A Arte das Armas Élficas

Tem uma surpresinha no final do Capítulo, acho que vocês vão gostar! Boa leitura

Após pegarem o primeiro fragmento nas ruínas antigas de Tharbadad, a equipe de Karathiel e Helena mal tiveram tempo de respirar antes que um novo enigma fosse revelado. O próximo fragmento estava em algum lugar distante, mas antes de seguirem, precisavam descansar e refletir sobre o que acabara de ocorrer.

Quando saíram das ruínas, o céu já estava nublado e a escuridão começava a envolver a floresta onde estavam. Eles sabiam que deviam encontrar um lugar seguro, longe dos orcs que patrulhavam a área.

O grupo seguiu em silêncio, atentos aos ruídos da floresta. Depois de caminharem por cerca de uma hora, encontraram uma caverna escondida entre algumas árvores antigas, quase imperceptível à distância. Lá dentro, o ambiente era seco e protegido, o lugar perfeito para se esconder das ameaças noturnas.

Eles se acomodaram em torno de uma pequena fogueira que acenderam para afastar o frio. O brilho suave da chama iluminava seus rostos cansados, e a atmosfera ficou tenso com o peso do enigma ainda fresco na mente de Helena e Karathiel.

"Onde a escuridão é mais densa, o próximo fragmento as espera, foi isso que o guerreiro falou. O que será que significa?" disse Helena, virando o olhar para Karathiel.

"Eu sei onde é! nunca fui lá, pois é absurdamente tomado pelas trevas, nenhum ser de luz chegar perto, é muita podridão, criaturas medonhas que um dia já foram magnificas, na verdade aquele lugar todo já foi lindo, mas hoje é tenebroso, estou falando do Bosque sombrio, não fica muito longe daqui." respondeu Karathiel

"Mas não posso levar vocês lá, não por agora, é muito perigoso. Vocês não sabem nem manusear as armas élficas que lhes foram dadas, fora que alguns de vocês também não são treinados e é muita responsabilidade para mim e o Borin cuidar de todos sozinhos." continuou Karathiel

"Mas precisamos ir, e sozinha você também não pode Kara, a profecia fala que deve ser nós duas juntas." ressaltou Helena

"Nós iremos, mas não agora. Vou achar um lugar seguro e nos próximos dias irei treina-los, vou ensina-los a controlar suas armas, a se defenderem e a atacar" disse Karathiel olhando para Caitlin e Samantha, lhes passando segurança.

Todos a olharam com expectativa, inclusive Caitlin e Samantha que estavam realmente agradecidas por tudo que Karathiel estava fazendo por elass. Naquela noite, após a conversa, todos se voltaram para Helena e conversando sobre a decisão que ela tinha tomado nas ruínas. E que aquilo não era para qualquer um, todos a abraçaram e disseram palavras de conforto, e que se depender deles nada daquelas visões irão se concretizar. Helena agradeceu a todos. E assim foi a noite, cheia de conversas e reflexões.

Lições Élficas e o início dos Treinamentos

Na manhã seguinte Karathiel acordou primeiro que todos, certificou que todos estavam bem e saiu. Com sua agilidade élfica ela vasculhou tudo ao redor e mais além, quando ela achou uma campina (um campo aberto). Seu rosto se iluminou por ver que mesmo entre o caos ainda existe esperança e paz.

Naquela campina, é coberta de grama e pequenas flores silvestres que se estendem por todo o horizonte. O ar ali era fresco e não pesado igual o da floresta, ali ele é carregado com um leve perfume das plantas, enquanto o vento suave fazia as folhas dançarem e as gramas com suas hastes no alto se mexiam com graciosidade formando ondas em meio ao verde brilhante. O som dos pássaros distantes e o murmúrio de insetos completava a atmosfera tranquila e serena.

"Um ótimo lugar para ficar e ter treinamentos," pensou Karathiel

Logo ela retornou até a caverna, onde passaram a noite, reuniu todos e os levou para a campina. E assim como Karathiel todos ficaram encantados com a beleza e paz do local.

