"Há coisas que nos pegam de surpresa e trazem muita felicidade"

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Os Vingadores já estavam esperando por Fury e Margot por duas horas. Nesse tempo, eles pediram comida, já que não aguentavam o Thor falando que queria comer ou que um lanche iria ser bom para esperar. Até que finalmente, Fury sai da salinha e logo atrás, Margot.

- Até que enfim pirata, não aguentamos mais esperar - Falou Tony jogando as mãos para o alto - Achei que a pirralha tinha te matado.

- Talvez eu devesse fazer isso - Falou Margot baixinho, mas todos ouviram, o que fez com que todos ficassem quietos olhando para ela que tentou ignorar todos os olhares.

- Bom, demoramos, mas foi necessário - Começou Fury andando até a cabeceira da mesa, e Margot continuou perto da porta em que saíram - Eu tenho que dizer uma coisa, e vou ser direto. Ela cresceu na Sala Vermelha.
Quando a Natasha estava na Sala Vermelha eles pegaram um embrião seu e congelaram, depois de um certo tempo, eles juntaram esse embrião com um homem, chamado Markov Lestrange, e depois de fecundar esse embrião com o esperma do homem eles implantaram em uma mulher na qual gerou Margot.

"E foi o Dreykov quem planejou tudo isso. Ele concebeu-a para superá-la, queria que uma versão sua desse certo, mas depois de algumas circunstâncias, ela conseguiu escapar. No mesmo dia em que ela escapou, a HIDRA a capturou... Depois de um mês, ela está aqui".

Nesse instante o silêncio reinou, mas Margot podia jurar que ouvia as engrenagens da cabeça de todos funcionando a todo vapor. Observando Thor, jurava que podia ver até fumaça saindo. Já que para todos era uma notícia chocante, especialmente para Natasha. Ela não queria isso, mas não tinha muitas escolhas. Só tinha que aguentar e esperar se acostumar com o que poderia acontecer.

- Quer dizer que... Ela é minha filha?

Fury assentiu levemente com a cabeça. Nat olhava agora para Margot, que ainda mantinha uma expressão séria, mas olhava para Fury agora. Nat estava tentando organizar a confusão em sua mente. Uma filha. Algo que ela achou que jamais teria, é claro, poderia até adotar, mas... Saber que há alguém que tem seu sangue, torna tudo diferente, pois ela nunca acreditou que fosse possível.

- Acho melhor todos nós sairmos e deixar as duas conversarem um pouco. Tenho que ir também. E você, já sabe- Fury aponta para Margot quando fala suas últimas palavras.

Fury sai da sala fazendo com que e menina suspire levemente. Steve olha para Natasha que concorda levemente com a cabeça. Com um beijo na testa, ele sai junto com os outros. Em silêncio. Tentando processar o que acabaram de ouvir.
Afinal de contas, a Nat ter uma filha que fosse do mesmo DNA era impossível até então.

- Senta aqui- Natasha chamou por ela baixinho.

Margot encara ela e vai lentamente até a cadeira que ficava de frente a Nat.

- Eu achei que nunca poderia ter uma filha ou filho... Mas você está na minha frente agora - Natasha disse com um leve sorriso. Ela não era a pessoa do tipo sentimental, mas a vontade de chorar de alegria parecia mais forte do que qualquer coisa.

- Escuta: Você deve imaginar que não ouvi coisas boas de você, de ninguém que estava aqui na verdade, mas também sei que a maioria se não todas deviam ser mentiras, mas não te conheço de qualquer forma - Começou a garota com um tom frio - Posso até dizer que te odeio, então, não força. Quero deixar bem claro que nem queria estar aqui - A menina que tinha ficado calada desde que Natasha a conheceu, falou. Falou palavras que machucou, mas a Nat sabia que era verdade.

Se não fosse um momento sério e se as palavras da menina a sua frente não tivesse atingido tanto ela, poderia até mesmo rir, por achar que seria fácil criar uma relação com Margot. Ela estava feliz, muito, mas ouvir tudo isso, foi com certeza pior do que levar um tiro.
O sorriso que estava em seu rosto sumiu rápido.

