Filha da Lua e da Magia
Voltei mais cedo pessoal, ler os comentários de @Giselly936 ontem me animou, fiquei ontem e hoje escrevendo esse capítulo! Obrigada por comentar.
Não matem a autora, ela fez a pequena Helena Luthor sofrer um pouquinho.
Em uma noite límpida e com a presença da lua cheia e um céu estrelado, no castelo de Arandor, a rainha Lilian sentiu uma onda de calor pulsar em seu ventre, como se uma força pura e graciosa despertasse dentro dela. Quando a bolsa estourou, os humanos não viram, mas uma corrente de magia fluiu no momento que o liquido amniótico escorreu, trazendo um suave brilho dourado a sala, como se a própria luz da Lua e a magia de Lutharon quisesse testemunhar o nascimento de uma vida que completaria o equilíbrio contra as trevas.
A cada contração, ondas de dor e amor a envolvia. Ela respirava fundo, deixando que as energias do castelo fluíssem por ela, buscando a coragem de todas as rainhas que vieram antes, e seus pensamentos vagavam pelos livros sobre a terra magica que ali já coexistiu, pedindo proteção e amor para a sua menininha, sim seu extinto maternal sempre lhe dizia que era uma linda garotinha, Lilian sempre acreditou que a magia ainda fluía naquele mundo. Como se o seu pedido fosse atendido, o ambiente começou a pulsar com uma energia magica, e Lilian sentiu a presença de um ser magico, uma guardiã as observando e simplesmente sorriu. A atmosfera estava carregada de magia e emoção.
Finalmente, em um último empurrão, a vida emergiu, e um choro suave ecoou pela sala, preenchendo o ar com uma melodia magnifica. Lilian, ofegante, olhou para o pequeno ser em seus brações, seu coração transbordando de amor. A luz parecia dançar ao redor delas, e naquele instante, a linda recém nascida rapidamente focou seus lindos olhos verdes em um ponto especifico, foi muito rápido, mas o suficiente para sentir uma conexão invadir seu pequenino corpo entrelaçando sua alma com a sua metade ou na lingua dos humanos, sua alma gêmea. Seus pequenos olhinhos verdes olhou para sua mãe e rapidamente se fechou e ali Lilian soube que a chegada de Helena marcava o início de uma nova era para o reino, uma era de magia, coragem e sonhos a serem descobertos.
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Os primeiros Anos
Os primeiros anos de vida de Helena foram envoltos em amor e cuidado, especialmente vindo de sua mãe. Lilian passava incontáveis horas ao lado da filha, sussurrando canções antigas e contando histórias de tempos em que a magia não era apenas uma lenda, mas uma força viva e presente.
Nos amplos corredores do castelo, onde a luz da manhã iluminava as grandes janelas de vidro transparente, Helena e Lilian se tornaram inseparáveis. A pequena princesa, de olhos curiosos e sorriso cativante, sempre podia ser encontrada com sua mãe. Mesmo quando os deveres reais chamavam, Lilian mantinha Helena por perto, ensinando-a não apenas sobre o reino, mas também sobre o valor da bondade, da empatia e, especialmente, da magia que ela ainda sentia no mundo ao redor. Lilian era especial, e ela seria fundamental no desenvolvimento emocional e sua garotinha.
Porém, a ausência de afeto paterno foi sentida desde cedo. O rei Lionel mantinha-se à distância, observando Helena de longe, sem o mesmo entusiasmo que mostrava pelo irmão mais velho, seu primogênito, o herdeiro do trono. Ele via em Helena uma figura delicada e encantadora, mas sua prioridade estava em garantir que o príncipe estivesse preparado para o trono.
Desde muito pequena, Helena cativava todos ao seu redor com sua doçura e curiosidade. Os corredores do castelo de Arandor sempre vibravam com uma energia leve e calorosa quando a princesa estava por perto. Ela tratava todos com um respeito e uma gentileza. Os cozinheiros sorriam quando a viam surgir pelas portas da cozinha, seus passos leves como os de uma onça. Helena gostava de sentar-se num banquinho próximo a bancada da cozinha real, observando com olhos atentos os preparos do dia.
"Olá, bom dia! O que estão fazendo hoje?" Helena perguntava com graciosidade e de forma polida.
Em troca, as cozinheiras sempre lhe ofereciam algo, que Helena aceitava com gratidão. Os criados e os guerreiros sentiam-se tocados por essa proximidade com a princesa, que nunca se colocava acima deles. Ela os tratava com uma delicadeza que parecia ser parte de sua natureza.
