Luz x Trevas: Quem Saíra Vitoriosa?

O amanhecer foi esquecido no horizonte, engolido pelas nuvens densas e escuras que se arrastavam como um manto de desespero. O primeiro rugido da batalha ecoou quando as trombetas dos elfos dourados rasgaram o silêncio, misturando-se ao som das marchas compassadas dos orcs que avançavam como uma onda de podridão sobre os campos de Lutharon.

Os orcs vinham como um enxame, seus passos desordenados faziam a terra tremer, e o cheiro de enxofre e sangue seco impregnava o ar, trazendo náuseas aos mais sensíveis. O som de grunhidos e o arrastar de armas contra o solo ecoavam, cada vez mais perto.

Do lado da luz, os elfos dourados foram os primeiros a entrar na formação. Altivos, com armaduras que reluziam como raios dourados sob a luz tênue, seus arcos eram tensionados, as flechas já brilhando com magia ancestral. No lado humano, os soldados empunharam lanças e espadas, suas expressões revelaram determinação, mas também medo, um medo que os magos ao lado tentassem conter, criando escudos luminosos em volta das fileiras.

Imagem Gerada por IA

Quando os orcs avançaram, suas armas improvisadas e corpos deformados pelo poder sombrio colidiram contra a linha de frente. O som do impacto foi ensurdecedor, o clangor do metal encontrando metal, os gritos de guerra misturando-se aos primeiros urros de dor.

O senhor das trevas observava tudo do alto de uma colina distante, seus olhos sombrios fixos em sua horda. Ele apenas moveu um dedo, e uma segunda onda de orcs emergiu. Dessa vez, mais brutais, bestas deformadas os acompanhavam, criaturas que outrora eram lobos e onças, agora eram aberrações com garras que brilhavam como lâminas.

Os elfos lutavam ferozmente. Suas flechas, guiadas pela magia, atravessavam fileiras inteiras de inimigos, mas os orcs eram como uma maré interminável. Os magos invocavam rajadas de fogo e trovões, mas mesmo assim, muitos soldados humanos caíram no chão. O som de corpos atingindo o chão era abafado pelos gritos daqueles que continuavam lutando.

Havia confiança e determinação, mas também o medo. Muitos soldados humanos tremiam enquanto enfrentavam monstros que apenas tinham lido em lendas. Um jovem humano caiu de joelhos ao ver um amigo ser estratificado por um orc. Mas antes que pudesse ser abatido, um anão o puxou para cima, rugindo para que ele se levantasse.

"Fique em pé, garoto! Você ainda não morreu!"

Os anões, com seus martelos e machados, avançaram como uma muralha. Os magos, em seus mantos coloridos, gritavam feitiços em línguas antigas. Um deles, um velho com cabelos brancos como neve, pegou seu cajado e invocou um raio que rasgou o céu, atingindo um grupo de bestas de uma só vez. O cheiro de carne queimada preencheu o ar, mas os monstros restaram apenas rugiram mais alto.

O Avanço Continua

Enquanto isso, o senhor das trevas, observando que sua primeira onda estava sendo repelida, irradiada cruelmente. Ele murmurou palavras em uma língua esquecida, e da terra começou a surgir gigantes de pedra, cada passo deles fazia o chão tremer. Os guerreiros da luz sentiram o impacto, literalmente. O chão rachou sob seus pés enquanto os gigantes avançavam, esmagando tudo em seu caminho.

Imagem Gerada por IA

Mas no campo da luz, havia esperança. Mesmo diante de tamanha destruição, os elfos dourados recuaram para formar uma nova linha, agora ao lado dos magos e humanos. Era uma demonstração de unidade que não contava há milênios.

Os líderes de cada reino se reuniram no centro, observando de longe o avanço inimigo. "Precisamos de tempo", disse a rainha humana. "Se Karathiel e Helena não chegarem a tempo, não sei se conseguiremos resistir a isso."

"Resistiremos", respondeu um dos anões, seu machado pingando sangue negro. "Esses monstros ainda não enfrentaram a fúria dos anões!"

O som da guerra rugia como um trovão constante, mesmo no alto da colina onde Karathiel e seu grupo tinham parado. Daquele ponto de vista, o caos se revelou por completo: orcs avançavam como um enxame sem fim, bestas sombrias rasgaram carne e gigantes de pedra abriram caminho pela destruição. O exército da luz resistiu à coragem, mas era visível que estava perdendo terreno.

