Capítulo_28

Olá amores, boa noite!!!

Estou de volta com mais um capítulo, espero que gostem curtam bastante e deixem seus comentários!!!

Boa leitura!!!

Passei três dias na casa dos meus pais, e planejava passar mais alguns. Yeosang não parecia mais estar assustado e às vezes resmungava que sentia falta do San. 

Precisei desses dias pra me recuperar, para entender que nada disso foi culpa dele, que ele não tinha controle de suas ações, que ele não era daquele jeito e que eu não precisava me sentir sujo igual me sentia.

Agora eu estava na varanda, sentado num balanço estofado que Jungkook colocou ali pra mim, tomando um chá de camomila.

— Filho — Jimin apareceu e sentou ao meu lado — San está aqui…

Quase cuspi todo o chá que eu tava bebendo quando ouvi isso

— O q-que... o que ele quer aqui?

— Ele sentia falta do Yeo e queria vê-lo. Os dois estão tendo uma conversa animada pelo que parece, Yeo não para de rir — Sorriu mínimo.

Ele ama o sorriso do Yeosang, os olhos dele até brilham quando fala sobre.

— Mas ele quer falar com você também — Abaixei a cabeça e olhei pra xícara que eu segurava —  Ei — Segurou no meu queixo e me fez olhar pra ele — Não precisa ir se não se sentir confortável.

— Não... eu quero falar com ele. Só... só não esperava que fosse tão rápido.

— Tem certeza mesmo? Ele disse que se você não se sentir confortável não precisa nem sair daqui e ele vai entender.

— Eu tenho papai — Sorri mínimo e olhei pra ele — Vou falar com ele.

— Tudo bem então. Vou chamá-lo.

— Tá bom — Concordei com a cabeça e ele saiu. Voltei a tomar meu chá, e naquele momento achei mais do que maravilhoso estar tomando justo o de camomila, já que ia precisar ficar bem calmo agora.

Quando San apareceu ele parecia acabado. Tinha olheiras profundas, uma expressão cansada, alguns cortes cicatrizados pelos braços e pescoço e a boca estava tão seca que tinha um monte de pelinha evidente ali.

— Oi Wooyoung — Sua voz estava bem rouca e parecia doer quando falava.

— Oi... San…

— Posso sentar?

— Pode, claro — Cheguei um pouco pro lado pra ter mais espaço e ele se sentou ali.

— Wooyoung, Eu queria te pedir desculpas — Disse olhando pras suas mãos em seu colo — Meu comportamento foi horroroso e vergonhoso. Não devia ter feito o que fiz. Entendo a dor que está sentindo, e vou entender se não quiser voltar também.

A voz dele, além de rouca e aparentemente dolorida, estava trêmula, como se segurasse o choro, e ali eu vi apenas um alfa cansado e a ponto de desabar.

— Eu não tenho controle sobre o meu lobo, nem eu entendo ele na maior parte do tempo. Mas eu sinto ele choramingando e pedindo perdão, está tão arrependido quanto eu — Suspirou cansado — Vou entender se não quiser me perdoar, o que eu fiz não tem perdão. Só... só não me proíbe de ver o Yeosang. Ele é especial pra mim e se eu perdê-lo também... não sei o que vou fazer.

Ele começou a arranhar o canto do dedão esquerdo dele, claramente nervoso, e ao invés de brigar ou dizer palavras ofensivas, apenas coloquei uma mão em cima das dele, fazendo ele olhar para mim. Comecei um carinho nas mãos dele, vendo ele relaxar o corpo na hora.

— Como meu pai Jimin sempre diz, errar é humano. Temos defeitos, temos nossos problemas, e pelo pouco que te conheço sei que nunca faria o que fez só porque queria — Sorri mínimo — Já passei um rut com você e sei bem como seu lobo pode ser sedento, raivoso, possessivo e incontrolável. Eu não te culpo pelo que fez, não culpo seu lobo e já perdoei os dois. Mesmo que tivesse demorado pra te perdoar, eu perdoei — Olhei nos olhos dele — E se eu te perdoei, você também pode se perdoar.

