27


"Algo que parecia sólido se desfez sem aviso."
~????


AUTORA

ALGUNS ANOS ATRÁS...






A pequena Margot caminhava pelos corredores de paredes escuras, mas, com ótima iluminação. As paredes não eram pretas, era um cinza bem escuro. Para compensar o lugar que não tinha muitas janelas, havia bastante luz. Uma luz branca, iluminando cada canto daquele ligar.

Neste momento, alguns guardas que não estavam muitos felizes por estarem cuidando da garota, estavam levando ela até um quarto onde ela iria dividir com mais duas pessoas.

Dos três que estavam fazendo isso, dois receberam um chamado e deixaram a garota com somente um soldado.

O pai dela conseguiu dizer e convencer que seria uma boa técnica. Com pessoas ela poderia se sentir melhor e treinar bem e ser a melhor em qualquer coisa. Óbvio que ele fez uma apresentação, com fatos científicos que não ele sabe como que conseguiu encontrar tudo, mas deu certo.

Estudos revelavam que quando as pessoas estão com alguém que se sentem seguras, ou que tem proximidade, podem obter um melhor desempenho em algo que faça. Um ânimo a mais.

Ele não iria deixar ela a só sozinha. Então ele fez de tudo para que ela ficasse na companhia de algumas pessoas.

Na noite anterior, Markov acordou a menina no meio da noite e se despediu. Com tristeza em seu peito. Algo gritava para ele simplesmente levar ela e tentar fugir cada vez que Dreykov se aproximava, mas sabia que era muito arriscado.

- Anda mais rápido!- Uns dos guardas disse para a criança, que continuou andando tranquilamente pelos corredores- Não sou sua babá!

O homem bravo levanta a mão para pegar a orelha da criança, mas antes que ele faça isso, um garoto de pele mais escura, e um pouco mais velho que a Margot, se aproxima rapidamente.

- Algum problema?- Ele diz com a voz séria, fazendo o soldado parar seus movimentos.

- Quem é você?

- Sou o que vai ficar de olho nela. Estava mesmo pensando bater nela?

- Eu não ia bater na garota. Só ia incentivar a mesma a andar mais rápido.

- Devo falar isso ao Dreykov?

- Não- Ele diz escondendo sua raiva.

O rapaz se vira e quando se dá conta, não acha a garota perto dele. Ele levanta o olhar e vê a garota lá na frente, andando calmamente. Ele sorriu de lado.

O rapaz da uma corridinha para e ficar ao lado dela.

- Não vai me agradecer? Eu te livrei de apanhar daquele idiota.

A menina fica quieta. Era como se ela estivesse sozinha.

- Não vai dizer nada? Eu teria que me apresentar?- A garota fica quieta- Eu sou o Luther. Prazer.

A menina para de andar e olha para ele, que sorri levemente.

- Luther... Era você que eu procurava- Ele se agacha, ficando na altura dela.

- A partir de hoje, eu serei o seu irmão mais velho. Seu irmão e do Lee. Vocês dois tem a mesma idade sabia?-Ele diz com a voz calma e baixa, para que ninguém ouvisse a não ser os dois.

- Eu sou a Margot- Ela sorri levemente. Confia nele porque seu pai confiava nele.

- Bom, vamos. Você vai gostar, é um quarto até que legal. Tem uma pequena janela bem alta, tem duas beliches, mais serão só nós três- Ele diz enquanto eles andam- Vocês dois vão dormir na parte de cima, mas eu embaixo, para caso alguma coisa aconteça, aí eu posso proteger vocês.

- Eu sei lutar para a sua informação- Ela diz olhando para ele.

- Mas eu sou mais velho. E mais forte. É mais alto. Ou seja, ganhei.


*

Os dois estavam na porta do dormitórios dos três. Margot não teve muito contato com outras crianças. Geralmente eram só pessoas mais velhas. Sempre diziam o que ela devia e não devia fazer. As vezes, ela achava isso cansativo, mas também, não tinha muitas escolhas.

- Ele é um pouco elétrico. Mas gentil. Só não conta para ninguém. Aqui dentro, tem que ser sério e disciplinado. Você faz bem em não ficar de papo com qualquer um.

