SUECA!

ISLA TAYLOR


— Eu nunca quis tanto mijar na minha vida! — Perrie exclamou, fazendo uma cara de alívio ao sentar-se na privada.

— Nós não podemos falar essas coisas perto dos meninos! Mijar... eles vão achar que nós somos umas primitivas! — Victoria comentou, soltando o cabelo que caiu livre pelos ombros.

— Verdade— concordei, fechando a torneira e secando as mãos.

— Só a Isla pode, ela não quer impressionar ninguém— Sophie brincou, desmanchando a minha trança.

— Nem eu! — Victoria reivindicou.

— Cala a boca, Vic! — exclamamos ao mesmo tempo.

— Quem você está querendo enganar? — Perrie resmungou.

—Grossas — Victoria murmurou, dando descarga.

— Porque você não fica com o Fletcher de uma vez, Isla? — Sophie sugeriu, passando pó no nariz.

— Olha bem para a minha cara e vê a minha vontade louca de ficar com o Fletcher — elas nem imaginavam como aquilo era verdade.

— Ele deve ter A pegada— Perrie comentou, pensativa. Aquele ciúmes repentino de toda vez que eu ouvia o nome dele sair da boca de outra garota surgiu, e eu senti um nó na garganta. — Afinal, ele toca guitarra e tem os dedos rápidos!

— Você pretende fazer, hum, alguma coisa a mais com o Judd, Perrie? — Victoria perguntou, abafando a risada.

Eu e Sophie sorríamos maliciosas.

— Ah— ela corou. — Sei lá, umas mãos bobas podem até rolar, mas nada além disso, porque nós não somos namorados, nem nada do tipo...

— E se ele pedir? — perguntei, levantando a sobrancelha sugestivamente.

— Acho que não vai rolar — o seu rosto agora estava vermelho rubi. — Ah, meninas, eu estou gostando tanto dele! Mas vocês sabem que para mim é difícil, eu nunca passei de uns beijinhos inocentes. Mas com ele... com ele eu sinto vontade.

— Aaaaaah! — nós exclamamos, rindo sem parar.

— Você não precisa fazer nada que não queira fazer — eu expliquei.

— Ele é um cara legal, vai entender — Victoria concordou.

— E, se não entender, significa que não é o cara certo para você —Sophie completou.

— Vamos para a praia? — eu sugeri, já destrancando a porta.

— Vamos!


TOM FLETCHER


— E aí, Vic, aposta uma corrida? — Dougie sugeriu, tirando os chinelos e os jogando na areia.

A praia estava meio deserta, povoada apenas por alguns privilegiados como nós, que tínhamos uma casa à beira mar. O sol brilhava alto e queimava as nossas peles protegidas pelo fator 50.

— No "já"? — ela perguntou, já se preparando, afundando os pés na areia.

Dougie se posicionou ao lado dela e respondeu:

— Até aquelas pedras, já! — e saiu correndo na frente, mas ela foi logo atrás e o ultrapassou com facilidade.

Eu e os outros nos jogamos no chão e ficamos observando os dois correrem como bobos. O mar azul se fundia com o céu do mesmo tom, fazendo com que os nossos olhos doessem ao observar o horizonte. E todos nós vimos a exata hora em que Dougie se aproximou de Victoria e a jogou na areia, caindo por cima dela. Os dois pares de pernas se encaixaram e o baixista se curvou e a beijou com doçura. Victoria envolveu os seus braços e eles ficaram ali, sem se importar com os velhinhos que tomavam sol e olhavam horrorizados para a cena de amasso em plena luz do dia.

Aquilo seria realmente muito romântico.

Se não fosse por nós.

Dougie pegador! — Danny gritou, lançando um olhar charmoso para Sophie, que riu do comentário.

— ALELUIA! ALELUIA! — eu e Harry gritamos, e as meninas continuavam a rir.

O casal não parou de se amassar mesmo assim.

— Vocês não vão entrar? — Harry perguntou, apontando com a cabeça para o mar e puxando Perrie pela cintura para mais perto dele.

— Não— respondi, quando Isla se levantou.

Segui seus movimentos com o olhar e quase caí de costas quando ela tirou a jardineira lentamente e logo depois a regata verde, revelando o corpo envolvido em um biquíni azul claro.

Abaixei o olhar, rezando para que Harry e Danny não tivessem reparado na minha cara de tarado.

— Eu vou! — ela exclamou, lançando um olhar significativo para mim.

