olhada ao redor, agora com bem menos movimentação de pessoas. Sem pensar muito, ele pegou Isabelle pelas mãos e a puxou para o banheiro masculino.
— O que você está fazendo, seu louco? Este lugar fede! — Sentiu vergonha de dois rapazes que urinavam nos mictórios.
O mais depressa possível, Taylor trancou-se em uma cabine reservada com a ex.
— Shhh! Isto é errado e arriscado, ligeiramente fedido, mas vamos terminar nossa conversa aqui. Nenhuma chance de seu playboyzinho loiro flagrar nós dois agora, se esse era problema. — Sorriu. — Onde estávamos mesmo, antes de você meter esse cara no meio? Ah, sim... Na parte em que eu dizia... Amo você. Muito.
Isabelle viu verdade nos olhos azuis que invadiam os seus. O brilho e a intensidade repetindo o que saíra da boca de Taylor. Tão forte que ela ignorou o cheiro de urina, substituindo-o pelo de pétalas de rosas que, em sua imaginação, caíam sobre os dois. Puta que pariu! Lá vou eu.
— Também amo você, Tay...
O Hanson não esperou Isabelle dizer mais nada. Segurando-a pela lateral do pescoço, ele colou o rosto ao dela e tocou-lhe os lábios macios com os seus. Bye, bye, John.
— Por que você não termina com aquele cara e volta para mim? — Mordiscou os lábios dela entre um sussurro e outro. — Volte para mim, Belle.
— Eu precisava esquecer você... — sussurrou de volta. — Vi no John essa chance, mas agora, depois disso aqui... Acabou. Ninguém me preenche mais do que você, nossos beijos são... nossos. Especiais, diferentes, únicos.
As línguas se encontraram em um beijo babado e urgente, entre um gemidinho e outro.
— Você também ficou com outra durante esse tempo que ficamos afastados? — A curiosidade de Isabelle falou mais alto.
— Claro que não. — Segurando o rosto dela, estalou um beijo nos lábios úmidos, depois outro. — Sempre pensei em nós dois, eu só queria você. Bob não sente atração por mais nenhuma outra, não funciona... — Riu.
— Bob? — Franziu o rosto em uma careta.
— Ele. — Taylor levou a mão direita de Isabelle ao seu pênis enrijecido.
— Ah, não. — Riu, sem tirar a mão do volume. — Não sabia que agora ele tem um nome. Acho que prefiro sem apelidos.
— Como quiser... — grunhiu, voltando a raspar seus lábios nos de Isabelle. — Mas saiba que ele é louco por você, e só por você.
Isabelle se entregou a mais um beijo quente enquanto, por instinto, desabotoava o jeans de Taylor. Não foi difícil acessar a cueca e encaixar a mão no membro duro, que tratou de acariciar.
— Que saudade... — gemeu. Ela se recostou na parede pichada da cabine reservada e, com a mão livre, ergueu parte da minissaia. O levantar deixou a pequena calcinha de renda branca à mostra.
O coração disparado, a pele fervendo, vermelha, e a excitação dolorosa atingiram Taylor em cheio. Ele não hesitou em afastar a calcinha e tocar os lábios, os pelos úmidos, excitando Isabelle no lugar certo. Ela fechou os olhos e se entregou às carícias, gemendo baixinho enquanto também o masturbava.
— Quero comer você aqui. Não vou aguentar.
Ele não esperou ela dizer sim, vendo, nas pernas abertas, a resposta que queria. O primeiro contato de ambos os sexos foi eletrizante, e quando Isabelle enganchou uma de suas coxas nos quadris que se movimentavam, possuindo-a, ambos se perderam em um vasto mundo de sensações.
— Não dá para acreditar no que estamos fazendo. — A garota sorriu entre gemidos baixinhos. — Não pare.
O show dos Backstreet Boys havia acabado há uns dez minutos, e John, já desconfiado do sumiço de Isabelle, resolveu sair para procurá-la. Taylor também não havia retornado para o seu lugar, e um mau pressentimento tomou conta do quarterback. Nenhuma pipoca demoraria tanto a ficar pronta como a que sua garota havia ido buscar. Nem mesmo se tivessem que, antes, plantar o milho.
— Espere! — April gritou ao ver John se levantar. — A Isabelle vai voltar logo. John! Espere! — Como ele não deu a mínima aos seus apelos, ela também se levantou. Tinha noção da provável tragédia prestes a acontecer e precisava tentar impedi-la.
