Capítulo 2: Gentilmente aquecendo.

Passamos pelo corredor me vi numa sala lilás vazia, à frente haviam escadas que levavam até duas passagens, pelo chão também haviam amontoados de folhas de um tom vinho meio pálido, na verdade, todo aquele amontoado de folhas deixava tudo ainda mais bonito.

Mas então, quando vi aquele ponto brilhante de luz no meio da sala, todo o meu foco pareceu ir até ele, era como uma estrela do céu, mas tão perto e me puxando para ela, me fazendo ir até aquele brilho e tentar tocá-lo.

"Sua alma está preenchida por um sentimento desconhecido"

– Humana? – Ouço a voz de Flowey me puxar de volta e o olho, com uma sensação estranha ainda instalada em meu peito.

– Desculpe...Eu me distrai – Respondo um pouco envergonhada.

— Tudo bem Humana...Oh, acho que nunca perguntei o seu nome, não é? — Disse passando sua folhinha atrás de sua cabeça.

— Ah...O meu nome...Meu nome é Laran — Falo piscando os olhos um pouco confusa.

— Prazer, é um belo nome! — Flowey disse com um sorriso no rosto.

— Obrigado Flowey — Digo com um sorriso no rosto, mas meu coração parou ao ouvir passos retumbando à cima, eu olhei rápido em direção as outras únicas passagens que haviam na sala, a última que restava era de onde nós viemos.

Sem pensar duas vezes, eu corri de volta, me escondendo na passagem que tínhamos acabado de sair, tentando me manter escondida a vista de quem quer que viesse. Respirava lentamente enquanto cobria a boca de Flowey, até finalmente ver entrando na sala, uma criatura grande, talvez uma monstra? Era uma alta senhora cabra de vestes longas, mas muito bonitas.


– Hum...Eu jurava que havia sentido alguém aqui, talvez fosse impressão minha – Disse soltando um suspiro, sua voz era calma e suave...Ela não parecia ser perigosa, mas eu não sabia como seria se ela me visse.

A mulher cabra se aproxima um pouco das escadas e olha em volta, ela não parecia hostil, mas ainda havia receio em meu peito.

Eu respirei fundo e comecei a sair com muito cuidado.

– O...Oi? – Disse baixo enquanto acenava para ela que me olhou bastante surpresa.

– Oh...Saudações, criança – Disse em surpresa, mas logo um sorriso doce apareceu em seu rosto – Eu me chamo Toriel, sou a guardiã das ruínas.

– Prazer em conhecê-la...Eu sou Laran – Digo um pouco envergonhada.

– É encantador conhecê-la minha criança, eu imagino que apesar de perdida, não está mal acompanhada – Toriel disse enquanto virava seu olhar para Flowey que se escondia com timidez.

– O-Olá... – Disse Flowey, acenando com sua pequena folha.

– O conhece? – Pergunto curiosa.

– Sim criança, já o vi aparecendo pelas ruínas – Explicou enquanto descia a escada e vinha até mim.

Eu recuo um pouco quando finalmente percebo que ela era bastante alta, ela parece perceber meu recuo e para a uma certa distância de mim, estendendo sua mão para o ar.

– Por favor não tema, apenas quero guiá-la pelas ruínas, a alguns puzzles perigosos para que você fique sozinha – Toriel disse e eu olhei para a mesma em dúvida.

Seria um problema se tivesse algo mais a frente que eu não pudesse lidar...E ela parece bem legal.

Com um suspiro eu seguro a mão dela e sorrio fraco, ela abre um grande sorriso e juntas vamos pelas escadas até as passagens.

Fomos seguindo até vermos uma porta mais a frente que parecia trancada, eu já iria falar mais Toriel me guiou a alguns botões não muito longe da porta e nós pisamos em alguns, era quase uma sequência e isso foi o suficiente para fazer a porta se abrir para prosseguirmos para o corredor seguinte.