Karathiel ficou imóvel por um momento, sua visão apurada captando cada detalhe da batalha. O som dos gritos de guerra e das armas ecoava em seus ouvidos como um lamento trágico. Ela conseguia distinguir os rostos desesperados de elfos e humanos enquanto lutavam por suas vidas, e o cheiro de sangue, carne queimada e poeira subia com o vento, invadindo suas narinas.

A guerreira fechou os olhos por um instante, sentindo o peso da responsabilidade em seus ombros. Quando abriu, sua expressão era de determinação.

"Estamos perdendo", disse ela, em voz firme, mas informações de interesse.

Karathiel então olhou para Helena, que permaneceu ao seu lado. Diferente dos demais, ela não estava armada, mas o brilho em seus olhos mostrava que não se contentaria em ser protegida. Karathiel sabia disso.

Ela respirou fundo e puxou de trás do arco e flecha uma bolsa ornamentada, feita com couro dourado e pedras que brilhavam suavemente com uma luz prateada. Era uma peça magnífica, trabalhada com um cuidado, como se carregasse uma história antiga.

"Helena", ela disse, estendendo a bolsa para a mais nova, que olhou para o presente com surpresa e admiração. "Isso é para você."

"Para mim?" Helena disse, hesitante, os olhos arregalados enquanto pegava a bolsa com delicadeza.

"Sim", respondeu Karathiel, com um pequeno sorriso. "O general Valen me entregou isso há muito tempo, mas parece que o momento certo era este."

"Ele recebeu isso da rainha do meu povo, um presente da rainha para você. É um presente especial que foi guardado por gerações. Pertenceu à primeira rainha do Reino Dourado, irmã da atual rainha. Ela foi uma guerreira formidável, a primeira a enfrentar as trevas mil anos atrás. E agora , é sua, Helena."

Helena abriu uma bolsa com cuidado. Dentro, havia um par de Sais (parece um tridente, mas é pequeno), brilhando com uma intensidade mágica. Eles parecem pulsar levemente, como se estivessem vivos. Assim que ela os tocou, sentiu um calor suave percorrer sua pele, seguido de uma energia que invadiu seu corpo.

"Por que eu?" ela disse, sua voz baixa, quase um sussurro.

"A rainha gostou de você quando a viu, e você tem a personalidade da irmã dela", explicou Karathiel. "Eles foram criados pela rainha guerreira para fortalecer e proteger aqueles que lutam contra as trevas. Eles vão amplificar sua energia e permitir que você canalize sua força interior de forma que nem sabia ser possível. Não posso impedir que você lute ao nosso lado, mas com isso, você terá uma chance real."

Helena olhou para Karathiel, seus olhos brilhando com emoção e determinação. "Eu nunca ficaria fora. Obrigada, Kara."

Karathiel concordou, tocando de leve o rosto da amada com a ponta dos dedos antes de se virar para os demais. "Está na hora. Vamos mudar o rumo dessa guerra."

Helena fechou a bolsa e prendeu ao cinto, sentindo-se mais confiante do que nunca. Ao lado de Karathiel e seus amigos, ela se preparou para descer a colina, sabendo que o destino de todos estava preparado para ser decidido no campo de batalha.

Karathiel se colocou à frente do grupo, seus olhos fixos no campo de batalha que se desenrolava abaixo. A visão era desoladora: o exército da luz lutava com bravura, mas os orcs continuavam a avançar em ondas, e o enorme gigante de pedra no centro da linha inimiga esmagava tudo em seu caminho com força devastadora. 

Ela respirou fundo, sentindo o peso do momento. Voltando-se para seus amigos — Alex, Barry, Borin, Alexandra, Samantha, Caitlin e Axel —, Karathiel assentiu com firmeza.

"Vão. Entrem na batalha e se protejam. Cada um de vocês sabe o que fazer."

Seus amigos hesitaram por um momento, trocando olhares preocupados. Barry, com sua besta já pronta, deu um passo à frente. "E você, Karathiel? O que vai fazer?"

Todos a encararam, incluindo Helena, que segurava sua bolsa com os sais com força. A expressão de Karathiel pediu tranquila, mas seus olhos brilharam com determinação. Ela olhou novamente para o campo de batalha, focando no gigante de pedra que era a peça mais destrutiva do exército sombrio.

