1.11 | Ataque


03/03/2022

Hoje foi um dia e tanto... Não fui capaz de me sentir em paz desde meu pesadelo de ontem à noite. Não sei o que significa, mas consigo me lembrar de já tê-lo antes, quando estava desacordado no hospital. Não tenho muita ideia do que ele queira dizer, ou do que está acontecendo de fato, mas imagino que seja meu poder de oráculo falando mais alto. Se for o caso, não sei dizer que momento do tempo é aquele, se é passado ou futuro. E definitivamente não sei dizer onde se passa, só o que tinha ao meu redor eram florestas e a grande montanha. E a lua... Parecia até que a sua luz estava causando aquele pesadelo, como se estivesse tentando me mostrar algo. Porém, até onde eu sei, isso não é possível, os poderes dos seres-éter não têm ligação direta com nenhum astro estelar. As coisas estão ficando tão complicadas, que não sei por quanto tempo vou conseguir manter o que vem acontecendo comigo escondido de pessoas de mais alto escalão, como meu pai, por exemplo.

Não fui capaz de contar a Enji o que sonhei ontem, não soube como. Acabei apenas dizendo que tive um pesadelo qualquer, ele parece ter acreditado. Enji já está envolvido demais nesta bagunça, não quero trazer mais problemas a ele.

Está de noite, agora. 8h, para ser mais específico. Sarah insistiu que nos juntássemos em seu quarto para assistir filmes. Temos aqui presente Caio, Enji, Helena, Alice, colega de quarto da Sarah, e a própria Sarah, é claro.

– Então, o que vai ser hoje? – pergunta Caio, sentado no chão, encostado na cama de Sarah.

– Eu voto para começarmos com os romances! – diz Helena, sentada na cama de Sarah.

– Vocês realmente acham graça em assistir romances? – pergunta Enji, sentado entre mim e Caio, no chão também.

– E por que não acharíamos? Existe alguma coisa mais bela que romance?! – Helena junta suas mãos no peito e faz cara de apaixonada.

– Ação?? – responde Enji, como se a pergunta de Helena fosse boba.

– É claro que você, de todos, diria isso... – Helena balança sua cabeça, em reprovação.

– O que quer dizer?! – pergunta Enji ofendido.

Tanto Enji quanto Helena entram em uma discussão sobre qual gênero de filme é melhor. Honestamente, para mim, é mais fácil apenas observá-los interagindo do que interagir. Eles têm uma certa energia caótica quando estão juntos, como se não se dessem bem, mas na realidade, essa é a amizade deles.

– Bom, tudo pronto! – diz Alice com sua voz doce, após terminar de preparar a nossa TV improvisada. Sarah e Alice não têm TV no quarto, mas possuem um dispositivo que projeta a tela de um computador na parede. E como elas têm uma parede limpa, é como se fosse uma grande tela de cinema. – Vocês já decidiram o filme?

– Será romance! – diz Helena.

– Ação! – Enji se intromete.

– Estes dois vão ficar a noite inteira discutindo se dermos a opção de escolher para eles – diz Caio a Alice.

– Oh, estou vendo... – Alice observa Enji e Helena com curiosidade, enquanto discutem. – E quanto a você, Hansel?

– Ah, bom, eu vou com o que todos decidirem – respondo, sem fazer muito caso. Não sou uma pessoa exigente quanto ao que assistir; até porque nunca tenho muito tempo livre para assistir filmes, de qualquer forma.

– Voltei! – Sarah entra pela porta do quarto, segurando alguns sacos de pipoca e bebidas. – Já escolheram o filme?

– Na verdade, não... – Alice passa a mão sobre o cabelo, sem saber como reagir a Helena e Enji. – Será que você pode ajudar com isso?

– Oh, então esses dois aí estão de birra um com o outro? – pergunta Sarah, deixando seu aborrecimento muito bem-expresso em seu rosto. – Oh, vagabundas! Vamos parar com a palhaçada e escolher um filme de uma vez?!