- Eu sei, imagino pelo o que você passou...

- Não. Você não sabe nem de perto o que eu passei. Poderia ter sido evitado se Dreykov não te odiasse tanto e descontasse suas frustrações em mim.

Natasha se cala ao ouvir essas palavras. Um dor que ela nunca tinha sentido antes estava em seu coração. E raiva. Ela odiava Dreykov com todas as suas forças, e isso só aumentou ao ouvir Margot falar.

- Talvez eu de fato não saiba o que você passou. Mas estou disposta a fazer da sua vida a partir de agora a melhor possível.

Margot fica quieta enquanto olha a mais velha.

- Por quê? Você não sabe nada sobre mim. Nem mesmo sabia da minha existência.

- Você é minha filha! Não conheço você, não sei seus gostos, mas eu quero te conhecer. Estou disposta a tudo isso. E espero que você me dê uma chance para te mostrar quem eu realmente sou.

Margot nada falou. Apesar da sua expressão séria, sua cabeça estava tentando entender o fato de uma pessoa que nem conhece ela, poderia sentir vontade de conhecê-la, mesmo depois de falar que odiava a mesma. A verdade, é que ela se odiava por tudo que já fez, então, não pensava que alguém um dia iria querer saber mais sobre ela. Ela não enxergava coisas boas ou motivos o suficiente para isso.

- Sei mais ou menos a vida que teve, também vim da Sala Vermelha então... Sei mais ou menos. Mas agora, você é uma pessoa livre, e farei de tudo, para que você viva uma vida normal - Natasha disse olhando para a menina - Eu achei que Dreykov estava morto...

- Agora ele está.

- Você... Matou ele...?

Margot fica encarando a mulher a sua frente. Não estava nem um pouco afim de falar mais sobre esse assunto novamente.

- Isso importa? E não deveria ficar surpresa, saiba que já matei muitas pessoas.

- Sinto muito...

- Não faça isso. Não preciso da sua pena. De ninguém na verdade.

Natasha suspirou levemente.
Margot realmente tinha a personalidade dela.

- Você está machucada?

- Não.

- Steve me disse no Quinjet que antes você estava com uma blusa branca e que no ombro esquerdo estava manchado de sangue - Natasha falou fazendo a menina desviar levemente seu olhar da mais velha mas logo voltou a escarrar a mais velha.

- Repito: não estou machucada. Eu até estava, mas... Um soldado muito gentil cuidou do meu ferimento.

Natasha olha para a mais nova perguntando que tipo de ferimento era, e como ela conseguiu. Mas se estava dizendo que cuidaram, não iria questionar. Talvez depois.

- Com fome?

- Não.

Natasha marcou mentalmente que Margot adorava mentir.

- Venha, claro que deve estar com fome, duvido que tenha comido algo bom por esses dias. Até tinha comida aqui, mas já acabou- Natasha sorriu e se levantou e chamou Margot - Vou te mostrar o resto do pessoal.

Margot  se levantou e estava seguindo ela até o elevador, mas, de repente ela para de andar.

- Quantas?

- Pessoas?- Perguntou Natasha e Margot concordou - Algumas. Por quê?

- Eu... - Margot se cala pensando se deveria falar ou se deveria ficar calada - Esquece.

Natasha fica olhando um pouco mas decide continuar o percurso.
Assim que entraram, logo o elevador começou a subir.

- Quantos anos você tem?- Ela via que Margot era jovem, mas queria saber sua idade exata.

- 15. Quase 16.

- Quando é o seu aniversário?

Natasha começou a imaginar algumas coisas que seriam legais para o aniversário dela. Para tentar recuperar o tempo perdido e afastar as coisas ruins.

Margot coloca a mão dentro do moletom procurando algo mas se lembrou que estava dentro da mochila. Pelo menos torcia para estar dentro da mochila. Um leve desespero (que passou despercebido pela mais velha) se instalou no corpo da mais nova. Ela era capaz de voltar para a base que explodiu para tentar achar o que era seu.

- Eu odeio esse dia.