Sem responder diretamente, Karathiel deu um passo à frente, pegou sua espada da luz e fixou o olhar no gigante. "Vou abrir caminho para vocês", disse simplesmente, como se estivesse afirmando algo óbvio.

Antes que pudesse dizer mais alguma coisa, Karathiel deu um passo para trás, tomou impulso, correu na direção da beirada do penhasco e, com um salto impressionante, lançou-se no ar. O vento cortava seu rosto enquanto ela descia em direção ao gigante, sua espada da luz brilhando intensamente, como se a própria energia da luz estivesse pulsando em resposta à coragem da guerreira.

Ela caiu sobre o ombro do gigante de pedra, cravando a espada profundamente em sua armadura de rocha. O impacto foi tão forte que um som estrondoso ecoou pelo campo de batalha, fazendo todos os olhos se voltarem para ela. A luz da espada explodiu em uma onda radiante, rachando o corpo do troll de pedra e enviando pedaços esvoaçantes em todas as direções.

Imagem Gerada por IA

O monstruoso soltou um grito gutural e agonizante antes de desmoronar, transformando-se em poeira brilhante. Karathiel saltou de seus restos com uma graça sobre-humana, aterrissando suavemente no chão.

No alto da colina, seus amigos ficaram boquiabertos. Borin deixou escapar um associado visível. "Por todas as montanhas... Ela é louca!"

Helena observava com o coração acelerado, uma mistura de admiração e preocupação brilhando em seus olhos. "Ela... Ela conseguiu", sussurrou, quase sem acreditar.

No campo de batalha, o impacto da destruição do gigante foi instantâneo. O exército da luz, que antes parecia vacilar, recuperou a moral, gritando em comemorações. Por outro lado, o lado sombrio ocultou profundamente, abalado pela perda da criatura poderosa.

No entanto, no centro de tudo, o Senhor das Trevas observava de longe, seu rosto contorcido em raiva. Seus olhos negros brilhavam enquanto ele cerrava os punhos, uma aura de magia negra ao seu redor se intensificava.

Imagem Gerada por IA

"Então, elas realmente têm as armas", ele murmurou, sua voz como um sussurro suave. "Mas isso não mudará nada. A luz não vencerá. Não enquanto eu respiro."

Karathiel levantou sua espada, que ainda brilhava com uma intensidade divina, e olhou para o exército sombrio diante dela. Seus olhos retornaram ao horizonte onde o Senhor das Trevas estava, e um pequeno sorriso determinado surgiu em seu rosto.

"Isso foi só o começo", ela murmurou para si mesma antes de se juntar à linha de frente, pronta para continuar a batalha.

O campo de batalha havia se transformado em um verdadeiro inferno. O som do aço contra aço misturava-se aos gritos de guerra e às rajadas de magia que iluminavam o céu cinzento. O ar estava carregado de sangue e poeira, enquanto o pesado exército da luz resistia bravamente ao avanço incessante das forças sombrias.

Karathiel se move com graça no meio do caos, sua espada da luz era uma extensão de seu corpo, cortando orcs e criaturas das trevas com precisão letal. O brilho da arma parecia repelir a escuridão ao seu redor, criando um espaço onde os guerreiros da luz podiam respirar.

Ela avançava, golpeando com força e rapidez, sentindo cada movimento, cada vibração no solo. Suas habilidades estavam no auge: ela percebe o menor som, o mais leve movimento. Seus sentidos a guiaram como uma dança entre a vida e a morte.

Helena, por sua vez, não ficou atrás. Com seus sais, ela descobriu uma força que não sabia que tinha. Cada golpe que desferiu com as pequenas armas foi acompanhado por uma explosão de energia dourada. Quando atingiu uma criatura sombria, a luz dos sais queimou a essência negra, rapidamente ao pó.

"Helena, à sua esquerda!" abordou Alexandra, lançando sua lança de forma certeira em um orc que se aproximava furtivamente.

"Obrigado!" Helena respondeu, girando no lugar e desferindo um golpe com um dos sais, enquanto usava o outro para bloquear um ataque de uma criatura reptiliana. O impacto do golpe ecoou, e a criatura desabou em seus pés.