"Ficaremos por aqui nos próximos dias, aqui é um ótimo lugar para treinar, é aberto e tem luz. Se preparem começaremos logo." disse Karathiel

Tempo depois...

"Antes de pegamos nossas armas, quero que entendam a essência do que significa usar uma arma élfica. Nós elfos somos ligados a natureza, as armas elficas também são ligas a natureza, então não é só pega-las, e usar, não irão funcionar. Elas estão ligadas a harmonia que temos com o nosso corpo, a mente e com a natureza." aconselhou Karathiel

Os amigos se sentam em um círculo, ouvindo atentamente enquanto Karathiel continuava.

"Cada arma é forjada com um propósito, cada runa gravada carrega a sabedoria da natureza ou a quem ela foi destinada."

"Olhem para as minhas armas, cada uma delas carregada uma sabedoria diferente, no entanto a minha espada é a minha principal arma. Cada uma foi feita especialmente para mim." disse Karathiel pegando sua espada e suas outras armas.

"Minha espada foi forjada quando os anciões descobriram sobre os meus dons com a natureza. Ela foi feita com um metal antigo e banhada pelo vento e pela água das montanhas sagradas. Olhem as runas dela, são antigas e representam os elementos naturais: fogo, terra, ar e água. Além do símbolo da proteção. Quando eu a uso eu sinto meus dons se aflorarem é como se eu sentisse o mundo ao meu redor, desde o balançar das folhas até o fluir dos rios, e isso expande minha linha de ataque e defesa, tornando os meus movimentos leves e precisos."

Enquanto Karathiel falava sobre sua espada, todos estavam admirados com tudo, mas uma coisa eles aprenderam a arma não gera o poder e sim a harmonia que ela tem com o seu guerreiro, ela apenas reflete e canaliza o poder de quem a tem. Karathiel continuou a falar e mostrar suas armas (seu arco, suas adagas e suas lâminas) cada uma delas é uma extensão da sua conexão com a natureza. Mas a sua espada é que mais espelha sua essência a tornando uma verdadeira defensora da vida.

"A cada batalha, a cada desafio, nos tornamos mais fortes. Aprendam a canalizar e controlar seus sentimentos, sejam sempre vocês, não tentem ser melhor ou igual aos outros, cada um é único. Foquem nisso, pois é isso que formarão seu lado guerreiro."

Hora de aprender a usar as armas...

Karathiel se posiciona diante de seus amigos, e com um semblante sereno, mas atenta a tudo ao seu redor, ela observa os seis amigos à sua frente, Borin estava apenas observando de longe com um sorrisinho nos lábios, pois não precisava treinar. Cada um segurando uma arma élfica que nunca havia empunhado antes.

"Essas armas não são meros instrumentos de guerra... são parte de vocês, forjadas para complementar suas habilidades. Vocês nunca usaram armas élficas antes, então isso será novo. Mas, se ouvirem e sentirem, elas responderão a vocês. Vamos começar com você Alexandra" disse Karathiel

"Lembre-se nem todos os elfos tem dons, são tão normais quanto vocês humanos, o que os difere são suas habilidades e longevidade (tempo de vida). Então não tenham medo de empunhar as armas, elas apenas são a extensão de suas habilidades" reforçou Karathiel antes de ir até Alexandra.

Treinando Alexandra

Ela caminha até a guerreira do reinos dos navegadores, que segurava uma lança, com sua ponta cintilando em azul profundo. As runas da água correm por todo o comprimento da lança, como rios fluindo.

"Essa é a lança de Alquaril, é guiada pelo poder da água. Ela se move com fluidez, mas pode ser tão devastadora quanto uma correnteza. Você, sendo navegadora, está acostumada a sentir as forças do mar. Deixe a água te guiar aqui, também."

Karathiel se aproxima de Alexandra, observando como a lança cintila em sua mão com suas runas azuis. No entanto, ela percebe a hesitação nos olhos de sua amiga, que examina a arma com cautela, talvez duvidando de sua capacidade de controlá-la. Com um sorriso tranquilo, Kara faz um gesto com a mão, a convidando a segui-la até um riacho próximo.

