𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟓 • Por ordem dos Peaky Blinders
EPISÓDIO 1 — PARTE 5 — TEMP. 1
[POR ORDEM DOS PEAKY BLINDERS]
ERA MADRUGANA NO CHARLIE'S YARD, Thomas acompanhava enquanto carregavam as armas roubadas num dos barcos, prontos para fazer com que a polícia os encontrasse facilmente pela manhã. Thomas não havia dormido bem, mas conseguira dormir com as memórias macabras da Guerra.
Da Guerra e da fúria que ele vira nos olhos de Ira ao duvidar dela. Ele já tinha tantas coisas para lidar, e agora adicionara Ira a essa lista. Se Monaghan perdesse...
— Tio Charlie, podemos conversar?
Charlie se afastou, caminhando até Tommy enquanto deixava que continuassem com as cargas.
— Não tem luz cheia hoje — disse Charlie. — Podemos levar até a curva da Rua Gas e deixá-las na encosta. Os funcionários da ferrovia acharão de manhã.
Tommy soprou a fumaça do cigarro que tragava. Ele não respondeu Charlie, que o encarava desconfiado.
— É isso o que vamos fazer, não é? — perguntou.
— Eu mudei de ideia — revelou Tommy.
— Você o quê? — exclamou Charlie.
— Eu pensei em outra estratégia — repetiu. — Diga ao Curly para levar até o cais do tabaco. Tem um ancoradouro onde guardávamos cigarros. Ele sabe onde é. Quando o barco sair do estaleiro, não é mais seu problema.
— Perdeu a porra do juízo? — perguntou Charlie, tragando um cigarro. — Viu as ruas? Enviaram a porra de um exército atrás disso.
— É isso aí — concordou Tommy. — Eles entregaram o jogo.
— Entregaram? — repetiu Charlie.
— Se querem tanto as armas de volta, terão que pagar. É assim que o mundo funciona. A sorte joga algo valioso no seu colo, você não joga fora na encosta do canal.
— Você é louco, Tommy — disse Charlie, suspirando indignado com o sobrinho. — Sempre cuidei de você como um pai. Vai tornar a sua vida um inferno. Esse inspetor não prende ninguém.
Thomas bufou.
— Ele não lutou na Guerra — disse ele. — Ocupação reservada.
— Você está querendo outra guerra, Tommy?
— Cais do tabaco. — Disse apenas. — Por ordem dos Peaky Blinders.
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A LUZ DO DIA, Thomas e Danny caminhavam até o canal, onde dois homens italianos os encaravam enquanto fumavam um cigarro. Entretanto, Tommy nunca esperaria que Ira os estivesse assistindo de longe. Escondida nas sombras de duas construções, ela estava ali para supervisionar o possível assassinato que aconteceria em breve.
Ludovico mandara uma carta, explicando que fora visto matando um italiano em Little Italy. Não era assunto deles para resolver, mas ainda assim requisitaram que Ira garantisse que teriam vingança.
Os dois homens que os observavam era os irmãos do que fora morto. Se Tommy fosse matá-lo, isso até era misericórdia. Ira sabia que se Danny fosse entregue nas mãos dos italianos, cortariam seu pênis e o deixariam sangrar até morrer. Ah, Ira já havia assistindo tantas vendetta. Mas era assim que eles resolviam as coisas.
Ira duvidava que Danny seria realmente assassinado por Tommy. Thomas Shelby era um homem engenhoso, mas não era cruel ao ponto de matar de verdade um amigo. Mas morto de verdade ou não, Ira só precisava confirmar que viu o corpo e a arma. Ponto.
E foi isso o que ela viu.
Em algumas horas, escreveria uma carta endereçada à Little Italy, confirmando que Danny recebera a máxima punição e que assuntos relacionados a vendetta estavam encerrados.
Entretanto, enquanto caminhava de volta para sua casa, Ira não esperava que Polly Gray estivesse esperando-a em frente à sua propriedade. Polly estava na frente da porta, impedindo ira de entrar.
— Posso ajudá-la, Sra. Gray? — perguntou Ira, cordial.
— Me chame de Polly — pediu. — Eu gostaria de conversar sobre o Thomas.
Ira assentiu. Polly saiu da frente da porta, dando passagem para que Ira pudesse destrancar a porta com a chave já em mãos. Nada foi dito enquanto as duas mulheres se ajeitavam na cozinha e Ira fervia um chá para as duas.
Polly tinha muito o que falar com Ira, mas nem sabia direito por onde começar. Ela falava que sabia o que Ira havia feito? Pediu desculpas por Tommy?
— Thomas me contou sobre o feitiço no Monaghan e como você disse que não conseguiria tirá-lo — começou Polly, bebericando o chá que surpreendentemente lhe agradou. — Mas você o tirou.
— Eu não tinha conhecimento sobre aquele tipo de magia — justificou Ira.
— Posso ver as olheiras em seus olhos, Ira. Já está acordada há dois dias, não é?
Ira assentiu, bebendo da próxima xícara sem saber o que falar.
— Monaghan venceu a corrida porque você se sacrificou para pesquisar uma forma de tirar o feitiço dele — disse Polly. — Thomas lhe insultou, questionou sua inteligência, e eu sinto muito pelo o que ele fez.
— Não é sua culpa — garantiu Ira, pensando em Thomas. — Thomas pode ou não acreditar em mim, mas eu gosto de cavalos e corridas. Eu tinha uma quando era pequena. Seu nome era Caliard. Ele morreu de velhice, mas ganhou muitas corridas antes. E eu não sabia os efeitos colaterais do feitiço que Thomas teria pedido àquela chinesa para colocar, mas poderia ser fatal. Um cavalo tão puro não merecia esse tipo de fim.
— Mas isso te desgastou, não é? — perguntou Polly, vendo como a postura de Ira estava caída, como se um grande peso estivesse em seus ombros. — Thomas não lhe merece. Ele e seu cavalo não mereciam ter ganhado.
Novamente, Ira não conseguiu responder nada. Polly viu isso, então ela abriu um bolso dentro do seu casaco e dele jogou uma pequena bolsinha que, ao atingir a mesa, tilintou com o barulho de moedas. Ira encarou Polly, sem saber o que fazer.
— Eu conversei com o Tommy, e nós dois concordamos que você merecia isso — explicou. — Sem você, Monaghan Boy nunca teria ganhado.
— Não quero esse dinheiro — negou Ira. — Não quero o dinheiro do Thomas.
— Entendo — afirmou Polly. — Você deveria tentar descansar, Ira. Vai fazer bem para você.
Mas quando Polly foi embora, ela não levou consigo o dinheiro que haviam ganhado com as apostas em Monaghan Boy. Ira também não tocou nele, apenas se recolhendo para seu quarto e deitando-se em sua cama com a intenção de dormir. Entretanto, ela não teve sonhos bons naquela noite e nem nas próximas.
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06.07.21
𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:
E para quem esperava pela volta de LUDENS, eu já publiquei o primeiro capítulo da
FASE 2.
Agora, eu comecei um small business de quadros pintados no vidro (animes e mangás) no Instagram @ ria.glasspaintings!
Se vocês pudessem dar uma olhadinha eu super agradeceria!
♛
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