Embora seu pai fosse distante e focado no irmão mais velho, o relacionamento de Helena com seu irmão era carinhoso e muito gracioso. Ele, mesmo jovem e carregado com as responsabilidades de se preparar para o trono, sempre encontrava tempo para sua irmã mais nova. Nas raras tardes em que escapava de suas lições, ele ia atrás de Helena, sabendo que ela estaria brincando entre as árvores do jardim ou sentada em algum lugar do pátio, imaginando histórias sobre magia.
"Helena!" ele chamava, sua voz calorosa. Ela sempre corria até ele, toda sorridente e todo mundo que via se apaixonava pela doçura do momento. Eles passavam horas juntos, brincando de esconde-esconde entre as árvores, ou simplesmente no pátio, onde ele brincava de ser o cavalo branco de sua irmãzinha. Mesmo que o príncipe estivesse destinado a ser rei, ele nunca a fez sentir inferior. Ao contrário, tratava-a como igual, admirando sua pureza e bondade. Lilia de longe se encantava pelo momento, ao ver seus filhos livres e felizes.
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Sempre que tinha a oportunidade, Lilian levava Helena para fora dos muros do castelo. As ruas de Arandor sempre se enchiam de vida quando a rainha e a pequena princesa caminhavam entre o povo. Lilian fazia questão de que Helena visse de perto como as pessoas viviam, longe da proteção das muralhas do castelo. Elas visitavam as lojas, conversavam com os cidadãos, e às vezes, quando ninguém estava prestando atenção, a rainha puxava Helena para uma das tavernas da cidade, onde as pessoas mais velhas se reuniam para contar histórias.
Ali, ao redor de uma lareira, os mais velhos falavam sobre o tempo em que a magia era real, quando os grandes magos caminhavam por aquelas terras. Helena ouvia com fascinação, os olhos arregalados e brilhando a cada novo conto.
"Dizem que as árvores sussurram segredos àqueles que sabem ouvir," um dos homens, com barba branca e longa, contou certa vez. " E que grandes florestas abrigam elfos guardiões da natureza."
Quando voltavam ao castelo, Lilian continuava a alimentar a imaginação da filha. À noite, enquanto Helena se preparava para dormir, a rainha se sentava à beira da cama da menina, com um livro antigo nas mãos. Os volumes eram velhos, quase empoeirados, e muitos tinham sido tirados secretamente da biblioteca, onde o rei mantinha as escondidas.
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Ela passava o dia seguinte pensando nos contos da noite anterior, e sempre que podia, fazia perguntas aos criados e trabalhadores do castelo. Lilian havia permitido, de forma sigilosa, que todos no castelo soubessem que poderiam falar abertamente sobre as lendas mágicas com a princesa. E assim, as histórias começaram a fluir de todas as direções.
Os criados contavam sobre os antigos elfos que protegiam as florestas, os jardineiros falavam de fadas que costumavam aparecer entre as flores nos dias, e os cavaleiros mais velhos lembravam das antigas batalhas em que os magos lutaram ao lado dos reis. Tudo isso as escondidas do rei.
E assim, entre contos antigos, visitas secretas à cidade e lições de vida contadas com doçura, a pequena Helena crescia, envolta em uma mistura de realidade e magia preparando-se, sem saber, para um destino muito maior do que qualquer um poderia prever.
O dia em que Helena chorou e o Reino perdeu sua Rainha
Helena teve sua primeira perda quando ainda era muito pequenina, com apenas 5 aninhos, a princesinha perdeu seu ponto de apoio, a sua mamãe, a rainha Lilian deixou o mundo. A noticia de espalhou por toda a Arandor, fazendo com que todos sentissem uma grande perda.
Enquanto todos tentavam se recuperar, no castelo a atmosfera pesada e silenciosa permaneceu desde o dia trágico, os servos tentavam trazer normalidade para aquele lugar. Sempre que eles viam Helena, eles sorriam e transmitiam carinho pelos olhos, tentando manter a alegria viva para a pequenina princesa. Seu irmão Alexandre, sempre a entretia com histórias e brincadeiras. Mas para Helena, era difícil entender o que havia acontecido, pois o rei nunca falava sobre o assunto além de repetir que "foi a magia que a tirou de nós". Porém, mesmo sendo apenas uma garotinha, algo dentro dela se recusava a acreditar e a aceitar essa explicação, pois sua mamãe sempre lhe falava sobre a magia de forma amorosa, não como algo que poderia causar dor ou destruição.
