Invasão da Terra (parte II)
Christopher se aproximou da grande arma de combate aéreo com seu grupo de defesa. O equipamento se localizava em um cruzamento entre ruas que formavam um T, onde, nas duas esquinas que a cercavam, havia pequenos prédios de três andares.
- Vocês dois - disse Christopher, apontando para um Glingon e um humano que estavam próximos - vão para aquele prédio; e vocês outros dois, vão para aquele. Tret, vem comigo. Iremos subir, cada dupla, para o segundo andar, verificando a presença de civis e os deslocando para longe das janelas. Posicionem-se na janela do segundo andar e preparem as snipers! Vão, vão, vão!
Cada dupla se deslocou para o seu prédio, enquanto Christopher e Tret foram para um prédio localizado no meio do cruzamento, em uma posição que formava uma triangulação com os outros prédios nos quais as outras duplas estavam.
- Ali, naquele quarto! - indicou Tret.
Chistopher entrou no quarto e encontrou um homem, com sua filha de aparentemente 8 anos, desesperado para salvá-la.
- Está tudo bem com o senhor? Está ferido?
- Graças a Deus você está aqui! Me ajude, ela está com medo e não sei o que fazer!
O homem aparentava ser corajoso e disposto a tudo para salvar sua filha. Christopher olhou para a menina, percebendo o pânico em seus olhos. Ele colocou a mão no ombro da criança, se apresentou e os conduziu para fora do quarto. Já fora do quarto, eles subiram uma escada de madeira, se direcionando para o segundo andar.
- Gabriel - disse Christopher, se dirigindo ao homem que havia encontrado - sigam esse corredor até encontrar um grupo de pessoa. Lá estarão seguros. - Certo! Deixarei minha filha lá e vou voltar para ajudá-los. Já prestei serviço na marinha - respondeu Gabriel.
- Bom, toda ajuda é bem vinda!
Gabriel seguiu o corredor com sua filha Ester, enquanto Chistopher se posicionava na janela e Tret observava um quarto de empregada um tanto grande em busca de civis.
- Nada por aqui capitão!- Disse Tret saindo da sala e se posicionando ao lado de Christopher, na janela, o qual consentiu com a cabeça.
- Estamos em posição.
- Nós também- responderam as duplas que haviam acabado de se preparar para defender aquela arma que era essencial para o sucesso dos solares naquele confronto.
- Ok soldados, preciso de muita atenção, pois agora mesmo recebi a informação de que as criaturas da sociedade responsáveis por atacar em terra estas armas são os detectores, ou seja, precisão do tiro tem que estar em 100%.
- ENTENDIDO!
Detectores é o nome dado a uma raça de aliens de um sistema distante do solar e que raramente entravam em combate. São seres com um formato humanóide, porém seus corpos são feitos de energia concentrada tendo como a única parte vulnerável a cabeça. Caso errassem o tiro eles seriam capazes de em segundos detectarem o alvo e disparar um enxame de mísseis. Daí seus nomes, pois eram capazes de identificar a fonte de hostilidade e a abater rapidamente em segundos.Estavam todos em suas posições escondidos com seus rifles nas janelas sendo um no gatilho e o outro dando cobertura da situação.
-Todos vocês subindo agora, não quero ninguém neste andar, vamos com calma e sem pisotear o companheiro- dizia Lucas rapidamente e repetidamente acompanhado de gestos com as mãos para a orientação das dezenas de civis que estavam perdidos pelo prédio.
Foram subindo pelas escadas escoltados por soldados solares até chegar ao andar que se localizava no centro do prédio. Lá Lucas ordenou que todos se reunissem em uma sala que havia ali a qual era vazia praticamente. Possuía apenas alguns móveis e um grande circulo no centro que tomava conta de quase toda a sala a um nível levemente mais baixo que as bordas onde se posicionaram vários soldados atentos às janelas de vidro gigantes que compunham a parede do edifício. As pessoas se aglomeraram neste circulo enquanto Lucas ditava as orientações.