Na cabine reservada do banheiro, após a rapidinha, Isabelle e Taylor trocavam as últimas palavras enquanto se ajeitavam e limpavam o suor:
— Fiquei puto quando fomos substituídos pelos Backstreet Boys, e mais ainda quando meu pai nos obrigou a vir assistir ao jogo. Porém, se tocássemos no intervalo, ou se eu não tivesse vindo para a área VIP, esse momento não teria acontecido. Há males que vem para o bem. Para mim, nada é mais importante do que você, Isabelle. — Ele tocou a ponta do nariz dela com o polegar.
— Espero que esteja falando a verdade desta vez... Agora quero ficar para sempre com você. Com você e com o imenso. — Ela riu ao apertar brevemente a parte íntima de Taylor.
— Bob?
Isabelle gargalhou.
— Pare de chamá-lo de Bob. Isso me faz rir.
— Gosto de ver você rindo. — Tocou-lhe os cabelos. — Seu sorriso é lindo, e, por culpa minha, eu nunca mais o tinha visto tão aberto e tão verdadeiro assim.
Isabelle abraçou Taylor com força, confiante que, dali para frente, entre os dois haveria apenas motivos para sorrir. Viveriam um momento novo na relação, repleto de felicidade.
— Tay, precisamos ir. O show parece ter acabado. Preciso pensar em como explicar a minha demora ao John. Não foi legal, para ele, o que acabei de fazer com você.
— Está se sentindo culpada?
— Uhum. Um pouco. — Estalou um beijo em Taylor. — E vou ter que dizer a ele que acabou. Não vai ser fácil. Vamos.
Não seria fácil mesmo. John passava pela porta do banheiro masculino quando os dois saíam de lá de mãos dadas. O casal empalideceu imediatamente, em contraste com o outro, praticamente roxo de raiva.
— Eu posso explicar. — Isabelle disse com a voz trêmula.
— Ah, não, você não pode. — Os olhos soltavam faíscas na direção dela, alternando a fúria para Taylor. — Está muito claro o que acabou de acontecer: você não passa de uma vagabunda que fode em banheiros de estádio. Dá para sentir o cheiro de sexo daqui.
— Baixe sua voz! — Com o dedo em riste, Taylor se meteu entre o jogador e Isabelle. — E não fale assim com ela.
John pegou a mão de Taylor no ar e a segurou firme, como se estivesse prestes a lançar uma bola de futebol americano.
— É você quem vai me impedir de falar assim com a vagabunda, Gaylor Hanson?
— Fale direito comigo também, ou...
— Ou o quê? Vai chamar os seguranças? Eu teria os chamado se tivesse flagrado os dois fodendo no banheiro. — Pausou, ainda com a mão de Taylor esmagada na sua. — Você se faz de bom garoto para as suas fãs, um santo, típico adolescente cristão, mas não passa de um pervertido.
— John — April, que acompanhava a discussão, finalmente se meteu —, pare com isso. Solte a mão dele.
Isabelle conseguiu afastar os dois, evitando uma tragédia, e encarou o grandalhão.
— Acho bom baixarmos o tom. Você não quer que um monte de gente apareça para ver o que está rolando, quer? Especialmente se eu começar a dizer umas verdades em alto e bom som. A vagabunda aqui sabe muito bem o que você usa para melhorar seu rendimento nos jogos. E foi você mesmo quem me disse. Então, se ele se faz de santo, você não fica para trás. Todo mundo tem um segredinho sujo. E, ah, não é mais segredo; eu e Taylor estamos juntos, e o que eu e você tivemos, já era. Dá licença.
Isabelle peitou John e, sem olhar para trás, puxou Taylor pela mão, voltando para a área do campo. April aconselhou o jogador a ir embora e correu para alcançar o casal.
— Você vai para o VIP? — A norueguesa cutucou Isabelle por trás enquanto Taylor persuadia o segurança.
— São essas duas. — O loiro falou para o rapaz que ficava na entrada. — Elas só vão ali falar com meus irmãos e depois vão sair, dou minha palavra. Pode ficar de olho daqui.
— Cinco minutos, não mais que isso.
— Cinco minutos. — Taylor liberou passagem para as duas entrarem na área reservada e as seguiu em direção a seu assento.
