"Primeira compra"



Capítulo 12

- "Primeira compra"

Park S/N

Me remexi na cama, e felizmente não senti a presença do Jay ao meu lado. Me sentei na superfície macia, prendi meu cabelo em um coque desajeitado, suspirei fundo e finalmente me levantei, indo para o banheiro fazer a minha higiene matinal, tirei a minha camisola e vesti um vestidinho de alcinha preto que é totalmente liso sem nenhum detalhe, mas que valoriza minhas curvas e meu busto.

Minhas roupas estão todas aqui na mansão do Park, pois antes da Lua de Mel pedi para a Jennie ir até a minha casa trazer minhas coisas aqui, justificando para a minha mãe que eu teria que ir em uma viagem de última hora organizada pela faculdade.

Minha mãe sempre manda mensagens ou liga, mas são poucas vezes que eu atendo ou respondo, e quando faço, digo que ando muito ocupada.

A verdade é que eu não me sinto bem em conversar com a minha mãe, sabendo que estou mentindo um monte de coisa pra ela, ela nem sequer sabe que vai ter um neto, e se depender de mim não vai saber nunca.

Suspirei e calcei meus chinelos, logo saindo do quarto, procurando pela cozinha, já que meu estômago está roncando de fome, ou então é o bebê.

A casa está silenciosa, o que significa que está vazia, ou quase vazia.

Na cozinha, vejo o moreno que eu tanto desejo concentrado no seu notebook sobre o balcão, e sorri de canto.

S/N: - Bom dia, Gray! - eu disse indo até a geladeira pegando uma caixa de leite.

Gray: - Bom dia, S/N. - ele disse sem tirar os olhos do notebook.

S/N: - Cadê o resto do povo? - perguntei me sentando na banqueta ao seu lado.

Gray: - Foram resolver um lance com um cara que está devendo umas paradas pra gente. - respondeu sem olhar pra mim.

S/N: - Uhm... - acho que vou tentar dialogar mais com ele, estamos sozinhos de novo e não posso desperdiçar essa chance. - Eu estava certa, Gray.

Gray: - Sobre?

S/N: - O Jay ter me traído com a Hoody. - forcei os meus olhos a se encherem de lágrimas.

Gray: - E você se importa?

Agora sim ele finalmente está me olhando, então vou fazer de tudo para persuadir ele.

S/N: - Mas é claro que sim. - fiz algumas lágrimas caírem pelo meu rosto, que diferente de ontem, essas são totalmente falsas. - Eu pensei que pudéssemos ter uma relação saudável, mas o Jay estragou tudo.

Gray me olhava com um ponto de interrogação na cara, totalmente perdido e sem entender nada.

Gray: - Eu pensei que você não sentisse nada pelo Jay.

S/N: - E não sinto, mas eu estou grávida de um filho dele e não quero que o meu bebê nasça em uma família desestruturada desse jeito.

Gray: - Bebê do qual você queria abortar? - perguntou ironicamente.

S/N: - Eu mudei, tá legal? Eu só queria poder dar uma família normal pro meu filho.

Me desabei em "lágrimas" e então o Gray me abraçou apertado, ele parecia nitidamente sem jeito, me fazendo sorrir vitoriosa.

Gray: - Não fica assim, S/N. - ele fala acariciando os meus cabelos, enquanto seu maravilhoso perfume adentrou as minhas narinas. - Eu vou conversar com o Jay.

S/N: - Não... eu só preciso do seu apoio nesse momento difícil da minha vida... - o apertei em meu abraço, aproveitando ao máximo seus músculos bem definidos.

Gray: - Tudo bem. - ele disse compreensível e ergui minha cabeça, olhando nos olhos dele e senti seu delicioso hálito de menta bater em meu rosto.

Nossas bocas estavam a dois dedos de distância, e eu não pude deixar de olhar para os seus beijáveis lábios.

Tentei me aproximar cuidadosamente para não assustá-lo, mas não adiantou, ele rapidamente escapou dos meus braços na primeira oportunidade, fingindo que não estava entendendo o que estava acontecendo.

Gray: - Eu vou pro escritório. Preciso de concentração para hackear essa merda. - falou pegando o seu notebook e foi sair da cozinha, mas eu o barrei entrando na sua frente.

S/N: - Tem alguma coisa te desconcentrando aqui?

Gray: - Não. Eu só me sinto mais confortável quando tô sozinho. - passou por mim e foi se trancar no escritório.

S/N: - Droga... - resmunguei pegando mais comida da geladeira.

...

Jay Park

Já estava ficando irritado com o sujeito na minha frente choramingando sem parar, enquanto eu tentava pelo menos conseguir algo dele antes de matá-lo.

Jay: - Jackson, eu não tenho todo o tempo do mundo! - falei impaciente. - Vamos logo! Cadê a porra da grana!?

Jackson: - Park, por favor, eu te peço só mais uma semana. Eu juro que vou quitar a minha dívida com você.

Jay: - Eu já te dei três semanas, porra! - dei uma apunhalada na cabeça dele, fazendo-o sangrar mais ainda. - Ou você me dá essa grana agora, ou vai fazer companhia pro diabo em cinco segundos!

