Cinco
Eu pulei, conseguia ver o telhado do prédio, e Lara, Catarina e Bruna prontinhas para me receber.
Aí, eu me vi cair de uma vês só, direto para o chão. Nem tão direto assim.
Me agarrei na borda do prédio, vendo zumbis lá em baixo, esperando para comer meu cérebro.
— Hanna!!!— Minhas amigas deram um grito, vindo me ajudar.
— Falha no engano... Ai...— Eu resmunguei e me joguei no chão de cimento fresquinho.— Odeio... Zumbis...— Eu disse ofegante e suada.
— Todas nós odiamos. Agora levanta que ainda não ta na hora do recreio.— Dei uma risada fraca para Catarina.
— Vamos ter que ir por cima.— Bruna avisou.
— Porque? A horda de zumbis ainda está pendurada na torre, pensando que vão nos pegar.— Perguntei, colocando a mochila no chão e me espreguiçando.
— Porque o prédio onde eu moro, está bem ali e indo pelas ruas, demora bem mais.— Bruna deu um pulo, caindo no outro prédio.— E também porque é bem mais divertido!!!
Desci do toldo de um mercadinho, dando um giro em um poste antes de tocar o chão. Mano, eu não imaginava que fazer parkour era tão divertido.
O prédio da Bruna era bem alto, e estava totalmente trancado.
—Como entramos?— Lara perguntou.
— O prédio é como um abrigo de sobreviventes. 70% das familias sobreviveram, mas varias estão passando necessidades.— Bruna apertou um botão do interfone.
— Quem é?— Alguém perguntou.
— Lu, é a Bruna. Abre por favor.
A porta de ferro abriu, e nós quatro entramos. Bruna foi direto para o elevador, e deu um oi para uma senhora que passava.
Subimos até o andar 12, o ultimo, e quando chegamos lá, Bruna bateu na porta de um dos apartamentos.
— Bru!!!— Uma menininha, com o cabelo mais claro que o dela, abriu a porta e abraçou as pernas da Bruna, que era bem mais alta que ela.
— Oi Clarinha. Também senti saudades!
Ele fez sinal para entrarmos. Uma outra garota, com o cabelo bem mais escuro que o das outras garotas. Provavelmente a outra irmã da Bruna.
— Bruna!!!— Ela também abraçou a irmã.
— Gente, essa são Ana Clara e Luana, minhas irmãs.
— Quantos anos você tem Clara?— Catarina perguntou para a menor.
— Onze.
— E você Luana?— Perguntei.
— Quinze. Fiz a alguns meses.— Ela respondeu mostrando um sorriso branco e brilhante.
— Lu, cade a mãe?— Bruna perguntou.
O clima mudou no ambiente, e uma tensão pairava no ar.
— A mãe... Ela saiu algumas horas depois de você, e não voltou mais— Luana olhou para a Bruna, que estava chocada.— Algumas horas atrás, uma horda pequena de zumbis passou na rua, e eu e a Clara estávamos espiando pelas rachaduras do muro. Deu para ver bem o rosto dos zumbis e...
— Não...— Bruna prendeu o olhar na irmã, com os olhos marejados.
— E eu reconheci a mamãe ali no meio... Como uma zumbi.— Luana deu um abraço em uma Bruna chocada.— Não fica assim... Ela não morreu, ainda está viva.
— Seria melhor se tivesse morrido, assim não precisaria passar por isso.
— Não, não seria.— Minha voz ecoou pelo silencio da casa.
— C-como assim?— Ela perguntou.
— Pensa comigo. Podemos achar uma cura para o vírus. Podemos salvar sua mãe e tantos outros infectados.— Olhei bem dentro dos olhos da minha amiga, com determinação.
— Salvar.... A mamãe?— Clara disse com cara de espanto.
— É verdade. É um vírus, deve ter cura, e nós vamos descobri-la.— Lara disse animada.
Eu olhei para ela agradecida e continuei.
— E nós vamos sobreviver, não importa o que aconteça.
— Concordo com você. Mas também concordo com a fome que eu tenho. Vocês tem comida?— Luana perguntou.
Dei um sorrisinho e joguei um pacote de bolacha para ela. Luana abriu rapidamente e comeu uma, dando também para a irmãzinha.
— Valeu, não dá para salvar o planeta de barriga vazia.— Ela riu. E aí, temos um plano?
— Na verdade. Acabei de bolar um. Parte 1- Vamos precisar de suprimentos, e tem muitos no porão onde estocamos. Parte 2- Achar armamento. Não vamos sobreviver sem armas. Parte 3- Encontrar alguém para nos ajudar. Algum pesquisador genio que possa achar a cura desse vírus, e por fim a parte 4- Sairemos da cidade e acharemos um lugar bom para pesquisar, longe dos zumbis.— Listei tudo o que tinha pensado.— Sempre nos ajudando. Ah, e eu vou precisar de um carro.
— Esse era o carro da minha família. Meu pai mandou tirar os bancos traseiros quando Ana Clara nasceu. Odiava prender a cadeirinha nos bancos, hehehe...— Bruna atirou as chaves do carro para mim.— Você é a mais velha, você dirige.
Bruna sentou no banco do carona, e eu no banco do motorista. Catarina, Lara, Clara e Luana foram sentadas no chão de veludo do carro, junto com as mochilas que Clara e Luana trouxeram.
Eu já dirigia aos 13 anos, antes dos meus pais morrerem. Adorava dar voltas e mais voltas nas ruas do meu condomínio no Rio, e modéstia a parte, eu dirigia bem.
São Paulo estava tão vazia, sem carros, pessoas, nem mesmo animais. Era bem mais rápido atravessar São Paulo de carro, do que a pé( evidentemente né?).
Alguns zumbis tentaram nos seguir, mas o carro era bem mais rapido do que eles. Dava até dó.
Estacionei bem em frente ao portãozinho da nossa casa. Não havia nada, nem ninguém na rua.
Saímos do carro, entrando rápido no corredor, eu indo na frente. Luana segurou a mão de Clara, que parecia um pouco assustada.
A porta estava fechada, mas eu ouvia alguém falando lá dentro.
— É Dara, que tal esse lugar? Acho que vamos passar um tempo aqui.— Reconheci a voz, e também os olhos( não tem como não reconhecer aqueles olhos, castanho acinzentados.) que eu vi pela janela. Aquele homem, que tinha tentado me roubar, antes do apocalipse.
Entrei sem cerimonia, olhando bem para a cara do nosso invasor, com minha melhor cara de brava.
— Ladrazinha, também é muito bom te ver.— Ele deu uma risada cínica.
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Oieee pipoquinhos!!! As provas de vocês já acabaram? Capítulo cheio de mini emoçõeszinhas.
Um avisinho, o livro chegou a 100 visus, então, amanhã teremos o cap em comemoração!
Like e comente se gostaram. Espero que gostem. Tia Jujuba. ;-)
Fotinha da Bruna.( By: Internet.)
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