Três

   — Meu Deus, meu Deus!!! Precisamos voltar logo para casa!!!— Catarina meio que surtou também.

   — Espera! Quanto dinheiro conseguimos hoje?— Perguntei tirando o dinheiro do bolso.— 92,75, ainda dá para comprar um Kit de primeiros socorros!

   — Não precisamos disso!

   — Precisamos sim Catarina!— Eu gritei—  Pode haver um apocalipse zumbi hoje, e você ainda se recusa a acreditar que precisaremos socorrer alguém algum dia!

   — Hanna está certa, só mais um Kit. E talvez... as balas de menta da farmácia...— Lara tocou no ponto fraco de Cata, balas de menta.

   — Ok... Mas vamos logo, não quero acabar como uma morta viva! 

   Corremos meio desesperadas para a farmácia mais próxima, e saímos de lá com outro Kit primeiros socorros( que diminuiu de preço) um pacote de Mentos, um vidrinho de morfina e uma seringa( nunca se sabe né?)

   Cinco minutos para o apocalipse, quatro minutos.

   Descemos a rua de casa a toda velocidade.

   Três minutos. Tranquei a porta de casa com algumas tabuas, sem prega-las.

   Dois minutos. Fechei a porta do porão, e tranquei a janelinha com uma fechadura velha.

   Um minuto. Lara ligou a TV, e nos sentamos abraçadas no sofá.

   Zero. Um momento de silencio. Um momento antes do caos. Um momento antes do apocalipse. Então, ouvimos um estrondo e vários gritos vindos de todos os lugares. Era desesperador.

   " A bomba acabou de estourar no centro de São Paulo! Uma nuvem de fumaça escura tomou conta do minhocão, e está indo para as regiões Sul e Oeste.

   Moradores da capital paulista, não saiam de suas casas, a situação está caótica em toda a cidade."
  
   Eu sentia um aperto no peito, minha barriga revirava com um frio desconfortável.

   — Já podemos nos considerar sobreviventes?— Perguntei.

   — Ainda não. Não sabemos se a bomba é nociva, ou só uma bomba de fumaça.— Lara se levantou e ligou a fritadeira sem óleo.— Enquanto isso, vamos comer.


     Dia 21- Depois do Apocalipse.


   Os jornais foram desaparecendo aos poucos, a medida que o vírus se espalhava.

   A bomba biológica, tinha um vírus que afeta o sistema imunológico, o sistema nervoso central e o cérebro.

   Os cientistas o batizaram de Zumbizia Espelograficus, ou apenas zumbi, devido a transformação que ele causa no corpo humano.

   No cérebro, ele ataca a área responsável pelo censo de civilidade, o amor e a percepção de certo e errado. Nos torna primitivos.

   No sistema nervoso, faz com que a pele não recebe muito sangue nem nutrientes, apodrecendo e caindo, os braços ficam esticados e os olhos perdem a visão. Também apura o olfato e a audição. Assim os infectados detectam quem não tem o vírus, e tentam contaminar essa pessoa pela mordida. É a forma de reprodução e transmissão desse vírus.

   E no sistema imunológico, ele causa falência total dos órgãos, transformando o humano, em um morto vivo lento. Um zumbi.

   Eu, Cata e Lara não fomos afetadas por causa de estarmos debaixo do solo. Mas quem está muito acima também não é afetado.

   Quando o surto desse vírus chegou as emissoras de Tv, os programas de auditório desapareceram de uma hora para outra, por causa do risco de contaminação ser muito grande.

   Vários países do mundo também foram afetados, e todos tem dificuldade de controlar esse vírus.

   Ou seja, o mundo todo está ferrado!


   Eu estava jantando com Lara e Catarina, quando ouvimos os gemidos típicos dos zumbis e alguém pedindo socorro no corredor de entrada da casa, no andar de cima.

   — Alguém me ajuda!!!— Uma garota gritava em panico.— Os zumbis estão aqui!

   — O que vamos fazer??— Lara perguntou arrancando os cabelos.

   — Não podemos deixar quem quer que esteja gritando, morrer! Me passa o martelo!