Jackson: - Eu não tenho. - ele disse entre lágrimas e sem mais delongas eu disparei três tiros no meio da testa dele.

Jay: - Pegaram tudo? - perguntei para o Simon e o Loco que estavam procurando qualquer coisa de valor nesse barraco.

Loco: - Não tem nada de interessante aqui, cara.

Simon: - Só essa merda aqui que não deve valer mais do que 15 mil dólares. - falou mostrando um cordão de ouro.

Loco: - Deveríamos pegar os órgãos dele e vender.

Simon: - Agora é tarde, ele já está morto.

Jay: - Apodreça no quinto dos inferno, seu merda! - chutei o corpo do Wang no chão, logo saindo desse barraco.

[...]

Depois de um tempo os meus homens limparam a sujeira, esconderam qualquer vestígios ou provas do crime recente, e agora é só se livrar do corpo.

Estava acompanhando tudo de longe, não posso correr o risco de deixar rastros.

XXX: - Tudo pronto, Park!

Jay: - Ótimo. Agora se livrem desse cadáver de uma vez por todas.

XXX: - Pode deixar.

Caminhei em direção a Ferrari preta, quando de repente meu celular tocou e então atendi.

Jay: - Fala! - eu disse entrando no meu carro.

S/N: - QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA MANDAR ESSES GRANDALHÕES ME IMPEDIREM DE SAIR DE CASA!?

Quase fiquei surdo ao ouvir a minha "amada" esposa gritar pelo telefone, e pelo visto está bem irritada.

Jay: - Jay Park, líder da máfia, e seu marido! - respondo sorrindo de canto.

S/N: - ENFIA ESSE TÍTULO NO SEU CU! E você não é meu marido, você é um louco psicótico que me obrigou a me casar com você!

Jay: - Quando você aprender a pedir com carinho, eu deixo você sair, tá legal? - falei dando partida no carro.

S/N: - Eu te odeio!

Jay: - Eu te amo mais! - debochei e desliguei na cara dela.

[...]

Entrei na mansão um pouco antes do Simon e o Loco, quase sendo atingido por um vaso de porcelana que se chocou contra a parede, se quebrando em dezenas de pedaços.

Jay: - Você é louca, só pode! - ri me aproximando dela, e tentei lhe dar um selinho, mas ela virou o rosto.

S/N: - Jay, você não pode me tratar assim! - falou irritada. - Primeiro você me traí, e agora acha que pode me manter presa aqui dentro como um objeto de enfeite!? Cara, na boa, eu odeio você mais do que tudo nessa vida!

Jay: - Eu posso saber pra onde você quer ir, senhorita estressada?

S/N: - Pro raio que o parta! - respondeu completamente irritada, o que me fez rir. - Manda agora aqueles GRANDALHÕES lá fora deixarem eu sair!

Jay: - Tudo bem, vamos pro "raio que o parta" juntos. - peguei sua mão arrastando-a para fora da mansão.

S/N: - Jay, eu quero ir sozinha. Um dia só pra mim.

Jay: - Tá legal. É só fingir que eu não estou com você. - abri a porta do carro pra ela entrar, sem gostar muito mesmo assim ela entrou. Dei a volta e entrei no carro, e logo dando partida. - Para onde você quer ir?

Ela bufou, sem gostar da minha companhia.

S/N: - Me leve ao shopping.

...

Park S/N

No salão, a cabeleireira observou o Jay por alguns segundos, depois olhou pra mim.

XXX: - Seu namorado é muito paciente com você. Que sorte! - a cabeleireira sorriu simpática pra mim. - São poucos os homens que vêm aqui com suas companheiras e esperam por elas.

S/N: - Ele não é meu namorado. - falei um pouco séria.

XXX: - Oh, me desculpe. - a cabeleireira sorriu sem jeito.

Jay: - Não precisa se desculpar. Eu sou marido dela. - Jay se intrometeu na conversa de lá da poltrona de espera.

Fechei a cara vendo-o sorridente pra mim, e cruzei os braços irritada.

XXX: - Ah, que lindos! Vocês formam um lindo casal! - a cabeleireira nos elogiou.

Jay: - Eu sempre falo isso pra ela. - Jay disse convencido, sorrindo sem parar pra mim.

S/N: - Park, você pode ir buscar alguma coisa pra eu comer, por favor!? - pedi forçando um sorriso, mesmo sem estar com fome, eu só queria me livrar dele, nem que seja por alguns minutos.

Jay: - Claro, amor! - sorriu e levantou-se saindo do salão.

Eu poderia fugir daqui, mas eu tenho certeza que ele vai caçar o fast food mais perto daqui só para ficar de olho em mim. Suspirei aliviada em tê-lo longe de mim por alguns metros de distância.

XXX: - Você tem alguma restrição específica de produtos que podem ou não ser usados no seu cabelo, querida? - a cabeleireira perguntou preparando os produtos na mesinha.