April deu um adeusinho para Zac e se apresentou para Isaac, que sem entender o que acontecia, não foi muito receptivo. Isabelle cumprimentou Zac, acenou para Isaac e, ainda de pé, debruçou-se nos braços de Taylor, dando-lhe um beijo. A movimentação do grupo enquanto o jogo acontecia, irritou quem prestava atenção no campo, arrancando gritos de "sentem-se", "dá licença", "ei, vocês não são transparentes".
Taylor sentou-se imediatamente em sua cadeira e acomodou Isabelle em seu colo. E April, sem saber o que fazer, jogou o corpo em cima de Isaac, toda sorridente por tirar uma casquinha do Hanson mais velho. Nossa! Como ele é cheiroso! Mal humorado, mas cheiroso!
— Não podemos ficar muito tempo aqui — Isabelle virou-se para lembrar à colega. — Não quero dar margens para ser chamada atenção pelo segurança.
— Vamos comer uma pizza depois, nós cinco? — A norueguesa não perdeu tempo, fazendo o convite em alto e bom som.
— Hmm, talvez outro dia. Tenho outros planos. Tay, você nos dá uma carona até o alojamento? — Isabelle chegou perto, para sussurrar no ouvido dele. — Acho que devemos dormir juntos esta noite, comemorar... Eu me livro da April. Acho que ela não vai se importar de dormir em outro lugar.
— Se o Isaac concordar... É que ele está responsável por mim. Aquelas idiotices do meu pai. Mas vou dar um jeito. É claro que quero passar a noite inteirinha com você, comemorando nossa volta. — O beijo de língua, seguido de um selinho, foi uma despedida momentânea. — Agora vamos. Antes que tomemos bronca e que sua amiga se aproprie de vez do colo do Ike. Ele a está odiando. — Riu.
As garotas disseram até logo para os Hanson e voltaram para os seus assentos.
— Eu vi o jeito que você olhou para o Isaac, tá? Se eu fosse você, não tentaria nada com ele. — Isabelle achou melhor advertir a colega.
— O perfume dele é delicioso... — Suspirou.
— Ai, não. — Revirou os olhos. — Cinco minutos no colo do garoto e já está gamada? Faça-me o favor, April... Aliás, faça esse favor a você; esqueça qualquer possibilidade.
— Estraga prazer! — Mostrou a língua, rindo no final.
— E para você não ser a estraga prazer mor desta noite, quero pedir desde já, e encarecidamente, para liberar o quarto para mim e Taylor. Pode ser?
— Hum. Quem sou eu para embarreirar a noite quente do casalzinho? Darei um jeito de ser acolhida em outro canto; o que não falta é quarto naquele alojamento. Só que se alguém da administração descobrir os seus planos para fazer sexo ali, você vai se ferrar.
— Não vai dar nada errado. Da outra vez, não deu.
— Você é sortuda, isso sim. Naquele dia o apagão contribuiu. E hoje deu sorte de não ser pega em flagrante no banheiro e de sair algemada do estádio. Poderia muito bem ter acontecido.
— Mas não aconteceu.
— Então rolou sexo de verdade? — Arregalou os olhos. — No banheiro?
— O que você acha? — Isabelle gargalhou. A colega não sabia de nem um terço do que ela era capaz de fazer com Taylor em locais públicos.
Não distante dali, Zac deu um tapinha na perna do irmão do meio.
— Você, hein, espertinho, conseguiu mesmo a Isabelle de volta.
— Eu falei. — Sorriu e correu a ponta da língua pelo lábio superior. — Consegui e já consumi.
— Nossa! Como você é grosso! Ela sabe que você fala assim?
— É só um jeito de falar. — Deu de ombros.
Ao final da partida, os Hanson deram um tempo na área VIP, esperando o público evacuar e o movimento no estádio diminuir. Isabelle e April encontraram com eles fora do espaço reservado, meia hora depois.
— E aí, vamos nessa? — Taylor deu o comando. — O Isaac vai deixar nós três no alojamento. — Referiu-se a ele e as garotas.
— Será que, antes de irmos embora, tem alguma chance de falarmos com os Backstreet Boys?
— Chance zero. — Zac foi rude com April.
Isabelle arregalou os olhos para a norueguesa e sacudiu a cabeça em negativa, para que ela não insistisse. Não era possível que a colega fosse tão sem noção.
— Se estão todos prontos, vamos logo. — Isaac tratou de apressar os jovens. Quanto antes saísse dali e deixasse para trás aquela noite, melhor.
No percurso até o alojamento, April continuou falando sobre sua admiração pelos Backstreet Boys, mas ressaltou que havia se tornado muito fã dos três irmãos.
