Galathrendil
A profecia ecoou por toda a floresta, entre as árvores e alcançando cada canto de Lorienel. Karathiel e Helena se entreolharam, confirmando que seus destinos estava realmente entrelaçados. Mas, de repente, a expressão de Karathiel se contorceu em dor. Ela colocou a mão sobre o peito, como se sentisse uma agonia inexplicável. "Algo está errado", murmurou, a voz trêmula. "A natureza... Ela está com medo. Algo maligno despertou nas sombras."
Helena franziu a testa, inquieta. "Como você sabe?". Helena ainda leiga em assuntos da magia, sabendo apenas histórias contados pelo seu povo.
"Eu sou uma elfa de um reino da luz e protetores da natureza. Eu nasci com dons raros e sou ligada diretamente com a natureza, consigo saber o que estão sentido, além de poder ouvir e conversar com os animais." Karathiel explicou de forma mais simples e educada possível.
Helena ficou surpresa com a descoberta e fascinada querendo saber mais, mas seus pensamentos foram interrompidos com um som que ela não soube distinguir, mas ela viu a fadinha perto de Karathiel, então supôs que as duas estavam se comunicando.
"Use o seu dom da visão Kara! O que você vê?" perguntou uma das fadinhas curiosas e ao mesmo tempo com medo.
Karathiel, com seus olhos brilhantes e atentos, focou o olhar em direção ao local onde estava emanando uma maior escuridão. Sua visão ampliou e seu foco se deu a quilômetros de distancia, até avistar criaturas horrendas, deformadas e armadas, que saiam de um lugar hostil e de sentimentos horripilantes. Ela narrou para que todos pudessem saber também.
"Tantas...criaturas ruins, são muitas, pelo menos umas 300 ou mais, estão marchando, saindo de um lugar muito sombrio. Precisamos ir, agora!" exclamou Karathiel se sentindo um pouco fraca, nunca tinha sentido a natureza com tanto medo assim, enquanto Helena, suas amigas, Selene e os animais a olhavam assustados com as informações.
Antes de partirem, um vento começou a sussurra suavemente entre as árvores e um brilho começou a se formar diante deles. Era o Espírito da Floresta novamente.
"Esperem," a voz do espírito era como o próprio eco da floresta profunda, "antes de partirem, tenho algo para a senhorita Helena, há algo em você que é raro entre os humanos. Sua força não vem apenas de suas habilidades, mas de um coração puro, capaz de compreender o que muitos não podem ver." disse o espirito de forma carinhosa e sem intenções de ofender aqueles ao seu redor continuou.
"Muitos de sua raça têm corações duros, cegos e incapaz de enxergar á harmonia da natureza, mas você é diferente. Sua alma está em sintonia com o nosso mundo. E é por isso, que a magia da floresta de Lorienel deseja lhe conceder um presente, algo digno de sua bondade."
Karathiel, que observava em silêncio ao lado, sorriu levemente, com orgulho, não é qualquer ser, seja de luz ou meros humanos, que tem essa capacidade de agradar o grande Espírito da Floresta de Lorienel.
O Espírito da Floresta se aproximou um pouco mais de Helena e disse "Para receber este presente, é preciso que siga o caminho até o poço sagrado, e quando chegar, coloque seu rosto bem próximo da superfície da água. A magia da floresta revelará o que você precisa ver e você será levada até ele e os outros apenas assistirão daqui, agora vá!"
Helena, com o coração acelerado, fez um breve aceno e acompanhada de Caitlin e Samantha foi até o poço, ela se ajoelhou diante da água cristalina. Respirando fundo inclinou-se e aproximou seu rosto até tocar a água. De repente sentiu a agua flui por seu corpo, e quando percebeu não estava mais na floresta.
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Ela se encontrava em um mundo inteiramente feito de água. Não havia terra sob seus pés, e no entanto, ela flutuava como se a própria agua ali a sustentasse. O horizonte ao seu redor era magico, podia ver pilares e deles caiam cascatas de água sem fim formando um vasto mar brilhante. Acima dela, era possível ver vários pontinhos brilhando como se fosse varias estrelas a distancia, era incrivelmente lindo. A sensação era de que o tempo não tinha pressa ali, transmitindo uma paz jamais sentida por ela.
