Onze
_ Eles quase nos pegaram! Nós quase morremos hoje!_ Luana chorava desesperada.
A garota estava abalada desde que saímos do mercado. Lu chorava muito, dizendo, " poderia ser nossa mãe ali no meio", ou " Nós poderíamos ter morrido!".
_ Mas não fomos mortos Lu, não precisa se preocupar._ Clara e Bruna tentavam consolar a irmã.
_ Mas e se acontecer de novo? E se não conseguirmos escapar a tempo?_ Ela se desmanchou em lagrimas.
_ E se! O "e se" não existe! Não podemos ficar remoendo o passado, ou pensando muito no futuro. Temos que viver o presente!_ Eu me irritei. Ultimamente eu andava bem irritada._ Quem vive no passado é museu, e ainda não inventaram uma maquina do tempo, para vermos o futuro, então, pra que se preocupar com ele?
_ Mas...
_ Sem "mas" Luana! Você quer sobreviver? Quer salvar sua mãe?_ Ela fez que sim com a cabeça._ Então para de pensar no que vai acontecer, e pensa no que está acontecendo.
_ O-ok._ Ela limpou as lagrimas com a manga da blusa.
Continuei dirigindo em silencio.
As oito da noite, deixei André dirigir e passei para o banco do passageiro, para dormir um pouco.
Mesmo meio dormindo, eu conseguia ouvir mais ou menos das conversas cochichadas do banco de trás, a maioria sobre mim, ou sobre Marina.
_ Por que ela está assim?_ A vós de Catarina perguntou, em uma das primeiras conversas.
_ Como se você não soubesse..._ A vós da Lara respondeu.
_ Não, não sei mesmo.
_ Hugh! Ela quer por que quer encontrar a tal irmã-gêmea dela. Sinceramente, eu não sei como a Hanna quer acomodar mais gente nesse carro minusculo, que quase não cabe nós. Ainda mais por que a água está acabando_ Lara disse._ Onde nós vamos conseguir água? Estamos no apocalipse, pelo amor de Deus!
_ Concordo com você, mas também entendo o lado da Hanna._ Clara entrou na conversa._ Ela acabou de descobrir que tem uma irmã, que é adotada... É natural que ela queira pelo menos, encontrar a irmã.
_ Hum...
E então o silencio voltou a reinar, e eu consegui dormir mais um pouco
Dia 28- Depois do apocalipse.
Depois de mais um tempo, ouvi outra conversa, desta vez entre a Bruna e o André. Eu ainda estava dormindo na hora.
_ Onde estamos André?_ Ela perguntou.
_ Alagoas, quase chegando em Maceió na verdade._ Ele respondeu.
_ E que horas são agora?
_ Umas 7:30 mais ou menos. Boa noticia para Han._ André coçou a garganta.
_ Má noticia pra nós._ Bruna bufou.
_ Não precisa ficar sempre do lado delas. Pode falar algo diferente que nada vai acontecer._ Ele disse.
_ Não estou sendo maria vai com as outras, eu realmente concordo com elas, e com as minhas irmãs. Tanto, que entendo o lado da Hanna, assim como a Clara. Mas eu acho que ela deveria ter nos consultado antes de tomar uma decisão dessas. Poxa, custava perguntar?
_ Ela tem uma irmã-gêmea e não sabia. Ela é adotada e não sabia! Acho que a Hanna pensou que você entenderia, que todas vocês entenderiam, e ficariam ao lado dela, até que ajudariam a encontrar a tal Marina. Pensa, ela salvou sua vida Bruna! O minimo que você poderia fazer era apoia-la, e nem isso você está fazendo.
_ Mesmo assim...
_ Como você se sentiria se uma de suas irmãs desaparecesse do nada?_ André interrompeu Bruna._ O que você faria?
_ Eu... Eu ia me sentir mal, e tentaria encontra-las...
_ Ta vendo como você concorda comigo!_ Ele continuou._ Agora, apenas pare de julga-la. Você faria o mesmo se estivesse na pele dela.
Bruna voltou para trás em silencio.
Esperei mais alguns minutos para acordar de vês, assumindo meu lugar no volante.
Passado algum tempo, chegamos a Maceió.
_ Onde vocês querem parar?_ Perguntei, dando um susto neles.
_ Você vai parar?_ Luana se espantou.
_ Vou, eu to com fome ué!_ Rebati, o mais educadamente que consegui.
_ Ok... que tal em um lugar perto da praia? Poderíamos até tomar um banho de mar!_ Lara se empolgou, mas logo voltou atrás._ Se você quiser é claro.
Olhei Clara, que praticamente suplicava por um sim, com os olhinhos brilhando na possibilidade de entrar no mar.
_ Não, está otimo. Vamos parar ali perto da praia._ Virei em uma rua.
Estranhamente, havia pessoas. Pessoas de verdade, não zumbis! Estavam sentadas em um quiosque. Dirigi até ali. Era muito bom ver que ainda existe vida além de nós nesse país.
Estacionei na areia, saindo devagar. Os outros me acompanharam.
Chegamos mais perto. As mesas de fora estavam organizadas perto do quiosque, e a água do mar, cristalina, estava a menos de três metros delas.
André juntou duas mesas, arrumando espaço para todos. Eu, Lara e Catarina entramos dentro na construção de tijolinho e telha de amianto, para pedir algo para comer.
_ Olá!_ Uma recepcionista morena, com olhos bem pretos nos atendeu com um sorriso.
_ Oi. O cardápio por favor._ Pediu Lara.
A moça nos entregou uma folha de papel colorido, plastificada, com os nomes e preços do que eles serviam.
Olhei em volta. Havia um biombo, onde, de um lado era o banheiro masculino, e do outro o feminino. Atrás do balcão de mármore, uma cafeteira, liquidificador, batedeira, geladeira gigantesca, fogão industrial e pia de mármore com armarinhos. O caixa tinha uma coleção variada de chicletes.
_ Han, eles tem café, sucos de muitos sabores, vitaminas, água de coco..._ Cata começou.
_ Vai lá na mesa, e pergunta o que eles querem. Leva o cardápio com você.
_ Ok._ E lá se foi as duas, em direção a mesa._ É praticamente um milagre vocês estarem abertos, e cheios de clientes em pleno apocalipse.
_ O apocalipse foi bom para os negócios. A minha família tem esse quiosque a 5 gerações, e eu trabalho aqui desde os 14 anos. Nunca estivemos tão cheios!_ Ela sorriu.
_ Acho que vcs são como uma luz na escuridão... Algo em que eles podem se firmar._ Sorri também.
_ Vocês são forasteiros né?_ Ela me perguntou.
_ Paulistas. Estamos viajando a uma semana. Como você sabe?
_ Seu sotaque é forte._ Ela disse.
_ O seu também...
_ Jaqueline._ Ela completou.
_ ... Jaqueline. Prazer, Hanna._ Apertei a mão dela.
Lara voltou saltitando, parando na frente do caixa.
_ E então, o que vocês vão pedir?
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Oieee pipocos!!! "~Brigas, intrigas, segredos de todos...~" Episodio cheio de intrigas! Like e comente. Espero que gostem. Tia Jujuba. ;-)
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