Capítulo 3: Um pouco de ternura.

O resto do caminho foi silencioso, Flowey ficou quieto enrolado no ombro de sua amiga inconsciente enquanto Toriel carregava ambos pelos corredores e salas das ruínas.

Nada foi dito depois que a jovem humana de repente desmaiou, Toriel felizmente a pegou muito antes de ela escorregar nos espinhos, mas o medo do que quase pode ocorrer consumiu ambos. Flowey ficou com seu pequeno rosto colado ao peito de sua amiga, seu coração humano batendo era a única coisa que acalmava a flor em sua aflição.

— Ela vai ficar bem? — Flowey perguntou, sua voz soando fraca e chorosa.

— Eu... Espero que sim, talvez o frio esteja sendo muito para ela — Toriel disse pensativa, seus passos sendo lentos para não perturbar a jovem que carregava.

Toriel caminhava calmamente por um corredor largo, ela podia ver pequenos monstros se escondendo e espiando de longe, ela teria falado com eles se as circunstâncias fossem melhores, mas o melhor agora era levar a jovem para um local mais quente.

O frio era um inimigo implacável.

( ... )

Seus olhos pesaram ao abrir, seu corpo parecia mole e sem forças nos primeiros minutos, mas lentamente a sua força voltava para si enquanto despertava.

Ela não se lembrava do que havia acontecido e a confusão aumentou quando ela se percebeu em um lugar que não reconhecia e que era escuro, mas felizmente não o suficiente para ela se sentir incapaz de ver seus arredores, ao menos um pouco.

Era um pequeno cômodo, havia uma luminária próxima a ela, então tudo que precisou ser feito foi esticar seu braço e puxar a cordinha da luminária para o cômodo se acender em tons amarelos e laranjas suaves, parecia o quarto de alguém e vendo melhor ela estava na cama, não só ela, mas Flowey enrolado com suas raízes em volta de sua barriga.

Ele parecia adormecido, seu rosto parecia abatido e ainda haviam rastros de lágrimas que molhavam seu rosto.

Desculpe Flowey, parece que te assustei — Laran disse com um suspiro, ela levou sua mão antes estendida para a corda da luminária, até o rosto da flor, passando seu polegar suavemente para apagar o rastro que as lágrimas fizeram antes.

Ela ainda não se lembrava bem, apenas de tudo ficar escuro e o caminho de espinhos.

Oh...

Então... Ela finalmente parecia ter entendido, seu coração errando uma batida antes de ela puxar e soltar o ar lentamente para acalmar o medo. Ajudou que sua atenção foi chamada para Flowey que se movia enquanto apertava um pouco a amiga com suas raízes.

A flor resmungou baixo antes de passar suas pequenas folhas pelo rosto, não havia nem parado para perceber sua amiga acordada até que a mesma colocou sua mão gentilmente no topo da cabeça florida do amigo.

— Dormiu bem Flowey? — Laran perguntou com um sorriso suave no rosto, Flowey na mesma hora se virou para a amiga surpreso.

— Laran!! — Exclamou enquanto se jogava com tudo no rosto da amiga.

— E-Ei calma! Ou! Flowey! — Laran disse um pouco alarmada enquanto pegava a flor de seu rosto e a deixava em cima de seu peito.

— Desculpe! Estou feliz que você finalmente acordou — Flowey disse com um sorriso constrangido no rosto, passando uma folhinha atrás da cabeça.

— He, tudo bem, Flowey, desculpe também pelo susto — Laran disse.

— Tudo bem, você ta bem, isso que importa — Flowey respondeu com um sorriso no rosto. Laran assentiu com a cabeça e segurando Flowey ela se sentou calmamente na borda da cama.

— Toriel nos trouxe até aqui... Ela saiu depois que te deixou aqui — Flowey disse de repente enquanto subia e se enrolava de volta no topo do braço de sua amiga, dessa vez no braço esquerdo.

— Certo... Então estamos na casa dela? — Laran questionou apenas para ver Flowey assentir com a cabeça.

Laran então se levantou com calma, suas pernas pareciam um pouco moles, mas logo ela voltou a se sentir estável em pé.