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Ela olhou para baixo, e algo começava a se formar. Um brilho dourado emergia do fundo das águas, movendo-se em sua direção, até se projetar em uma forma humana e quando ela viu, lagrimas começaram a escorrer.
"Minha querida..."
Era a sua mãe. A mulher que havia perdido de forma cruel quando tinha apenas cinco anos. A mulher com quem nunca teve a chance de se despedir.
"Você... Está aqui?", a voz de Helena falhou
Sua mãe sorriu com uma ternura, aproximando-se com passos leves. "Sim, minha filha. A magia da floresta me trouxe até você, para que eu pudesse fazer algo que seu pai me privou de fazer, de poder lhe ver crescida e me despedir de você. Eu não tive a chance de dizer adeus... De te abraçar uma última vez."
Helena sempre sonhou em um dia pode-la reencontrar, dizer que a amava, abraça-la, mas agora que estava li, não sabia o que fazer. "Eu... Senti tanto a sua falta mamãe."
"Eu sei, meu amor," sua mãe disse com um sorriso, abrindo os braços. "E eu também senti a sua. Mas estou orgulhosa da mulher forte e corajosa que você se tornou. Assim como o seu irmão, meus lindos filhos. Ante de partir, quero que saiba que estarei sempre com vocês, não importa aonde for, eu os amo muito."
Helena correu para os braços de sua mãe, finalmente sentindo o conforto que tanto ansiava nos últimos anos. As lagrimas escorriam pelo seu rosto, mas eram lagrimas de saudade e amor. Do outro lado, na floresta, Karathiel, Caitlin, Samantha, Selene e os animais encantados assistiam tudo, sentindo o impacto daquele momento. Caitlin e Samantha choravam pela amiga, enquanto Karathiel e Selene sorriam com a beleza do momento.
Lilian em sua forma graciosa se afastou um pouco de sua filha e com o semblante mais serio disse. " Antes de partir, a magia da floresta pediu que eu lhe entregasse uma mensagem. Um enigma, que dará inicio a jornada de você e Karathiel como guardiãs da luz, ouça com atenção."
A primeira peça da arma da salvação está onde o primeiro passo da escuridão foi dado. Vá ao local onde os primeiros humanos se estabeleceram e trouxeram o medo e a ruína de muitas raças.
Helena franziu a testa, tentando entender o enigma. Sua mãe a interrompeu com um último abraço e um toque de seus lábios em sua testa. Sua mãe recuou um pouco, com os olhos brilhando de emoção. "Agora, você deve voltar. Eles precisam de você, seja forte e nunca perca a sua essência, ela é a sua maior arma." disse Lilian colocando a mão na direção do coração de sua filha e depois se dirigindo para as infinitas águas e se desfazendo ao longo do caminho.
"Confie na sua parceira, ela saberá onde ir. Juntas, vocês devem permanecer, pois separadas não encontrarão as peças que precisam. Acredite em seu vínculo, assim como eu acredito." as palavras de Lilian ecoou por toda Lorienel, sem deixar uma brecha para que Helena pudesse dizer algo. Helena sentiu uma leve brisa ao seu redor e a água flui para o seu corpo, quando retornou para a floresta, preste a cair no chão por ainda está emotiva, Karathiel com sua agilidade a pega em seus braços e a levanta com cuidado.
Karathiel sentindo a necessidade, como se algo a ligasse a Helena, mais do que apenas uma profecia, simplismente a abraça e a ampara de forma carinhosa, sussurrando palavras em élfico
Enviando Mensagens
Após o momento entre Karathiel e Helena, a mesma se afastou lentamente de Helena e disse "Temos que ir princesa, vamos para o meu reino Galathrendil, lá a senhorita e suas amigas podem descansar e também é um bom lugar para nos informa melhor sobre essa profecia e o enigma que sua mãe citou."
"Não dá, prometi voltar para o meu reino quando achasse as minhas respostas, meu irmão deve estar preocupado" respondeu Helena pensativa
"Não se preocupe princesa, antes de partir revelei a verdade sobre você a ele e disse que a mesma estaria segura, você e Karathiel devem focar em sua missão, não só o nosso mundo precisa de vocês duas, mas os reinos humanos também, não podem falhar." explicou Selene. "Vocês devem partir, com as criaturas das trevas desperta as estradas não são mais seguras e quanto mais tarde fica, mas difícil ficará para Karathiel lhes guiar até Galathrendil."