Mas o que ela não sabia, era que seu irmão e todos os servos do castelo, estavam com ódio do rei, mas por medo, apenas seguiam suas ordens. Eles sabiam que o rei estava envolvido na morte da rainha de alguma forma, afinal Alexandre e um de seus criados presenciaram o exato momento do ocorrido. Para proteger sua irmãzinha do lado ruim dos humanos, ele pediu a todos os criados que não a revelassem a verdade e que somente a fizesse sorrir. O rei proibiu qualquer menção á magia, seja em histórias ou conversas, e instaurou um silêncio ainda mais profundo no castelo.
As vezes, Helena se pegava espiando pelas janelas do castelo, olhando para o jardim onde costumava correr com a mãe, cercada por flores e histórias encantadas. Seu pequeno mundo se tornou um pouco mais escuro sem o brilho de sua mamãe.
O despertar dos sonhos
Nas noites tranquilas que seguiam o luto, quando o castelo adormecia e o silêncio preenchia cada canto, Helena começava a sonhar. Os primeiros meses, seus sonhos foram o seu consolo em meio a tristeza, a magia a lhe envolvia e as vezes sua mãe aparecia apenas para sorrir. Os seus sonhos eram vividos e tinha um brilho suave ao redor de tudo, como se a magia que sua mãe a tanto lhe falava estivesse se revelando para a princesa. Nos sonhos, ela via campos verdes, florestas antigas, fadas brincado e lhe mandando oi e beijinhos. Com o passar dos meses a magia começou a lhe apresentar uma essência maior, os sonhos começaram a ficar diferentes, como se ela quisessem lhe dizer algo, o sonho era tão intenso que as vezes ela acordava gritando e suando.
Com o aumento dos gritos, os servos e o príncipe começaram a ficar preocupados, Alexandre sempre que podia fugia de seu quarto sem o seu pai perceber e ia velar o sono de sua irmã, sem ela saber. O rei começou a ficar irritado e mandou que levasse a princesa para a ala norte, longe dele e de seu primogênito. Alexandre não aceitou o distanciamento, mas o rei o ameaçou a fazer mal a sua irmazinha e aos criados se não se distanciasse dela. Alexandre derramando lagrimas, perguntava:
"Porque pai? Deixa eu cuidar da Helena, ela precisa!" o garoto falava entre soluços.
Então o rei respondia "Sua irmã está ficando louca, e você não deve ficar perto dela, tem que focar em seu treino, e é uma ordem!", o garoto só fez assentir, não tinha muito o que fazer, ele era apenas uma criança também.
Depois desse dia, os irmãos não tiveram mais contato, mas Alexandre pediu ao pai que pelo menos deixasse sua irmã frequentar a escola e ter amigos, era a sua condição para se distanciar. Dai para frente Helena se sentiu cada vez mais sozinha, cada nova serva que era lhe requerida, não durava muito, achava a garotinha estranha e não aguentava mais ouvir seus gritos a noite, tudo culpa do rei que lhes alertava que ela era louca.
Um pouco de paz e Novas Amizades
Helena sofreu de solidão até seus 10 anos, mesmo os criados lhe dando carinho quando podia, não era o suficiente. O castelo que um dia era quente e vivido, se tornou frio e melancólico, ela sempre se perguntava porque o irmão não a vinha lhe ver, era só tristeza.
Foi então que Selene, uma nova serva, chegou ao castelo. Ela tinha vindo de um lugar distante.
Selene fora contratada pelo próprio rei, com a missão de cuidar da princesa. No entanto, antes de assumir seu posto, o rei a chamou. Sua expressão era grave enquanto falava sobre Helena, descrevendo a menina como uma criança atormentada. "Seja cuidadosa. Ela vive num mundo de sonhos e fantasias."
Mas Selene, uma mulher de coração gentil e mente aberta, não se deixou abater pelas palavras do rei. Ao conhecer a pequena Helena, sua primeira impressão foi completamente diferente. A menina, de cabelos pretos e olhos verdes brilhantes, era doce, educada e profundamente triste.
Na primeira semana sob os cuidados de Selene, a serva começou a perceber que as "fantasias" de Helena não eram sinais de loucura, mas reflexos de algo muito mais profundo. Durante a noite, a menina se agitava em seus lençóis, murmurando sobre luz e sombras que se estendiam por reinos distantes. Ela acordava assustada, às vezes com lágrimas nos olhos, pedindo pela mãe.
Selene sentia que a dor de Helena não vinha de uma mente perturbada, mas de um coração partido e de uma alma que parecia estar em busca de respostas. "Ela não é louca", pensou Selene certa noite, enquanto observava a princesa dormir. "Ela está apenas assombrada pelos mistérios que ninguém a explicava."
