Desessete

Eles tinham arrumado aquela perua. Os bancos de trás não existiam, e nossos equipamentos e os colchões que tínhamos no carro, foram passados para lá.

Os únicos bancos que tinham sobrado, era o que ficava grudado na parte da frente, virado para trás, e dois dos três bancos da frente. Um deles tinham sido retirados, para abrir uma passagem da parte de trás, para os bancos da frente.

Marina chorava muito, sem parar, com a cabeça molhando meu ombro enquanto Mauro acariciava suas costas.

_ Calma Mari... Tudo vai ficar bem..._ Eu falava no ouvido dela. A tenção era perceptível no ar.


Dia 35- Depois do apocalipse


Depois de algumas horas, Marina estava controlada, e chorava baixinho, com algumas lagrimas escorrendo pelo rosto, já vermelho, encostada no Mauro.

Desde que me sentei no colchão, observando os dois, Dará estava sentada no meu colo, e André segurava a minha mão. Ele não soltou nas últimas duas horas.

O cheiro de comida inundou o ar, e eu olhei Luana começar a fazer alguma coisa na boca do fogão. O estoque de comida está renovado, e eu suspeitava que tinham pegado tudo da dispensa do Galpão.

Minha barriga roncou alto. Clara me ofereceu uma Maçã.

_ O jantar vai demorar um pouco pra ficar pronto. Come isso aqui por enquanto._ A pequena me disse.

_ Obrigada._ Mordi a maçã.

André me abraçou do nada, me deixando visivelmente corada.

_ Desculpa por aquilo._ Ele me disse, sussurrando no meu ouvido. Um arrepiou subiu minha espinha._ Eu não resisti, estava com medo de te perder.

_ Não precisa se desculpar, eu... Eu gostei._ As palavras não saíam, eu estava envergonhada ao extremo.

Já tinha sido beijada antes, nas ruas, por um cara que eu namorei aos 15 anos. Nunca liguei muito pra isso, estava mais preocupada em sobreviver e arranjar comida e dinheiro em São Paulo, do que em beijar e ter um romance.

Ele me abraçou mais forte, nos encostando em uma das paredes.

Bruna estava, visivelmente olhando para nós. A cara dela estava totalmente deformada, em uma careta estranha. Ela chacoalhou a cabeça e virou para o lado, espantando os pensamentos.

Continuamos dirigindo. Eu olhava pelas janelas, tentando encontrar e ler uma placa na escuridão da madrugada, apenas com a luz da pequena lâmpada da perua. Depois de muita procura, avistei uma que dizia ' Divisa do estado de Rio Grande do Norte com Pará'.

O carro desacelerou e parou em uma praia. Eu ainda ouvia os gemidos dos zumbis do Galpão ao longe, mas sabia que estávamos seguros naquela praia.

Lara e Catarina vieram para trás, e eu acordei André, que dormia abraçado a mim. Luana serviu comida a todos. Nuguets de frango com arroz.

Observei Marina comer, derramando algumas lagrimas na comida. Mauro estava ao lado dela, com uma cara abalada.

Ao acabar, me deitei no colchão, ao lado do André e adormeci.


A luz do Sol batia no meu rosto, o som das ondas vinha nos meus ouvidos, me dando preguiça de abrir os olhos.

Sentia dois braços em volta do meu corpo. Eram meio fortes, mas não demais. André.

Fiz força para abrir os olhos. O Sol vinha diretamente no meu rosto. Virei para o lado, dando de cara com o André.

O rosto dele estava tão calmo, tão bonito... Não resisti e passei a mão na bochecha dele.

Os lindos olhos dele se abriram, olhando para mim. André sorriu.

_ Bom dia._ Sussurrei.

_ Bom dia._ Ele me respondeu sussurrando também.

Ele se inclinou e me deu um selinho.

Me apoiei no cotovelo, para ver ele melhor. Sorri.

Nós nos levantamos, olhando em volta. Marina estava no mar, junto com Mauro e as três irmãs. Lara e Catarina observavam a cena, sentadas em uma pedra. Éramos os únicos na perua.

André me beijou. 

Sua língua adentrou minha boca, e eu retribuí. Estávamos encostados na parede, abraçados nos beijando.

O beijo dele era doce, sincero, cheio de paixão. Eu estava adorando.

Ele se afastou, e eu quase fiz birra como uma criança para que ele continuasse.

_ Acho que deveríamos ir lá com eles. Faz mais de cinco anos que não entro no mar, e gostaria de nadar um pouco._ Eu disse.

_ Ok, mas antes eu quero te pedir uma coisa._ Ele me olhou nos olhos._ Hanna, eu te acho linda, forte, interessante, com a melhor história de vida do mundo. Quer namorar comigo?

Meu sorriso já disse tudo, mas eu queria confirmar.

_ Sim André, eu quero namorar com você!_ Ele me deu outro beijo apaixonado.

Eu estava muito feliz. Mas tinha uma parte de mim que não estava. A parte que eu lembrava da minha irmã.

André saiu da perua, dando espaço para eu me trocar. Coloquei um biquíni que tinha roubado daquele mercadinho na Bahia.

O biquíni era branco, com detalhes em roxo e azul claro.

André estava sentado na areia, só de bermuda, olhando o mar. Ele abriu a boca para dizer alguma coisa quando me viu, de biquíni e rabo de cavalo, mas ficou quieto.

Entrei no mar. A água estava morna, muito gostosa. Entrei mais para o fundo, onde tinha uma vala, que passava de 30 centímetros. Mergulhei de cabeça.

Senti duas mãos na minha cintura. Acho que era André, já que o toque era tão familiar.

Levantei a cabeça, vendo o rosto de André. Como eu achava.

_ Você tá tão linda._ Eu fiquei corada.

Em resposta, dei um beijo nele.

_ Você não tá lindo, você é lindo._ Ele riu.

Saímos da água, ele se sentou perto da Lara e da Cata, e eu fui falar com minha irmã. 

Ela estava sentada perto da mata, junto com o Mauro. Os dois conversavam baixinho sobre alguma coisa.

_ Você ta melhor?_ Perguntei.

_ Tô sim._ Ela me respondeu._ Doía mais a umas horas.

_ Isso é bom._ Sorri.

_ Pra onde vocês estão indo? Tem algum lugar específico?_ Mauro me olhou esperando a resposta.

_ América do Norte. Achamos que algum dos países de lá, pode ter pesquisadores vivos, que possam achar a cura para esse vírus._ Eu o respondi.

_ É vocês acreditam em uma cura?

_ Sim. Prometi pras três irmãs que, enquanto estivesse viva, acharia a cura para esse vírus. É é isso que eu vou fazer. Quero minha vida de volta.

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Oieee pipocoss! Td bem com vcs? O que acharam do namoro da Hanna com o André. Like e comente. Espero que gostem. Tia Jujuba. ;-)

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