Helena um pouco relutante e pensativa não teve outra escolha a não ser concordar, afinal Selene estava certa. "Eu só queria, falar para ele que estamos bem." falou Helena um pouco frustrada.
"A senhorita pode fazer isso, basta escrever algo em um pedaço de pergaminho e pedirei a um dos meus pequenos amigos para levar, não quero que se junte a mim a essa missão se tiver com a cabeça preocupada com sua família, isso tiraria o seu foco e iria nos prejudicar." respondeu Karathiel de forma carinhosa e calma.
Em poucos minutos Helena junto de Samantha e Caitlin, escreveram para suas famílias falando sobre os acontecimentos, e também escreveram a pedido de Karathiel para ficarem atentos com criaturas estranhas e esquisitas, elas estão patrulhando toda a terra. E assim que puder enviará mais informações. Diante disso, Karathiel chama por pensamento uma águia, e a pede para levar as mensagens até Arandor, nas mãos do rei.
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Antes de partir Helena agradeceu Selene por tudo que fez por ela, que era muito grata e queria que ela fosse com elas, mas Selene explicou que a sua missão já foi cumprida e que agora ela deve proteger sua floresta, dizendo que sempre estará com ela aonde for, e agradeceu pela amizade.
O Reino de Galathrendil
Helena e suas amigas juntas de Karathiel deixaram Lorienel, seguiram pelo caminho de pedras e terra que serpenteava entre as colinas. O vento suave soprava e as folhas rosadas que cintilavam sob o sol ao poucos iam ficando para traz. Depois de horas caminhando, Karathiel olhou para o horizonte, onde se erguia a distancia seu reino.
"Estamos nos aproximando," ela disse, com um tom de reverência. "Meu reino sempre foi ligado à defesa da natureza. Nós, os elfos, somos guardiões de tudo o que vive, das árvores até aos menores insetos. Nossa rainha, uma alma bondosa e sábia, lutou na primeira grande guerra contra as trevas. Ela é a única que poderá fornecer as respostas sobre essas criaturas e principalmente sobre as trevas."
Karathiel parou por um momento, observando as florestas ao redor, antes de se voltar para suas companheiras. "Mas essa missão não será fácil," continuou ela. "Precisamos de aliados para enfrentar o que está por vir. Temos sorte, pois tenho amigos muito leais e dois deles são humanos, os conheci quando eles ainda eram crianças. Juntos, seremos mais fortes para enfrentar as trevas que se aproximam."
Enquanto o reino élfico começava a aparecer ao longe. Karathiel, com os olhos fixos no horizonte, sussurrou ao vento. Suas palavras eram suaves, quase inaudíveis, mas que ecoaram através das árvores e das folhas, carregadas pela brisa. Os animais próximos se aproximaram, como se entendessem sua mensagem, e logo desapareceram entre as florestas. "Os avisos foram enviados," disse Karathiel, com um sorriso. "Meus amigos saberão que precisamos deles."
As outras olharam surpresas. "Mas como eles vão saber, se você não escreveu nada?" Caitlin perguntou, intrigada. Karathiel riu suavemente e balançou a cabeça. "Nós somos amigos de longa data," explicou ela, "eles entenderão o chamado ao sentir e ver o que mandei. Não se preocupem, eles estarão ao nosso lado em dois dias, no meu reino. Juntos, enfrentaremos o que está por vir."
Helena e suas amigas avançavam pelo caminho sinuoso da floresta, Karathiel guiava graciosamente à frente delas. À distância, o reino de Galathrendil parecia ser apenas uma imensa floresta, suas árvores douradas reluzindo ao sol. Mas, à medida que se aproximavam, o cenário começou a se revelar em toda a sua beleza mágica.
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As árvores, antes distantes, agora mostravam-se imponentes. Seus troncos eram largos e altos, e as folhas brilhavam como se estivessem sendo tocadas por luzes encantadas. O som das folhas balançando ao vento soava como uma melodia antiga. Entre essas árvores, pequenos riachos corriam, com águas tão puras que podiam ver cada pedra no fundo. Helena e suas amigas ficaram extasiadas ao verem os primeiros lagos cristalinos. Elas pararam por um momento, maravilhadas com a calma e a paz que emanava daquele lugar.