- Peço que todos vocês permaneçam de cabeça baixa e em silêncio. Uma nave de apoio está tentando chegar até aqui para embarcar e levar vocês para um local seguro, porém é importante que todos colaborem.
- É importante que todos se possível desliguem os aparelhos celulares ou qualquer dispositivo de comunicação que tenham, caso não o desliguem, eu deixo claro que é proibido usá-los de qualquer mínima maneira, pois qualquer sinal que vocês emitam pode ser captado por estes aliens entregando nossa posição- Comentou um soldado Glingon que estava perto de Lucas segurando uma arma de disparo de energia concentrada.
Todos rapidamente foram desligando e guardando seus aparelhos eletrônicos quando o tal soldado chamado Vict virou-se para Lucas e comentou em voz baixa.
- Fique atento, 99% de chance de algum curioso mexer no celular.
- Sim, sempre tem um que tenta dar uma fugida nas regras, então é bom se preparar, pois recebi um pouco mais cedo a notícia de que a nave que vinha nos buscar foi abatida e a outra que veio substituir está com dificuldades, ou seja, nossa ajuda não chegara tão cedo- Anunciou Lucas terminando com um olhar fixo em seu parceiro que logo sentiu o perigo ao qual estavam submetidos ali.
Lucas virou-se para o vidro em função de verificar visualmente a situação do lado de fora do prédio, enquanto ligava para Seth pelo rádio de seu capacete na esperança de conseguir alguma notícia ou ajuda.
- Seth, já estou em posição, reuni todos que eu e minha equipe encontramos.
Seth estava correndo junto a mais seis soldados, sendo quatro Glingons e dois humanos, indo em direção ao ponto de encontro com Kiren que estava tentando manter o controle de uma grande avenida com o apoio de alguns soldados e máquinas, quando recebeu o comunicado. A missão de ataque à nave que havia pousado foi cancelada. Um grupo alternativo havia conseguido chegar antecipadamente.
- Ok Lucas... Você foi avisado do imprevisto com as naves de recuperação?- questionou Seth no instante em que ele reparou 3 alienígenas da raça de Calic, acompanhados de um Detector e um alien parecido com um robô altamente blindado, andando a alguns metros à frente da sua posição e teve que pedir para que Lucas aguardasse um momento.
Os 7 se esconderam rapidamente atrás de alguns carros que estavam ali. A rua e os prédios eram só destruição, pedaços de concreto, destroços, postes, vidros e fogo formavam a cena em que eles se encontravam.
-Hey, psiu... Preciso que entre neste prédio e do segundo andar mire no Detector- Ordenou Seth apontando para um soldado Glingon que logo fez que sim com a cabeça e foi entrando no prédio atrás de suas posições com cautela- Vocês três vão para aquele ônibus, preciso que distraiam o robô atirando, e os dois que sobraram vão focar nos três Sacs . Entendido?
Todos acenaram com a cabeça que sim e então Seth ordenou que atirassem após o Detector ter sido eliminado.
Os três correram e entraram no ônibus que estava à direita de Seth que abriu lentamente a porta do carro vermelho no qual ele estava atrás e pegou nas dobradiças pronto para arrancá-la.
Não passou muito tempo até que o tiro do Glingon acertasse o Detector em cheio na cabeça, e foi então que o tiroteio começou. Seth arrancou a porta e foi correndo para cima do robô a usando de escudo enquanto os soldados atiravam no robô e nos três Sacs.
Os quatro logo morreram sobrando apenas o blindado. Os tiros que acertavam o robô de lataria prateada e lisa, não sortiam nenhum efeito até que sua mão se transformou em um tipo de canhão de plasma e mirou no ônibus, foi aí então que Seth agiu. Ele já estava mais próximo do alien quando antes que ele pudesse atirar matando seus companheiros lançou a porta que bateu no braço canhão do robô.
