Capítulo Único
Hermione Granger precisava de coragem para enfrentar o mundo.Seja ele o bruxo, ou, o trouxa. A menina extraordinária, que nasceu com uma pele escura como chocolate, cabelos selvagens e indomados, sangue mágico e com um temperamento forte, sempre teve a coragem como sua melhor amiga.
Quando criança, recebia olhares tortos, por causa da cor da sua pele e do seu cabelo. Olhavam, desviavam o olhar, e voltavam a olhar com certo incomodo. Parecia que sua cor de pele não era aceitável para os padrões, não combinava, certa vez ouviu que era um erro existir pessoas nesse tom de pele. Erro? Erro era o que essas pessoas diziam, julgando-a por sua pele, agindo como se ela tivesse uma doença contagiosa, excluindo-a de forma grotesca. Cabelo ruim, pixaim, falavam tanto do seu cabelo,discriminando seus cachos selvagens, sugerindo vez após vez para ela alisá-los. Todos tinham muito a dizer, por que outra vez, ela não se encaixava no padrão da sociedade! Quem fez esses padrões? O mundo é gigante e tão recheado de diversidade, seja pela pele, cabelo, ou qualquer outra característica, não podia ser resumido em apenas um tipo, não devia existir o bonito e o feio, não devia existir um padrão certo.
E quando descobriu que era uma bruxa? A felicidade, a euforia, a satisfação por saber que ela era especial, foi logo apagada quando o primeiro insulto chegou. Sangue-ruim. Dessa vez, não era sua cor de pele, não era seu cabelo, a ofensa era por ser nascida trouxa. Quem disse que bruxos não tem seus preconceitos? Julgando-a por não ter nascido de pais bruxos, rejeitando-a por não acharem que ela é digna de ter magia em seu sangue, repudiando sua existência. De novo, quem fez essas regras? Quem disse que ela não era merecedora da magia? A magia floresceu nela, por que ela era extraordinária, e Hermione sabia que os bruxos de mente fechada jamais entenderiam isso do mesmo modo que os trouxas jamais entenderiam que cor de pele não significava nada.
Quando chegou a adolescência, enfrentou com coragem todos os preconceitos que surgiram. Criticavam suas roupas, chamando-as de masculina, difamavam-na por andar com meninos, como se a amizade deles fosse algo pecaminoso, reclamavam da sua falta de delicadeza, afinal garotas deviam ser delicadas, certo? Hermione sabia que não. Ela não usava roupas que a sociedade dizia que meninas deviam usar, ela gostava das suas calças jeans e suas camisas largas, assim como gostava da companhia dos seus amigos, por que mudaria apenas por que alguns –de mente fechada –não achavam certo uma menina andar sempre acompanha de dois garotos, e sua falta de delicadeza não tinha nada haver com seu gênero. Afinal, meninas podiam ser grossas e garotos podiam ser delicados.
Na vida adulta, as coisas não melhoraram. Quem era ela, uma mulher, para se candidatar a ministra da magia? Mulheres não deviam ter trabalhos importantes, deviam –e ainda eram vistas desse modo – servir aos homens, ser do lar, e ter filhos. Hermione Granger, de mãos dada com sua coragem, passou por cima desse preconceito e assumiu como a primeira ministra da magia.
Eles podiam julgar sua cor de pele, mas Hermione estaria lá para rebater e esclarecer que ela era bonita daquela forma, e não havia padrão que a fizesse pensar ao contrario.
Eles podiam não compreender seu cabelo selvagem, por que não eram capazes de ver que eles era apenas um reflexo dela mesma. Hermione era intensa, determinada, uma verdadeira fera indomável e que jamais abaixaria a cabeça para regras bestas, padrões errados, para preconceitos antigos.
Eles podiam não aceitar seu sangue, mais Hermione não ligava. Ela era extraordinária, sua mãe tinha lhe dito isso, e tinha nascido com aquele dom para trazer o mundo novas cores, novos horizontes, uma nova perspectivas.
Eles podiam não gostar de vê-la como ministra, mas ela sabia que fora eleita por todos aqueles que tiveram suas vozes silenciadas, que foram julgados por sua pele, que foram desprezador por não se encaixarem nos padrões, que foram repudiados por algo que não podiam controlar. Ela foi eleita por que eles precisavam de uma voz, precisavam de alguém para falar por eles. Alguém que viveu tudo que eles viviam, alguém que se importava o suficiente para tentar mudar a situação.
Era por isso que Hermione Granger era a definição de coragem.
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