Conforme se aproximavam mais da cidadela, a magia do reino dos elfos se revelava por completo. Pontes delicada e ornamentada atravessavam os lagos e riachos, ligando pequenas ilhas de verde exuberante. Cada uma dessas pontes parecia feita à mão com um cuidado que só os elfos poderiam ter, enfeitada com flores coloridas que nasciam em seus arcos. Helena sentia como se estivesse caminhando por um sonho.
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Enquanto andavam cada vez mais adentro da floresta, elas começavam a ver sinais de civilização, vilas elficas com suas casas construídas diretamente nas árvores, com algumas suspensas no ar, conectadas por passarelas e escadas sinuosas feita por algum tipo de metal. Cada casa era única, suas arquiteturas foram feitas como se tudo fosse uma extensão da própria floresta. Helena e suas amigas passavam pelas passarelas com Karathiel olhando tudo como se aquilo não fosse real, era magico demais.
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As crianças élficas brincavam alegremente entre as árvores, suas risadas ecoando por todo lado. Elas corriam e saltavam com uma leveza que parecia sobrenatural, suas longas tranças balançando enquanto brincavam de esconde-esconde entre os troncos e os riachos. Helena sorriu ao ver a pureza nos rostos das crianças.
Os guerreiros élficos, por outro lado, mantinham-se nas sombras das árvores mais próximas. Altos e elegantes, com armaduras leves que refletiam a luz dourada das folhas, eles observavam com um misto de tranquilidade e vigilância. Suas espadas e arcos, descansavam em suas cinturas e costas, prontas para proteger o reino se necessário.
Então, ao cruzarem uma última colina, a grande cidadela élfica finalmente se abriu diante delas. Cada casa era única, suas arquiteturas foi feita como se tudo fosse uma extensão da própria floresta. Ao longe, no coração da cidadela, o castelo da rainha se destacava. Era uma mistura de metais com os elementos da natureza, era dourado e reluzente, com pontes e casas espalhadas ao redor de todo o castelo. Helena sentiu-se pequena diante daquela majestade, e suas amigas compartilharam o mesmo sentimento.
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"Nunca vi nada tão lindo," murmurou Samantha, os olhos brilhando de admiração.
Helena, também sem palavras, apenas assentiu. Ela sentia que havia entrado em um mundo que existia apenas em histórias, um lugar de pura magia, onde a natureza e a civilização coexistiam em perfeita harmonia. Karathiel que as guiava olhou para elas com um leve sorriso, sabendo que para elas, a magia era algo novo.
"Sejam bem-vindas ao meu lar," disse Karathiel, com uma voz suave.
O encontro com a Rainha de Galathrendil
Enquanto andavam em direção ao castelo, as crianças e os adultos elfos olhavam para Karathiel com respeito e isso não passou despercebido pelas meninas, até ouvirem uma voz de criança.
"Guerreira Karathiel, sentimos sua falta." A criança falou a abraçando, "Os animais estão assustados e não vieram aqui hoje, poderia os chama-lo para brincarmos?" a menininha disse um pouco triste, mas também esperançosa.
"Oi Elariel, vamos acorda-los então." disse Karathiel com um sorriso para não assustar a menininha, mas sabia porque os animais estavam assustados, mas mesmo assim sussurrou aos ventos pedindo para eles aparecerem e que ali eles estão seguros. Logo eles começaram a aparecer, desde de cervos e a pequenos mamíferos como os esquilos e a população élfica ficou eufórica. Antes de ir brincar Elariel se aproximou de Helena.
"Oi, a senhorita é muito bonita, seus olhos são lindos" disse a menininha tímida. "É a primeira vez que vejo uma humana tão bonita, todas que vi nos livros eram bonitas, mas não igual a senhorita." ela disse com suas bochechas vermelhinhas e Helena ficou encantada e colocou sua mão em seu rosto.
"Muito obrigada, mas com certeza não tem ninguém mais lindinha do que você" disse Helena e a garotinha sorriu, ela disse oi a Caitlin e Samantha e se foi.