Os amigos de Karathiel lutaram com valentia. Alexandra e Barry formaram uma linha mortal com a besta e a lança, superando o avanço dos inimigos. Samantha e Caitlin uniam forças, uma usando sua espada élfica e a outra sua adagas. Borin, com seu machado, avançava como um tanque, esmagando qualquer um que ousasse entrar em seu caminho.

"Essa batalha é uma loucura!" Axel apresentou, bloqueando um golpe de uma espada negra antes de desarmar o inimigo com um movimento rápido com seu cajado.

Karathiel observava tudo, seu coração batendo forte. A luz estava resistindo, mas o exército sombrio parecia infinito. Então, algo chamou sua atenção: as criaturas mágicas estavam próximas, mas hesitaram. Unicórnios, grifos e cervos estendidos permaneceram à margem da batalha, como se esperassem algo. E, mais além, nos limites da floresta, Karathiel viu as enormes silhuetas dos Sements — as árvores guardiãs que prometiam sua força milenar para proteger Lutharon.

Imagem Gerada por IA

Mas eles estavam parados.

Karathiel cerrou os dentes. "Por que eles não estão lutando?" significativa, frustrada, enquanto cortava mais um orc.

Ela parou por um instante, limpando o suor da testa, enquanto via o que precisava fazer. Karathiel estendeu a espada da luz para o céu, sua ponta brilhando como um farol no meio da escuridão.

"GUARDIÕES DE LUTHARON!" sua voz ecoou como um trovão pelo campo de batalha. "A TERRA CLAMA POR VOCÊS! LEVANTEM-SE! LUZ, VIDA E MAGIA PRECISAM DE VOCÊS!"

O chão tremeu. Um silêncio momentâneo tomou conta da batalha, interrompido até mesmo o som das espadas e gritos. E então, o rugido de uma grifo preencheu o ar. Os unicórnios, antes hesitantes, galoparam para o campo de batalha, suas crinas brilhando com luz celestial. Grifos e fênix mergulharam do céu, rasgando as fileiras do exército sombrio.

E então, os Sements avançaram.

As árvores guardiãs, com troncos tão grossos quanto torres e galhos que se movem como braços, entraram na batalha. Cada passo deles fazia o chão tremer, e suas raízes, como serpentes, saíam da terra para esmagar as criaturas sombrias. Eles eram a força da natureza em sua forma mais pura, e sua chegada virou maré da batalha.

Imagem Gerada por IA

Karathiel olhou para Helena, que lutava ao seu lado, e brilhou. "Agora, sim, estamos todos juntos."

Helena devolveu o sorriso, ofegante, mas determinado. "Vamos acabar com isso, Karathiel. Juntas."

Karathiel concordou. Com um salto ágil, ela escalou um dos Sements, usando suas alavancas para alcançar uma posição elevada. De lá, prolongando a espada da luz mais uma vez, gritando com toda a força de seus pulmões:

"AVANTE! PELO EQUILÍBRIO DE LUTHARON!"

E assim, uma batalha contínua, com luz, magia e natureza unidas contra a escuridão. O impacto da guerra poderia ser sentido em cada canto do campo, mas, com os guardiões ao lado da luz, uma nova esperança cirurgia no coração de todos.

A Ira Senhor das Trevas

O som grande das asas do dragão ecoava por todo o campo de batalha, como o prelúdio de uma tempestade que anunciava a destruição iminente. O céu, já coberto pela escuridão da guerra, parecia ainda mais sombrio quando o dragão do senhor das trevas sobrevoou o exército da luz, lançando um fogo negro que devorava tudo por onde passava. As chamas não eram comuns — eram feitas de pura magia sombria, consumindo não apenas o corpo, mas também a essência dos que eram atingidos.

O senhor das trevas, montado no dragão, estendendo sua mão, de onde um feixe de energia negra explodiu em direção ao exército aliado, despedaçando escudos e destruindo fileiras inteiras. Seu olhar frio e cruel varria o campo de batalha como se tudo aquilo fosse um espetáculo para ele.

Imagem Gerada por IA

Karathiel, no meio do caos, acabou de derrotar mais um gigante de pedra. Ela girou sua espada da luz, cortando o último pedaço da criatura antes de voltar seu olhar para o céu. Foi então que ela viu.

Ó dragão. Ó senhor das trevas.