Os soldados cessaram os tiros, pois estavam com risco de atingir Seth que se jogou no chão chiando em direção ao robô para desviar da rajada de plasma que foi lançada em sua direção, em seguida ele bateu o pé no chão se projetando para o alto e para cima do robô o dando um soco no rosto e depois apoiando o joelho nas costas dele e puxando sua cabeça, a arrancou.
Tudo se silenciou no momento em que o grupo se reunia novamente e Seth voltava a falar com Lucas.
- Mantenha o posicionamento aí, pedirei a Luana que separe um grupo para dar cobertura, a força aérea pelo o que fiquei sabendo a força aérea está vindo nos ajudar...
- Entendido. Desligando...
-Ok pessoal, vamos andando... - Seth estava no meio de sua fala quando em seu visor um comunicado de Luana apareceu em vermelho com as palavras "Objetivo atualizado" em seguida Seth atendeu a uma ligação
- Cambio Seth. A situação da avenida não está muito bem então estou levando um grande grupo para ajudar na batalha, porém precisamos de pessoal no hospital central a 2 km de sua posição. Têm civis lá e tive a informação de aproximação de tropas inimigas na área. Creio que o apoio aéreo que daremos irá dar conta da avenida então preciso que vá ao hospital. As coordenadas estão no seu visor.
- Entendido Luana, estamos a caminho. Mas antes teria como mandar algum jato para a posição de Lucas?
- Creio que apenas um ou dois!
- Está bem, desligando...
Após ser encerrada a chamada Seth avisou a seus companheiros sobre o novo objetivo e então foram todos andando na direção do hospital. Enquanto isso na ICS Hoffmann levantava-se da cama, diante da confusão instaurada no porto em marte. Logo tentou abrir seu tablet e percebeu que este não funcionava, apenas mostrava uma tela vermelha piscando o dizer " aviso". Hoff desligou seu tablet rapidamente e com uma certa dificuldade chamou pela enfermeira.
- Enfermeira! Preciso de um jato urgente!- disse ele aparentando estar apressado.
- Mas você não está em condições... - tentou dizer a enfermeira
- Eu sei! Mas só eu posso resolver isso tudo, arrume um jato!
A situação da resistência de Kiren estava um pouco fora do controle. Vários soldados da sociedade estavam avançando a avenida e destruindo toda a defesa que ali tinha.
Kiren se localizava atrás de um carro sob constante fogo inimigo. Robôs de ataque terrestres atiravam, porém a quantidade aliens não acabava e estavam quase no limite do recuo.
- Kiren, temos que fazer alguma coisa, não vamos segurar por muito tempo. As máquinas estão caindo uma por uma- Disse um soldado humano que estava ao seu lado, tentando evitar as rajadas mortais que cruzavam a avenida de todas as direções.
- Luana está a caminho com reforço aéreo. Precisamos segurar um pouco mais... - Kiren viu um alien de quatro braços desprotegido e efetuou um disparo certeiro, em seguida, continuou- até a chegada do reforço... - Desta vez foi interrompido por míssil que veio na direção do carro onde eles estavam, fazendo com que corressem. A explosão não os atingiu, mas o deslocamento de ar os lançou para longe de modo a levantarem um vôo de alguns metros. Assim, que caiu, Kiren, com raiva, abriu uma tela em seu braço e clicando nela disse- Já chega, vamos ver se vocês gostam de comer fogo!!!
Naquele momento, o meio da avenida, perto de onde os soldados da sociedade avançavam com sua máquinas, explodiu majestosamente e os fez recuar um pouco.
Enquanto isso, na torre antiaérea, tudo parecia estar tranqüilo. Todos os ataques a ela foram fracos e detidos facilmente pela equipe de Christopher que continuava em sua posição nos prédios.
- Nenhum sinal de perigo, parece até que não estão dando importância a esta arma que dizima as forças aéreas como moscas- Observou Tret direcionando a Christopher que concordou. Era realmente estranho não estarem sobre forte ataque naquele momento.
Gabriel ainda estava lá, auxiliando os dois na função de informar aos civis sobre os acontecimentos, os tranquilizando.
