1.9 | Híbrido


01/03/2022

Desde a reunião de ontem, não consegui tirar da cabeça o que professor Ivor disse, sobre ensinar autodefesa aos alunos. E é por isso que decidi vir ao ferro-velho, de novo, para treinar minha individualidade. É 1h da tarde agora, minha próxima aula será apenas às 3h, tenho algum tempo livre.

– Então, está pronto? – pergunta Enji, em frente a mim. Quando se trata de luta, ele é a pessoa certa para pedir ajuda. E uma vez que os outros estão em aula, será apenas ele e eu.

Tomei um tempo para pensar um pouco sobre como nossa relação tem sido desde o primeiro dia de aula e percebi que tem evoluído nos últimos dois dias. É por isso que decidi não sair do bloco D e continuar dividindo quarto com ele; sorte a minha foi que meu pai ainda não havia alterado nada nos registros da universidade.

– Sim. Pronto – respondo, entrando em posição de combate.

Estou um pouco nervoso. Não usei meus poderes desde sábado passado, não consegui. E depois veio toda aquela questão de oráculo. Passei grande parte das minhas últimas duas noites tentando encontrar qualquer informação sobre híbridos de oráculos, mas nada.

– Ótimo. Vou deixar você atacar primeiro – diz ele, me encarando nos olhos. – E nada de dobrar sangue!

Certo, Hansel... Isto não é um discurso, mas se lembre das regras: Respirar, ouvir, pensar, observar, agir...

Em um rápido movimento, levanto um tentáculo de água do córrego próximo a mim e o atiro diretamente contra Enji. Mas ele, como se fosse a coisa mais natural do mundo, desvia dando uma cambalhota para o lado. Enji, para de joelhos no chão e atira uma bola de fogo contra mim. Como reflexo, cruzo minhas mãos em minha frente, sendo em volto por água, que me protege contra o fogo. Porém, para minha surpresa, ao defender a primeira bola de fogo, vejo mais uma, tão perto que acaba sendo impossível desviar ou bloqueá-la. O fogo me acerta, me empurrando ao chão e deixando a água que flutuava ao meu redor cair. Sorte a minha estar usando o uniforme de aula prática da universidade, ou isso teria doído bastante...

Enji anda lentamente até mim e estende sua mão para que eu a segure. Ele me ajuda a levantar e eu me apoio em meus joelhos, um pouco ofegante.

– Bom, não foi bem como eu esperava... – digo, olhando para baixo.

– É. Controlar um elemento e usá-lo em combate são duas coisas diferentes – diz Enji, de braços cruzados, olhando para mim. – E apesar de você ter um ótimo controle, não sabe usar a água a seu favor.

– Hum, disse o ser do fogo – digo, endireitando minha postura. – Como você sabe tanto de luta mesmo?

– Eu quero ser um vigilante, então, eu preciso saber! – responde ele, arqueando suas sobrancelhas enquanto olha para mim. – Eu fiz algumas aulas de autodefesa no ensino médio. Meu professor era um ser da água, por isso sei dizer que você não sabe usar a água ao seu favor.

– Certo, desculpa... O que você sugere? – pergunto.

– Primeiro, luta com elementos requer movimentação constante. Se você ficar parado em um mesmo lugar, será um alvo fácil – responde ele, enquanto anda pelo ferro-velho. – Segundo, você precisa sempre ter noção de onde há água ao seu redor. Seres da água não podem criá-la do nada, precisam sempre ter uma fonte externa. E se não houver uma, você precisa carregar consigo.

– Certo, entendi. É muito mais complexo do que parece – digo, esfregando minhas mãos em meu rosto. – Mas quero tentar mais uma vez.

– Tem certeza? Não parece estar preparado para pular direto em uma outra luta – diz Enji, o que me deixa um pouco aborrecido. Sinto que ele está me subestimando.

– Sim! Tenho certeza! – respondo seguro do que estou falando. Ele acena com a cabeça, entrando em posição de combate. Nós dois ficamos mais uma vez de frente um para o outro, com alguns metros de distância entre nós.

