Confissões, Magia e Vingança
Uma Semana Após a Batalha
O silêncio pairava sobre o reino de Arandor, um silêncio estranho, misturado com o peso de uma batalha vencida, mas com perdas profundas. Os corpos dos caídos já haviam sido enterrados com honrarias, mas suas ausências ainda eram sentidas como sombras.
Durante essa semana, o reino começou a se reconstruir. Soldados ajudavam aldeões a erguerem casas destruídas, artesãos trabalhavam incansavelmente para reforçar as muralhas, e os curandeiros se desdobravam para atender os feridos. O rei Oliver e a rainha Diana, após se despedirem de Alexandre e Helena, partiram para seus reinos junto de suas tropas, para se recuperarem de suas perdas. Já os elfos, liderados por Valen, retornaram ao seu reino, levando consigo seus mortos, com promessas de voltar caso a escuridão ameaçasse novamente.
As trevas, curiosamente, pareciam ter recuado. Os céus cinzentos sobre Arandor haviam se dissipado, e o brilho do sol começava a iluminar o reino mais uma vez. Porém, mesmo com essa aparente calmaria, Karathiel e Helena não podiam ignorar a inquietação que sentiam. Os fragmentos, agora reunidos, permaneciam imóveis, como se aguardassem algo.
O Amor em Meio à Destruição
Helena, tentando aliviar a tensão que pairava sobre si e sua amada, decidiu mostrar a Karathiel as belezas de seu reino. Ao contrário do que a elfa esperava, Arandor era muito mais do que fortalezas e exércitos. Havia campos verdes que se estendiam até onde a vista alcançava, flores silvestres que floresciam em tons vibrantes, e um rio cristalino que cortava as colinas como uma serpente reluzente.
Karathiel caminhava com Helena por uma ponte de pedra sobre o rio, seus olhos azuis brilhando de fascínio. Ela tocava as flores com cuidado, como se fossem feitas de cristal.
Helena sorriu, observando Karathiel se conectar com cada detalhe ao seu redor. "Meu irmão sempre quis que Arandor fosse um símbolo de força, mas também de esperança. É por isso que ele protege não só as pessoas, mas também a terra."
Karathiel segurou a mão de Helena, entrelaçando os dedos. "E você, Helena, é o coração desse lugar. Sem sua estratégia naquela batalha, muitos mais teriam morrido. Seu reino é lindo, mas você é a parte mais bela dele."
Helena corou, desviando o olhar para o rio, tentando esconder o sorriso que brotava em seus lábios.
Naquela mesma noite, Helena decidiu que era hora de revelar a verdade ao seu irmão. Alexandre estava sentado em sua sala de estudos, revisando mapas e cartas enviados por seus conselheiros. Ele ergueu os olhos quando Helena entrou, percebendo sua hesitação.
"Algo te incomoda, minha irmã?" perguntou ele, com o tom sério que sempre usava.
Helena respirou fundo. "Sim. Preciso te contar algo... sobre mim e Karathiel."
Alexandre franziu o cenho, colocando os mapas de lado. "O que tem ela?"
"Eu a amo, irmão. E ela me ama também." As palavras saíram rápidas, como se Helena tivesse medo de que desaparecessem se não fossem ditas de uma vez.
O silêncio que se seguiu foi quase insuportável. Alexandre fechou os olhos por um momento, inspirando profundamente. "Helena... ela é uma elfa. Você entende o que isso significa? O mundo de vocês é diferente."
"Eu sei," respondeu Helena com firmeza. "Mas isso não importa. Ela me faz feliz, Alexandre. Pela primeira vez em anos, sinto que estou onde deveria estar. Com ela."
Alexandre permaneceu em silêncio por mais um tempo, antes de finalmente se levantar. Ele se aproximou de Helena, colocando as mãos nos ombros dela. "Se ela te faz feliz, então eu não tenho mais nada a dizer. Só espero que ela saiba o quanto você significa para mim."
Na manhã seguinte, Alexandre observou Karathiel enquanto ela ajudava os aldeões a plantar novas mudas nas terras devastadas pela batalha. Ele viu o cuidado com que ela tratava cada planta, como se entendesse a dor da terra. Ele também viu como ela olhava para Helena, com devoção e ternura.