Estavam todos um tanto já dispersos, guardando aquelas posições, quando do rádio ouviram um aviso informando o contato visual com um grupo de 4 Detectores vindo em direção à arma.
Christopher logo deu a ordem para todos se prepararem. Tendo em vista o fato de o número de detectores ser maior do que as duplas de atiradores, Tret teve que pegar seu rifle e se posicionar em uma janela ao lado de Christopher que começou a falar.
- Todos vocês coloquem o visor e marquem os alvos de vocês. Cada um pegará um, lembrando que o único tiro válido é na cabeça- Christopher encerrou a fala e agora, virado para Gabriel, continuou especificamente para o homem – Gabriel, você terá que auxiliar a nós dois. Assim que estivermos prontos para o tiro, preciso que nos alerte sobre alguma mudança inesperada ou a chegada de algum alien, pois nossa visão estará limitada.
- Entendido, ficarei atrás de vocês.
Os detectores chegaram e rodearam a arma objetivando verificar o perímetro. Os soldados solares estavam camuflados, o que impossibilitava que fossem vistos de imediato. Todos clicaram em uma espécie de botão na lateral de seus capacetes simples, gerando assim uma tela retangular azul enfrente a um de seus olhos. Logo, cada um mirou em um detector marcando-o de vermelho. Com isso, os demais soldados, que podiam ver através da tela azul, eram capazes de ver os nomes de seus parceiros encima dos detectores por eles escolhidos.
- Estão todos preparados?- perguntou Christopher.
- AFIRMATIVO.
Após o consentimento de todos Christopher começou a contagem de 3..., 2... Tret interrompeu, pois o detector no qual ele mirava andou para trás da arma de maneira a sair do seu campo de visão.
- Espere! Meu objetivo está saindo do alcance. Jim, troque de alvo comigo, pois não sou capaz de enxergar o meu!
-Está bem... Pronto- Jim, que estava em um prédio do lado quase oposto, reconfigurou sua marcação e logo estavam todos prontos novamente.
Após a correção do erro a contagem recomeçou e ao chegar no 1, um cano de água próximo a Christopher estourou, devido ao estado deteriorado da estrutura do lugar, fazendo com que ele errasse o tiro.
O detector sobrevivente logo reconheceu de onde veio o projétil e lançou um míssil de dentro de seu corpo em direção a janela de cada um dos três prédios.
Christopher largou o rifle e correu em direção a Gabriel, pulou o agarrando e jogando no chão junto a Tret que também havia se jogado. O míssil atingiu a beirada da janela causando uma enorme explosão que queimou um pouco a pele dos três, porém não os atingiu com força.
Os soldados dos outros prédios também estavam vivos, mas ninguém podia ir verificar a situação pelo fato de o detector estar armado com uma metralhadora, que saiu de seu ombro, e que atiraria em qualquer sinal de vida. Todos permaneceram deitados até que o alien começou a disparar rajadas contra os edifícios, obrigando os solares a arriscarem suas vidas. Eles apareciam e tentavam um tiro no detector o qual respondia de imediato com um míssil, resultando em uma breve corrida para desviar da morte e, em seguida, sofriam impactos pelo deslocamento de ar e fogo das as explosões.
Foi assim por diversas vezes até Tret e Christopher aparecerem ao mesmo tempo na tentativa de aumentar as chances de acerto. Tret o acertou em cheio na cabeça, no entanto, para a tristeza dos três que estavam naquele prédio, o alien conseguiu lançar seu último suspiro de vida em forma de um míssil que foi em direção a Christopher. Enquanto aquele objeto mortal cortava os ares, ele tirou sua cabeça para o lado, assistindo aquele cristal de fogo explosivo, como um pedaço de lava derretida, passar a centímetros de seus olhos e atingir a parede do fundo.
A Explosão lançou Gabriel para frente o fazendo bater fortemente em um pedaço que ainda estava de pé da parede onde ficava a janela. O fogo o queimou. Já Tret entrou em um quarto que estava à sua esquerda e ficou quase imune à explosão.