Seu coração acelerou, mas não de medo — era uma determinação que pulsava em suas veias. Ela lembrou de Lumi, sua pequena amiga, em Lorienel, em todo o seu povo, em Helena, em seus amigos que arriscavam suas vidas ao seu lado. Seus olhos, antes tão serenos, brilharam com uma intensidade dourada e azul, uma mistura de emoções e poder que transbordava.

Ela sabia o que eu precisava fazer.

Karathiel limpou o suor e o sangue que mancharam seu rosto, segurou firme a espada da luz e correu. Sua velocidade era surreal, quase impossível de acompanhar. Seus pés mal tocavam o chão enquanto ela se movia em direção ao dragão. No caminho, desviou de golpes, saltou sobre inimigos e usou sua agilidade para passar por entre as criaturas das trevas.

"Kara! O que você está fazendo?!" Referiu Helena ao longe, mas sua voz foi engolida pelo som da batalha.

Karathiel ignorou. Seu foco estava fixo.

Um Sement gigante foi o próximo, lutando ferozmente contra um grupo de orcs. Karathiel correu em sua direção, escalando as raízes e os galhos da imensa criatura com habilidade e rapidez. Quando chegou ao topo, olhou para o dragão no céu e deu um suspiro profundo.

"Por Lorienel. Por Lutharon," sussurrou para si mesma.

Ela pegou impulso, correndo pelo braço do Sement, e se lançou ao ar com um salto que parecia impossível. A espada da luz brilhou como o próprio sol em suas mãos enquanto ela descia em direção ao dragão.

Imagem Gerada por IA

O senhor das trevas viu o movimento e tentou desviar, mas era tarde demais. Karathiel atingiu o dragão com um golpe direto no coração, atravessando suas escamas como se fossem feitas de papel. Uma criatura soltou um rugido final que sacudiu o campo de batalha, seu corpo gigante se contorcendo em agonia antes de começar a cair.

Karathiel não hesitou. Segurando firme a espada, ela saltou do corpo da criatura antes que ele atingisse o chão, mas não conseguiu escapar completamente. O impacto foi avassalador, lançando-a para longe.

O dragão caiu em meio às tropas das trevas, esmagando coleções de criaturas sob seu peso. Um silêncio momentâneo levou conta do campo de batalha enquanto todos olharam para o local onde o senhor das trevas e Karathiel caíram.

No alto da colina, Helena, com os sais em mãos, estava imóvel. Seus olhos estavam arregalados, uma respiração ofegante. "Karathiel..." sussurrou, quase sem forças.

Os reis e rainhas dos reinos, que observavam de longe, também ficaram estupefatos. A bravura de Karathiel era algo que nunca havia sido presenciado. Ali, no meio do caos, eles viram o verdadeiro espírito de uma guerreira.

O senhor das trevas se clamou lentamente entre os destroços, sua capa negra esvoaçando ao vento. Ele estava furioso, seu olhar fixo em Karathiel, que também lutava para se levantar. Ela estava machucada, sua armadura rachada e o corpo coberto de sangue e poeira, mas seus olhos ainda brilhavam com a mesma intensidade.

"Você... ousa me desafiar?" rugiu o senhor das trevas, sua voz carregada de raiva e poder.

Karathiel atraiu a espada da luz mais uma vez, ofegante, mas determinada. "Eu não luto só por mim. Eu luto por todos. E você não vencerá."

Helena, vendo aquela cena, abriu os sais em suas mãos e começou a correr em direção ao campo de batalha.

A guerra estava longe de acabar, mas naquele momento, todos sabiam que a balança havia começado a pender para a luz.

O campo de batalha estava em uma frenesi de caos e violência, mas no centro daquela turbilhão, apenas dois guerreiros de proteção imponentes: Karathiel e o Senhor das Trevas. O dragão jaz morto atrás deles, seu sangue negro espalhando-se pelo solo como um lembrete da coragem e sacrifícios de Karathiel. O ar estava carregado com a tensão pesada de todos os olhos que agora se fixavam naquele confronto iminente.

O Senhor das Trevas desembainhou sua espada, uma lâmina negra que parecia pulsar com vida própria, coberta de runas sombrias que brilhavam com um vermelho sanguíneo. O som que a espada fez ao ser retirada da bainha parecia o lamento de mil almas condenadas.

"Você acha que é digna de se opor a mim?" zumbiu ele, dando um passo à frente. "Eu sou a escuridão encarnada. Você não é nada além de uma faísca prestes a se apagar."