Com o tempo, Selene se tornava mais do que uma simples serva para Helena. Ela se tornava sua confidente, sua amiga e a única pessoa com quem a princesa podia compartilhar seus medos e sonhos. Selene ouvia com atenção cada palavra de Helena, sem julgamentos ou medo.
Juntas, elas começavam a forjar um laço que ajudaria Helena a suportar o peso de sua solidão. Selene sabia que a menina não era louca. Ela era especial. Com Selene em sua vida, Helena começou a ter de volta os brilhos nos olhos, ela já andava mais alegre pelos corredores da ala norte, e com o passar do tempo ela voltou a frequentar os jardins reais. De longe Alexandre observava tudo que acontecia com sua irmazinha sem poder fazer nada para ajudar.
Helena ao começar a frequentar os locais de novo, a escola, fez mais duas amigas, que no futuro seria uma amizade profunda e linda. Era Caitlin e Samantha, duas crianças pertencente a classe trabalhadora.
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Objetivos e Busca por Respostas
Aos quinze anos Helena queria fazer algo a mais para distrair sua mente, além das poucas amizades que tinha. Embora seu pai jamais permitisse que ela se envolvesse em qualquer tipo de treinamento físico, ela encontrou apoio onde ela era sempre bem vinda: entre os criados e guerreiros que circulavam o castelo.
Diana, uma fiel guerreira que havia cuidado de sua proteção desde criança, percebeu o desejo de Helena de aprender a lutar. Sabendo que o rei nunca aprovaria, Diana organizou os encontros em segredo, durante as tardes em que o castelo estava mais vazio ou nos bosques. Helena decidiu que queria aprender a usar uma arma incomum, algo que lhe desse agilidade e graça. Foi então que Diana sugeriu a sai, uma arma de duas lâminas que requeriam precisão, controle e uma mente afiada. Os sais não eram comuns no reino de Arandor, mas Helena se sentiu imediatamente atraída por sua leveza e versatilidade.
Os primeiros treinos foram desafiadores. Mas Helena era uma aluna dedicada. Os golpes que no início eram desajeitados e inseguros logo começaram a fluir com uma precisão crescente. Diana, sempre paciente, a guiava com firmeza.
Com o passar dos anos, o treinamento se intensificou. Helena, tornou-se uma lutadora habilidosa. Ela aprendeu a esconder suas habilidades diante do olhar vigilante do rei, treinando nas sombras, nos jardins abandonados do castelo, ou nas câmaras vazias da fortaleza.
Agora prestes a completar 22 anos Helena, começou a ter sonhos medonhos e assustadores, e enquanto ela era uma menina que costumava ter medo de seus próprios sonhos começou a buscar respostas. Algo dentro dela a chamava, e ela sabia que ignorar esse chamado era o mesmo que abandonar parte de si mesma. Por mais que seu pai a tentasse afastar da magia, Helena sentia a presença dela em cada canto do reino. Era como se a própria terra falasse com ela, e ela não podia mais ignorar isso.
Com a ajuda de Selene, sua criada mais fiel, e suas amigas de infância, Samantha e Caitlin, sim ela confiou nelas, Helena encontrou coragem para retornar à biblioteca proibida, o último vestígio de sua mãe e de tudo o que ela acreditava. A porta da biblioteca, trancada desde a morte de Lilian, era mais do que uma barreira física. Era o símbolo da repressão que o rei impôs a Helena e à memória de sua mãe.
Na calada da noite, as quatro jovens, com os corações acelerados, abriram a pesada porta de madeira. O interior da biblioteca estava coberto de poeira, mas ainda assim irradiava um poder antigo. As estantes de livros, há muito intocadas, guardavam segredos que a maioria no reino preferia esquecer. Selene e as amigas ajudaram Helena a carregar os últimos livros mais valiosos e antigos, que não foram queimados pelo rei, para o quarto da princesa, onde ela os estudaria em segredo.
Os livros falavam, de criaturas esquecidas e de rituais perdidos no tempo. No entanto o livro para sanar algumas de suas respostas, não estava ali e sim em uma seção proibida da biblioteca. O volume mais importante, aquele que poderia ser a chave para entender completamente seus sonhos e sua conexão com a magia, ainda estava lá, esquecido na zona proibida. Era um livro pequeno, de capa colorida e desgastada, escondido entre as sombras. E dentro dele, uma verdade que poderia mudar não apenas o destino de Helena, mas a de toda Lutharon. E ela há de achar!
Continua...
O que será que aconteceu com Lilian? Querem matar o Lionel?
E o Alexandre, o que acharam dele?
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