O desejo de Christopher era ter tido a sorte de seu parceiro, pois ele, por estar à beira da cratera antes chamada parede, foi lançado com muita força para fora do prédio. Uma vez alçado vôo ele se chocou contra um pedaço da gigante arma e caiu no chão em uma queda no mínimo alta.
Gabriel estava acordado, porém bastante queimado e fraturado, conseguindo apenas dizer a Tret para que ele ajudasse Christopher.
- Christopher, você está bem? Estou indo aí, aguenta firme!- Tret usava o comunicador à medida que observava seu parceiro do segundo andar.
- Ahhh... - Murmurou Christopher de dor no rádio. Além de dolorido ele também apresentava leves queimaduras - Não... Eu estou bem. Mantenha sua posição soldado...
Tret hesitou um pouco, mas depois aceitou a imposição de Christopher dizendo um simples "ok" e indo prestar socorro a Gabriel.
Christopher tentou se mover e, após constatar que a queda havia sido um pouco atenuada pela armadura simples que ele usava e que não havia aparentemente lesionado a coluna, foi se arrastando até a calçada e se escorou em uma parede. Ele estava bastante machucado, mal se movia, pois tudo doía muito. Logo, só restou a ele dizer após um murmuro.
- Ahh... Eu só me ferro nessas guerras. - Em seguida riu um pouco de si mesmo.
Tudo se tranquilizou naquele lugar. As equipes se organizaram e realizaram alguns socorros antes de voltar à ativa, enquanto Christopher permaneceu ali escorado.
Mediante a todos os acontecimentos Seth resolveu chamar Kiren para avaliar sua situação, já que havia se passado um tempo desde que tivera noticias dele.
- Kiren aqui é o Seth. Como segue a situação por ai cara?
- Está sob controle médio. Eles já recuaram um pouco, porém ainda resistem. Tem alguma informação da situação lá de cima.
- Nenhuma!
- Essa batalha já foi longe demais!
- Essa é a diferença entre esta guerra e a guerra das galáxias. A guerra das galáxias era por obrigação e consequentemente respeitávamos nossos inimigos sobreviventes como nós. Nesta... O único objetivo desses filhos da mãe é a destruição para a hegemonia.Literalmente os novos Starlings.
Kiren em sinal de tristeza abaixou a cabeça pensativo, mas logo se recompôs e se despediu para voltar a lutar.
A batalha na avenida já estava mais sob controle dos solares que por sua vez estavam tentando avançar e eliminar sem piedade aqueles os quais invadiram a Terra e mataram inocentes.
Havia grandes robôs com canhões enormes e metralhadoras, seguidos de armaduras do dobro do tamanho de um solar, super blindadas e com armas pesadas, sendo controladas por um soldado em seu interior e que massacravam a sociedade. Ela ainda resistia revidando com suas super máquinas de guerra de todos os tipos (Tanques, robôs, jatos) e também uma frota grande extremamente mestiça.
Lá encima no espaço as coisas seguiam de modo a se equilibrar. Apesar de o combate ainda estar acirrado, naves Ocin e Trafs chegavam aos poucos para dar apoio aos solares, porém ainda mantinham fortes as defesas de seus respectivos sistemas.
Dave andava dentro de sua cabine de um lado a outro, demonstrando sua ansiedade e preocupação em relação à missão de desarme dos canhões terrestres que os impediam de entrar.
- Senhor! Hoffmann está a caminho- avisou uma soldado humana entrando na cabine.
- Hoffmann?!- questionou Dave um tanto surpreso.
- Sim, ele já está chegando... – Ela deu uma breve pausa enquanto percebia a presença de alguém em suas costas- Ah olha ele aqui!- exclamou ela ao identificar o faz tudo dos solares.