"Venha, preciso lhe mostrar algo." chamou Karathiel

Ao chegarem à margem do riacho, Karathiel entra no riacho, sentindo a água tocar em seus tornozelos, e faz sinal para que Alexandra se junte a ela. Hesitante, mas curiosa, a segue, afundando os pés na água clara.

"A lança de Alquaril é uma extensão das águas que você conhece tão bem, mas ela não depende delas para funcionar. A água está dentro de você, e a lança responde a essa energia que você carrega."

Ela toma a lança suavemente das mãos de sua amiga e a ergue sobre a superfície do riacho, desenhando movimentos no ar. As runas começam a brilhar intensamente, a água ao redor delas reagindo, criando pequenas ondulações que seguem o movimento da arma.

"Veja como a lança se conecta ao fluxo da água, mas o que eu quero lhe mostrar é que ela não precisa da água para agir. A magia das runas é baseada no espírito da água e como ela se adapta ao seu portador. Com ou sem água ao seu redor, a lança responde ao seu toque, porque você é quem controla ela."

Ela devolve a lança à Alexandra, posicionando suas mãos com delicadeza, ajustando sua postura para que o movimento da arma fluísse naturalmente de seus braços para o resto do corpo.

"Agora, quero que feche os olhos e sinta a agua que corre dentro de você, a maior parte do seu corpo é feita de água, fora que você vem de um reino que domina as águas. A lança reconhecerá isso e, sentirá sua conexão com os mares."

Com os olhos fechados, ela respira profundamente, sentindo o peso da lança suavizar em suas mãos. Em um movimento fluido, ela desliza a arma pelo ar, e as runas brilham com intensidade, sentindo o poder daquele momento.

Imagem Gerada por IA

"Percebe? A água está em todo lugar. Você não precisa estar cercada por ela para liberar seu poder. Sua conexão com a lança vem do seu entendimento das forças naturais." disse Karathiel

Alexandra abre os olhos, impressionada com o controle que agora sente, a fluidez da arma respondendo perfeitamente aos seus comandos, mesmo fora do ambiente aquático.

"Lembre-se disso no campo de batalha, a água não é apenas um elemento ao seu redor, mas uma parte de você. Agora, treine aqui, na terra firme e aprimore suas habilidades." Com um aceno silencioso, a elfa se afasta, a deixando praticar.

Treinando Barry

Após voltar para a campina, onde os outros a esperava com expectativas nos olhos, loucos para aprender sobre as suas armas élficas.

"Cadê a Alexandra" perguntou Helena curiosa

"Está treinando, ela está aprimorando suas habilidades e o que ensinei" respondeu Karathiel com um sorriso lindo para Helena. "Agora é sua vez Barry, vamos!"

O treinamento seria ali mesmo, Barry segura a besta de Rylor com reverência, notando as runas verdes que brilham levemente na madeira escura. O ambiente ao redor parece ressoar com a presença da arma, como se a floresta a reconhecesse.

"Rylor é uma arma de caçadores élficos, que caçavam não apenas com os olhos, mas com os sentidos da natureza. Você, vindo de um reino de caçadores, já sabe ouvir a floresta. Agora, deixe a besta fazer parte de você."

Ela se aproxima dele e ajusta sua postura, corrigindo a maneira como ele segurava a arma.

"Segure firme, mas não force. Deixe a natureza guiar o disparo. A besta se alinhará com o ambiente, tornando-se uma extensão das árvores e do vento."

Ela o guia até um ponto onde a luz do sol filtra entre as folhas. O caçador inspira profundamente, sentindo o ambiente ao redor. Ao puxar a corda da besta, ele sente as runas vibrarem levemente. Então Karathiel sussurra:

"Agora, atire. E confie na besta."

Ele solta a flecha. Silenciosa e precisa, ela voa através das árvores e acerta o alvo com precisão quase sobrenatural. As runas brilham, ecoando a conexão com a floresta. Barry fica encantado, e os outros que observava estavam estáticos, aquilo era incrível demais para eles.

