‘ Ela se perdeu no caminho,
é apenas o fragmento do que
um dia já foi. E ela ainda está perdida, procurando juntar pedaço por pedaço do que sobrou, ela não irá parar até consegui de volta, ela é assim. ’

Jamais em toda a sua vida Lirwen imaginou que estaria naquela situação, fugindo como uma proscrita. Mas ali estava ela, correndo entre as sombras das árvores, a respiração entrecortada e o coração disparado como o bater de asas de um pássaro enjaulado.

Havia perdido o controle de seus próprios passos, como se seu corpo se movesse por instinto, levada pela dor e pelo desespero. As lembranças eram como punhais perfurando sua mente, e cada uma delas a fazia tropeçar em um abismo invisível de sofrimento.

Quando, afinal, tudo havia começado a desmoronar? Não sabia ao certo, mas as palavras ditas por aquele que um dia confiara ainda ecoavam em sua mente. Ele fora o início de seu tormento, o instigador da ruína que agora a perseguia. Seus gestos, suas promessas vazias, cada um desses detalhes a empurrara para um precipício que ela jamais soubera existir.

Ela continuava, os pés firmes na terra, mas seu espírito cada vez mais frágil. Lágrimas escorriam pelo rosto, ardendo-lhe os olhos e misturando-se ao gosto amargo da terra. Existiria ainda algum motivo para persistir? Alguma razão para continuar a respirar, quando o peso da desesperança começou a esmagá-la?

Seu corpo se movia, sem rumo e sem vontade, e a floresta que a envolvia parecia cúmplice de seu desespero, o sussurro das folhas mais semelhante a risos distantes e frios. Então, sem perceber, tropeçou em uma raiz exposta e caiu pesadamente ao chão. As mãos se estenderam para amortecer a queda, mas apenas encontraram galhos secos e ásperos que arranharam sua pele, enquanto o impacto a fazia morder os lábios para conter um grito de dor.

Ajoelhada na poeira, seu rosto sujo e machucado, ela finalmente cedeu, a exaustão e o sofrimento consumindo suas últimas forças. A túnica, outrora de um branco imaculado, estava manchada pela terra, um símbolo da pureza que ela perdera naquele mundo escuro e implacável.

Afastou-se da dor e das feridas, ergueu o olhar para o céu encoberto pelas copas das árvores e, em um sussurro quase inaudível, murmurou:

━━ Eru, por favor... ajude-me...

Seus olhos se encheram de lágrimas, a visão embaçada enquanto buscava no céu alguma resposta, uma luz que a tirasse da escuridão na qual mergulhara. Ela queria, mais que tudo, acreditar que seu clamor poderia ser ouvido, que o seu criador lhe daria um sinal de compaixão. No fundo de sua alma, chamava por Námo, desejando que ele viesse libertá-la daquele sofrimento eterno.

━━ Námo... por favor...

A súplica se perdeu em um sussurro, seus olhos começando a se fechar, cada vez mais pesados. As forças a abandonavam e, finalmente, entregou-se ao repouso, permitindo que a escuridão suave do sono a acolhesse como um abraço.

Naquele instante, entre os sonhos e o esquecimento, Lirwen encontrou o descanso que tanto buscara ━━ um breve alívio em meio ao caos de seu coração atormentado.

୨ ˊ ˒' 𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒

𝐢 〕 Oii! Prólogo de Green Empire finalmente foi publicado, e com capa nova!!!! O trabalho da Dressa foi incrível, muito obrigada amg! dressadsgwttp

𝐢𝐢 〕 Eu não vou deixar evidente o que de fato aconteceu para a Lirwen estar nessa situação, vai ser segredo, vai ser uma história com flashbacks, e vocês vão descobrir lentamente o que de fato aconteceu com ela, acham que esse prólogo se refere ao passado ou ao futuro?

𝐢𝐢𝐢 〕 Eu espero em breve publicar o capítulo um, e com mais flashbacks e spoilers.

𝐢𝐯 〕 Nesse capítulo não tem menção ao Gil-Galad (ou tem? 🙈), mas no capítulo um já teremos ele com a Lirwen. Eu amo o fato de ambos já serem casados no início da fic 😭, mas não preocupem, terá flashback de como se conheceram.

𝐯 〕 E por fim, espero que tenham gostado, é um prólogo pequeno, apenas para introdução, mas eu prometo que no próximo capítulo será maior.

beijos da Ellie!!