— Você... Se sente melhor né? Tem frio? — Flowey perguntou receoso, seu olhar focado para ela.

— Huhum... Estou bem Flowey, as roupas que uso são quentinhas protegem bem até — Laran disse enquanto olhava suas mãos, pensativa, tocando suas mãos juntas, elas pareciam bem frias ao toque.

— Que bom! Mas precisamos ter cuidado, o frio pode estar te fazendo mal — Flowey disse.

— Certo, mas agora vamos atrás da Toriel, gostaria de agradecê-la — Laran fala enquanto ia até à porta do quarto.

Ao sair do quarto a jovem se deparou com um pequeno corredor, a sua esquerda o corredor seguia tendo mais duas portas de outros cômodos, no chão um tapete de tom rosado claro enquanto o corredor seguia em tons de amarelo e bege suaves e por fim a sua direita um cômodo aberto e conectado ao corredor.

Seguindo ele, Laran, se deparou com uma grande escadaria que descia até ficar escuro, encostado na parede junto ao começo da escadaria havia um largo espelho.

Hum... Estranho — Murmurou a jovem enquanto olhava os outros únicos objetos do cômodo, uma pequena e baixa estante de livros com uma luminária bonita encima que parecia um lampião no canto direito e uma pequena mesa de cabeceira com um vaso grande no canto esquerdo, a planta era fina e grande e envolvida com muitas flores pequenas de tons brancos e um amarelo suave.

— São bonitas não é Flowey? — Laran pergunta enquanto se aproximava para admirar as flores.

— É... Muito bonitas — Flowey respondeu com suas pequenas folhas cruzadas.

— Hehe, o que foi? Ciúmes das flores? — Laran questiona enquanto segura o riso.

— Q-Que?! Claro que não! — Flowey exclamou, ele virou seu pequeno rosto corado para o lado, evitando olhar sua amiga que ria da reação da flor.

Eles não perceberam quem entrava no cômodo e se aproximava dos mesmos.

— Criança... — Toriel os chama, tendo a atenção de ambos que se viram para ela.

— Ah, oi Toriel, desculpe andar por aí assim... Eu queria te agradecer por me trazer aqui — Laran disse enquanto se aproximava.

— Está tudo bem Minha Criança, estou feliz que está melhor — Toriel fala com um sorriso no rosto. — Sinta-se livre para andar por aqui, apenas vá com calma já que acabou de acordar.

— Eu vou... Eu poderia andar um pouco lá fora? Sei que acabei de acordar, mas não vi muito das ruínas, estou um pouco curiosa — Disse enquanto olhava em direção a uma porta com duas janelas grandes ao lado, dando a visão das ruínas e uma grande árvore de tronco escuro e sem folhas.

— Tudo bem... Não posso segurá-la, mas tome cuidado, minha criança, acabou de despertar e não seria bom exagerar — Toriel disse com um sorriso suave no rosto. — Se mantenha nas proximidades e volte logo, terei uma surpresa para você quando voltar.

— Pode deixar! — Laran respondeu com um sorriso e saiu da casa com Flowey.

Ao abrir a porta, a jovem curiosamente se deparou com um fino véu azul-escuro cobrindo a passagem como uma fina cortina. Passando pelo véu soltando um riso baixo ela se deparou em fim com o lado de fora da casa de Toriel, as paredes eram um tom próximo do lilás, as mesmas folhas em um tom vinho meio pálido e no meio da sala... Aquela enorme árvore sem folhas.

Laran se aproximou da árvore, seus galhos iam bem alto e nenhuma folha havia restado na árvore, todas tendo caído e se espalhado pelo chão a volta da árvore. Da árvore até mais a frente o chão tinha uma trilha de um tom mais púrpura levando a única abertura para fora daquela área, a passagem estava com algumas vinhas azuladas a sua volta, mas elas não bloqueavam apenas escorriam nas paredes bem ao lado da passagem.

A jovem pensou em sair e espiar, mas uma pequena figura a fez recuar para perto da árvore novamente e olhar para a pequena criatura espiando pela passagem.

"Ao se deparar com uma nova figura... Você não sabe como isso faz você se sentir, isto ainda te confunde"

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