Lembre-se do que ele disse: mover-se e manter os olhos nas fontes de água...

Enji ataca primeiro. Uso água do córrego para defender; parece ser minha única fonte externa disponível, não vou ter outra opção senão usar somente ele. Enji dispara múltiplos ataques de fogo, usando não só suas mãos, mas seus pés também, dando saltos que jamais pensei que ele soubesse fazer. Eu continuo usando pequenas quantidades de água para bloquear seus ataques, mas ela evapora um pouco toda vez que é atingida pelo fogo; logo mais não terei muito recurso disponível. A cada ataque que Enji faz, sou empurrado um pouco para trás, então vou dando pequenos passos para manter o equilíbrio. Mas em um desses passo, acabo pisando em uma lata velha e sou derrubado no último ataque de Enji. Caio de costas no chão, sentindo meu corpo doer pelo impacto. Ouço sons passos se aproximando de mim, enquanto me levanto aos poucos.

– Você foi melhor desta vez, defendeu bem – diz Enji, me ajudando a levantar. – Se apenas tivesse prestado mais atenção onde pisa, teria mais chances.

– Obrigado pelo feedback... – digo, irritado. Por que a prática é tão mais complicada do que a teoria?! Isto é ridículo.

– Ei, eu só estou tentando ajudar – diz Enji, trazendo suas mãos para perto do próprio tronco, em sinal de defesa.

– Eu sei! Eu sei... – Suspiro, tentando fazer o estresse ir embora.

– Você realmente não lida bem com falhas... – diz ele, olhando para mim com uma sobrancelha arqueada e sua cabeça um pouco virada para o lado.

– Eu sou o aprendiz de diretor, Enji, não tenho permissão para cometer falhas! – digo de forma agressiva, descontando parte da minha raiva nele, mas de forma involuntária.

– Certo, é verdade! Mas você mão está na S.E. agora! Então, só relaxa! – diz ele, com tom um tanto reconfortante; é tão estranho ouvi-lo soar assim, parece outra pessoa da que conheci na semana passada. Penso em como respondê-lo, mas ele está certo, não estamos na S.E. Estou tão acostumado a agir como meu pai que nem mesmo sei mais quando devo agir como eu mesmo. Nós ficamos em silêncio por alguns segundos.

Enquanto olho para baixo, vejo uma pequena poça de água restante dos tentáculos que estava usando na luta. Eu a trago até minhas mãos, em uma pequena bola, e então a transformo numa bola de neve. Aproveito que Enji está distraído e atiro a bola contra ele.

Ai! – protesta ele, limpando a parte das costas do seu ombro, onde a neve acertou. – Qual foi?! Essa não foi justa, não estava olhando!

Deixo escapar uma risada. Não vou mentir, isso melhorou um pouco meu humor. Trago mais água para perto de mim.

– Você sabe o que dizem: sorrateiros têm mais chances de atingir suas presas! – digo, me preparando para o combate mais uma vez. Desta vez, tenho uma ideia melhor de como agir. Lembre-se: manter água por perto, mover-se, olhar onde pisa e por último, uma pequena adição que acabei de fazer, usar todas as formas da água.

– Manda ver! – diz ele, se preparando.

Ataco primeiro, atirando pequenas rajadas de água do grande tentáculo que rodopia em volta de mim, como fiz na primeira vez que estive aqui. Enji faz alguns movimentos acrobáticos, desviando de meus tiros. Estou começando a perceber algo sobre seu jeito de luta: ele não usa o fogo para se defender, prefere desviar de ataques como os meus. Posso usar isso em minha vantagem. Dou passos para o lado, andando para perto do córrego, enquanto mantenho Enji ocupado o suficiente para não ter tempo de me atacar. Ao chegar perto o suficiente, cesso meus ataques e deixo que ele inicie os seus. E assim acontece. Uma vez que vê uma brecha, Enji avança com tudo o que tem, me deixando na defensiva. Mas desta vez, tenho água o suficiente perto de mim para me defender sem limites.