Quando as duas passaram por ele, rindo juntas, ele assentiu discretamente para Karathiel, uma aprovação silenciosa que não precisava de palavras. A elfa retribuiu com um leve aceno de cabeça, sabendo o quão importante aquele gesto era.
O Silêncio dos Fragmentos
Enquanto os dias passavam , Helena e Karathiel observavam os fragmentos, agora guardados em uma caixa de madeira sobre a mesa no quarto. Eles brilhavam fracamente, como se dormissem.
"Por que eles não falam?" perguntou Helena, tocando um dos fragmentos com cuidado.
"Talvez ainda não seja o momento," respondeu Karathiel, sua voz baixa. "Ou talvez estejamos esperando por algo que não podemos ver."
Helena se aproximou, segurando a mão de Karathiel. "Seja o que for, enfrentaremos juntas. Como sempre."
Karathiel sorriu, apertando a mão de Helena. "Sempre."
Duas Semanas Após a Batalha
Os dias em Arandor passaram lentamente, cheios de calmaria e trabalho para reconstruir o que havia sido destruído. O reino parecia respirar novamente, com as risadas das crianças enchendo o ar, os aldeões replantando suas terras e os soldados treinando para estarem prontos para o que quer que viesse a seguir.
No entanto, os fragmentos ainda permaneciam em silêncio, como se estivessem aguardando um momento ou evento específico para revelar seu propósito. Essa espera começava a inquietar Karathiel, embora ela não deixasse transparecer. Com suas feridas completamente curadas, ela se dedicava a ajudar o povo de Arandor de todas as formas que podia.
A Elfa e o Povo de Arandor
Karathiel, com sua beleza etérea e dons únicos, logo se tornou uma figura admirada por todos. Quando ela caminhava pelas ruas ao lado de Helena, as pessoas paravam para cumprimentá-la com reverências e sorrisos. As crianças, especialmente, eram fascinadas pela elfa.
Em um dos dias ensolarados, Karathiel foi vista no campo próximo às muralhas, rodeada por crianças que a ouviam com olhos arregalados. Ela falava com os animais que se aproximavam, um coelho branco descansando em seu colo, enquanto passarinhos pousavam em seus ombros e mãos. Com um toque gentil na grama, pequenas flores silvestres desabrochavam, arrancando risadas e aplausos das crianças.
"Vocês veem?" dizia ela em sua voz suave. "A natureza fala conosco, mas precisamos escutá-la com o coração. E quando fazemos isso, ela nos responde com bondade."
Helena e Alexandre observavam de longe, apoiados em uma das muralhas do castelo. Helena, com um sorriso radiante, comentou: "Mamãe adoraria Karathiel. Ela sempre acreditou na bondade e no equilíbrio com a natureza e na magia."
Alexandre assentiu, um sorriso leve se formando em seus lábios. "Ela adoraria, sim. Mas papai..." Ele olhou para baixo cabisbaixo aonde lembrar das maldades dele. "Papai nunca a aprovaria. Você sabe como ele era. Abominava magia, chamava qualquer coisa fora do comum de 'ruis'."
Helena também com um olhar de melancolia, disse: "Eu sei. Ele nunca entendeu que o mundo é maior do que as crenças dele."
"Mas quer saber?" Alexandre olhou para a cena diante deles, onde Karathiel fazia uma pequena flor desabrochar na mão de uma menina encantada. "O que ele pensava, agora não importa mais."
Os dois soltaram uma risada leve para dissipar qualquer sombra de tristeza.
O Crescimento da Fé na Magia
À medida que os dias passavam, o ceticismo sobre a magia começou a se dissipar entre os habitantes de Arandor. Eles viam a conexão de Karathiel com a natureza como algo fascinante e puro, algo que representava esperança em um mundo ainda marcado por trevas.
Helena, ao lado de Karathiel, também começou a perceber como o povo olhava para elas não apenas como líderes ou guerreiras, mas como símbolos de algo maior: união, amor e fé em um futuro melhor.
Apesar da paz momentânea, Karathiel e Helena não deixavam de pensar nos fragmentos. Guardados com cuidado, eles permaneciam imóveis, brilhando levemente, como se estivessem adormecidos.
"É como se estivessem esperando algo," comentou Karathiel uma noite, enquanto observava os fragmentos junto de Helena.
"Ou talvez estejam testando nossa paciência," brincou Helena, embora sua expressão mostrasse que também estava preocupada.