— Nunca mais vou esquecer essa noite — disse ao se despedir de Isaac e Zac, quando o mais velho parou o carro na porta do prédio do curso. — Vamos marcar um reencontro qualquer dia desses.
— Claro. — Zac só queria se livrar da chatice. Nunca mais.
— Fale para o papai que resolvi passar a noite com a Isabelle — Taylor avisou ao pirralho, antes de abrir a porta traseira. — E se ele não gostar da minha decisão, paciência.
— Tchau, meninos. Obrigada pela carona — Isabelle se despediu. — Vamos, April, saia pelo lado do Taylor.
Isaac acelerou o carro assim que April bateu a porta.
— Isso vai dar merda — disse a Zac.
— O papai já o tinha deixado vir atrás da Isabelle da outra vez. Mas se agora o velho não gostar, que venha aqui e o carregue de volta pelos cabelos. Só vou dar o recado que o Taylor pediu. — Zac fez uma pausa. — É bom o papai ir se acostumando com esses retornos. Em breve serão você e a Barbara juntos outra vez. Você precisa falar logo para ele que pretende ir ao Brasil.
— É, preciso. Você vai comigo para o Rio?
— Isso foi um convite ou só uma pergunta? Eu adoraria, mas tenho certeza de que o papai não vai deixar. Seria muito bom ver a Sabrina; sinto tanta saudade... — Suspirou.
Walker esperava pelos filhos na sala, sentado em um sofá de frente para a porta, e estranhou Taylor não estar de volta com os outros dois. Zac tratou logo de dar o recado do irmão. Melhor arrancar o band-aid de vez.
— Aquele moleque! — Walker alterou-se. — Seu irmão não tem jeito mesmo! Será que o Taylor não percebe que não dá para ficar com essa garota?
— Pai, você é que tem que se tocar que ele gosta dela. Ele tentou, tentou, até que conseguiu. Estão juntos e parece que, desta vez, vão ficar bem. — Zac falou já saindo da sala, para que não tivesse que ouvir a resposta.
— Você não devia ter deixado o inconsequente no alojamento. — Sobrou para Isaac.
— Hoje nós fizemos exatamente o que você queria que fizéssemos: fomos ao jogo. Por ironia do destino, Taylor e Isabelle se reencontraram. Não me cabia opinar nas decisões deles para o fim da noite, ainda mais porque não estou falando com aquele babaca. Fiz o que ele pediu e pronto. Como o Zac disse; os dois se gostam. Aceite.
— Amanhã, quando ele aparecer aqui, vai haver-se comigo.
Isaac soltou o ar, cansado.
— Então amanhã vocês se acertam. Eu não ia perder meu tempo discutindo com o Taylor. Imagine se eu falaria: Não, você não vai dormir com a sua namorada.
— Amanhã cedo você irá buscá-lo, já que não fez o que eu mandei.
— Eu?
— Sim, você. E sem mais discussão. Fique feliz por eu não o mandar de volta agora mesmo. Vá descansar.
Isaac bufou.
— Irei, mas antes preciso acertar algumas coisas com você. Não sei se essa é a melhor hora para lhe dizer isto, mas... Decidi fazer uma visita à Barbara.
— O quê?
— É isso mesmo que o senhor ouviu. Sinto que preciso estar lá ao lado dela, agora, e não posso mais adiar.
— Isaac, pense direito se...
— Estou certo e é isso.
— Hum. Está bem. Ajudarei a resolver a sua questão com a Barbara, para o bem ou para o mal. — Exalou o ar, de saco cheio da temática ex-noiva. Isaac havia contado a ele, mais cedo, os acontecimentos trágicos envolvendo a mãe de seu filho. — Você irá ao Brasil falar com a garota e fazer qualquer outra coisa que quiser, mas antes vamos focar nas questões profissionais. Vou dar uma olhada na agenda.
— Desmarque o que tiver na agenda, como fez o favor de cancelar nossa participação no Battle for the Children. Meus compromissos com a banda ficarão para depois. É há quilômetros daqui o lugar onde minha cabeça está agora. — Espremeu os olhos. — Irei ao Brasil num pé e voltarei no outro; o importante é impedir a Barbara de cometer outra loucura. Não quero me culpar o resto da vida por não ter feito nada.
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[ Notas ]
Músicas citadas:
"Pretty fly for a white guy" (THE OFFSPRING, 1998)
"Everybody" (BACKSTREET BOYS, 1997)
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