Todos ao redor sorriram com a interação das duas, inclusive Karathiel, mas logo voltaram a caminhar em direção ao castelo, onde sem elas saberem a rainha já estavam a suas espera.
Acompanhando Karathiel pelos corredores do castelo élfico, Helena percebia que ainda havia muito sobre a elfa que permanecia um mistério. As amigas, compartilhando olhares curiosos, também sentiam a aura de poder que emanava de Karathiel. Ao adentrarem o salão principal, foram recebidas pela rainha, uma figura imponente e graciosa, com cabelos prateados. Seu olhar era acolhedor, mas carregava a sabedoria de eras.
"Bem-vindas ao meu reino, humanas," começou a rainha com uma voz suave, mas firme. "É uma honra receber vocês, especialmente uma das Guardiãs da Luz." falou olhando para Helena
Antes que pudessem perguntar algo, a rainha se virou para Karathiel, seus olhos brilhando com orgulho. "Estou orgulhosa de você, minha guerreira dourada. Serviu bem ao seu reino, mas lamento por nunca ter revelado antes sua verdadeira natureza como Guardiã. Havia coisas que você precisava descobrir por si mesma."
Helena ficou atônita, assim como suas amigas. Karathiel, era uma Guerreira Dourada? Parte da guarda real do reino? Ela a olhou de cima a baixo, notando pela primeira vez os detalhes dourados no manto de Karathiel, o emblema que refletia o brilho das árvores douradas do reino. Aquilo tudo fazia sentido agora, a postura impecável, as habilidades, o respeito que todos lhe demonstravam. Era mais do que Helena jamais esperou.
"Você faz parte da guarda real?" Helena perguntou, a surpresa clara em sua voz.
Karathiel, assentiu com um leve sorriso. "Eu sou uma Guerreira Dourada... e sempre servi à rainha. Mas não sabia, até agora como você, que minha missão era muito maior."
A rainha, percebendo o choque nas humanas, sorriu pacientemente. "Karathiel sempre foi uma protetora nata. Ela foi treinada desde jovem para servir como uma das minhas melhores guerreiras, e seu coração justo a fez digna de carregar o manto dourado. No entanto, sua verdadeira jornada, ainda está apenas começando, assim como a de Helena."
Enquanto a rainha falava, ela começou a caminhar pelos corredores, convidando o grupo a segui-la. As paredes estavam carregadas com imagens gravadas que contavam histórias de eras passadas, de batalhas entre luz e trevas, e de heróis que juraram proteger essa terra. Karathiel observava cada detalhe, suas sobrancelhas ainda franzidas. "Nunca vi este corredor antes..."
"Você nunca viu este lugar, porque ainda não estava pronta para compreender o que ele representa", explicou a rainha, suas palavras ecoando pelos corredores. "Este é o salão dos heróis de Lutharon, reservado àqueles que têm o destino de carregar a Luz contra as Trevas. Sua missão é grandiosa, Karathiel. Muito mais do que você poderia ter imaginado."
Helena, ainda tentando entender tudo sobre o mundo além dos reinos humanos perguntou: "O que é Lutharon? Sempre leio ou ouço esse nome."
A rainha com um olhar sereno responde. "Lutharon é o nome que nós as primeiras raças demos a esse mundo, basicamente nós os elfos os batizamos, somos os seres mais antigos daqui."
Enquanto caminhavam, a rainha continuou a falar, revelando segredos que apenas os mais sábios e antigos conheciam. "Vocês estão em busca de respostas sobre as Trevas e suas criaturas. Antes de me tornar rainha, lutei ao lado de minha irmã, que até então governava este reino. As Trevas surgiram com uma força que nunca vimos antes. Lutamos bravamente, mas a luz foi vencida... e minha irmã foi uma vítima. Foi naquele momento que assumi o trono e nos fechamos para o mundo, buscando nos reerguer."
Elas passaram por uma parede que mostrava a antiga rainha em batalha, sua espada mágica cortando uma criatura ao meio. "Durante a batalha, percebemos que as armas humanas não eram suficientes. Os Orcs caíam, mas outras criaturas eram mais poderosas, resistentes. Foi quando descobrimos que apenas armas forjadas com essência mágica, como as dos elfos e dos anões, podiam derrotar essas bestas."