"Seja o que for," disse a elfa, segurando a mão de Helena, "nós enfrentaremos juntas. Não importa quanto tempo leve."
Noite de Celebração em Arandor
A fogueira no centro de Arandor crepitava alto, lançando suas chamas dançantes para o céu estrelado. Era uma noite de celebração, um momento raro de alegria em tempos de incerteza. Crianças corriam ao redor do fogo, risadas enchendo o ar, enquanto os adultos compartilhavam histórias e brindavam por mais um dia de paz conquistada com tanto esforço.
Ao redor da fogueira, um grande círculo foi formado, onde os moradores do reino se sentaram ao lado de seus líderes. Rei Alexandre estava ali, relaxado, uma expressão serena em seu rosto. Helena sentava próxima a ele, sua mão descansando sobre a de Karathiel, que estava à sua direita. O círculo também incluía Borin, com sua risada grave e humor afiado, e Axel, que olhava as estrelas como se tentasse decifrar seus segredos.
Foi então que uma pequena menina, de cabelos dourados e olhos curiosos, se aproximou de Karathiel, segurando um buquê de flores silvestres que provavelmente havia colhido no campo.
"Senhora Karathiel," disse a menina, com uma voz doce e hesitante, "você pode nos contar uma história? Uma do seu mundo?"
Os olhos de Karathiel brilharam ao ouvir o pedido, e ela sorriu suavemente. "Uma história do meu mundo? Claro."
As Histórias do Mundo Élfico
Karathiel se levantou, sua figura esguia e graciosa destacando-se contra o brilho da fogueira. Todas as vozes ao redor se silenciaram, e os olhares se voltaram para ela, curiosos e atentos.
"Meu mundo," começou ela, sua voz melodiosa e envolvente, "é vasto, cheio de maravilhas que só podem ser vistas com os olhos do coração. Permitam-me contar-lhes sobre os reinos dos elfos, onde cada um guarda um segredo único da natureza."
Ela começou falando sobre os Bosques Sagrados, o coração pulsante de sua terra. "Esses bosques são vivos, protegidos por árvores milenares que guardam a sabedoria dos antigos. Suas folhas cantam com o vento, e a luz do sol, ao atravessá-las, dança no chão em padrões que contam histórias de eras passadas."
As crianças a observavam com os olhos brilhando, imaginando os bosques mágicos.
Ela então descreveu o Reino dos Elfos da Cura, onde tudo era branco como a neve mais pura. "As árvores lá têm cascas brancas e folhas prateadas que brilham à luz da lua. Dizem que qualquer ferida, por mais grave que seja, pode ser curada nas águas sagradas desse reino. É um lugar de paz, onde até os ventos sopram suavemente para não perturbar sua serenidade."
Karathiel fez uma pausa e apontou para Borin, o anão sentado ao lado de Axel. "E não apenas os elfos habitam meu mundo. Existem os anões, como meu amigo Borin. Mestres da forja, eles moldam o metal como se fosse argila, criando armas e armaduras que resistem ao tempo e ao fogo."
Borin riu alto, batendo no peito com orgulho. "Isso mesmo! Nenhuma espada no mundo é mais forte do que a de um anão!"
Todos riram, e Karathiel continuou, desta vez apontando para Axel. "E também existem os magos, como meu amigo Axel. Eles são os guardiões do equilíbrio, estudando as estrelas e os elementos para compreender os mistérios da existência. Sua sabedoria é tão profunda quanto os oceanos."
Axel, que até então observava em silêncio, sorriu levemente e inclinou a cabeça em um gesto de respeito.
O Reino dos Elfos da Sabedoria
Karathiel então contou sobre o Reino da Sabedoria, um lugar onde a magia da luz e da cor permeia tudo. "As árvores lá têm folhas de todas as cores que se possa imaginar, e ao caminhar por suas trilhas, as sombras mudam de tom constantemente."
"As árvores lá são tão altas que suas copas desaparecem nas nuvens, e em seus troncos, os elfos esculpem runas que contam as histórias de nosso povo. Os estudiosos passam a vida decifrando essas runas, buscando entender nosso passado para moldar nosso futuro."
Encanto e Reflexão
As crianças suspiravam maravilhadas, imaginando cada detalhe das histórias. Até mesmo os adultos, muitos deles desacostumados a ouvir histórias, pareciam encantados, transportados para um mundo além do seu.