- Dave, eu sei o que eles tiraram de mim naquele lugar! Quando o ataque começou repentinamente e do jeito que foi tudo se encaixou. Eu e Beatriz, quando estávamos instalando os sistemas Starlings, percebemos que havia uma pequena falha ao juntar com o nosso, uma falha mínima que apenas quem a instalasse saberia fazê-la se tornar um problema. Diante disto, resolvemos ignorar e buscar uma solução, porém fomos capturados antes. Essa brecha faz com que o sistema Starling veja o nosso como ameaça e vice e versa como se ambos fossem autônomos e não apenas um só. Neste momento está um sistema em conflito com o outro, por isso do colapso na comunicação por exemplo.
- Consegue resolver?- Questionou Dave rapidamente.
- Não demoro muito! Provavelmente a sociedade lançou algum sinal que serviu de estopim para o conflito. Preciso apenas desativar as programações de defesa de ambos, mas devido à vulnerabilidade que ficaremos eu irei precisar da ajuda de alguns técnicos para evitar que algo mais seja inserido em nossa rede.
- Certo, faça!- Ordenou Dave e em seguida advertiu Hoffmann- E Hoff, eu reconheço seu trabalho, sei que você é o melhor médico e engenheiro que já conheci além de ser extremamente confiável, por isso não hesito em lhe dar serviços a fazer, porém omitir tais tipos de informação não é aceitável.
Hoffmann reconhecia que havia errado feio naquele momento e apenas concordou.
- Sim! Me perdoe capitão.
Dave assentiu e em seguida Hoffmann deixou a sala.
As naves de resgate, com o objetivo de deslocar os civis para regiões afastadas, eram de tamanho médio, e estavam vindo da base principal da Terra. Uma delas se aproximava do prédio onde Lucas mantinha defendida uma multidão de pessoas.
A situação estava bem, todos estavam calmos até a nave se aproximar. Ao pousar no terraço do prédio e Lucas guiar todos pelas escadas os embarcando na nave, uma frota de aliens voadores, que se assemelhavam a insetos gigantes, se aproximou ao ver a movimentação das pessoas, atacando fortemente os caças que ali sobrevoavam.
- Droga! Soldados! Temos companhia aqui. Todos a postos, formação de defesa- Gritava Lucas visando levar sua voz a todos e sobressair à trilha sonora de caos dos arredores.
Dito isto os soldados se posicionaram: dois do lado oposto da nave, um em cada ponta, mais dois da mesma forma no lado oposto por onde as pessoas entravam e Lucas, junto aos cinco últimos, davam cobertura formando um corredor para que as pessoas subissem à bordo.
A frota se aproximou e então começou a luta. Foram tiros e mais tiros para todos os lados, os soldados abatiam os insetos antes mesmo que pousassem, assim como uma grande metralhadora que estava acoplada no casco da nave disparava freneticamente.
As pessoas passaram a correr dentro do corredor formado pelos solares, algumas gritando, outras apenas abaixando a cabeça e protegendo-a com as mãos. Por sorte ninguém foi ferido por um bom período de tempo até o ataque se fortalecer e eles começarem a chegar perto.
Os disparos não eram mais capazes de detê-los facilmente, o que fazia com que pudessem pousar e tentar golpes com membros pontudos de seu corpo parecendo braços.
- Força soldados, faltam poucos para embarcar. Vai! Vai! Vai! - Gritava Lucas enquanto atirava em alguns aliens que estavam indo em sua direção.
Pouco passou até que um inseto caísse direto perto da metralhadora da nave e com seus últimos resquícios de vida a quebrou. Outro já pousou próximo a Lucas o qual com sua faca entrou em combate com aquele monstro.
Foram muitas esquivas e cortes até um de seus comparsas conseguir acertar o alien na cabeça logo após Lucas ter furado seu olho.
A quantidade de pessoas ia diminuindo e os soldados se preparavam para seguir com o plano de voltar ao interior do prédio e descer até a avenida novamente, porém um grande contratempo os fez reconsiderar as idéias iniciais.
Um míssil, vindo de um local desconhecido, atingiu em cheio o centro do enorme edifício fazendo com que um andar inteiro explodisse.