Num rápido movimento, Enji lança suas chamas em minha direção como se fosse um dragão atacando um exercido, usando suas duas mãos. Uso a água do córrego para contra-atacar, causando, assim, a colisão de fogo e água. Mas seu fogo tem mais efeito do que a água do córrego, ele aos poucos chega mais próximo de mim. Porém, é exatamente o que eu quero que aconteça, preciso que ele foque em mim, pense que está ganhando. Enquanto Enji está concentrado lançando suas chamas contra meu jato de água, crio um rastro de gelo, seguindo do córrego, que cresce em direção ao ser do fogo. Assim que o atinge, congela seus pés, prendendo-o no mesmo lugar. Uma vez que percebe o que aconteceu, suas chamas sessam, deixando apenas o pobre e convencido bastardo com cara de surpresa, já entendendo o que acontece a seguir.

– Se estiver parado no mesmo lugar, será um alvo fácil... – digo a mim mesmo, pronto para finalizá-lo.

Com o máximo de força que tenho, empurro meus punhos para frente, de forma agressiva. Mas no exato momento, em vez de água vinda do córrego, o chão em frente a mim se abre e rochas deformadas crescem de forma rápida e agressiva em direção a Enji. E quando elas o atingem em seu peitoral, o impacto é tão forte que o lança para trás, quebrando o gelo que prendia seus pés. Enji bola pelo chão, parado de costas para cima, sem se mexer. Sinto meu corpo inteiro se estremecer diante do que acabou de acontecer, não só em surpresa, mas em temor.

– Enji! – grito de onde estou, correndo em sua direção. Eu me ajoelho ao seu lado, tocando seu corpo. Com minhas mãos trêmulas, eu o viro de barriga para cima, vendo alguns pequenos cortes em seu rosto, mas seus olhos estão fechados. – Enji! Enji, diga alguma coisa! – Eu o balanço levemente, sem saber o que fazer. Mas Enji não diz nada, nem se mexe.

Isso não pode estar acontecendo... Eu não sei o que aconteceu! Não sei o que fazer! Sempre fui treinado para saber como agir em situações de desespero, mas agora, vendo-o no chão, desacordado, não consigo pensar com clareza. Mas preciso fazer algo, qualquer coisa...

Vamos lá, Hansel! Sai dessa! Pense, pense...

Preciso ligar para alguma ambulância. Preciso da ajuda de algum médico, alguém que saiba o que fazer quando uma pessoa recebe um impacto como o que ele recebeu. Ele provavelmente deve ter quebrado algum osso, ou sofrido alguma lesão interna. Pego meu celular e chamo o resgate, eles devem chegar aqui logo.

Enquanto olho para o rosto desacordado de Enji, percebo uma gota de sangue escorrer de seu nariz. Então, uma memória ressoa em meus pensamentos: "Os médicos não usaram água para curar seu corte, você usou." O sangue... O sangue é a resposta!

Pouso levemente minhas mãos em seu peitoral, e fecho os olhos, tentando sentir seus fluidos internos. Sua respiração e batimentos estão extremamente baixos, mas posso sentir o sangue circulando. Eu nunca curei ninguém, não tenho ideia de como fazer isso, mas se fui capaz de controlar o sangue interno dele uma vez, posso fazer de novo e usá-lo como se fosse água. Mantenho o máximo de concentração possível no movimento de seu sangue interno que consigo sentir. Meu próprio peito se esquenta, como se algo estivesse crescendo dele, dentro de mim, e escorrendo por meus braços, mãos e dedos. E então, se espalha pelo peitoral de Enji.

Vamos lá, você não pode morrer assim! Não posso deixar que morra assim...

A sensação logo vai embora, deixando meu corpo calmo, relaxado, como se tivesse tomado algum tipo de calmante. Quanto a Enji, seu peitoral se levante em um profundo suspiro que ele dá, soltando um gemido doloroso.

Funcionou! Eu consegui!