"Você e a floresta são um só. Com a besta de Rylor, você se tornará invisível aos olhos dos seus inimigos." disse Karathiel. "Agora é só treinar e aperfeiçoar"

Treinando Axel

Karathiel se virou para os demais e disse "Bora Axel, é a sua vez!"

Ela se aproxima do mago, que segura o cajado com firmeza. As runas gravadas no cajado emitem uma luz dourada suave, ecoando o equilíbrio que ele sempre buscou em sua magia. Seus dons, muitas vezes difíceis de controlar, agora pareciam ter um canal apropriado.

"Seu poder é grande, mas desequilibrado. Este cajado foi feito para canalizar sua magia e estabilizar o fluxo de energia. As runas que o envolvem equilibrarão sua magia, tornando-a fluida e constante."

Ela ajusta a maneira como ele segura o cajado, posicionando suas mãos corretamente e corrigindo sua postura.

"Respire fundo. Sinta a energia fluindo por você, passando por cada runa. Elas irão dosar seu poder, equilibrando a intensidade antes que você o libere."

Ela se afasta um pouco, observando enquanto o mago fecha os olhos e murmura um feitiço. A luz dourada das runas aumenta lentamente, brilhando com uma estabilidade que ele nunca havia sentido antes. Uma pequena esfera de energia se forma na ponta do cajado, brilhando com equilíbrio perfeito.

"Sinta o equilíbrio. Você não está forçando a magia... está deixando ela fluir, guiada pelas runas. Com este cajado, seu poder será uma bênção, não um fardo." disse Karathiel

O mago sorri, finalmente sentindo controle total sobre sua magia, algo que ele sempre almejou.

Treinando Caitlin e Samantha

Karathiel se volta agora para as duas amigas de Helena, que observam com certa ansiedade, segurando suas armas élficas. Nenhuma delas é guerreira por natureza, e a inexperiência é visível em seus olhares. Mas Karathiel sabe que, com paciência, elas podem aprender o básico para se defender e lutar ao lado de seus aliados.

Ela se aproxima de Caitlin, que segurava um par de adagas élficas, as lâminas finas e levemente curvas com runas brilhando em tons suaves de verde, simbolizando agilidade e precisão. Caitlin olha para as armas em suas mãos como se estivesse segurando algo completamente estranho.

"Adagas são rápidas e letais, perfeitas para quem precisa de velocidade em vez de força bruta. Mas você precisa aprender a usá-las corretamente." disse Karathiel

Ela se posiciona ao lado de Caitlin, ajustando a posição de suas mãos de forma correta nas adagas.

"Segure-as firmemente, mas não com muita força. Você não quer travar seus movimentos. A chave para usar adagas é a fluidez e a proximidade. Elas são feitas para ataques rápidos e precisos, não para duelos longos."

Imagem Gerada por IA (ignorem a orelha da ruiva, a IA não me obedece as vezes rsrs)

Ela guia as mãos de Caitlin em pequenos movimentos, demonstrando como girar os pulsos com destreza, sem perder o controle das lâminas. Caitlin tenta imitar, desajeitada no início, mas aos poucos começa a entender o movimento. De longe Helena via a cena um pouco desconfortável, mas não sabia o porque ainda.

"Use seu corpo para se mover junto com as adagas. Ataque e recuo devem ser quase instantâneos. Um golpe direto ao ponto vital, e então você se afasta antes que o inimigo possa reagir." Ela mostra a Caitlin como se aproximar rapidamente de um inimigo imaginário, lançar um golpe certeiro e depois recuar, fluindo como um rio entre os ataques.

Em seguida, Karathiel se dirige à Samantha, que segura uma espada média. A lâmina é longa o suficiente para ter alcance, mas leve o bastante para alguém sem treinamento formal poder manusear. As runas em sua lâmina brilham em dourado suave, refletindo equilíbrio e força moderada.

