𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟖 • Zafiro

EPISÓDIO 2 — PARTE 3 — TEMP. 1
[ZAFIRO]

NOS ESTÁBULOS, Curly acabara de trazer o cavalo de Ira para Thomas.

— Pegue uma sela espanhola, Curly — mandou ele.

— Claro, Tommy, sela espanhola — assentiu. — Ele é muito lindo.

Thomas tragou o cigarro, prendendo-o entre os lábios ao pegar as rédeas do cavalo e caminhar para fora, deixando que Curly fosse buscar a sela.

— Tem um belo cavalo, Thomas — disse Charles, sentado atrás de uma garrafa de whisky e alguns papéis. — Mas valeu a pena romper com a família Lee por causa dele?

Thomas virou no intante em que ouviu Charles depositar algo pesado e pequeno na mesa de madeira. Ele estendeu a mão, pegando a bala.

— Sou só o mensageiro — avisou Charles. — É uma declaração de guerra. De parte de todo o clã Lee.

Tommy, estava riscado na bala.

— Primeiro as armas e agora isso?

— Não se fala nas armas — sibilou Thomas, nervoso. — Entendeu?

Thomas caminhou de volta para o cavalo, querendo sair dali o mais rápido possível.

— Tommy! — chamou. — Tommy!

Ele cedeu, virando-se para encarar Charles.

— Veja como fala comigo — mandou Charles.

— Me desculpe, tio — falou, irônico.

Thomas não perdeu tempo, montando no cavalo já com a sela espanhola que pedira.

— É Thomas Shelby contra a droga do mundo inteiro, não é?

Mas ele não respondeu. Thomas balançou as rédeas, fazendo com que o belo cavalo que dera à ira cavalgasse em direção a fábrica da BSA.

Ele sabia que estava na merda, que a qualquer momento poderia ocorrer uma guerra, mas Thomas tinha coisas demais para se preocupar — principalmente com o inspetor que decidira atormentar sua vida. A única coisa que parecia se normalizar era o seu relacionamento com Ira que deveria estar evoluindo para algo além da desconfiança.

Thomas se assustou ao ver o cavalo relinchar e pular ao ter se assustado com as chamas de uma das máquinas da fábrica. Ele agarrou as rédeas do animal, descendo e alisando seu rosto ao tentar acalmá-lo.

— Na França, dizíamos que era só a orquestra crescendo — sussurrou ele. — São trombones e tubas, só isso. É só barulho. Você vai se acostumar.

Percebendo que o cavalo estava mais calvo, Tommy caminhou com ele pela rua, vendo o quão majestoso ele era. Entretanto, ele parou de andar de repente ao abrir de uma porta e então um conteúdo sujo e fétido ser despejado de um balde para a rua.

— Me desculpe, Sr. Shelby — pediu ela. Thomas não respondeu. — A propósito, me chamo grace.

— Sei quem é — afirmou ele, curto e grosso.

— Qual o nome dele? É seu? — questionou Grace, indicando o cavalo.

Zafiro. É o cavalo de Ira.

— Da Doutora Lestat? — exclamou ela, intrigada do porquê Thomas estaria com o cavalo dela.

— Tem algo para me dizer? — questionou Thomas, cortando o papo furado.

Grace o encarou de cima a baixo, tomando coragem.

— Quando veio ao pub na outra noite, eu estava cantando — lembrou ela. — Disse que era proibido cantar. Mas eu gostaria de poder cantar uma noite por semana. Acho que seria bom para todos.

Ela viu Thomas revirar os olhos, prestes a dizer não.

— Aos sábados à noite — continuou. — O Harry tem medo de pedir para você, então...

— Você não tem — concluiu, cansado.

— Tenho sim — afirmou. — Mas amo cantar.

Thomas assentiu, pensativo.

— Fala como aquelas garotas ricas que vão à Dublin para as corridas — comentou ele. — Gosta de cavalos? Quer fazer um dinheiro extra?

— Para fazer o quê? — perguntou ela.

Thomas voltou a montar em Zafiro, se elevando acima de Grace.

— Arruma um vestido bonito — mandou ele. — Vou te levar para as corridas.


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IRA NÃO ERA EXATAMENTE uma grande apreciadora do cinema. Ela preferia muito mais a vivência e os detalhes dos livros, algo que os filmes nunca eram capazes de retratar. Mas ela estava ali por Ada que precisava de um pouco de apoio principalmente depois do que a rã de Ira apontou.

— Estou ficando sem pipoca — comentou ela, olhando o saco quase vazio.

De repente, as portas da sala de cinema foram escancaradas e passos rápidos e longos foram ouvidos. Ira nem se importou, mas Ada virou-se minimamente para trás, suspirando logo em seguida. Logo, o lugar vazio ao lado de Ada foi ocupado por uma esbelta figura masculina.

— Me diga o nome do pai, Ada — mandou, irritado demais.

— Rodolfo Valentino — respondeu, sarcástica.

Thomas não falou nada ao se levantar e bater as portas da sala novamente. Entretanto, o filme que passava no projetor logo foi encerrado e as luzes acesas.

— Saiam! — gritou ele. — Vamos! Todos vocês! Saiam!

Ninguém foi louco o bastante para desafiar Thomas Shelby e não seguir suas ordens. Um minuto depois e a sala estava vazia, restando apenas Ira, Thomas e Ada ali.

— Falei para me dizer a porra do nome dele — disse Thomas.

— Freddie Thorne, porra! — gritou ela, enraivecida.

A boca de Thomas estava ligeiramente aberta, sem reação.

— É! O seu melhor amigo desde a escola — exclamou Ada, lágrimas chegando aos olhos. — O homem que salvou a sua vida na França!

Ira suspirou, sem saber o que fazer naquele momento.

— Vá em frente! — mandou Ada. — Vá e mate-o! Mate-o e jogue-o no canal!

Thomas parou de ouvi-la, caminhando em passos pesados em firmes para a saída, escancarando as portas.

— Ei! Sou uma Shelby também, sabia? — gritou Ada em direção à sala do projetor. — Coloca essa merda de filme de volta!

Ira revirou o olhos, negando freneticamente.

— Minha pipoca acabou — lamentou ela.


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27.07.21

𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:

Espero que estejam gostando do desenrolar de GRITE MEU NOME! Não esqueçam de me dizer o que estão achando, isso me ajuda muito no desenvolvimento da fanfic.

Eu também queria agradecer aos comentários que recebi nessa última semana, vocês fizeram meu dia! Eu estou mais off-line daqui, mas isso logo vai mudar. É um contratempo já que eu estou esperando meu óculos novo ficar pronto se não eu não consigo enxergar nada.

Agora, tivemos mais interação da Grace nesse capítulo? Algum palpite?

VOTEM e COMENTEM
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