Natasha ficou quieta, pensando que ela era complicada e difícil de lidar. Mas isso não iria fazer ela desistir. Ela iria esperar no tempo dela. Tentar entender o porquê que ela odiava o seu aniversário, era mais uma coisa que ela queria saber sobre sua filha.

- Tem mais pessoas da sua idade aqui, e duas crianças de 5 anos - Falou Natasha e Margot olha para ela - São legais. Você vai gostar.

Logo o elevador se abre e elas começam a entrar na sala, mas, quando Margot menos espera, um punho atinge seu maxilar fazendo com que ela fique com o rosto inclinado para o lado esquerdo sem acreditar.

- Aí meu Deus!

Wanda exclama com o seu sotaque bem forte, colocado a mão na boca pelo choque em ver o que acabou de acontecer.
Margot endireita o corpo e olha para Natasha, com um olhar vazio. Talvez raiva.

- São legais né?- com a voz baixa, Margot fala olhando para Natasha.

Wanda vai até o sofá onde todos estavam. Todos, menos Pepper e Laura, que saíram para tomar sorvete com a Morgan e o Nathanael. O resto da equipe que subiu e deixou as duas conversando, foram e falaram as novidades, e assim, todos ficaram ali esperando pelas duas.

Pietro falou que a Wanda era muito ruim em combate corpo a corpo, aí ela foi mostrar uns movimentos que sabia, até que Margot entrou na frente recebendo um belo soco em sua face. Deixando a mesma muito contente.

Depois de explicar o que estava acontecendo, eles começaram a se apresentar, só falando os seus nomes mesmo. E como Margot não falava eles ficaram em silêncio depois de falarem seus nomes. Margot só encarava todos, como se estivesse analisando cada um, mas não abriu a boca para nada. Ela tinha um olhar que deixava alguns com um pouco de medo. É como se ela conseguisse ver todos os seus erros. Ela olhava dentro da alma de cada um.

Até que o elevador se abre, e nele está Pepper e Laura, e correndo assim que o elevador se abriu saiu Morgan e Nathanael, que foram até seus pais que estavam no sofá.

- Essa é a Laura e a Pepper, e esses dois ali são Morgan e Nathanael - Natasha disse apontando para as mulheres e depois para as crianças - Essa aqui é a Margot.

- Então você é a filha da Nat? Você é bem parecida com ela - Pepper disse sorrindo e foi dar um abraço em Margot que ficou parecendo uma estátua pois não esperava pelo abraço e também porque não era muito fã de abraços.

- Realmente, se tivesse os cabelos ruivos seria igual da cabeça aos pés - Laura completou também sorrindo e deu um abraço em Margot também, fazendo com que ela se mantivesse parada. Ela não esperava pelos dois abraços. Um seguida do outro! Mais um e com toda certeza que ela surtava.

Margot continuou em silêncio. Sem mexer um único músculo por pelo menos uns dois minutos depois que as duas mulheres abraçaram ela. Muita coisa rodava em sua cabeça com simples frases. Coisas que ela não gostaria de lembrar.

- Você está viva Mini Romanoff? Não vi você se mexer desde que a Wanda te acertou um soco. Até agora você nem piscou!

Uma das coisas que passou na cabeça de Margot era: Mini Romanoff?!

- A Wanda deu um soco nela?

- Foi sem querer Pepper, juro.

Margot se aproxima ligeiramente para perto de Natasha.

- Será que eu posso ficar sozinha um pouco...? Tipo... Descansar um pouco...? - Margot disse devagar, tentando encontrar as palavras certas para se livrar deles. Nem estava com uma aparência muito boa, sabia disso, mas isso não pareceu incomodar ninguém.

A confusão que tinha acabado minutos atrás, voltou à tona com uma simples frase de Tony.

- Venha, vou te mostrar qual vai ser o seu quarto.

E assim as duas saíram do meio daquela confusão sem que ninguém percebesse. Na verdade, o único que viu a duas saindo, foi Steve, mas ficou quieto, entendo que a menina devia estar cansada.

Espero que tenham gostado!

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Feito com muito carinho EVFR.💝