Depois, correu para o mar, balançando o longo cabelo pelo trajeto. Olhei para o lado e Harry já estava engolindo a cara de Perrie. Olhei para o outro e Sophie lia um livro e lançava olhares tortos para Danny, que, por sua vez, fingia dormir com os óculos de sol enfiados na cara, mas na verdade observava Sophie no seu biquíni branco com vermelho.

— Hm...— pigarreei, mas ninguém pareceu prestar atenção.

Então simplesmente corri até o mar.


ISLA TAYLOR


Eu estava na água morna, sentindo as ondas quebrarem na minha cintura. O sol queimava a minha pele e eu me sentia... feliz! Virei-me e a felicidade só aumentou, o coração apertou e o cheiro doce e másculo invadiu o meu nariz; Thomas praticamente corria em minha direção. O peito nu, cabelo caindo no rosto e um sorriso doce.

Eu sorri. Porra! Quem não iria sorrir?

— Essa viagem está me matando! — ele gritou por cima do barulho do mar, aproximando-se, mas mantendo uma divisória imaginária entre os nossos corpos. Ele colocou as mãos atrás das costas. — Está me matando lenta e dolorosamente.

— Como sangrar até a morte? — perguntei, sorrindo maliciosamente.

— Como sangrar até a morte— ele sorriu, assentindo graciosamente com a cabeça.

— E por que sofrer desse jeito? — perguntei novamente, colocando uma mecha do seu cabelo atrás da orelha, não sem antes me certificar de que todos estavam distraídos.

— Não sei— ele respondeu, fechando o sorriso. Senti meu próprio rosto contrair, mas logo Thomas voltou a sorrir e continou. — Mas algo me diz que vale muito a pena.

— Pelo menos isso... — disse, não conseguindo não me aproximar dele.

Os seus dedos, por debaixo d'água, roçaram a minha barriga nua. Eu senti um calor subir pelo corpo e, antes que fizesse alguma besteira, afastei-me, ouvindo Perrie gritar:

— PARA, HARRY! FAZ CÓCEGAS! — Harry a beijava no pescoço e cutucava a barriga, fazendo a minha amiga rir.

Quando procurei por Sophie e Danny, os dois haviam sumido. Ele estava na barraquinha pegando mais uma cerveja e ela conversava com um surfista gostosão. Dougie e Victoria continuavam a se beijar sem se importar com o mundo - e com os coitados dos velhinhos -, como se estivessem em um universo paralelo.

Thomas me puxou e falou ao pé do ouvido:

— Vamos aproveitar que eles estão ocupados demais um com o outro! — e me deu um beijo.

Mas não foi qualquer beijo... foi intenso, como se estivéssemos esperando por aquilo havia anos. Por um momento, senti que ficaria sem ar. Mas por que respirar quando se está tendo o melhor beijo da vida?

Respirar é para perdedores.

Thomas segurou minha nuca com firmeza e passeou com as mãos pelo meu corpo. As suas pernas se juntaram as minhas e a sua língua explorava toda a minha boca. Segurei em seu pescoço como se pudesse cair a qualquer instante e ser levada pela correnteza, pois sentia as minhas pernas moles e o meu coração prestes a explodir.

Me entreguei. Não conseguia mais me conter. Thomas enfiou a mão na parte debaixo do meu biquíni e eu puxei o seu corpo para mais perto. Os seus dedos desceram lentamente e, quando eu estava prestes a perder a cabeça, uma onda veio forte e quebrou em cima de nós dois, fazendo com que caíssemos na areia molhada. Quando emergi na água, Thomas já estava lá, olhando assustado para mim.

— Você está bem? — ele perguntou.

E, como se fosse a coisa mais natural do mundo depois de um amasso daqueles, eu comecei a rir. No começo, Thomas só me olhou, como se eu fosse louca. Depois, se juntou a mim, e riu.

— Tom!? — Danny gritou à beira mar, surgindo do nada. Sophie estava parada a alguns metros dele, e a sua cara não era a das melhores. — Estamos voltando para casa!

Thomas e eu nos entreolhamos. Teríamos que deixar aquilo para mais tarde.


TOM FLETCHER


Voltamos para a casa do meu tio pois o sol resolveu se esconder, dando espaço para nuvens pesadas e chuvosas. A atmosfera ficou negra e só tínhamos vontade de uma coisa: tequila!

Todos tomaram banho e desceram para a sala. Harry usava uma calça jeans escura e estava sem camiseta e sapatos, fazendo Perrie sorrir maliciosamente ao pousar os olhos nele. Mas ela não ficava atrás no quesito pouca roupa. Usava um shorts jeans e uma blusa de alcinha branca, também descalça. Victoria, que usava um vestido branco e chinelos da mesma cor, desceu abraçada pela cintura por Dougie, que usava uma bermuda preta e chinelos pretos. Danny usava uma bermuda xadrez e chinelos brancos; ele também desceu sem camiseta, imitando os outros dois, e Sophie vinha logo atrás, camiseta preta, saia jeans e sandálias pretas, como se estivesse de luto ou triste.