Helena ouviu atentamente, absorvendo cada palavra. "As criaturas são feitas de magia negra?"
"Exatamente", respondeu a rainha. "Elas foram criadas com magia antiga e sombria, e só podem ser derrotadas por magia da Luz. As armas élficas, como as que Karathiel carrega, têm essa essência. É o que temos de mais valioso contra as Trevas."
Karathiel tocou o cabo de sua espada, compreendendo pela primeira vez o verdadeiro poder que carregava. Não era apenas uma simples arma, era seu escudo na luta contra o mal.
Enquanto andavam pelos corredores, a rainha as conduziu até uma parede ornamentada com imagens de duas figuras: uma elfa olhando uma bebê humana. "Todos os seres mágicos daquela época ouviram a profecia", disse a rainha, virando-se para Helena e Karathiel. "Ela dizia que duas Guardiãs da Luz nasceriam. Uma delas seria uma elfa, a outra, uma humana. Vocês são essas guardiãs, e o destino as trouxe aqui para cumprir seu papel."
"E agora, minha guerreira dourada", a rainha disse, olhando profundamente nos olhos de Karathiel, "e você, princesa humana, o destino as aguarda. As Trevas estão se erguendo novamente, e apenas vocês poderão enfrentá-la."
Elas assentiram ainda processando todas as informações que a rainha lhes deram, até que Helena perguntou "Ouvimos o primeiro enigma e ele menciona que devemos ir onde a escuridão deu o seu primeiro passo, que lugar é esse majestade?"
A rainha não respondeu, ela simplismente olhou para Karathiel, e a mesma compreendeu que a missão é delas e ninguém poderia interferir. Foi quando Karathiel lembrou das falas da mãe de Helena confie em sua parceira, ela saberá onde deve ir. Karathiel buscou no fundo de sua mente, os seus aprendizados, os livros e histórias que leu e ouviu, foi quando uma palavra surgiu em sua mente e ela simplismente disse:
"É Tharbadad, são as ruínas do antigo reino dos humanos, quando eles ainda habitavam perto de nós", a rainha simplismente sorriu.
"Muito bem meninas, Tharbadad é para onde devem ir, fiquem aqui em Galathrendil até sua equipe estiver pronta Karathiel, dê armas élficas para eles e boa sorte em suas jornadas meninas." disse a rainha antes de se retirar.
O Início da Ordem da Luz
Em outras partes dessa terra milenar, os amigos de Karathiel recebiam sua mensagem enviada pela natureza:
No Reino de Aearondor, a amiga humana de Karathiel estava observando o mar quando algo incomum chamou sua atenção. Um grupo de gaivotas sobrevoava o penhasco em círculos repetitivos, o que não era típico de seu comportamento, mas que ela reconhecia aquilo de anos. Era um sinal claro de sua velha amiga elfa, uma convocação urgente. Sem hesitar, ela se preparou para partir em direção a Galathrendil.
Enquanto isso, no Reino de Faerondor, outro humano notou algo fora do comum em seu ambiente. Uma águia majestosa, normalmente encontrada voando alto, desceu das alturas e pousou próximo a ele, com um olhar fixo e atento. Ele conhecia aquele comportamento. Aquele olhar não era o de um animal comum, mas o de um mensageiro. O vento entre as árvores trouxe um murmúrio que ele compreendeu perfeitamente: sua amiga elfa precisava dele, e o tempo era curto. Preparando sua besta e suas provisões, ele se pôs a caminho, sabendo que algo grande o aguardava.
No subsolo do Reino de Thorinor, seu velho amigo anão estava trabalhando em suas forjas quando percebeu os texugos (lembrem-se das crônicas de Nárnia) emergindo dos túneis. Os animais se aproximaram, rodeando-o como se estivessem lhe entregando uma mensagem. O anão, sábio nas tradições antigas, sabia que sua amiga elfa havia usado a natureza para chamar por ele. Sentindo o peso da urgência, ele deixou suas ferramentas e começou sua jornada, sabendo que sua presença era necessária.
Por fim, o mago nômade, que vagava pelos desertos, percebeu a mensagem de uma maneira diferente. Serpentes deslizavam em sua direção, cortando o silêncio das dunas com uma precisão incomum. Ele sabia que a natureza estava tentando falar com ele, e que sua amiga elfa era a fonte daquela convocação. Ele, conhecedor dos mistérios da natureza, não ignoraria o chamado. Preparando seus pertences, ele se dirigiu às florestas, sabendo que uma antiga amizade e um grande desafio o esperavam.
