Capítulo 6
Como já esperava a menstruação veio enquanto eu estava na sala lendo alguns arquivos de Carlos, por sorte era uma das poucas que tinha um banheiro privado. Eu odiava trabalhar assim mas, precisava terminar meus estudos sobre todas as informações que tinham sido colhidas sobre ele. Tinha algo no fundo do meu consciente que me alertava a todo instante dizendo que esses deslizes de Carlos não eram nem a ponta do iceberg.
Irritada e com as pernas pesando uma tonelada cada uma eu decidi por fim deixar isso para amanhã, um desconforto nos olhos já me avisava de uma possível dor de cabeça, esse era realmente o pior período de trabalho para mim. Coloquei todos os papéis dentro da pasta e tranquei a sala tomando o cuidado de não deixar nada importante lá, embora a realidade seja diferente do meu ponto de vista eu sempre achava que os arquivos estavam mais seguros comigo do que em um prédio onde entram centenas de pessoas por dia.
No final do corredor estava Jericho, me dando a privacidade e o espaço que eu precisava. Sem falar qualquer coisa ele apenas me seguiu para o elevador, assim que as portas se fecharam pude ver o incômodo em seu olhar, sabia que ele podia sentir o cheiro do sangue e isso me deixou constrangida. Sou paranoica a ponto de pensar que todo mundo sabe que estou menstruada e fica me encarando esperando que eu espirre e mel e toda a roupa de sangue, agora com seu olhar sobre mim me sinto como se estivesse totalmente suja.
Ao chegar no Looby sinto algo vibrar em minha bolsa, o celular toca escandalosamente LinkimPark. Vendo que chamei a atenção começo a caça-lo em meio aos papéis e canetas espalhados, as vezes acho que minha bolsa tem um portal direto para Nárnia, achar algo na hora que preciso era um tremendo desafio. Por fim tateei o bolso traseiro da bolsa, o celular estava lá. O número restrito brilhava na tela e eu atendi rápido já sabendo de quem se tratava.
- Charlotty? O que tem para mim? - perguntei de imediato, resolvi me sentar em um dos sofás do Looby enquanto conversava com ela.
- Mais um podre daquele verme. - Charlotty Dílson era a minha detetive particular, ela conseguia informações que ninguém mais teria e isso era uma grande vantagem para mim.
- O que foi dessa vez? - quanto mais pesquisavamos sobre Carlos e seus veículos e números desaparecidos mais mergulharmos em um mar de merda.
- Tráfico de drogas experimentais, advinha quem era o fornecedor. - pediu, não precisava ser um gênio para identificar isso.
- Mercile. - resmunguei baixinho para que as pessoas apressadas não ouvissem, sabia que Jericho tinha ouvido pois me olhou com atenção enquanto permanecia sentado a minha frente.
- Exatamente, as drogas mataram algumas dezenas de pessoas em boates espalhadas por Chicago, Detroit e New York. Eu sei, cidades que não tem nada a ver uma com a outra, foi assim que ele conseguiu não chamar atenção. - soltei um longo suspiro cansado e como previ a dor de cabeça bateu em cheio.
- Quando vai poder me mandar os arquivos? - isso mudava completamente as coisas, Carlos tinha cometido muitos delitos mas, se envolvendo com a Mercile dava o direito a Homeland de julga-lo segundo suas leis.
- Estou fazendo um dociê completo, você vai precisar de nomes, provas, endereço e etc. Com tudo que vou te enviar esse cara vai estar na Fuller em menos de duas semanas. - ao menos uma notícia boa clarear meu dia literalmente pintado de vermelho.
- Obrigada Lotty, você é a melhor. - Ela riu e desligou, fechei os olhos momentaneamente e joguei o celular dentro da bolsa bagunçada.
Quando abri meus olhos me deparei com algo que eu não esperava no momento, tinha passado quase um mês aqui em meio aos espécies, devo admitir que todos esbanjam beleza e um nível de testosterona incrivelmente flamejantes para alguém em um estado de abstinência igual ao meu. Mas nunca me senti tão afetada quanto estava no momento, um par de olhos laranjas estavam me fitando do outro lado do Looby, eram selvagens, predatórios, exalava um perigo palpável. Como não tinha o visto antes? Estava com os cabelos castanhos soltos sobre os ombros largos, não me impressiona que ele alcance facilmente os dois metros de altura.
- Fêmea? Vamos? - foi Jericho que me tirou dos devaneios, ele parecia saber pra onde eu estava olhando. O dono dos olhos cor de laranja começou a se aproximar em um andar incrivelmente sexy, não era pesado, parecia que seus pés mau tocavam o chão pela forma graciosa como andava. Um tigre perseguindo sua presa, sim essa era exatamente a visão. Meu corpo traía todos os meus comandos, não conseguia me mexer e respirar se tornou pesado, sou louca sim em continuar sentada encarando um espécie visivelmente irritado, poderia muito bem colocar a culpa na TPM, ou até mesmo nos meses que não fazia sexo mas aquilo era excitante e a vontade de salvar minha própria pele ficou totalmente em último plano.
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