Eu também estava sem camiseta, porque senti que não conseguiria olhar para Isla sem suar, usando calça jeans e chinelos azuis. Isla já estava na sala quando eu desci, mantendo uma distância preocupante de dois dedos de mim. Usava uma camiseta vermelha e larga com "Fuck You!" em letras garrafais estampado e um míni-shorts jeans. A camiseta era comprida demais, cobrindo o shorts e dando a impressão de que ela não usava nada por baixo.

Perdição. Provocação. Tesão.

Fomos jantar, gargalhando sempre que podíamos, fazendo uma zona na mesa branca e quadrada da cozinha. Entretanto, ninguém tocou na comida que Dougie fizera em dois minutos, – uma mistura de macarrão com arroz –, nojenta demais para qualquer contato direto, e acabamos destruindo os pacotes de bolacha que deveriam durar o final de semana inteiro.

— Está uma puta chuva lá fora e nós estamos presos aqui dentro— Sophie reclamou, apontando o óbvio, já que os trovões não paravam de explodir do lado de fora. Ela colocou o prato de lado, apoiou os dois cotovelos na mão e continuou, como uma professora chata. — O que nós vamos fazer?

— Sexo! — Harry exclamou, apertando Perrie pela cintura.

Ela deu um tapinha no seu ombro, corando.

— Além da pornografia, mas alguma sugestão? — Victoria interveio, olhando para Dougie com um sorriso idiota nos lábios.

— Truco com tequila! — Sophie sugeriu, e todos concordaram na hora.

Cinco minutos depois, estávamos com a tequila e o baralho na mesa. Fomos jogando, jogando e jogando. Só percebemos que estávamos bêbados quando ninguém mais entendia o que o outro dizia e tínhamos que gritar para falar.

— Cansei de jogar truco! — eu berrei, abafando as vozes enroladas dos outros. Isla brincava de dar tapas em Danny, Sophie e Victoria riam sem parar, Dougie embaralhava o baralho e Harry fora trocar a playlist dos Beatles que já havia tocado umas 10 vezes seguidas. — Vamos jogar sueca!

Todos assentiram com a cabeça, quase caindo da cadeira ao fazer isso.

— Começa aí, Tom! — Dougie exclamou, colocando o baralho na mesa de vidro da sala de estar.

Peguei a primeira carta, um 7 de paus: faça a sua regra.

Eu não sei se foi porque estava muito bêbado para pensar em outra coisa que não fosse sacanagem, ou se eu não conseguia mais ficar longe dos beijos de Isla. Só sei que a minha primeira regra foi:

— Antes de beber, os casais tem que se beijar.

— Que casais? — Danny perguntou, olhando fora de foco para mim.

Sophie suspirou ao seu lado.

— Harry e Perrie, Dougie e Victoria, claro... — eu comecei. Não conseguia nem organizar os meus pensamentos direito. A minha coordenação motora era zero e a música eletrônica que tocava alto fazia um barulho esquisito na minha mente. Danny olhou para Sophie apreensivo, mordendo os lábios, bêbado o suficiente para não perceber a força que usava, e eu completei. — E nem pense que vocês vão escapar dessa! Vocês eram um casal até aquela merda acontecer...

— E você, Tom, faz casal com quem? — Victoria perguntou, lançando um sorriso afetado para Isla.

— Eu? Eu... — comecei, procurando Isla com os olhos.

Mas nem precisei, porque ela mesma se pronunciou, enrolando todas as palavras e rindo entre elas.

— Pode deixa que o Tom vai comigo. Eu faço esse sacrifício! Agora, eu pego a carta!

Ela pegou a próxima carta. Rei: todos bebem. E era por isso que eu amava aquele jogo. Harry e Perrie já estavam se comendo antes mesmo que eu pudesse lembrar o significado da carta. Victoria e Dougie riram afetados e começaram a se beijar como um casal apaixonado. Olhei para Danny, que sorriu para mim. Depois, pousou os olhos na boca de Sophie e, no próximo segundo, eles estavam se beijando. Virei o meu rosto para o lado, ficando meio tonto com o movimento brusco, e dei de cara com Isla, que se inclinou em cima de mim e sussurrou:

— Amei essa regra!

E me beijou.

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