Já fazia dois dias que Helena e suas amigas estavam em Galathrendil, elas estavam fascinadas com toda a beleza e a magia daquele lugar, as crianças e todo os elfos daquele reino as receberam bem, elas andavam entre eles, todos a cumprimentavam. Helena, Samantha e Catlin, se sentiram muito bem acolhidas ali, tanto que foram convidas a aprenderem algumas de suas tradições como:
Comunicação com a natureza: os elfos as ensinaram a como escutar o vento, as árvores e os rios, as ajudando a entender os sinais da natureza.
Rituais de Caça Sagrada: onde a caça é feita apenas quando é realmente necessário, e sempre com respeito em relação ao ciclo de vida. Agradecendo ao espirito do animal por sua contribuição.
Elas ficaram fascinadas com a casa de Karathiel, era um lugar formidável, era tudo organizado e em harmonia com a natureza, por fora era algo magnifico, mas por dentro era espetacular, os moveis eram feitos de madeira e pareciam sair da propria árvore, as paredes perto da lareira era toda esculpida e contavam a história dos elfos daquele reino, cada toque aos desenhos, eles pareciam se mexer. A casa tinha vários cômodos e as três foram acomodadas em um deles. A noite elas sentavam enfrente a lareira e Karathiel, falava de outros reinos e florestas que existiam fora dos portões do reino delas.
No final do segundo dia, os amigos de Karathiel chegaram a Galathrendil, um por um, sendo muito bem recebidos pelos elfos, visto que eram amigos de sua maior guerreira.
"Olá meus amigos, a quanto tempo?" disse Karathiel se aproximando deles e os abraçando.
"Olá Karathiel, porque nos chamou?" perguntou Alexandra do reino de Aearondor
Karathiel os chamou para conversarem, ela os explicou tudo o que está acontecendo e que precisavam da ajuda deles. Eles assentiram falando que ia ajudar e logo foram apresentado a Helena, Caitlin e Samantha. Ali presente estava Alexandra e Barry os humanos, Axel o mago e Borin o anão.
"Descansem, amanha daremos inicio a nossa jornada" disse Karathiel a todos os 7 membros.
Uma Jornada contra as Trevas
Antes que o sol despertasse, Karathiel já estava de pé, pegou seu arco e flecha, suas adagas, e por fim sua arma mais fiel: a espada ornamentada com runas da natureza e deixou tudo do lado de fora de sua casa e foi até a sala de armas, pegar armas para seus amigos.
Karathiel adentrou a sala de armas do reino. Seus olhos brilhantes percorreram as prateleiras repletas de espadas reluzentes e arcos esculpidos com delicadeza, mas ela sabia que os elfos tinham algo a mais a oferecer.
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Para Alexandra, escolheu uma lança elegante, adornada com o símbolo do mar — uma escolha perfeita para sua amiga oriunda do reino dos navegadores. A lança era feita de um material leve, mas incrivelmente resistente, permitindo que Alexandra a manobrasse com facilidade e precisão. O cabo, entalhado com padrões de ondas, conferia um toque de magia à arma, refletindo a conexão de com as águas.
Para Barry selecionou uma besta de caça, cuja estrutura era finamente esculpida em madeira de uma árvore ancestral. Esta besta, com sua corda delicadamente tensionada, prometia um tiro silencioso e certeiro, permitindo que ele se adaptasse ao seu estilo ágil de combate. A elfa sabia que as armas pesadas dos humanos limitavam suas habilidades, e essa besta leve proporcionaria mais liberdade de movimento. Seu amigo Borin fiel ao seu machado, não necessitava de mudanças, ele já tinha a magia necessária.
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Quanto a Caitlin e Samantha, Karathiel havia percebido que, embora Helena tivesse um porte que sugeria algum treinamento, suas amigas não tinham a mesma confiança ao segurar suas espadas. As lâminas eram pesadas demais para elas. Então, decidiu que seria melhor escolher armas que realmente combinassem com elas. Para Caitlin, optou por adagas leves, que permitiriam movimentos rápidos e precisos. Já para Samantha, escolheu uma espada média, usada em treinos pelos jovens élficos, que era mais equilibrada e proporcionaria à amiga uma sensação de segurança ao lutar.
