29°
PASSEI a noite pensando na probabilidade de Oscar perder o interesse em mim. Com certeza, se nós nos uníssemos, ele teria amantes. Se é que não tem agora. Eu poderia usar isso ao meu favor, mas considerando que meu pai me entregou a ele, sabendo da sua fama, é esperado que Oscar tenha amantes.
Mas e se eu me mostrasse totalmente contrária à noiva obediente que ele espera? Eu disse que não ia dar uma de garota rebelde, mas comecei a cogitar a ideia de fazê-lo perder o interesse em mim. Por outro lado, isso irritaria meu e ele pode tomar medidas drásticas em relação a mim, então ainda não decidi se vou agarrar essa ideia.
Partimos cedo, o que me permitiu ter uma boa desculpa para ignorar Oscar nas três horas que estamos viajando no mesmo carro.
— Eu nunca tinha vindo a Malibu antes. — se estivesse de olhos abertos, eu os reviraria para a voz irritante da garota sentada à minha frente, no banco do passageiro.
— Sério? — Damon.
Contenho um suspiro.
Essa garota — Camille — é prima distante dos Westlake e Oscar achou legal se a convidasse para passar o final de semana conosco, assim seu querido irmão não ficaria segurando vela.
Então estou aturando ela e sua voz irritante há três horas e meia.
— Eu vim aqui apenas quando era criança, então não lembro de muito. — diz Damon. Odeio o fato de ele estar sendo irritantemente gentil.
— Como é morar na Inglaterra? — Camille pergunta. Se eu estivesse sentada atrás de Damon, tendo total visão da sua prima, saberia que ela está piscando os cílios freneticamente, enquanto encara Damon com seus olhos tão azuis quanto o céu acima de nós.
— Não há praias lá e chove bastante, então eu passava a maior parte do tempo com roupas de frio e com um guarda chuva dentro da mochila.
— Você gostava? De Londres, digo. Sentiu falta daqui?
Não me contenho e solto um longo suspiro, abrindo os olhos e encarando a janela ao meu lado. Se essa garota continuar falando, vou arremessá-la janela à fora.
— Teria ficado lá se pudesse. — a amargura na sua voz é evidente.
— Você voltaria agora se pudesse?
Deus me dê paciência. Que interrogatório é esse?
— Tenho motivos para ficar. — suas palavras me fazem virar o rosto e encará-lo através do espelho no teto do carro. Vejo o brilho em seus olhos e me permito um pequeno sorriso.
Agradeço a minha cortina em forma de cabelo que impede que Oscar veja meu rosto e como estou vermelha.
Ponho minha mala em cima da cama e abro, procurando algo para vestir. Um biquíni de preferência, mas não muito chamativo. Quero evitar os olhos de Oscar em cima de mim.
Opto por um maiô azul com um decote apenas nas costas, de forma que não preciso me preocupar com Oscar olhando para meus seios como se fosse pular em cima deles.
— Qual você acha que é a cor preferida de Damon? — Camille. Argh. Tinha esquecido da sua presença e o fato de que vamos ficar no mesmo quarto.
Viro para ela e a vejo segurando dois biquínis: um verde, tomara que caia e um de renda, preto.
— Por que isso importa? — pergunto ao invés de responder. Camille bufa, fazendo seu cabelo loiro se afastar do rosto.
— Porque quero impressioná-lo, claro — ela franze o cenho para o biquíni verde. — Acho que o verde combina mais com os olhos dele.
— São mais claros — murmuro. Camille franze as sobrancelhas. — Essa cor é mais escura. Os olhos dele são como verde esmeralda.
— Ah, claro. — é tudo que ela diz, mas não sei se realmente entendeu.
Camille e Damon, apesar de serem primos, nunca se conheceram propriamente, então é de se esperar que ela não entenda a cor dos seus olhos ou que ele está sendo gentil com ela apenas por obrigação. Mas a garota parece tão feliz em apenas ter a atenção dele... Não vai ser eu quem vai estragar a alegria.