Karathiel pegou sua espada da luz, sua lâmina brilhando com um brilho dourado e azul, como se o próprio sol estivesse nela. Ela sentia cada músculo do seu corpo gritando de dor, mas sua determinação era inabalável.

"Você pode ser a escuridão", respondeu ela, com voz firme, "mas até a noite mais sombria não pode apagar a luz."

O Senhor das Trevas avançou com uma velocidade surpreendente, sua espada cortando o ar em um arco devastador. Karathiel mal teve tempo de erguer sua espada para parar o movimento. O impacto foi como uma explosão, enviando ondas de choque que fizeram o chão tremer e abrir fendas sob seus pés.

A batalha havia começado.

Cada golpe era um espetáculo de luz contra trevas. A espada da luz de Karathiel emitia raios cegantes cada vez que encontrava a espada das trevas, enquanto esta cuspia sombras que intencionalmente queriam engolir tudo ao redor. Eles se movem como dançarinos em um duelo mortal, suas espadas cantando uma melodia de destruição.

Karathiel girou e atacou com um golpe horizontal, mas o Senhor das Trevas desviou com facilidade, contra-atacando com uma estocada que quase acertou no flanco. Ela recuou, ajustando sua postura, tentando prever o próximo movimento dele.

O Senhor das Trevas soltou uma risada cruel. "Você está cansada. Posso ver. Você não tem chance."

"Talvez," disse Karathiel, ofegante, "mas você também está."

Ela correu em direção a ele, usando sua agilidade para esquivar de um golpe vertical que rachou o chão atrás dela. Com um salto, ela girou no ar e trouxe a espada da luz para baixo, mirando o ombro dele. O golpe acertou, cortando a armadura negra e fazendo-o recuperar com um rugido de dor.

Mas ele não caiu. Em vez disso, seu olhar ficou ainda mais sombrio. Ele estendeu a mão livre e uma onda de energia negra atingiu Karathiel como uma parede, arremessando-a contra uma rocha.

Ela gritou de dor, mas se levantou, cambaleando. Seus olhos, ainda brilhando em dourado e azul, fixaram-se no Senhor das Trevas.

"Isso é tudo que você tem?" ela desafiou, limpando o sangue do canto de sua boca.

Ele avançou novamente, a luta continuando com uma intensidade brutal. Os dois lados, forças da natureza, colidindo, luz e trevas em um duelo que parecia que poderia destruir o mundo ao seu redor.

O tempo parecia desacelerar enquanto Karathiel aproveitou uma abertura e desferiu um golpe direto no abdômen do Senhor das Trevas, sua espada atravessando a armadura e queimando a carne negra dele com um brilho intenso.

Ele rugiu, mas ao invés de cair, ele segurou a lâmina da espada dela com a mão enluvada, ignorando a dor enquanto uma energia sombria envolvia sua outra mão.

"Se você cair, você vai comigo!" ele disse, trazendo a espada das trevas para baixo com toda sua força.

Karathiel tentou se esquivar, mas estava exausta. A lâmina negra atravessou sua lateral, um golpe devastador que fez cair de joelhos.

O Senhor das Trevas também caiu, sangue negro escorrendo da ferida que ela havia causado. Os dois estavam ajoelhados, frente a frente, suas respirações pesadas enquanto sangue, suor e lágrimas misturavam-se à poeira da batalha.

Karathiel olhou para ele, seus olhos ainda brilhando, e deu um sorriso fraco.

"A luz... nunca se apaga."

Ela tira forças da onde não tinha, e com a última gota de sua bravura arrancou a espada cravada no abdome do senhor das trevas e o acerta em cheio em seu coração.

E então, os dois caíram ao mesmo tempo.

O campo de batalha ficou em silêncio. Todos, humanos, elfos, anões e magos, pararam de lutar, seus olhares fixos na cena diante deles. O Senhor das Trevas, caído. Karathiel, imóvel.

Helena, que observava de longe, gritava o nome de Karathiel enquanto corria desesperadamente na direção dela. Os reis e rainhas, seus amigos, e até mesmo os Sements, todos observavam em um suspense absoluto.

A guerra parecia suspensa, pendente em um fio de destino que ninguém sabia como iria se romper.

Continua...

E ai o que será que vai acontecer? Qual é o papel de Helena nessa guerra?

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top