ESCAPOU
ISLA TAYLOR
Até a noite, o dia foi calmo e... divertido.
Sophie manteve a boca fechada – pelo menos uma vez na vida – e ficou agarrada a Danny durante todo o lasershot. Perrie e Harry se matavam com as arminhas, rindo de tudo como dois maconheiros. Victoria e Dougie ficaram correndo pelo labirinto de um lado para o outro e quase foram expulsos quando Victoria pulou nas costas de Dougie e os dois caíram no chão.
Eu tentei evitar Thomas e seus lindos olhos castanhos, mas consegui por pouco tempo. Eu estava correndo por um corredor comprido e estreito e parei, vendo que já tinha despistado Harry, que queria porque queria me acertar. Encostei-me na parede e respirei aliviada.
Eu realmente tinha asma.
Fiquei ali, só respirando e ouvindo os outros gritarem, quando os lindos cabelos de Thomas Fletcher surgiram do outro lado do corredor e começaram a vir em minha direção.
Até ali foi o máximo que eu consegui aguentar.
— Ei, o que você tem? — ele perguntou, ficando de frente para mim e me prensando contra a parede.
Eu respirei fundo. Aliás, eu sempre tinha que respirar fundo quando estava perto dele.
— Nada, Fletcher, por que? — eu perguntei, virando o meu rosto.
Ele sorriu.
— Hum, então quer dizer que você me usou e hoje já jogou fora? — ele quis saber, encostando-se mais em mim.
As minhas pernas se encaixaram nas dele e eu joguei a cabeça para trás. Ele beijou o meu pescoço e eu cerrei os dentes.
— Não. Você é lixo reciclável — eu me ouvi dizer, levantando a cabeça dele com as duas mãos e beijando a sua boca.
Thomas pegou a minha cintura com força e eu meio que levantei do chão e fiquei encaixada nele. Se eu não estivesse de calça jeans, provavelmente quem passasse por ali iria achar que nós estávamos fazendo alguma coisa imprópria para o local e a hora.
Eu passava as mãos pelo seu rosto e cabelo ferozmente e ele me beijava com vontade, deixando escapar alguns suspiros. De vez em quando, parávamos para respirar e beijar o pescoço um do outro.
— Não, Dougie! Sai daqui! — ouvi Victoria gritar e me separei imediatamente de Thomas, mas as nossas blusas se enroscaram, então ainda estávamos relativamente próximos.
Relativamente? A minha boca estava a centímetros da dele.
Tentei puxar e ele também, mas na confusão de zíperes, respirações ofegantes e gritos, acabamos nos aproximando mais ainda. E os gritos de Victoria se aproximavam.
— Ai, porra! — eu exclamei, quase rasgando a minha blusa novinha. — Fletcher, e agora?
— Não seria mais fácil... — ele começou, espantosamente calmo. Levantei os meus olhos, tentando entender o motivo daquela calma. Ele sorriu para mim. — Sei lá... contar para eles?
— Contar o que exatamente para eles? — perguntei, chacoalhando a cabeça freneticamente. Pela altura dos gritos de Victoria, ela estava quase virando o corredor. — Contar o que, Fletcher? Porra, diz logo que ainda precisamos nos desenroscar e...
Tudo meio que aconteceu ao mesmo tempo. Na mesma hora em que eu disse aquilo, Victoria virou o corredor e eu puxei a blusa com força. Dougie veio pelo outro lado, arma em punhos, e eu me afastei com um pulo de Thomas, que murmurou:
— Que nós estamos juntos.
TOM FLETCHER
É. Eu sei. Não deveria ter dito aquilo. Eu sei, eu sei. Mas o que eu poderia fazer? Estávamos grudados um ao outro, Victoria estava quase virando o corredor e Isla estava mais linda do que nunca de calça jeans, tênis e moletom.
Depois que eu disse aquilo, Isla abriu a boca num semi-sorri, semi-espanto, e eu fechei os olhos, aliviado por Victoria ter trombado em nós dois e caído no chão, porque Dougie viu a cena e se jogou no chão, rindo sem parar.
Eu não estava com ânimo nenhum para rir, mas era melhor do que ficar analisando o rosto sem expressões de Isla, tentando descobrir o que ela tinha achado do que eu tinha dito, então simplesmente comecei a rir sem parar de Dougie e Victoria e eles começaram a atirar em mim e eu neles.
Olhei para o lado e Isla ainda estava inexpressiva, olhando para o fim do corredor, onde Harry e Perrie vinham pulando feito cabritas.
Então veio o arrependimento.
Sabe como é, eu tinha acabado de revelar para a menina que eu gostava que eu achava que nós estávamos juntos e ela não tinha dito nada para confirmar. O arrependimento viria mais cedo ou mais tarde, não é mesmo?
Quando Dougie enfim se levantou, eu tentei desesperadamente me livrar da situação, mas não foi preciso muito.
— Gente, eu já cansei de lasershot! — Sophie piou, vindo pelo corredor de mãos dadas com Danny. — Vamos para algum lugar mais claro?
— Por que? Cansou de se amassar com o Danny no escurinho? — Perrie brincou e Sophie deu um tapa no seu ombro.
— É, vamos sair daqui, eu não aguento ficar muito tempo trancado com a Isla — eu comentei, tentando parecer normal e implicante como sempre.
Olhei para o lado, mas Isla mantinha a cabeça baixa, fitando os pés.
Realmente, eu não deveria ter dito aquilo.
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