   Abri a porta do porão, e fui subindo as escadas devagar com o martelo na mão.

   Uma garota loirinha, esmurrava a porta da casa, que estava presa com as tabuas, tentando entrar. Os zumbis vinham lentamente, pelo corredor a caminho dela.

   Tirei as madeiras e abri a porta.

   — Aqui, entra!— Eu disse, puxando ela para dentro e trancando a porta e a janela novamente com as tabuas.

   — Desce!!!— Lara pegou o braço da garota, descendo para o porão comigo logo atrás.

   Assim que eu passei pela porta de ferro, Catarina a trancou, indo ter com a gente no sofá. A menina tremia e chorava baixinho no ombro de Lara.

   — Você está bem?— Perguntei, segurando suas mão agachada na frente dela.

   — A-acho que sim. Só bem... Assustada.— Ela gaguejou limpando as lagrimas.

   — Qual o seu nome?— Lara perguntou, com as duas mãos nos ombros da menina.

   — Me chamo Bruna.— Bruna fungou uma vez e continuou.— Quem são vocês?

   — Eu sou Hanna, ela é Lara e essa é Catarina. Teve sorte de estarmos aqui.— Respondi.

   — De onde você veio Bruna?— Catarina perguntou, chegando mais perto.

   — Eu estava com a minha mãe e minhas irmãs no ultimo andar de um prédio na zona leste. A comida acabou a uns 3 dias, e eu saí para procurar mais.— Bruna explicou.— Fui atacada por zumbis varias vezes, mas em nenhuma delas fui mordida. Vocês construíram tudo isso?

   — Na verdade não. Vivíamos de casa abandonada em casa abandonada, e antes disso tudo acontecer, encontramos esse lugar e estocamos comida, água e Kits médicos.— Lara, se encostou no sofá enquanto falava.— Tem até gerador, e é por isso que temos energia elétrica.

   — Vocês já saíram daqui alguma vez?— A garota perguntou.

   — Não.— Respondemos em coro.

   — Vocês não fazem ideia de como tudo está sombrio lá fora...

   — Você deve estar com fome. Por que não conta como tudo está indo enquanto comemos?— Catarina voltou a mesa, já comendo de seu prato deixado ali, enquanto Lara colocava comida para Bruna.

   Bruna estava meio suja de sangue, provavelmente dos zumbis. Se sentou a mesa, e esperou Lara colocar comida no prato para começar a falar.

   — As ruas estão tão cinza... Tem manchas de sangue para todos os lados, e muitas pessoas já foram assassinadas pelos zumbis. Eles devoram um pouco do corpo da vitima, e deixam o resto, para que se transforme em zumbi também. É tão horrível...— Ela comia com avidez, seus olhos tinham um brilho feliz.— Tem zumbis andando na rua, e qualquer barulho chama a atenção deles. A maioria das lojas e comércios, fecharam as portas e as vitrines estão lacradas com tabuas de madeira. Também tem muita gente se escondendo, mas ainda assim, estamos em bem menos quantidade do que os zumbis.

   — Nossa... As coisas estão tão horríveis assim?

   — Estão... Tudo o que eu quero é levar comida para minha mãe e minhas irmãs e sair da cidade. Eu acredito que nenhuma cidade grande é segura agora. Vou para o campo com minha família.— Bruna acabou de comer e empurrou o prato pra frente—  Por isso não posso ficar. Muito obrigada pela hospitalidade, mas preciso ir. Ainda tenho que encontrar comida.

   — Fica com a gente essa noite!— Eu disse.— Concordo que São Paulo não é mais segura. Podemos levar comida para sua família, e sairmos como um grupo para fora da cidade.

   — Verdade. Afinal, não podemos ficar aqui para sempre. Vamos com você!— Lara disse animada.

   — Tome um banho e relache, vamos resolver isso. Juntas.— Catarina completou, fazendo Bruna sorrir.

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   AEEEEE meus pipoquinhos. Que que estão achando da história?

   Espero que gostem. Tia Jujuba ;-)

   Fotinha da Lara. (By: Internet)

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