– Minha criança, eu gostaria que você tentasse realizar esse puzzle, não se preocupe em errar – Toriel disse e eu concordei enquanto olhava em volta. O corredor era largo para a direita e tinha duas fendas no chão onde saia água com alguns pedaços cristalizados, boa parte da água parecia querer congelar, na verdade, para completar o caminho mesmo com a água haviam duas pequenas pontes de madeira e por fim na parede mais a frente, três interruptores dourados.

Me aproximei deles e olhei para Flowey, ele sorriu para mim e balançou a cabeça, eu sorri com isso e segui em frente. Quando me vi de frente ao primeiro interruptor, notei uma pequena inscrição logo abaixo dele.

"Puxe, a um passo da chave"

Curiosa eu puxei e ouvi um baixo "click", acenei com a cabeça e segui para a primeira ponte para ir para o próximo.

– Você está indo bem – Flowey fala sorrindo.

– Eu estou apenas puxando as alavancas, não é muita coisa – Falo rindo baixo.

– Tudo se começa da base – Escuto Toriel dizer e me viro para ver a mesma sorrir.

Ela caminha em minha direção para então passar reto até ficar ao lado da porta trancada:

– Apesar de não ser muito, fazer isto abrirá a passagem e a medida que você encontra novos puzzles para lidar, você vai ter novos desafios bloqueando seu caminho que serão cada vez mais difíceis, agora são apenas alavancas, mas depois achará um que só quando ele for resolvido, você verá – Toriel explica e então gesticula com a mão para eu prosseguir com as alavancas.

Olho para a alavanca, mas não a inscrição nenhuma nessa, nada dizendo para puxar ou não, desta vez eu não sabia se puxava ou não, então tudo que pude fazer foi escolher e torcer, com isso eu segui então para a última alavanca, vendo que a mesma tinha a mesma inscrição que a primeira e então eu a puxei. Com um som um pouco alto o bloqueio da porta caiu e a passagem ficou livre:

– Às vezes, a facilidade vem com o conhecimento... Você viu com as inscrições quais eram as alavancas que pareciam mais corretas a se puxar, com isso pode abrir o caminho – Toriel disse com um sorriso e eu a olhei um pouco surpresa, então sem muito a dizer eu a segui.

Caminhamos a frente até que Toriel de repente para parecendo preocupada.

– Tudo bem? – Pergunto preocupada.

– Sim minha criança...É apenas...O próximo puzzle é muito perigoso, não posso deixá-la fazer este – Toriel explicou e eu apenas concordei com a cabeça.

Nós seguimos o caminho, entramos em um corredor e então indo até um segundo nos deparamos com o caminho bloqueado por uma plataforma repleta de espinhos.

- Céus! Como vamos passar? – Exclamo em choque, mas uma mão felpuda toca a minha mão e com gentileza Toriel me puxa e me guia pelo caminho de espinhos. Eu a sigo com medo, meu coração a mil por hora, viro meu olhar para Flowey que se enrolava pelo meu ombro como se estivesse tentando ficar o mais perto possível de mim.

– Por favor fique calma, eu não deixarei que nenhum mal aconteça a vocês, Pequena – Toriel disse com ternura, seu puxão sempre o mais suave possível – Sei o caminho para passarmos em segurança, deixe-me guiá-los.

Respiro fundo e continuo deixando ela me guiar, embora não soubesse o porque parecia que eu poderia confiar nela. Tentando focar em outra coisa toco a cabeça de Flowey com cuidado, tentando tampar seu pequeno rosto para que o mesmo não focasse no caminho ou nos espinhos próximos.

Era tão estranho, eu sentia que havia perigo em volta, mas também sentia que estaria segura, sentia que, Toriel, estaria realmente ali para que nenhum deles chegasse até mim.

...Eu...

...Espero que isso...

MINHA CRIANÇA!! – Eu ouço, mas está muito longe de mim.

...Espero que seja verdade...

Algo gelado toca meu rosto, mas a escuridão me abraça antes que eu possa entender.

....O que aconteceu?

"Á pancadas ecoando pela escuridão...Você não sabe o que está acontecendo, algo te puxa de volta"

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