Helena, que observava Karathiel com um olhar cheio de admiração, apertou levemente sua mão. "Você fala com tanta paixão. É impossível não se perder em suas palavras."
Karathiel inclinou a cabeça na direção de Helena, um sorriso tímido brincando em seus lábios. "Meu mundo é parte de quem eu sou, mas agora... Arandor também é."
Alexandre, que ouvia atentamente, comentou com um leve sorriso. "Se metade do que você descreveu for verdade, então seu mundo é um lugar que merece ser protegido."
Karathiel assentiu. "Assim como o de vocês."
Enquanto a noite continuava, as histórias de Karathiel acenderam uma nova chama no coração de Arandor, uma chama de curiosidade e esperança. Afinal, o mundo era muito maior e mais mágico do que eles jamais haviam imaginado.
O Chamado dos Fragmentos
A noite tranquila foi abruptamente interrompida por um estrondo mágico que fez a terra tremer levemente sob os pés dos presentes. As chamas da fogueira no centro de Arandor subiram como nunca antes, mudando de cor para um tom dourado e brilhante que parecia iluminar a alma de todos ali.
Os fragmentos, que até então haviam permanecido adormecidos, surgiram repentinamente. Cada um deles flutuava pelo ar em torno da fogueira, irradiando luz e poder. O silêncio caiu sobre a multidão, com olhos arregalados e bocas abertas, enquanto os pedaços mágicos giravam, formando um círculo perfeito.
E então, uma voz ecoou, profunda e ancestral, parecendo surgir de todas as direções ao mesmo tempo.
"Guardiãs da luz," a voz começou, reverberando como um trovão distante. "Vocês provaram seu valor, unindo os fragmentos e superando os desafios que o destino colocou em seu caminho."
Karathiel e Helena, que estavam sentadas lado a lado, se levantaram automaticamente, como se seus corpos fossem guiados pela própria energia dos fragmentos. As duas se entreolharam, percebendo a gravidade do momento, enquanto todos ao redor permaneciam imóveis, tomados pelo fascínio e pela reverência.
"O próximo passo está diante de vocês," continuou a voz. "Devem partir em direção ao Reino dos Anões, onde as forjas são espetaculares e eternas. Ali, sob a luz das estrelas e da lua, encontrarão o local onde os fragmentos devem ser unidos. Desses fragmentos surgirá a arma final, uma arma que só pode ser empunhada por uma guerreira lendária, uma de coragem incomparável. Mas lembrem-se... ela será guiada por um ser de coração puro. Apenas juntos vocês poderão moldar o destino."
As palavras pareciam pesar no ar, mas ao mesmo tempo enchiam os corações de todos com esperança e determinação. A voz fez uma pausa antes de continuar:
"A batalha final se aproxima. A grande guerra entre a luz e as trevas será travada, e o destino de todos os reinos repousará sobre seus ombros. Guardiãs, preparem-se para o desafio que está por vir. Boa sorte, e que a luz as guie."
Quando a voz desapareceu, os fragmentos brilharam mais uma vez antes de se alinharem perfeitamente, formando uma espécie de constelação no ar, e então desapareceram, como se fossem absorvidos pelas estrelas. O fogo voltou ao seu estado normal, embora o calor de suas palavras ainda estivesse presente no coração de todos.
Por um momento, ninguém ousou falar. Era como se a magnitude do que haviam acabado de testemunhar fosse impossível de processar.
Uma Nova Jornada
As pessoas de Arandor, ainda impressionadas, começaram a conversar entre si, alguns murmurando orações, outros oferecendo palavras de encorajamento. Borin, que estava ao lado de Axel, deu um soco amigável no ombro do mago.
"Está na hora de mostrar às Guardiãs o verdadeiro poder das forjas anãs," disse ele, sorrindo com confiança.
Axel sorriu de volta. "E talvez você finalmente limpe sua oficina para impressionar nossos convidados."
Enquanto isso, Helena olhou para Karathiel, pegando sua mão. "Estamos juntas nisso," disse ela suavemente.
Karathiel apertou a mão de Helena e respondeu com um pequeno sorriso. "Sempre."
A fogueira continuava a crepitar ao fundo, mas agora o que preenchia o ar não era apenas o calor das chamas, mas o brilho da esperança e a promessa de que, não importa o que estivesse por vir, elas estavam prontas para enfrentar o destino de cabeça erguida.