A casa de Sam é tudo o que eu esperava: espaçosa e luxuosa. Ele é dono de um Casino, não sei por que esperaria menos.
Papai e Sam estão em algum lugar da casa conversando sobre negócios, enquanto Camille se exibe com o biquíni preto. Oscar está em um telefonema e não faço ideia de onde Damon está.
Suspirando de tédio, eu vou à cozinha do lado de dentro. A mini cozinha equipada perto da piscina tem apenas cerveja e água.
Quando paro na cozinha, lembro do meu celular que esqueci no quarto.
Já estou no corredor quando dou de cara com Damon e seu corpo nu da cintura para cima.
— Oi. — murmuro, desconcertada. Não nos falamos direto desde ontem.
— Oi, baby — seus olhos verdes queimam minha pele. Mordo o lábio quando o silêncio se intensifica e não sei mais o que dizer. — Vem cá.
Damon entrelaça nossos dedos e me guia pelo corredor, passando pelo quarto onde estou hospedada e por mais três portas depois desta. Parece mais um corredor de hotel.
Tento não pensar na possibilidade de alguém aparecer e nos pegar juntos. Seria um problemão.
Damon abre a porta e deixa eu passar primeiro, sem soltar minha mão. Nunca ficamos de mãos dadas antes...
— Vai dizer por que está me ignorando? — ele pergunta e aperta minha mão.
Observo o quarto. Há uma enorme cama de casal com dossel, cheia de travesseiros. Apesar de estar nesse quarto, tenho certeza que ele não escolheu a decoração em tons pastéis.
A luz entra pela sacada que dá para a piscina lá embaixo. Não vou me arriscar a chegar muito perto para Oscar e Camille poderem me ver.
— Elleonor. — sinto um puxão e viro para ele.
— Damon. — digo com o mesmo tom. Damon está sério e não posso deixar de admirar as linhas perfeitas de seu rosto.
— Por que está me ignorando? Você... — ele desvia do meu olhar. — Você está arrependida?
— O quê?! Não! — me apresso em dizer. Damon me encara com as sobrancelhas erguidas.
— Então...? — insiste. Suspiro e encaro seu peito. Ergo minha mão livre e toco sua pele. Sinto-o ficar ligeiramente imóvel com meu toque.
Ergo os olhos para ele quando deslizo o dedo para baixo e para baixo. Damon engole em seco e eu sorrio.
— O que está fazendo? — sua voz sai mais rouca que o normal.
— Não estou fazendo nada. — digo inocente. Em um piscar de olhos, as mãos de Damon estão segurando meu rosto e seus lábios estão contra os meus.
Deixo um gemido de satisfação escapar com a sensação familiar de seus lábios causando um calor iminente em meu corpo.
Não me separo de Damon quando o obrigo a dar passos para trás até chegarmos na cama, onde ele senta e eu subo em seu colo.
Arrasto os dedos por seu cabelo enquanto as mãos de Damon agarram minha bunda, me pressionando ainda mais contra ele, fazendo meu corpo inteiro incendiar.
Odeio-me por ter escolhido usar um maiô. Se pelo menos estivesse de biquíni, seria mais fácil tirar porque meus seios parecem incrivelmente pesados e implorando para se livrar do tecido.
Os lábios de Damon percorrem meu pescoço e beija cada centímetro, parando em alguns lugares e demorando-se. Com certeza vai deixar marcas, mas não me importo. Nada importa agora além dele.
— Damon... — suspiro aturdida. Ele responde beijando-me novamente. Nossas línguas combinam tão perfeitamente que me pergunto se foram feitas uma para outra.
Movimento o quadril em colo, precisando de mais dele. Eu preciso...
Damon geme meu nome e se afasta, segurando meu quadril de jeito firme, impedindo-me que eu me movimente.
— O quê? — minha voz sai com um pouco de irritação.
— Você vai me matar desse jeito. — ele diz com um sorriso. Não entendo até olhar para baixo e ver o volume em seu short.
— Ah. — fico tão vermelha que Damon nota e ri.