Helena e Enji se surpreendem com a fala de Sarah, olhando para ela com cara de assustados. Uau! Não esperava que ela usasse este tom... Se eu, que estou quieto no meu canto, achei diferente, para eles deve ter sido de outro mundo.

– Mas que audácia! – diz Helena, colocando sua mão em sua testa. Ela está com o rosto avermelhado.

Olho para Enji, ele não diz nada, apenas fica quieto, também tão vermelho quanto um tomate. Hm, olhando para ele agora, fica até mais bonito quanto está de boca fechada. Deixo escapar uma risada singela e interna. Acho que estou sendo um pouco maldoso em pensar isso dele... Mas quem consegue me culpar, não é?

– Vamos fazer assim, então: que tal assistirmos um filme de romance primeiro e depois um de ação? Afinal, temos a noite inteira pela frente ainda – diz Caio, olhando para Helena e Enji.

– Boa ideia! – Alice sorri. Ela parece ser uma pessoa bem doce e fácil de conviver. É loira, de cabelos curtos até os ombros, lisos, pele clara e tem olhos castanhos.

– Certo, mas eu escolho o romance então, tudo bem? – diz Helena.

– Vá em frente! – diz Sarah, colocando a comida em cima de uma mesa de centro, entre sua cama e a cama de Alice.

Este pessoal é um pouco cansativo de ficar ao redor, às vezes, mas gosto de companhia deles. Imagino que quando não se tem muito contato direto com pessoas reais, em vez das variantes da minha imaginação, fica um pouco complicado quando acontece de verdade. Espero me acostumar com eles.

Depois de alguns minutos, Helena finalmente escolhe o filme e nós começamos a assisti-lo. É uma história interessante, olhando superficialmente. A protagonista é uma mulher não muito aceita pela sociedade, por sua personalidade considerada "estranha", apenas por ser um tanto envergonhada ao redor dos outros. Após um cara brincar com seus sentimentos, por uma aposta infeliz com alguns de seus amigos, ela conhece o homem de seus sonhos, um que faz exatamente o que ela quer, como quer e quando quer; parecem se amar. Apenas para que ela descubra, mais no final, que ele não passa de uma ilusão criada por sua própria mente para suprir o vazio que ela sente de ser rejeitada. E quando finalmente admite a verdade, acaba deixando seu grande amor desaparecer, enfrentando sua dor e a sociedade de cabeça erguida.

Se não fosse triste, seria uma história um tanto inspiradora. Porém, olhando por um certo ponto de vista, parece ser bom ser capaz de controlar as coisas ao seu redor. Como os outros interagem com você, como veem você. Me pergunto o que teria feito no lugar dela...

Olho para Enji, de relance, percebendo que ele parece estar se contendo de alguma forma.

– Enji, está... chorando? – pergunto surpreso, mas querendo rir ao mesmo tempo.

– Não, não estou!... – responde ele com voz fraca, limpando seu rosto.

Assim que percebe o que acabei de dizer, Helena explode em risadas. Enji se assusta com a reação dela, ficando vermelho, envergonhado.

– E você é o cara que diz que não gosta de romances! – diz Helena, tentando respirar.

– E-eu! Eu... Tanto faz!... – Enji cruza seus braços, bravo e olhando para baixo. Nós todos nos deixamos levar por risadas, por causa da situação. Enji fica um tanto fofo quando está envergonhado. Será que seria maldade da minha parte colocá-lo em situações assim com mais frequência?

– Bom, enfim, o próximo filme é você quem escolhe – diz Caio.

Hora do tão esperando por Enji filme de ação. Devo admitir que é uma sensação boa passar algum tempo assim, sem me preocupar com coisas relacionadas à S.E. e ser o aprendiz de diretor. É como se, por poucos momentos, estivesse vivendo em uma realidade paralela, diferente, onde posso fazer o que quiser, ser ter que seguir as regras do meu pai.