Quando abro os olhos, vejo-o com suas sobrancelhas contraídas, mas sem abrir suas próprias pálpebras. Não há um arranhão sequer que tenha sobrado em seu rosto, todos foram curados. Parece até que está reclamando para acordar. Mas agora, só consigo me sentir feliz, ele está bem, aparentemente. Ele lentamente abre os olhos, observando em volta, confuso.

– O que aconteceu...? – pergunta ele com dificuldades.

Antes que eu diga algo, ouço o som da ambulância na entrada do ferro-velho. Eles chegaram, finalmente.

– Não se preocupe, vai ficar bem! – digo, tentando soar mais reconfortante possível. Eu não sei o que dizer, é melhor apenas deixá-lo com os médicos e explicar a situação depois. Enji não fala nada, apenas fecha os olhos, encostando sua cabeça no chão, parece estar com dores.

Os atendentes da ambulância se aproximam, perguntando o que aconteceu. Eu apenas respondo dizendo que Enji se machucou enquanto treinava seus poderes, tentando não mencionar que fui eu quem o machuquei. Ele é colocado em uma maca e levado para dentro da ambulância. E eu vou junto, não posso deixá-lo, não vou deixá-lo de jeito algum. Em todo o caminho, Enji permanece acordado, mas parece estar perdido, como se não soubesse onde está ou o que está acontecendo. Parece até que o acertei na cabeça, em vez do peito. Me mantenho ao seu lado, para me certificar de que ele esteja bem.

Ao chegarmos no hospital, Enji é levado pelos médicos a uma sala de atendimento de emergência, onde não tenho permissão para estar. Tudo o que me resta é aguardar na recepção enquanto ele é examinado. Este é o mesmo hospital para qual fui trazido quando fui esfaqueado na montanha, não tenho boas memórias daqui...

Eu ainda não tive tempo de raciocinar sobre o que realmente aconteceu no ferro-velho. Foi tudo tão rápido, num minuto eu estava com água ao meu redor, defendendo um ataque de fogo, depois, só vi Enji voar para longe. Mas a memória do que aconteceu está bem clara em minha cabeça, foi um ataque de terra. Eu não sei o que pensar em relação a como ele foi atacado por rochas. Será que havia alguma outra pessoa no local? Talvez mais alguém tenha feito aquele ataque! Mas não havia ninguém além de nós lá, não havia ninguém ao seu redor... É impossível que tenha sido outra pessoa! E se as rochas, na verdade, fossem feitas de gelo e eu não olhei direito? Talvez eu apenas tenha confundido com rochas, mas era gelo! Eu não sei, não sei mais no que acreditar!

Sinto meu corpo inteiro tremer com ansiedade. Os milhões de pensamentos rodando na minha cabeça de uma única vez me fazem suar, ficar inquieto de uma forma que nunca estive antes.

Só pode ter sido eu. Não há qualquer outra explicação, eu fiz aquele ataque. Mas, como...? Não há como eu ser um híbrido de ser da terra, não sendo capaz de dobrar a água. Se eu fosse um híbrido dos dois elementos, o máximo que poderia fazer seria plantas crescerem a partir de solo aquoso, não poderia dobrar a terra daquele jeito. O que está com toda a ciência dos seres-éter? É como se tudo o que o homem comprovou com os anos de estudo estivesse sendo derrubado de uma única vez.

Acabo passando algumas horas na recepção, esperando receber algum médico falando sobre o quadro de Enji. Mas, em vez de um médico, vejo ele mesmo vindo do corredor das salas de exames, andando um pouco desorientado.

– Enji! – Eu me levanto e vou até ele logo que o vejo. – O que aconteceu, por que está aqui? Não deveria estar numa sala?

– Bom, sim... O doutro me examinou, mas não conseguiu achar nada que me obrigasse a passar mais tempo aqui – responde ele com voz fraca. – Ele só me receitou um remédio para dores musculares e me liberou.

– O quê? – pergunto sem acreditar. – Mas eu vi seu nariz escorrer sangue... Ele realmente não conseguiu encontrar nada?