"A espada média é a arma mais versátil. Não é tão pesada quanto uma espada longa, mas também não é tão rápida quanto uma adaga. Ela é equilibrada, o que a torna ideal para alguém como você, que precisa de uma arma simples, mas eficaz."

Samantha tenta segurar a espada, mas a postura de suas mãos e braços está rígida demais. Karathiel imediatamente nota e se aproxima, ajustando sua postura. Mais uma vez ao longe Helena vê a cena e não gosta então se vira e vai anda, mas da de cara com Alexandra, que fala.

"Você está gostando dela não é? Por isso está incomodada com ela tocando e encostando em suas amigas, certo?"

"Eu não sei direito o que sinto por ela, mas desde a primeira vez que a vi algo mudou sabe, eu me sinto atraída por ela, por sua bondade, ela é tão encantadora" disse Helena com os olhos brilhando ao falar de Karathiel e a Alexandra apenas ouvindo tudo.

"Primeiro você tem que saber Helena, que os elfos são muito diferentes de nós humanos, a gente tem dúvidas e somos impulsivos, eles são pacientes e sabem o que querem. Eu conheço a Kara a mais de 10 anos, e vou lhe dizer apenas um coisa, ela te olho de uma forma que não é apenas amizade." Disse Alexandra dando uma leve piscada e saindo para ver os treinos dos outros, deixando Helena com seus pensamentos.

Helena olhou para onde Karathiel estava treinando suas amigas e pensando no Alexandra falou. "Será que ela gosta de mim, igual a Alex falou" pensou ela voltando indo para um outro lugar testar os seus sais com o que aprendeu com Diana, não queria ver o resto do treino de suas amigas. Enquanto isso Karathiel continuava a treinar as meninas.

"Você está tentando segurá-la com muita força. Uma espada deve ser uma extensão do seu corpo, não algo que você luta para controlar. Relaxe os ombros." explicava Karathiel para Samantha

Ela se posiciona atrás de Samantha, colocando suas mãos suavemente nas dela para ajustar o modo como ela segura a espada.

"Segure firme o suficiente para que a lâmina não escape, mas solta o suficiente para que você possa girar com facilidade. Seus golpes devem ser fluídos, não forçados. E lembre-se: a força não vem apenas dos braços, mas do corpo todo. Use seus pés para se mover."

Ela guia Samantha através de uma série de movimentos simples, mostrando como cortar horizontalmente e verticalmente, movendo-se junto com a lâmina. Cada golpe é seguido por um passo preciso, criando uma dança fluida entre a espada e o corpo.

"Com o tempo, seus movimentos serão naturais. Mas, por enquanto, pratique com paciência. A espada responderá a você quando você confiar nela."

Samantha respira fundo e tenta os golpes novamente. Embora seus movimentos ainda sejam hesitantes, ela começa a entender a importância do equilíbrio e do ritmo. A espada parece menos pesada em suas mãos à medida que ela se ajusta.

Karathiel dá um passo atrás, observando as duas com atenção, oferecendo palavras de incentivo enquanto elas treinam.

"Não se preocupem em ser perfeitas. Essas armas vão se ajustar a vocês à medida que se tornarem mais confiantes. O mais importante agora é aprender a senti-las, a confiar nelas. Com tempo e prática, vocês estarão prontas."

Ambas, Caitlin e Samantha, continuam seus treinos, mais concentradas, enquanto Karathiel as observa com um leve sorriso. Ela sabia que o caminho seria longo, mas já podia ver a determinação nas duas. E isso, ela sabia, era o primeiro passo para qualquer guerreira.

Treinando Helena

Os olhares de Helena não passaram despercebidos por Karathiel, e ela gostou do que viu. Enquanto treinava Caitlin e Samantha, ela viu a humana se distanciar. Então com seus sentidos aguçados, ela ouviu algo, deixando os demais ali ela seguiu o som.

O sol já estava quase indo embora quando ela viu a princesa sozinha, treinando com os sais élficos. A princesa move-se com foco, mas é claro que seus movimentos ainda são novos, inexperientes. Há algo de bonito no esforço delicado de aprender algo tão complexo, e Karathiel não consegue desviar os olhos.