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Porém, a escolha de Karathiel para Helena foi ainda mais especial. Enquanto caminhava para seu reino, a elfa havia ouvido a conversa entre as três, onde Helena expressou seu amor pelos sais, armas em forma de tridente, pequenas e em pares, que exigiam habilidade e precisão. Reconhecendo que Helena já tinha prática com elas, Karathiel decidiu solicitar ao ferreiro que criasse sais no estilo élfico, que fossem não apenas belos, mas também letais em combate, perfeitos para uma guardiã da Luz. Com lâminas delicadamente forjadas e cabos ornamentados com símbolos élficos.
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E, por último, mas não menos importante, ela pediu ao ferreiro que criasse um cajado elegante para Axel, que serviria como uma extensão de seus poderes mágicos e como símbolo de proteção.
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Após pegar as armas, Karathiel pegou suas coisas do lado de fora de sua casa e foi ao encontro de seu grupo no centro de Galathrendil, onde a rainha se despediria e desejaria sucesso a essa grande missão. Assim que ela chegou, fez reverência a rainha e se voltou aos seus amigos. "Eu trouxe armas élficas para cada um de vocês."
Ela começou a distribuir as armas, começando por Alexandra, que recebeu a elegante lança esculpida com o símbolo do mar. "Esta é para você, Alexandra. Que a conexão com as águas esteja sempre com você em batalha." Karathiel viu os olhos da amiga brilharem de gratidão enquanto ela segurava a lança com reverência.
Depois, Karathiel entregou o arco de caça ao Barry. "Este arco é mais leve e adaptado ao seu estilo. Que cada tiro seja tão certeiro quanto seu instinto." O caçador sorriu, pegando a arma e testando a flexibilidade da corda com as mãos.
"Agora, para vocês duas," disse Karathiel, virando-se para Caitlin e Samantha. "Vi que não tem treino ou prática, eu lhes ensinarei ao longo de nossa jornada." ela continuou "Caitlin, estas adagas são perfeitas para você. E Samantha, esta espada de treino é leve e adequada para seu uso." As duas amigas pegaram as armas, suas expressões se iluminando ao perceber que agora tinham ferramentas que realmente se adaptavam a elas.
Finalmente, Karathiel dirigiu-se a Helena. "E para você, eu pedi ao ferreiro que fizesse sais no estilo élfico, ouvi a sua conversa com suas amigas e descobrir que são as suas preferidas." Ela entregou as pequenas lâminas tridentadas, cada uma delicadamente trabalhada, que brilhavam sob a luz suave do sol. "Que estas armas estejam sempre à sua disposição."
Com um gesto de mão, Karathiel então indicou um espaço ao lado. "Peço que deixem suas armas humanas aqui no reino. Elas não são adequadas para a batalha que se aproxima, e quero que estejam equipados com o que há de melhor." O olhar firme de Karathiel demonstrava a seriedade de sua proposta.
"E você, meu amigo mago," continuou, virando-se para ele, "este cajado é para você. É uma extensão de sua magia, forjado com cuidado para que você possa canalizar seu poder de forma eficaz." Ela entregou o cajado, que emanava uma aura mágica sutil, enquanto ele a segurava com um semblante de admiração.
Os amigos se entreolharam, um sentimento de gratidão e união pairando no ar. Karathiel sentiu a energia do grupo se fortalecer, e com um sorriso, completou: "Agora estamos prontos para enfrentar o que vier. Com estas armas, não apenas lutaremos, mas também traremos a luz de volta para essa terra."
Eles se despediram de todos ali presente, inclusive da rainha e partiram rumo a sua jornada contra as trevas, enquanto eles buscavam pela arma da salvação os reinos se empenharam para que seus caminhos sejam livres de interrupções. A rainha com um olhar simbólico e com orgulho apenas sussurro aos ventos "No futuro vocês serão lembrados como a A ordem da Luz, um grupo de heróis que lutou bravamente contra as trevas. Boa sorte, meus queridos."
Continua...
A autora empolgou, quase 6 mil palavras rsrs
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