Por alguns segundos, meu corpo se arrepia, sentindo a crescente tristeza se apossar aos poucos de meu peito. Será que vale a pena seguir essas regras se vou me colocar dentro de uma prisão...?

– Pessoal, eu vou ao banheiro, enquanto vocês colocam o próximo filme! – digo, me levantando.

– Certo! Não demora muito, ou vai perder o começo! – diz Enji.

Sem pressa, saio do quarto e me encosto na parede do corredor. Não quero ir ao banheiro, só precisava tomar um pouco de ar. Já li uma vez que pessoas como eu, que não têm muito contato com outras pessoas, precisam ficar sozinhos de tempos em tempo, respirando, tomando novas forças. Acho que é que está acontecendo comigo. Minha mente só está tentando me tirar um pouco da realidade, apenas preciso de alguns minutos para atendê-la.

Me desencosto da parede e ando até o final do corredor, onde há uma grande janela de vidro. Posso ver claramente o céu estrelado, com poucas nuvens. E entre as poucas que há, lá está ela, aquela que me manteve acordado ontem, a lua, já diminuindo de tamanho. Enquanto olho para sua luz, sinto-a me atrair, não consigo nem mesmo me forçar a desviar meus olhos. O que você está tentando de dizer...?

Antes que consiga desviar minha atenção da lua, uma grande explosão ecoa de fora do dormitório, fazendo tudo balançar e me derrubando no chão, completamente assustado pelo que acabou de acontecer. Enquanto me arrasto, ainda processando o som que ouvi, alguns dos alunos saem de seus quartos, apavorados. Eu olho para fora, pela janela, e vejo vindo do alto, brilhantes, amarelas. São... bolas de fogo?

Me levanto e corro, apenas a tempo suficiente de escapar da explosão da bola, assim que atinge a janela de vidro, destruindo não apenas ela, mas a parede inteira. A onda de choque da explosão me lança no chão mais uma vez. Em maio a sons de desespero dos alunos, os alarmes de emergência tocam, causando caos em todo do dormitório.

– Estamos sob ataque! – uma voz no tumultuo diz.

Daí, apenas mais e mais explosões, causando tremores a cada uma que acontece. Eu me arrasto pelo chão, corpo tremendo, tentando desviar dos desesperados alunos que correm para as escadas, e me encosto na parede, encolhido. No primeiro dia de aula, somos instruídos ao que fazer em casos como este, mesmo que nunca tenha acontecido: todos devem correr para os porões de segurança que ficam embaixo de cada bloco. E é exatamente o que imagino que todos estão fazendo. Mas não consigo me mover, não consigo pensar, só sinto o medo em meu corpo, com as aceleradas batidas do meu coração. Minha visão começa a embaçar, até que tudo o que vejo são vultos. Até que em meio aos sons de gritos de desespero, uma distante voz:

– Hansel! Hansel! – ela grita. Eu a reconheço. Agachado ao meu lado, ele vira meu rosto em direção ao seu, onde apenas vejo os olhos castanho-claros, como se fossem o sol. – Sai desta! Acorda!

Enji... Meus sentidos voltam ao normal, me acordando para minha realidade do momento. Enji!

– O quê...? – digo baixo, me dando conta de todo o caos ao meu redor.

– Vamos! – Enji me puxa para cima. Nós dois corremos para as escadas, descendo-as rapidamente.

A adrenalina do momento faz meu sangue correr depressa pelo meu corpo, é pior do que a vez na montanha. Desta vez, é como se tudo ao meu redor estivesse desmoronando e não sei para onde fugir. Não dá para me esconder em meus pensamentos, tenho que encarar de frente. Acordar!

Enquanto Enji me puxa para a escada que leva ao porão de segurança, paro de andar assim que vejo luz cintilante vinda das janelas do salão do bloco D.