– Não. Fiz vários exames, meu corpo está perfeitamente saudável, usando as palavras do médico – responde Enji, me deixando sem reação. Então, eu o curei mais do que imaginei que poderia... – Mas Hansel, eu estava confuso antes em relação ao que aconteceu, só que me lembro de tudo agora. Você dobrou a terra bem na minha frente, eu não delirei, vi com clareza. Como fez aquilo?

Apenas continuo olhando para Enji, sem saber como responder. Mas se duas pessoas viram a mesma coisa, então não tem como ter sido apenas um delírio, realmente aconteceu... Só que não sei explicar como, não sei explicar nada disso, não sei o que responder a ele.

– As coisas estão mais complicadas do que imaginamos... – É tudo o que consigo deixar sair da minha boca.

É noite agora. Enji e eu estamos no quarto do bloco D, acabamos faltando as aulas da tarde, meu pai vai me matar se souber... Eu não fui capaz de dizer uma só palavra para ele desde que saímos do hospital, não soube o que dizer. Estou em pé, ao lado da minha cama, olhando para a lua quase cheia no alto do céu limpo, ela sempre me deixa mais tranquilo, é bonita.

– Você vai passar o restante da noite aí, em pé? – pergunta Enji, de sua cama, enquanto mexe em seu celular. – Eu já disse, não foi sua culpa.

E mesmo assim, não importa quantas vezes ele fale, não consigo tirar da cabeça a ideia de que quase o matei hoje, pela segunda vez. Esse pensamento vem me atormentando desde que voltamos para a S.E. Esse e mais as milhões de perguntas sobre meus poderes e esta estranha anomalia que me faz não só ver o passado, e suponho que presente e futuro, mas manipular tanto a água, quanto a terra.

Me distancio da janela e me sento em minha cama. Enji me observa, desviando sua atenção de seu celular.

– Desculpe... – respondo, sobre ter ficado em pé por tanto tempo.

– Você não parece estar bem – diz Enji.

– Provavelmente porque não estou – digo, rindo um pouco, tentando deixar o ambiente um pouco melhor, mas não acho que esteja funcionando, ainda sinto uma densa nuvem negra sobre minha cabeça. – Estou assustado... Eu deveria ser a pessoa com as respostas, mas não consigo encontrar nenhum.

– Vai encontrar – diz ele, dando um sorriso solidário, algo que me conforta por um instante.

Respostas... Se eu devo encontrar respostas, com certeza não será me encolhendo em um canto, com medo do que está acontecendo. Preciso ir atrás das minhas respostas, como sempre fiz. E a melhor forma de começar é tirando de uma vez por todas a dúvida que tem me matado desde o ferro-velho.

Me levanto devagar da cama e vou até a minha cômoda, onde deixo algumas das minhas coisas em cima. Nela, há uma pequena pedra colorida que achei na praia há uns meses. Ela é toda vermelha, a trouxe porque a achei bonita como decoração. Mas agora, servirá para mim como uma confirmação.

Estendo a minha mão em direção à pedra e, como desconfiava, ela lentamente flutua da cômoda para perto de mim. É como mover a água, mas mais denso, mais rígido. Meu corpo se arrepia ao ver a pedra flutuar sobre a palma da minha mão, mas não estou tão surpreso, só estou tendo a certeza.

– Então, não foi ilusão. Você consegue mesmo controlar a terra! – A voz de Enji, vinda de sua cama, desvia minha atenção da pedra. Ele se levanta, vindo até mim com olhar questionador. Dou alguns passos para trás, em reação de defesa. – Hansel, o que é você...?

– Eu não sei... – respondo em baixo tom, tentando segurar em mim uma tempestade de emoções. Embora eu esteja, Enji não parece assustado.

– Nós vamos descobrir... – diz ele, acenando com a cabeça e colocando suas meus em meus ombros. Nós olhamos um ao outro nos olhos; seu olhar me conforta, me faz sentir seguro, de alguma forma. Eu não sabia disso antes, mas acho que talvez eu precisasse de alguém como Enji desde o começo, consigo ver isso agora.

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