Ele coloca a mão no ombro dela, que olha rapidamente, lembrando de quando seu pai colocava a mão ali também, quando ela se sentia mal. Abraçar ela na frente das pessoas, seria alvo de fofocas, que chegariam até Dreykov, e ele sabia que tinha que ser cuidadoso.

Ela gostava, mas, tinha que ser alguém que ela confiava. Dreykov fazia isso, mas ela não sentia a mesma paz igual ela sentia bem quando seu pai fazia.
Ela passou a olhar para ver quem estava fazendo isso. Um modo de saber se deveria sentir medo ou não.

Ela aprendeu a saber quem colocava a mão sem olhar, quando sentia paz, passou a olhar para confirmar se deveria se sentir confortável.

Margot confiava em Luther, porque seu pai confiava em Luther. Com o tempo, passou a confiar nele por inteiro, sem ser porque seu pai confiava nele. Aconteceu o mesmo com o Lee.

Com a porta se abrindo, foi revelado um quarto médio, com duas beliches e duas mesinhas de cabeceira ao lado, e na direita, a porta para o banheiro e no lado esquerdo, uma mesa, que tinha quatro cadeiras.

A única janela era extremamente alta.

As beliches possuíam uma colcha branca, assim como o travesseiro e os lençóis. O ambiente parecia limpo e organizado. Bom, só porque Luther organizou a bagunça do Lee, já que sabia que teria outro integrante.

Sentado em uma das beliches, na cama de baixo, se encontrava o pequeno garoto de olhos puxados. Ele vestia um calça moletom azul e um moletom da mesma cor. Ele olhava para Margot com curiosidade.

Luther empurra a Margot um pouco e fecha a porta atrás de si.

- Lee, essa é a Margot- O garoto se levanta e caminha lentamente até ela. Ele estende a pequena mão e logo abre um sorriso doce.

- Oi, eu me chamo Lee, tenho quase cinco anos, sei falar coreano e inglês. Sou ótimo em desenhar, e sempre estou em apuros por dizer a verdade ao
Vel-Dreykov.

A garota fica olhando para o Lee, vendo ele falar sem parar.

- Saber duas palavras em coreano, não quer dizer que sabe falar em coreano.

- É sim! Só não sou fluente!- Margot solta uma leve risada, achando engraçado o que ele disse. De certa forma, ele estava certo.

- Eu sou a Margot- Lee permanece seu olhar sobre ela, esperando a mesma dizer mais coisas, mas o que recebe, é o silêncio.

- Ninguém é tão tagarela quanto você Lee.

- Ok...- Ele diz meio desanimado. Margot finalmente segura a mão dele, e aperta, o cumprimentando- O que mais?

- Eu... - Ela fica pensativa por um tempo- Eu sei lutar! Hoje mesmo eu consegui deixar um olho roxo no meu professor! Ele não parece que ficou feliz... Bom, eu fiz o que ele me ensinou!

- O que mais você faz quando não está aprendendo a lutar ou qualquer outra coisa?

A menina da de ombros. Ela não fazia muita coisa.

- Vou te ensinar a desenhar então!- O menino aproveitou que ainda segurava a mão dela, e puxou a mesma até a mesa- Senta na cadeira. Luther, preciso de três folhas e dois lápis!

- Tá- O mais velho ergue o colchão e tira de la, algumas folhas em branco e dois lápis com uma borracha- Margot, não pode contar a ninguém. Eu roubo isso do escritório.

Lee pega todo animado e se senta ao lado de Margot que observa a folha a sua frente.

- Devo escrever algum tipo de redação?

- O quê?

- Vocês não fazem isso?

- Não! Você vai desenhar- Lee fala chocado- Olha, vou fazer e depois você tenta copiar. Ok?

- Ok.

Luther se senta em outra cadeira, também estava com uma folha, mas ele sabia que suas habilidades como artista eram questionáveis.

Lee estava se esforçando para fazer um cachorro... Mas ele era criança, seu desenho estava... Aceitável para uma criança.