– Fogo... – digo a mim mesmo. Enji tenta me puxar mais uma vez, mas eu solto meu braço de sua mão. Eu o olho nos olhos, comunicando o que estou fazendo, e ele parece entender, pois me devolve seu olhar como quem diz "não faça isso".

– Hansel...? – Seus lábios se movem, mostrando o medo em sua voz. Sinto muito, Enji. – Hansel!

Eu corro para longe da escada do porão, indo para fora do bloco D, ainda ouvindo o som das incessantes explosões. Meu corpo se move como um trem, imparável, carregado pela energia da coragem que me invade pelo desejo de fazer o que sei que preciso. É como um instinto, como se a natureza em si estivesse me empurrando.

No meio da rua dos blocos, caos é só o que vejo, juntamente com cortes flamejantes pelo céu, vindos por cima do muro que cerca a universidade inteira; estão lançando as bolas de fogo de fora. Na floresta, vejo a grande muralha de chamas queimando as árvores, jogando sua fumaça para cima. Se não for contido, esse fogo vai se espalhar por tudo e destruir pelo menos metade de todos os dormitórios.

Eu corro pela rua em direção ao paredão de fogo, desviando de algumas explosões que conseguem chegar em áreas mais baixas. Mas uma delas derruba um dos postes de luz em minha direção. Antes que consiga me mexer, sinto algo me empurrar para frente; ou melhor, alguém. Enji se joga contra mim, tirando nós dois da direção do poste, que cai ao nosso lado. Enji me abraça, no chão, até perceber que estamos seguros por enquanto. Ele se levanta e puxa minha mão, me ajudando a ficar de pé.

– O que está fazendo aqui?! – pergunto irritado.

– O que você está fazendo aqui?! Está louco da cabeça de sair no meio de um ataque?! – grita Enji, tão irritado quanto eu. Ele deveria estar no porão, seguro.

Olhando para o céu, vejo uma bola de fogo vindo em nossa direção.

– Cuidado! – Tento empurrar Enji para fora do caminho dela, mas em vez de se mover, ele atira uma rajada de suas próprias chamas, que colide com a bola e ela explode no ar. O impacto da explosão ainda nos atinge, nos fazendo cambalear para o lado.

– Temos que sair daqui! – diz Enji, tentando me puxar de volta para o bloco D.

– Não! Eu preciso chegar até o fogo! – digo, me soltando de sua mão mais uma vez.

– E o que você acha que pode fazer?! – pergunta ele furioso. – Você vai acabar se matando se for até lá.

– Confia em mim! – digo. Eu não sei o que vou fazer, mas sei que algo dentro de mim está me levando até ele. E vou saber o que fazer quando chegar lá. Olho nos olhos de Enji, que não entregam raiva, como o tom de sua voz, mas medo. Ele fecha seus olhos, hesitante, então, se junta a mim. – Obrigado! – digo, aliviado por ter decidido me ajudar.

Nós dois corremos entre as explosões, se aproximando do fogo que está consumindo parte da floresta. Aos chegarmos lá, se escondemos por entre as árvores, onde as explosões das bolas de fogo não conseguem nos atingir. E assim que me aproximo o suficiente da gigantesca parede de chamas, tão alta que parece o muro da universidade, seu calor não me assusta ou me repele. É exatamente o contrário, ele me chama, como se eu tivesse sido criado para estar entre ele. Lentamente, ando em direção ao incêndio.

– Hansel, espera! – Enji tenta me impedir, mas eu o ignoro. Ele me segue em direção ao fogo, mas logo se afasta, por causa do calor. Seres do fogo são resistentes a calor e fogo, mas até mesmo eles não conseguem aguentar certas temperaturas elevadas. Mas eu... não sinto o calor do fogo. Ou melhor, eu o sinto, mas não me incomoda.