S/N: - Não... - respondi, e logo me lembrei de algo importante. - Ah, na verdade sim, eu estou grávida. Então prefiro evitar qualquer produto que possa prejudicar o bebê.

XXX: - Aaah parabéns!

S/N: - Obrigada. - sorri fraco.

XXX: - Eu tenho o produto perfeito pra você, gravidinha! - a cabeleireira disse animada, e sorri com o apelido fofo. - E então, você já sabe o sexo do bebê? - perguntou enquanto misturava os produtos.

S/N: - Ainda não, ele é bem novinho. Eu ainda tô de dois meses, com quase três meses. - falei e a cabeleireira sorriu simpática.

XXX: - Os enjôos devem estar te matando.

S/N: - Vish! Nem me fale! - suspirei pesadamente. - Tem dias que eu penso que vou botar pra fora até o que eu não tenho dentro de mim pra fora.

XXX: - Os primeiros três meses são horríveis mesmo. Eu já passei por três gestações, e posso dizer com toda a certeza do mundo que são as piores, depois tudo melhora em relação aos enjôos.

S/N: - Que bom. - falei aliviada em saber disso.

XXX: - Logo você descobre o sexo do bebê e finalmente pode começar a pensar nos nomes, pode começar a comprar roupinhas, montar o quartinho. - a cabeleireira sorriu como se lembrasse da sua experiência, o que me fez sorrir. - E o seu amor vai só aumentar a cada mês. Espere só até você fazer a primeira ultrassom e ouvir o coraçãozinho dele bater. E quando você sentir o primeiro chutinho dele, você vai levar um susto, mas vai ser um dos momentos mais felizes da sua vida. Só não ganha para o momento do parto, quando você vê o rostinho do seu filho pela primeira vez e sente que naquele momento você é tudo o que ele precisa.

Por algum motivo meu coração estava transbordando um turbilhão de sentimentos e sensações que eu não sabia explicar como eram ou o que eram. Eu só estava sentindo. E era bom.

[...]

Após o salão, fui em várias lojas comprando um monte de coisas, desde as comidas até as roupas e calçados pra mim, enquanto isso o Jay segurava todas as sacolas me acompanhando.

Jay: - Aonde você vai agora, S/N? - Jay perguntou vindo atrás de mim. - Se está tentando me vencer pelo cansaço, pode ir tirando o seu carvalhinho da chuva.

S/N: - É a última loja que eu vou, eu prometo, depois nós vamos embora.

Jay: - Uh, finalmente! - suspirou visivelmente cansado.

Na verdade eu não saí com intenção alguma de ir a uma loja do tipo, mas depois da minha conversa com a cabeleireira, eu simplesmente senti uma vontade enorme de fazer a minha primeira compra para ele ou ela.

Entrei na loja de roupinhas e utensílios de bebê, e Jay me olhou perplexo mas não disse nada.

Era tanta coisa que eu juro que não fazia ideia do que comprar, tinha muitas variedades que me deixava indecisa.

Até que vi um lindo par de sapatinhos branco que certamente servia para ambos os sexos, e sorri pegando o par de sapatinhos brancos fofinhos.

Jay: - Esse momento é impagável. - Jay disse com um sorriso bobo no rosto.

S/N: - Ué, por quê? - perguntei olhando admirada para os pequenos sapatinhos nas minhas mãos, sentindo o meu coração palpitar só de imaginar seus pequenos pezinhos ali.

Jay: - Eu nunca imaginaria você em uma loja de bebê comprando algo para o nosso filho.

S/N: - São os hormônios. - sorri e fui pagar o par de sapatinhos.

Comprava tudo com o dinheiro do Jay, nem me importo se já gastei demais. Entreguei a sacola dos sapatinhos para o Jay segurar, logo em seguida fui saindo da loja de bebês.

Jay: - Você vai sempre usar essa justificativa quando demonstrar seus sentimentos? - perguntou assim que saímos da loja.

S/N: - Não é uma justificativa, é um fato.

Jay: - S/N! - ficou na minha frente e eu o olhei. - Olha, eu sou a pessoa mais imprópria para dizer isso, mas está tudo bem você demonstrar os seus sentimentos.

Desviei o meu olhar dele, negando com a cabeça.

S/N: - Se você está falando de ontem, eu não...

Jay: - Eu fui um babaca com você, eu sei. - ele confessou e eu o olhei perplexa por ter admitido de livre e espontânea vontade. - Eu não deveria ter ficado com a Hoody e muito menos ter dito aquelas coisas que eu te disse antes de dormirmos. Mesmo que você não tenha de fato se sentindo mal com as merdas que eu fiz, e tenha mesmo sido só os hormônios, eu quero me desculpar.

Sorri ainda surpresa com as suas palavras, e o abracei.

S/N: - Tudo bem, Jay. - falei e me afastei antes de darmos um breve selinho.

Jay: - Agora podemos ir?

S/N: - Sim, senhor reclamão - eu disse revirando os olhos.

Jay: - Ah, finalmente, porque eu não tô sentindo as minhas pernas.

Ri e balancei a cabeça negativamente para o seu pequeno drama.

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