Azumane Asahi - Pt.3


"Grandes coisas não se fazem por impulso, mas pela junção de uma série de pequenas coisas."
                                                                           
- Vincent van Gogh



Observei a faixa que estava ajudando a enfeitar a minha parte da exposição do clube de pintura, uma série de telas de todos os tamanhos e as mais variadas paisagens formavam um mosaico. Apesar de cada uma delas ter uma cena diferente de alguma forma elas se completavam e traziam diferentes perspetivas dependendo do ângulo em que você olhava.

-Sua série de quadros parece que está fazendo sucesso [Nome], fiquei surpresa com você realmente usar amarelo para pintar. Normalmente você odiava usar quando era num quadro original seu.

-Digamos que eu tive um incentivo. - respondi - Amarelo era a cor do Van Gogh mas acho que podemos dividir.

-Você não em salvação mesmo, não é? – Miko bateu nas minhas costas e voltou para a própria exibição dela.

Me sentei num banco alto e cruzei as pernas para conseguir apoiar o meu rosto na palma da minha mão. Já fazia algum tempo que eu e Asahi tínhamos entregado o trabalho, mais de mês pra ser mais precisa, já estávamos em meados de dezembro e o trabalho de literatura foi entregue em algum ponto em outubro.

Após ele nós arriscamos algumas conversas mais longas durante os tempos livres e uma vez ou outra acabamos indo embora juntos. Ele se preparando para o torneio de primavera e eu para a exposição algumas vezes acabamos por sair no mesmo horário.

Miko e eu até fomos assistir a final contra a Shiratorizawa, eu não me lembrava de ter ido assistir algum jogo antes, e eu me arrependo amargamente. Realmente deveria ter aparecido em alguma partida anterior.

Mas os 5 sets da final da província foram algo para ser lembrado, e agora que venha o torneio nacional, as vezes eu mesma me pegava rindo sozinha animada por ele e pelo time de vôlei como um todo é claro. Olhei pro relógio na parede, mas um pouco fecharíamos o dia de exposições.

Nara-sensei estava quase chorando pela quantidade inesperada de pessoas que compareceram alguns outros alunos tiveram alguns momentos de pintura ao vivo e os mais ousados até ariscavam caricaturas.

Estava tão perdida em pensamentos que não reparei que a pessoa que dominava meus pensamentos estava parada do meu lado.

-Asahi! O que você está fazendo aqui?

-Hum... Não era pra eu vir? – ele levantou as mãos.

-Sim, quero dizer não – balancei a cabeça – Eu só estou surpresa de você ter vindo.

Ele colocou a mão no pescoço – Bom você foi ver a final... Acho que é um modo de retribuir o favor, mas eu queria vir também. Você sempre falava tão apaixonada pelas telas, pensei que talvez eu te compreendesse um pouco mais vindo.

-Bom eu realmente fico feliz que você esteja aqui – saltei do pequeno banco e puxei ele pelo braço – Vem, eu vou te mostrar o trabalho do pessoal.

Então eu acompanhei ele de estande em estande explicando as característica de cada período e o que cada um representava. Assim como as escolas de literatura as fases da história da arte também tinham características bem distintas.

-Eu sinto como se tivesse acabado de sair de um museu – ele disse.

-Me desculpe eu falei demais.

-Não de uma maneira ruim – ele continuou – E então não vai me falar sobre o seu?

Era o que eu tinha deixado por último propositalmente – Bom... Não sei se tem muito o que falar, eu me inspirei bastante no impressionismo e a sequência de quadros é meio que uma jornada de descobertas.

Peguei a mão dele e puxei levemente colocando ele em cima de uma marcação no chão – Se você olhar dessa perspectiva a sequência parece mais escura com traços mais grosseiros.

Mais alguns passos pro lado – Se você olhar desse ponto, com um pouco da ajuda da iluminação, você percebe que os traços de tornam mais leves e os tons de tinta mais claros começam a ganhar destaque.

Ainda com a mão dele na minha eu puxei ele para o último ponto – Agora desse ponto, é como se fosse um mosaico totalmente novo. Cores claras e brilhantes bem como pinceladas mais livres e distintas.