Toco minha mão direita nas chamas, mas nada de dor. E então, atravesso o paredão, ficando exatamente dentro das chamar, mas, de novo, nada de dor. Nem mesmo minhas roupas, que não são resistente ao fogo, não se queimam. Não sei por que fui levado até aqui, mas sinto que estou onde deveria estar agora.

Lentamente, abro meus braços, deixando as chamas me envolverem em um abraço. Então, suspiro profundamente, mas não é só o ar que adentra meu corpo. O calor, as chamas, tudo se converge em direção a mim, se encravando em minha pele, em minhas células. E dentro de mim, ele se instala, em meu peito, sendo espalhado por cada centímetro da minha carne.

Eu olho para o céu, vendo a lua, sua luz. Todo o calor dentro de mim é atirado para fora, como uma torre de luz azul-claro, subindo como um laser. Eu deveria me sentir cansado, esgotado, mas nem assim me sinto. Só há em mim puro êxtase. Estou em casa.

E após a luz, só vejo a escuridão, enquanto perco todos os meus sentidos.

– Ele vai ficar bem? – Ouço uma distante voz, mas não posso ver de onde ela vem. Não vejo nada, apenas escuridão.

– Vai ficar melhor do que você imagina! Nunca vi alguém com leituras corporais como as dele! – Outra voz responde. Não consigo reconhecer nenhuma delas.

Enquanto estou em meio à escuridão, consigo ver apenas meu corpo. Mas este lugar é muito familiar, como se o conhecesse desde sempre.

Hansel... – Uma voz distorcida me chama, uma voz diferente das duas que ouvi antes. Olho ao meu redor, mas não há nada. Enquanto tento enxergar algo, vejo distantemente uma luz azul, flutuando em meio ao escuro. Eu me aproximo lentamente, até perceber ser um cristal azul, brilhante, no formato de um triangulo. – Vá mais fundo. Encontre-a!

"Encontre-a..." Mas, quem...?

Num piscar de olhos, apareço mais uma vez no sonho que tive já duas vezes; agora três. Isto não pode ser apenas um sonho, seria coincidência demais. A visão é exatamente igual à anterior: as nuvens, os raios, o vento, a floresta os pilares e a base de cristal. Mas, desta vez, junto aos três pilares, vejo duas pessoas em cada um, tocando-os com suas mãos.

– Está vindo! – diz um deles, um homem de pele escura.

– Mantenham-se firmes! – diz um outro homem, um ruivo, de pele clara, que está tocando o mesmo pilar que o homem de pele escura.

Nos outros dois, vejo três mulheres, uma loira e duas morenas. E há um homem junto a uma das morenas, um de cabelos castanhos. Todos eles vestem roupas diferentes, parecem ser roupas antigas, roupas de couro, que cavaleiros medievais usavam na época dos reis e rainhas. Isto só pode ser o passado.

Enquanto observo a cena, a horrível sensação de terror invade meu ser mais uma vez. Porém, já não tão ruim quanto antes, como se já estivesse me acostumando com ela. No fim da clareira, entre árvores, surge a névoa negra e azul-escuro, se espalhando lentamente pelo campo.

– Aquele da Destruição! – grita o homem ruivo. Parte da névoa toma o formato de um rosto, mas não é identificável, é apenas o formato. Mas seus olhos brilham em um intenso azul, como duas luzes. "Aquele da Destruição..." Eu reconheço esse nome! É o monstro da lenda que é contada a nós quando somos crianças, de como surgiram os seres-éter! Mas é impossível, é apenas uma lenda! Não é...? – Mantenham o plano, eu vou atrasá-lo!

O homem ruivo larga para trás o pilar de cristal e corre em direção à névoa, que se move rapidamente de forma circular, como um furacão, ao redor de toda a base de cristal, se aproximando cada vez mais aos poucos. Ele aponta suas mãos em direção a ela e atira fogo, empurrando-a para trás. Mas antes que qualquer outra coisa aconteça, tudo ao meu redor fica claro, me fazendo enxergar apenas luz. Então, escuridão mais uma vez.

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