Ele negou várias vezes com a cabeça e pareceu ficar tenso de novo.

— Nunca vou me perdoar pelo que eu fiz. Eu não posso, não mereço ser perdoado — Disse negando com a cabeça.

— Sannie — Segurei o queixo dele e fiz ele olhar pra mim — Perdoar não significa que o seu erro vai desaparecer. Vai ficar na minha memória, vai ficar na sua, vamos remoer uma hora ou outra porque é da natureza humana fazer isso, mas não podemos deixar isso afetar nosso futuro. Já aconteceu, ficou no passado. Vamos criar novas e boas memórias juntos para substituir as ruins.

— O que quer dizer com isso?

— O que eu quero dizer é que se eu te perdoei, você também pode se perdoar, mas se não consegue fazer isso sozinho eu vou te ajudar.

— Vai... me ajudar?

— Isso — Concordei com a cabeça.

— Eu não esperava por essa resposta — Riu soprado — Achei que ia me tirar daqui aos chutes depois de me humilhar.

— Trabalhar com crianças me fez entender muitas coisas, e a primeira coisa que eu aprendi foi ter paciência, e ao invés de xingar ter uma boa conversa. Às vezes tudo o que uma criança precisa é de atenção, amor e cuidados, e não é diferente com adolescentes, jovens, adultos, idosos ou pré-históricos.

— Pré-históricos?

— É, que já passaram do tempo deles.

San não aguentou e riu baixinho, o que me fez sorrir ao ver que minha tentativa de deixar o ar mais descontraído funcionou.

— Então você vai voltar para minha casa?

— Vou passar mais essa semana aqui porque meu pai Jimin tá atolado de tarefas e precisa de ajuda enquanto o meu pai Jungkook tá trabalhando, mas eu vou voltar sim.

— E o Yeosang?

— Pode vir vê-lo quando quiser, mas avisa antes pode ser?

— Pode — Concordou com a cabeça e olhou as horas — Eu preciso ir, tenho uma reunião importante agora — Suspirou cansado.

— Você acabou de sair do período de rut, precisa de descanso.

— Não posso descansar — Negou com a cabeça.

— Pode sim, e vai. Remarca a reunião para amanhã e mais qualquer outra coisa que você ia fazer hoje, porque vai tirar o dia pra descansar e vou fazer o Hongjoong mandar o Seonghwa fazer o mesmo. Vocês precisam de um descanso, e se eu souber que me desobedeceu vai dar ruim pro teu lado.

— Tá bom, tá bom, eu vou descansar hoje.

— Isso aí mesmo. Tem que cuidar da sua saúde. Passa alguma coisa pra tirar essas olheiras, comer algo cheio de sustância, faz uma massagem, tá precisando viu? Tá muito tenso, e dorme. É o que você mais precisa. Dormir.

— Tá bom, eu vou fazer isso.

— Acho bom — Levantei e ele fez o mesmo, depois acompanhei ele até a saída.

— Já vai papai? — Yeosang apareceu ali com as mãos sujas de tinta azul.

— Já sim filho. — Concordou com a cabeça — Tenho algo importante para fazer hoje e não posso desmarcar, se não minha vida vai entrar em jogo.

— E vai disputar com quem?

— É uma metáfora filho — Falei rindo e peguei ele no colo — De um beijinho no papai pra se despedir dele.

Yeosang deixou um beijinho molhado na bochecha do San junto de uma marca da mãozinha dele na blusa do alfa com tinta, e ele se foi.

— Porque sua mão tá suja de tinta?

— Vovô Kookie tá ensinando a gente a pintar — Disse com um sorrisão e eu coloquei ele no chão.

— Então volte pra lá — Fiz um carinho rápido no cabelo dele e ele voltou correndo.

Suspirei me sentindo mais aliviado depois dessa conversa, e a desculpa que eu dei falando que o meu pai Jimin precisava de ajuda porque estava totalmente atarefado e eu ia ficar aqui mais um pouco, foi só pra me acostumar com a ideia de que eu vou voltar pra casa dele.

Ainda não estava pronto pra voltar.

Ainda não!!!

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