-Incrível... Você realmente é incrível.

Senti meu rosto esquentar e soltei a mão dele envergonhada. – Obrigada, bom de certa forma você me ajudou com isso. Depois de muito tempo eu comecei a aceitar os meus tons de amarelo.

As orelhas dele ficaram levemente vermelhas – Fico feliz de ter ajudado... Hum, [Nome] será que-

-Oh meus belos artistas – Nara-sensei interrompeu chamando todo mundo – Gostaria de parabenizá-los pelas incríveis obras de arte que vocês apresentaram hoje, eu não poderia estar mais feliz. Mas eu realmente preciso fechar o salão agora.

-Você foi de 100 a 0 Nara-sensei – Miko reclamou da queda de animação da professora e nós rimos.

-Vamos, vamos – ela bateu palmas. Eu me abaixei para pegar a minha bolsa e olhar uma última vez para os meus quadros. Já que eles seriam desmontados.

Saímos do salão e não demorou para que estivéssemos sozinhos novamente, ajeitei a alça no ombro. Minha respiração formando espirais no ar por conta do tempo frio, apertei o meu casaco no meu corpo e olhei enquanto o sol começava a se por.

-Não achei que estava tão tarde – me virei para o garoto – Desculpe por isso.

Asahi balançou a cabeça – Na verdade eu vim tarde... Eu queria-

-[Nome]-chan! – Miko pulou nas minhas costas – Já está indo? Sabe que a Nara-sensei-

Ela então pareceu perceber que tinha interrompido alguma coisa, e então abriu um sorriso pra mim – Quer saber, nada demais. Vejo você na segunda, espero que com novidades.

-Tenho a sensação que eu me desculpo demais pelas atitudes da Miko.

-Não se preocupe, eu conheço algumas pessoas assim também. – e então ele comentou algo como pirralhos energéticos.

-Você... Já está indo embora? – perguntei juntando toda a coragem que eu não tinha.

-Não... Na verdade eu – ele olhou para os lados nervoso, será que estava com medo de alguém interrompesse de novo? Asahi suspirou aliviado e me olhou nos olhos – Quando fizemos o trabalho de literatura você disse alo sobre ver um filme... Bom, s-se você não tiver nada pra fazer caso queira poderíamos assistir alguma coisa, mas se voc-

-Eu adoraria – falei – Fico surpresa de você ter se lembrado, e eu adoraria ir ao cinema com você.

-Verdade? – ele pareceu animado e aliviado – Bom, o que você gosta? Não vi se tem alguma coisa legal passando.

Antes que ele entrasse em parafuso pensando várias coisas ao mesmo tempo eu puxei sua mão e sai andando numa tentativa de não mostrar o meu rosto envergonhado enquanto entrelaçava nossos dedos – Podemos decidir isso depois não?

Ele apertou a minha mão de volta – Sim.

Parei para me virar e olhar seu rosto, os últimos raios de sol iluminavam de leve seu rosto fazendo com que seus olhos castanhos parecessem ainda mais brilhantes as maças do rosto coradas (fosse por frio ou por vergonha) e um sorriso meigo e preguiçoso.

Eu tinha certeza que nenhuma obra de arte se comparava a visão que estava na frente dos meus olhos. Amarelo podia ser a minha cor mas ele só se destacava e ficava vivo misturado com o laranja e o preto dele.






N/A: Quem não ama o Asahi? Ai a fofura dessa short, também foi a primeira vez que eu escrevi com alguém da Karasuno T.T

Funfact: Van Gogh é o meu pintor favorito, junto com o Modigliani. ( bem antes do hype dele diga se de passagem, eu me formei em artes visuais em 2013 hahaha) Os filmes deles são bárbaros são muito bons. "Com Amor, Van Gogh" & "Modigliani - A Paixão pela Vida"

O anime mencionado existe e é Bungo Stray Dogs, quando eu descobri que os personagens eram nomeados como escritores reais eu achei fantástico.

Enfim por hoje é isso. Xx


Haikyuu Week Vol. 2 - 3/4


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