Com o silêncio que apenas os elfos possuem, ela se aproxima, seus passos quase indistinguíveis do som das folhas pelo chão. A princesa está tão concentrada em seu treinamento que não percebe a aproximação até que o calor do corpo da elfa já esteja ao seu lado. Com suavidade, Karathiel se coloca atrás dela, seus dedos tocando de leve os ombros da princesa, fazendo-a parar.

"Você está tentando controlar os sais com força demais." a voz dela foi um sussurro, cheio de uma tranquilidade. "Essas armas não foram feitas para isso. Deixe que a energia flua através de você, como o vento dança por ai."

Helena se surpreende, mas não se afastou. Ao contrário, há algo no toque de Karathiel que a faz querer se aproximar ainda mais. Kara, com seus movimentos fluidos e precisos, ajusta a postura de Helena, suas mãos deslizando dos ombros para a cintura, guiando com paciência e cuidado. O toque desperta uma corrente elétrica entre elas, uma sensação sutil que vai crescendo a cada ajuste.

"Relaxe os ombros," diz Kara, seus lábios tão próximos que Helena sente sua respiração. "Confie em seus instintos, mas permita que a natureza ao seu redor guie seus movimentos também."

Enquanto Karathiel corrigia sua postura, o toque entre as duas era inevitável, Helena se vê respirando mais rápido, seu coração batendo forte. A elfa se move com uma paciência infinita, suas mãos ajustando o peso do corpo da princesa, a forma como ela segurava as lâminas, até que, finalmente, seus corpos se alinharam. As runas nos sais brilharam com mais intensidade, como se respondessem à ligação invisível que se formava entre elas.

Karathiel, vendo que Helena relaxou, não recuou. Ao invés disso, seus olhos se fixam nos de Helena, sua expressão séria, mas não severa. Há algo mais ali, algo que ela parecia ter guardado por muito tempo. Com um toque ainda mais delicado, Karathiel segura o rosto dela com uma das mãos, seus dedos acariciando sua pele suavemente.

"Eu estava esperando o momento certo." suas palavras são quase um sussurro, mas carregadas de uma força que faz o coração da princesa disparar. "Nós elfos sabemos o que queremos... e eu sabia o que sentia por você desde o início."

Helena sente a respiração suspensa em seu peito, seus olhos presos aos de Kara. Com um movimento suave, ela inclina-se para frente e, finalmente, seus lábios encontram os da princesa. O beijo é cheio de carinho e desejo, mas sem pressa.

O tempo parece congelar, e Helena, surpreendida, sente o calor dos lábios de Karathiel, sua respiração misturando-se com a dela. O toque é delicado, mas profundo, e tudo que antes parecia tão confuso agora faz sentido. Era isso o que faltava, algo que sempre esteve ali, esperando o instante certo para se manifestar.

Quando o beijo finalmente termina, Karathiel não se afasta completamente. Ela mantém sua testa encostada no de Helena, os corações de ambas ainda acelerados.

"Eu sempre soube," ela sussurra, seu tom cheio de confiança e carinho.

Helena, ainda ofegante, sente-se quase desnorteada, mas ao mesmo tempo mais viva do que nunca. Ela abre os olhos e encontra os de Karathiel, e naquele momento, ambas sabem que algo mudou para sempre.

De repente, Alexandra, que havia vindo verificar o treino, havia presenciado o momento. Com um sorriso suave percebendo o que aconteceu, gesticula com calma para os outros à distância.

"Deixem-nas a sós." diz, sua voz baixa, mas cheia de entendimento.

Ela se afasta em silêncio, guiando os outros para longe. A princesa e a elfa permanecem onde estão, sozinhas na clareira. O que começou como um treino agora havia se transformado em algo muito maior, um novo começo, um laço que as duas sabiam que não poderia ser rompido. E de longe a magia sorria, uma parte da história das duas já estava se alinhando para o caminho certo.

Continua...


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