Abril, 19

Abril, dia 19

Estou feliz por ver que já estás melhor, maninha. Tudo não passou de um feio susto, como se se tratasse de uma partida de mau gosto. Mas o que lá vai, lá vai. 

O almoço de ontem com o Max foi bastante divertido. O rapaz é tímido - ou então foi apenas medo de mim - mas é engraçado e bem educado. A Carol gostou dele. E a Martha e o John também teriam gostado, se tivessem podido vir almoçar connosco ao Dulce, na praça principal. Tiveste sorte que te calhou um rapaz à maneira, ou podes ter a certeza de que te ia obrigar a mudar de namorado! Nem que tivesse de fazer de tudo para afugentar este.

Tu não sabes, mas quando foste com a Carol ao outro lado da praça comprar gelados, eu e o Max sentámo-nos na beira da fonte, debaixo do sol de primavera, para ter uma conversinha. Não sei porquê, mas ele mal me olhava nos olhos. Nunca fui bom com este tipo de coisas, mas pela cara do Max... acho que consegui passar a mensagem. 

Apesar das temperaturas relativamente baixas, o sol, as flores primaveris e os passarinhos que cantavam aqui e ali, tornaram um dia de abril muito semelhante a um dia de Verão. 

E, para terminar o dia em grande, acabámos por ficar a tarde toda no jardim zoológico da cidade. Era o aniversário do Zoo, por isso as entradas eram de borla e havia um sem fim de atividades para se fazer.

Estar ao pé dos leões-marinhos e das focas fez-me voltar a ser criança por uns momentos. Foram poucas as vezes que lá fomos em pequenos, mas desde a primeira vez que estes mamíferos aquáticos me fascinaram. Não sei como nem porquê, mas são os meus favoritos, assim como o padrão riscado das zebras atraiu os teus olhos grandes e brilhantes muito antes de saberes sequer o seu nome. Para ti eram cavalos estranhos, e ficaram para sempre conhecidos como "memas". Hoje em dia este teu termo infantil ainda me provoca ataques de riso. Desculpa, mas é inevitável.

Foi um dia tão feliz. Adorei passá-lo com vocês. Temos de sair mais vezes num futuro próximo, para eu poder aproveitar os fins de semana livres que me restam. Vi no Jardim Zoológico que estavam a precisar de pessoal para fazer turnos nas bilheteiras e nos carrinhos de gelados e vou aproveitar a oportunidade. Já sou maior de idade, está mais que na altura de começar a ganhar o meu próprio dinheiro, para começar a depender cada vez menos da Martha e do John. Ser adulto inquieta-me, mas não há nada a fazer. É o curso natural das coisas.

Enfim. Agora tenho de ir. Vou jantar com a Carol e não a quero deixar à espera.

Deseja-me sorte.

Com Amor,

Sammy

[editado: Dez 2024]

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