— Isso é o que você faz comigo, baby. Não fique tão surpresa. — ele ronrona e beija rapidamente os meus lábios.
— Podíamos... resolver isso. — digo de modo casual, mas meu coração está trovejando. Damon ergue as sobrancelhas e depois ri. Ele ri!
Sinto-me ainda mais envergonha. Estúpida até.
Tento sair de seu colo, mas ele me aperta, encarando-me de novo. Seu rosto fica sério ao ver a expressão no meu.
— Aposto que Camille já deve ter feito essa proposta a você. Fui estúpida. — tento me afastar mais uma vez, mas ele segura meus pulsos e me puxa para mais perto.
— Você não é estúpida — continuo sem encarar seu rosto. — Ei.
— Não precisa se explicar. É claro que você preferiria ela. Tudo bem, posso viver com o fato de ser rejeitada. — tento não deixar transparente minha mágoa.
— Não estou rejeitando você — Damon suspira — Porra, o que mais quero é você, Elle. — sua garganta ocila com a emoção não dita.
— Mas? — murmuro sem pensar. Devo estar parecendo infantil.
— Mas não acho legal transar com você debaixo do mesmo teto que o seu pai. E o meu.
Mordo o lábio e balanço a cabeça. Damon segura meu rosto e encaro seus brilhantes olhos verdes.
— Não pense, em nenhum minuto, que eu não quero você — diz contra os meus lábios. — Porque eu quero, Elle. A cada maldito segundo, tudo o que penso é em como deve ser o seu gosto. Como é entrar em você... Amar você com corpo e alma.
Meu coração multiplica as batidas de tal forma que fico sem ar. Todo pensamento se esvai na minha mente. Apenas as palavras ditas por ele pairando entre nós.
— Acho que acabei de me apaixonar por você. — sussurro, minha voz tão frágil... Mas Damon sorri e isso enche meu peito.
— Você acha? — ele arqueia a sobrancelha. Reviro os olhos mas dou risada. — Então eu confesso que passo meu tempo pensando em como deve ser foder você e você acha que se apaixonou por mim?
— Não diga assim — franzo o cenho. — Perde o encantamento.
— Claro, desculpe — Damon me beija rapidamente de novo. — Acho que também me apaixonei por você.
Paro de respirar por um segundo.
— Por quê? — consigo perguntar ainda sentindo o impacto dessa confissão. Damon beija meu maxilar.
— Preciso de um motivo para me apaixonar pela garota mais incrível do mundo? — ele beija o canto da minha boca. Tenho certeza que ele consegue ver a aceleração nos meus batimentos cardíacos.
— Você me acha incrível? — sinto-me idiota por sentir meus olhos arderem com o sentimento que enche meu peito. Damon recua e encara meus olhos.
— Você é incrível, baby. — sua mão enxuga a lágrima quente que escorre em minha bochecha.
Não me importo de parecer patética e o abraço. Ninguém nunca havia dito essas palavras para mim antes.
Damon me aperta contra seu corpo e percebo que eu nunca o abracei.
— Vamos fazer isso dar certo — diz ele em meu ouvido. Me afasto apenas o suficiente para encará-lo. — Apenas três meses e nós fugimos. Você e eu. Me dê uma chance, Elle e vamos fazer isso dar certo.
Uma vez Brad me pediu a mesma coisa. Pediu mais uma chance para o nosso relacionamento e eu, por ser tola e ter medo de ficar sozinha, acreditei nele. Porque era o que me restava: acreditar. Mas eu não acreditava verdadeiramente. Eu me dei uma falsa esperança.
Mas aqui, encarando o brilho nos olhos de Damon, eu realmente me permito acreditar e ter esperança de um dia não ter a minha felicidade controlada.
Damon me fez ver dentro de mim mesma e agora eu me sinto forte o suficiente para encarar os próximos meses. Por ele, por mim, eu lutarei pela liberdade sem ter medo das consequências.
Aaaaaa. Eu amo eles🤧♥️
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2bjs, môres♥
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