O ranger das vigas de ferro que os mantinham em pé ecoou nos ouvidos de todos os deixando agora com um grande medo, pois tudo aquilo estava prestes a desabar, sem contar as seguidas explosões que estavam ocorrendo por todos os andares.
-CORRAM... MAIS RÁPIDO. ENTREM TODOS NA NAVE IMEDIATAMENTE. VÃO! VÃO! VÃO! – Lucas ficou desesperado enquanto fazia gestos com o braço para apressar as pessoas.
Um dos aliens então caiu direto na frente de um soldado que defendia o outro lado da nave, este não teve nem tempo de reagir tendo seu corpo atravessado por um dos braços pontudos do inseto. A cena foi traumatizante para todos que viram aquela cena. O soldado ainda vivo atirava no monstro com o apoio de seu colega que estava um pouco atrás e que disparava também.
Não durou muito até que, com um movimento brusco do braço, o corpo fosse lançado para longe e o inseto partisse para cima do outro e acertasse a arma dele. O pobre soldado correu um pouco atirando com seu pequeno revólver, mas não adiantava de nada e o alien continuava a se aproximar quando um míssil o atingiu e o deixou em pedaços. Quem havia o lançado era um Glingon que ao ver a cena correu para ajudar, porém, para seu azar, por trás dele passou outro inimigo que apenas com um rasante capturou um homem que entrava na nave. Lucas, logo ao ver passar diante de seus olhos aquele homem assustado sendo arrastado para a morte, se virou e atirou no inseto o acertando na asa, fazendo com que ele deixasse de voar e começasse a rolar no chão junto ao homem até a beirada.
Lucas correu e segurou o civil pela mão quando ele já estava caindo na borda.
- Te peguei!!! - Disse Lucas segurando aquele homem pendurado pelo braço. A borda do prédio onde Lucas se encontrava deitado era de ferro e não possuía parapeito.- Ok, vou te puxar e você segura nesta barra. Prepara... Um... Dois... Três.
Lucas puxou com força e o homem segurou de modo que seus dedos ficassem passando dentro de um espaçamento entre a barra e a placa de ferro, em seguida ele subiu com a ajuda de Lucas, o qual perguntava pelo seu nome e se ele estava bem.
-Sim estou bem, muito obrigado! Meu nome é Lukas.
- Prazer também sou Lucas- respondeu amigavelmente encaminhando o senhor para a nave.
Logo ao se preparar para voltar ele se deparou com um inseto vindo rapidamente em sua direção e, o agarrando, jogou para fora do prédio em queda livre.
Os soldados companheiros entraram em desespero enquanto Lucas caia.
Os dois estavam juntos sendo engolidos por aquele abismo. Lucas com sua faca acertava e segurava o inseto para que ele não saísse voando. Com um tempo de queda seu corpo foi atravessado pelo braço do alien o que o fez sentir uma imensa dor no estômago, no entanto, ele não se rendeu.
Com aquilo em seu corpo ele passou sua faca nas costas do inseto na região da base da asa e a arrancou pela raiz. Em um grande sinal sonoro de dor o inseto forçou seu braço de lado o quebrando e deixando o pedaço atravessado em Lucas. Em um movimento rápido Lucas passou para de trás do monstro e com um chute o jogou em direção à lateral do edifício. O bicho arrastou sua face em contato com os vidros de dois andares seguidos do prédio os destruindo, até ser puxado por Lucas que se posicionou encima de seu corpo. Chocaram-se contra o solo.
O olhar dos soldados do alto era de tristeza, porém foi interrompida por um grande tremor no prédio inteiro seguido de uma bola de fogo saindo de todos os lados do 5° andar.
- CORRA! TODOS PARA DENTRO DA NAVE AGORA- Gritou Vict no tempo que a estrutura começou a ceder e a nave ligou os motores iniciando a leve flutuação. Eles corriam rápido enquanto o chão era engolido até que pudessem chegar à nave e estarem todos a salvo. O veículo partiu e os levou para um lugar seguro enquanto Vict observava aquela estrutura desabando e seu parceiro o deixando.
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