O Rugido das Trevas
Nas profundezas do reino sombrio, onde a luz jamais ousava tocar, a atmosfera era sufocante e pesada, carregada de um mal ancestral. As cavernas escuras ecoavam os gritos e sussurros dos servos do Senhor das Trevas, criaturas grotescas que rastejavam, rugiam e tramavam em meio à sombra. Mas dessa vez, não havia apenas medo — havia pânico.
Sentado em seu trono forjado de ossos e sombras, o Senhor das Trevas ergueu-se, sua presença dominando o salão escuro como uma tempestade prestes a explodir. Seus olhos brilhavam como brasas, e a ira em seu semblante era palpável. Os servos reunidos em sua presença tremiam, curvados diante de seu poder, incapazes de olhar diretamente para ele.
"VOCÊS FALHARAM!" Sua voz ecoou como trovões, sacudindo as paredes da caverna e lançando faíscas de energia sombria pelo ar. "Vocês me prometeram vitória, e ainda assim, cada tentativa de esmagar a luz termina em vergonha! Vocês não são dignos nem mesmo de rastejar sob meus pés."
Uma onda de medo se espalhou pelos servos. Alguns se ajoelharam ainda mais, implorando por perdão, enquanto outros se encolhiam, tentando evitar o olhar flamejante de seu mestre.
O Senhor das Trevas levantou uma de suas mãos, coberta por uma armadura negra que parecia feita de pura escuridão condensada. Com um gesto, ele trouxe um dos generais orcs, uma criatura monstruosa e imponente, para diante dele.
"Vocês falharam em Arandor. Deixaram que os humanos e os elfos resistissem. Deixaram que as Guardiãs ganhassem." Sua voz, agora baixa e fria como gelo, era ainda mais assustadora do que seus gritos. Ele fitou o general com desprezo. "Você sabe o que acontece com aqueles que falham comigo."
Antes que o general pudesse sequer responder, um raio de energia sombria o envolveu, e em um instante, ele desapareceu, reduzido a cinzas. Um silêncio mortal caiu sobre o salão.
O Senhor das Trevas virou-se para o restante de seu exército, sua voz crescendo novamente, desta vez com uma determinação sombria e opressora. "Desta vez, não haverá falhas. Desta vez, não deixarei que os fracos liderem. Vocês falharam porque não tinham um verdadeiro líder... agora, EU irei liderar a batalha."
Com um movimento poderoso, ele ergueu ambas as mãos, e o chão abaixo de seus pés começou a tremer. Um portal colossal de trevas abriu-se atrás dele, liberando uma torrente de criaturas que antes estavam presas em seus domínios mais profundos. Bestas de tamanhos e formas inimagináveis começaram a emergir, cada uma mais aterrorizante que a outra, suas presenças emanando puro terror.
Guerreiros das trevas com armaduras negras, cobertos por runas de destruição, formaram fileiras, suas armas reluzindo com a energia sombria. Gigantes, trolls, dragões das sombras e demônios ancestrais emergiram, formando um exército que parecia infinito.
"Destruam tudo que estiver em seu caminho!" Ele rugiu. "Queime suas terras, arrase seus castelos, consuma suas esperanças. Quero ver suas almas esmagadas antes mesmo de empunharem suas espadas!"
Ele olhou para o horizonte escuro além de seu domínio, os dentes à mostra em um sorriso cruel. "Se Arandor pensa que viu o pior de mim, eles não fazem ideia do que está por vir."
A Vingança Pessoal
Mas ele não apenas enviaria seu exército. Não desta vez. Ele próprio marcharia à frente, carregando o peso de sua vingança. Ele queria sentir a batalha, queria ver o medo nos olhos de seus inimigos antes de destruí-los. Seu corpo começou a emanar uma aura tão negra que parecia absorver toda a luz ao seu redor, deixando o ambiente ainda mais escuro.
"Guardiãs," ele murmurou, quase como um sussurro para si mesmo. "Vocês acham que estão prontas? Vocês acham que a luz pode prevalecer? Eu irei esmagar sua esperança e apagar a chama da resistência para sempre."
Ele então deu o comando final: "MARCHEM!"
E com isso, o maior exército que o mundo já havia visto começou a avançar, deixando um rastro de destruição em seu caminho. As trevas estavam se movendo, e desta vez, elas não recuariam tão facilmente.
Continua...
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