- Aqui. Um cachorro... Já viu um? Tente fazer igual- Lee mostra seu desenho para os dois. Luther segura o riso, pois não queria deixar o garoto triste.

- Um cachorro- Margot repete olhando o desenho dele- Posso tentar.

Ela segura o lápis habilmente. Logo ela começa a ver o desenho dele e tenta reforçar em sua mente o desenho de um cachorro.
Logo ela conclui, surpreendendo Luther. Era um cachorro bem melhor do que o do Lee, mas, os traços eram um pouco trêmulos.

- Meu Deus... Sou uma farsa!- Lee diz ao olhar o desenho dela- Você sabe desenhar!

- Tá horrível.

- Olha, para a sua idade você desenha muito bem- Luther diz sorrindo de lado- Olha só como eu desenho.

Luther levanta a folha e mostra um desenho de uma pessoa. Vale ressaltar que ele fez a pessoa com palitinho. As duas crianças riram ao ver o desenho. Achavam engraçado a cabeça enorme e um olho maior que o outro.

Logo eles voltam a desenhar mais coisas no restante da folha. Margot demonstrou ter uma habilidade enorme para desenho.

O clima entre eles se demonstrou extremamente agradável. A menina se soltou uma pouco mais. A energia de Lee, parecia ter passado para Margot. O mais velho deles pensou que estaria perdido com os dois sendo tão parecidos.

Eles já tinham jantado e logo eles iriam apagar as luzes. Amanhã cedinho eles iriam começar os treinamentos.

- Tá bom crianças, vamos subindo para  suas camas para dormir sim?- Luther diz, vendo os dois ainda na mesa desenhando- Está ficando tarde, vamos guardar isso aí.

- Não da para ficar mais um pouco?- Lee perguntou, mas Margot se levantou e começou a ajeitar as coisas. Ela aprendeu desde cedo a obedecer sem questionar muito.

- Sabe que não dá Lee- Luther diz observando Margot- Prometo que amanhã tento arrumar uns lápis de cor para vocês. Mas tem que se comportar.

Lee fica feliz e logo começa a se organizar para dormir igual Margot.

As luzes já estavam apagadas a alguns minutos. Lee dormia profundamente já Margot, se sentou na cama e ficou quieta por um tempo. Luther, que ainda estava acordado também, percebeu a menina acordada na outra beliche e se levanta e caminhou silenciosamente até ela.

- Não tá conseguindo dormir? - Ele sussurra perto dela.

- Não.

- Por quê? Tá com medo do escuro ou de alguma coisa?

- Não- O mais velho fica quieto por um tempo.

- Então o quê?

- É que meu pai sempre me dava um beijo na testa a noite. Se eu não tivesse com ele, ele invadia onde eu estava e no meio da noite me dá um beijinho. Virou um costume...

- Você está esperando que ele venha?

- Eu sei que ele não vai vir... Mas um parte de mim espera que de alguma forma ele venha.

- Sinto muito. Olha, só espera um pouco, e logo, ele voltará- Luther tenta dar um leve sorriso, talvez ela nem veja, já que está escuro. Ele coloca os pés na cama de baixo para ficar na altura dela que estava na cama de cima- Olha, lembra que falei que seria seu irmão mais velho?

- Sim.

- Então, se quiser, posso deixar um pequeno beijo na sua testa. Até o seu pai voltar. O que acha?

- Você faria isso?- Ele logo deposita um leve beijo e bagunça o cabelo dela dando mais um leve sorriso- Dorme que amanhã será um dia longo.

- Como sempre- Ela deita e diz baixinho.

Ele olha para ela e depois para o Lee.

Luther suspira e logo volta até sua cama, voltando a deitar.

Ele achava ela jovem demais para tudo que passava. Os treinamentos dele, que era mais velho, era mais fáceis do que o dela, que era mais nova.





*


Olá! Como estão?

Vamos fingir que não demorei e postei muito rápido.

( era para eu ter postado domingo)

Mais uma pequena parte do passado da Margot!

Espero que tenham gostado!

Adios!

Feito com muito carinho EVFR.💝

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top